Polícia - O Início escrita por judy harrison


Capítulo 6
Decepção, Risco e Morte


Notas iniciais do capítulo

Betsy tem uma surpresa de laurence. Bruce depara-se com uma menina que mudará sua vida.



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Depois que Bruce saiu de casa para a delegacia, Betsy se arrumou e saiu também. Pela primeira vez em muitos anos, ia até a casa de Laurence. A primeira e única foi quando avisou que Willy fora internado.

O apartamento estava fechado, ela sabia que Laurence estava dormindo. Mas precisava muito falar com ele sobre aquele dia na cozinha.

Laurence se arrastou até a porta com sua cabeça doendo por causa do barulho da campainha insistente.

_ Vou quebrar essa merda assim que puder. – resmungou antes de abrir a porta, estava sem camisa e com seus cabelos bagunçados, além do rosto sonolento.

Ele olhou pelo visor da porta, e viu quem era. Pensando que fosse algo com Bruce ele abriu a porta rapidamente.

_ Betsy? O que houve? – perguntou assustado.

_ Nada, Laurie, está tudo bem. Posso entrar?

Ele suspirou, aliviado.

_ Claro. A que devo essa visita tão nobre?

Ainda coçava a nuca, e olhou rapidamente para trás.

_ Eu quero falar com você. Desculpe-me, mas eu vim agora por que sabia que te encontraria.

_ Tudo bem. – sorriu – Eu não perderia uma visita sua por nada. Até a Rainha da Inglaterra me visita, mas você... – Betsy riu – Espere um pouco, eu já volto. Vamos tomar um café lá embaixo.

Enquanto ele se arrumava, Betsy olhava ao redor da sala. Laurence era organizado, e a casa estava perfeita. Pensava em algo para desmerecê-lo, mas não achava nada, nem naquele momento nem nos últimos anos desde que o conheceu por completo. Queria, mas não achava uma desculpa para ir embora e não dizer a ele que o aceitaria finalmente, que queria ficar com ele para ver no que dava.

Ansiosa com a notícia ela se levantou e inclinou o corpo para ver se ele voltava, mas não ouvia nada, e foi até seu quarto.

Sua surpresa foi grande e dolorosa quando entrou e viu que havia uma mulher em sua cama, dormindo.

Laurence saiu do closet depressa.

_ Betsy! – apesar de como as coisas andavam com eles, ele não queria que ela visse aquilo.

Ela saiu do apartamento e foi para a casa de uma amiga, e lá ficou até a tarde.

Quando voltou, Bruce já estava em pé, e comia um lanche de presunto e queijo com laranjada.

Ela entrou devagar e sorriu para o filho.

_ Mãe? Achei que ia para seu curso de beleza hoje! Onde esteve?

_ Ah, eu me esqueci que seria hoje. Eu estava com Ceci.

_ Como vai Dona Ceci?

_ Bem. – ela sentou-se com ele.

Bruce reparou em seus olhos inchados, a conhecia bem.

_ Mãe, você andou chorando? O que houve?

_ Não é nada, filho. É... Coisa de mulher.

_ Eu não tenho mais dez anos, a senhora reparou?

Ela sorriu com ele. Mas não quis falar nada.

_ Eu estou bem. Quero saber o que o delegado queria com você.

_ Foi a prisão da moça que fiz. A vadia disse que eu a obriguei a tirar a roupa. Eles a soltaram, sabe como é, ela é filha de um idiota rico, faz o que quiser.

_ É, filho, você vai ver muito mais do que as histórias que Laurence contava.

Aquele nome ficou amargo em sua boca.

_ Sim, eu já sabia. As coisas do outro lado são mais sujas do que eu pensava. – limpou sua mão e se levantou – Vou andar um pouco de bicicleta. Tenho que manter meus músculos ativos.

Ele saiu com sua bike pela rua e se deparou logo com Grace. Descobriu que não a viu mais antes por que ela vivia na rua, e naquele dia estava em casa.

_ Pare, Bruce! – ela gritou, mas ele nem sequer olhou para trás.

A noite chegou e Bruce já estava pronto quando recebeu uma ligação de Laurence. Depois disse a sua mãe.

_ Que estranho. Laurence me pediu para encontra-lo na esquina de casa. Disse que não quer chegar aqui. O que está havendo, mãe?

_ Ele não disse que contaria? Certamente contará. – disse chateada.

_ É, ele disse que vai me explicar. – pegou seu quepe e se despediu dela.

A esquina referida era a cinquenta metros de sua casa. No caminho ele viu Grace mais uma vez.

Como tudo mudou! Antes ansiava por vê-la, e agora ela aparecia o tempo todo e ele a repudiava. Mas dessa vez, com a farda, ele não podia ignorá-la, pois isso chamaria a atenção das pessoas que os conheciam.

_ Bruce, me deixe falar! – ela postou-se em sua frente.

Ele então a encarou. Grace estava com a aparência de costume, apenas não era mais tão bonita como antes, certamente as drogas a modificaram.

_ O que você quer? Estou indo para o trabalho.

_ Eu queria me desculpar. Vamos ser amigos! Olha, eu espero você amanhã à tarde na sorveteria do centro, na praça. Então agente conversa. Três horas está bom?

Ele pensou bem e achou que aquela era a chance para dizer o que pensava dela antes e depois de prendê-la.

_ Estarei lá. – disse com o semblante turro e se desviou dela ao ver seu sorriso.

_ Obrigada, Bruce! – ela disse às suas costas.

Na viatura, Laurence dizia a ele que ia para um bairro nobre.

_ Forest Hill. Já esteve lá? – Laurence perguntou.

_ Não. É onde moram os grã-finos, não é?

_ E os corruptos. Eu preciso deixar você com um colega, hoje. Estão dizendo que eu estou te protegendo, que não quero deixa-lo enfrentar o perigo.

_ E quem está dizendo isso?

_ Não importa, mas certamente é um “bosta” que queria estar em seu lugar. Pontes te preza muito, você sabe. Mas não podemos andar juntos agora.

_ Eu não me importo, Laurence! – sorriu – Está me tratando como a um menino, e eu já enfrentei o perigo. Já estou preparado.

_ É assim que se fala! – riu, dando um soco de leve em seu braço - Tenderloin é o lugar. Lá você terá que rondar as ruas e enfrentará consumidores de drogas e ladrõezinhos que não pode colocar a mão. Eu tentei mudar sua rota, mas realmente não pude.

_ Tudo bem. Eu já disse que estou preparado.

_ Vou deixar você lá e pela manhã nos veremos, então falaremos sobre sua mãe, ok?

Eles chegaram a Tenderloin, e havia um colega aguardando.

Bruce se despediu de Laurence e entrou na outra viatura.

_ Laurence é seu pai? – perguntou o parceiro.

_ Não. – disse sério, não o conhecia ainda.

_ Se parecem muito.

_ É o que todos dizem.

Ele estendeu a mão para se apresentar.

_ Frank! – Bruce retribuiu – Eu sei que não está acostumado ainda a fazer rondas por aqui...

_ Eles exageram, eu até já matei um traficante conhecido.

Frank riu-se.

_ Você sabe que essas ”personalidades” são mais úteis vivas.

_ Há quanto tempo é policial, Frank? – disse impaciente.

_ Cinco anos, por quê?

_ Nunca cometeu um erro em sua vida? – demonstrou sua irritação.

_ Tudo bem. - sorriu – Vamos lá.

Ele saiu com o carro e foram para o centro do bairro. Ali era cheio de pessoas, andando de um lado para o outro sempre com ar de inocência, mas eram jovens e adultos metidos com tráfico e consumo de entorpecentes, outras vezes, meninas e meninos que vendiam o corpo para comprar drogas.

_ Veja, Bruce. – Frank alertou.

Um homem ameaçava outro, pressionando-o contra a parede com um estilete na mão.

A viatura parou exatamente em frente os dois, e os transeuntes se afastaram depressa, aproveitando para concluir seus pequenos delitos.

_ Vou sair, e você me dá cobertura, ok?

_ Tudo bem. – disse Bruce abrindo a porta.

Frank saiu e com sua arma em punho, apontada para o chão, mandou que os homens encostassem-se à parede, e depois de revistar os dois tirou sua algema para prender o que estava com estilete. Bruce se aproximou também, para algemar o outro, mas este correu de repente.

_ Atrás dele, Bruce! – Frank gritou, já segurando seu prisioneiro.

Bruce o perseguiu por dois quarteirões, até que o homem voltou-se, sacou uma arma e atirou. Bruce foi atingindo no peito, mas foi protegido pelo colete. O impacto o fez cair, ele se levantou e continuou a correr, mesmo sentindo dor. Mas perdeu o bandido de vista, e parou para voltar.

Quando ele se virou deparou-se com uma criança, era uma menina aparentando uns 12 anos. Bruce a encarou com espanto, seus olhos a fitaram e ele sentiu seu coração acelerar, ele ficou paralisado por uns segundos, sem saber o que fazer. A menina olhou pra ele e quase sorriu.

_ Jamie, volta! – disse uma mulher chegando depressa.

Ela parou diante de Bruce e a menina ficou entre eles.

_ Abaixa! – gritou alguém.

Bruce olhou para trás e o bandido efetuou outro disparo, o que passou por seu braço de raspão e atingiu a mulher.

A menina gritou desesperada, e foi agarrada por Bruce que se jogou no chão com ela, e quase no mesmo momento outro disparo matou o bandido.


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