"Sweet dreams are made of this, who am I to disagree?"

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No dia seguinte, o garoto achou que Sarah o seguiria para todo o lado, que ficaria falando com ele e coisas do tipo, mas para o seu alívio, ela nem o olhou. No final do dia, ele viu ela no estacionamento e alguns garotos mexendo com ela. Ela tentou ignorar, mas um deles tentou passar a mão nela. Antes que ele pudesse tocar nela, ela pegou a sua mão e a torceu, até quase quebrar. Torceu seu braço, até ele se ajoelhar e ficar todo torto.

–É por isso que você não arranja ninguém. - Cuspiu ele com ódio. -De que adiantar ter esse corpão, olhos claros e cabelos ruivos, se é tão estúpida?

–De que adianta ter músculos e jogar futebol, e não ter cérebro? - Ela replicou e o soltou. O garoto e seus amigos saíram andando e ela ficou ali parada por algum tempo vendo eles se afastarem, olhou para Tate e foi andando até ele. -Onde você mora? - A pergunta o pegou de surpresa.

–Hã... Porque a pergunta?

–Eu vou te ajudar com o seu plano, esqueceu? Eu tenho que saber qual é o plano. - Ele queria muito mais que muito se livrar dela, poder fingir que nada aconteceu, mas ia ser difícil. Acabou concedendo o endereço e foi para a casa pensando em um jeito de inventar outro plano, algo inofensivo, para ela desistir. Ele tinha que fazer tudo sozinho, ele sabia disso. Ela ia contar, ia se assustar, ia dar tudo errado.

Naquela tarde, quando ela apareceu na porta da casa de Tate, sua mãe ficou mais que feliz em recebê-la, ver que o filho não era assim tão anti-social afinal. Ele apenas viu a chegada pela janela. Sua mãe gritou que ela tinha chegado e a disse que ele estava no quarto. Ele estava ouvindo música quando ela chegou e bateu na porta do quarto. Quando ele abriu, soube que realmente ela não podia saber do plano.

Suas roupas escuras tinham ido embora, assim como sua maquiagem. Ela usava uma calça jeans de um tom claro e uma blusa branca de manga, com um cachecol. Provalvemente toda aquela roupa era só uma imagem para a escola, para assustar os outros. Ela não está pronta, nunca vai estar pronta para algo assim, só quer fingir ser diferente.

–Não vai me convidar para entrar? Que falta de educação, Tate. - Disse ela com um sorriso sarcástico roçando seus lábios rosados.

–Entra. - Ele abriu mais a porta e a deixou passar. -Você está diferente.

–Ah sim. Que impressão sua mãe teria de mim se eu andasse por aí com roupas e maquiagens escuras? - Disse ela e se sentou no baú perto da cama, trançando as pernas e olhando em volta. -Que seu garotinho está andando em más companhias... - Ela o olhou. -De novo.

–O que você quer dizer com "de novo"?

–Ouvi falar das suas expulsões.

–Onde?

–Por aí. Parece que você não pára em escola nenhuma, não é? Só conheço uma pessoa com um histórico tão peculiar.

–Quem?

–Eu mesma.

–Você foi expulsa de escolas? - Disse ele com um pouco de sarcasmo na voz.

–Se duvida, pode olhar no meu registro. - Ela se levantou, andou até o criado mudo, estendeu o braço e pegou uma foto.

–E porque você foi expulsa da última escola?

–Eu machuquei alguém. Nada demais.

–Claro. - Aquela garota realmente era estranha, disso ele não tinha mais dúvida. Conheceu ela há dois dias e ela já tinha se auto-convidado para sua casa, para conversar sobre expulsões e armas. -Você não tem medo?

–Medo? Do que?

–Você está na casa de um desconhecido que comprou armas.

–Não. Eu estou na casa de um desconhecido que vai me ajudar com a minha vingança. - Ela disse com acidez.