Revirei-me na cama, frustrada por não encontrar uma solução para tudo aquilo quando algo me ocorreu, “os Betone” podia falar com eles, pois provavelmente saberiam oque fazer, torcia para que soubessem, porem não tinha o numero nem o endereço deles, pois quando se mudaram não estava em condições de me preocupar com essas formalidades, pensei em como contatá-los quando me lembrei de Eduardo ele e Hugo ficaram muito amigos provavelmente eles mantinham  algum contato.

Peguei meu celular e disquei apressada sendo atendida já no segundo toque

____Alô. Atendeu serio

____Eduardo, é a Rachel... Informei, sem ter certeza que era ele.

____Rachel á quanto tempo, quando pretende vir para cá visitar os pobres. Brincou com seu modo usual.

___Talvez em breve. Respondi apenas, não querendo alongar muito o assunto, mas Eduardo demonstrou ainda gostar de falar, escutei o contar sobre as novidades, sobre Sara e sobre os mais diversos assuntos que pode se passar pela mente de alguém quando finalmente consegui uma brecha.

_____Fico muito feliz em saber que estão todos bem, também sinto saudade, mas eu queria saber se você não teria o numero do Hugo? Perguntei torcendo para ter uma resposta favorável.

____Tenho a gente se fala de vez em quanto, espera um pouquinho vou te passar. Afirmou alguns segundos após me dizendo o numero, me despedi depois de cerca de um minuto para que não percebesse e se ofendesse por esse ter sido o único motivo da minha ligação, desliguei já discando logo em seguida o numero que me passara.

(...)

___Alô. Atendeu com voz calma após o terceiro toque.

____Hugo. Perguntei, considerando sua voz um pouco mais grossa.

____Rachel, que surpresa! Exclamou me reconhecendo de imediato, seu tom se tornando, o qual já conhecia ____A que se deve tão feliz ligação? Perguntou por fim.

____Eu vi o Victor. Contei sendo completamente direta, ele se calando por alguns minutos do outro lado da linha.

____Tem certeza? Perguntou serio.

____Sim. Respondi convicta.

____Vou para ai, o mais rápido possível! Afirmou antes de desligar, sem me dar tempo de passar lhe meu endereço.

Sentia que tinha tomado à atitude certa, mas ainda assim não conseguia ficar apenas parada esperando precisava fazer algo. Liguei para meu trabalho para dizer que não iria, mas Karol já havia avisado que eu não estava bem, logo em segui me arrumei e sai apressada pelo corredor, bati na porta de Douglas que a abriu depois de alguns minutos.

____Oi Rachel esta melhor, ficamos preocupados. Disse ao me ver.

____Estou sim, mas eu queria um favor... Contei, ele assentindo então prossegui___... você trabalha como segurança na entrada da danceteria que fomos ontem então conhece quem vai lá com frequência né? Perguntei na esperança que ele me dissesse que sim.

____Depende, tem rostos que se tornam conhecidos... Respondeu após considerar um pouco ____________... Porque?

____Você conhece essa pessoa? Perguntei mostrando lhe a única foto que tinha de Victor a qual ainda mantinha no celular.

____Fácil esse rapaz é parente dos donos, vocês se conhecem? Perguntou denotando minha presença na foto.

___Sim, mas você conhece o dono? Perguntei, sem dar lhe tempo de me questionar sobre Victor.

____Ele foi poucas vezes até lá e tem um nome estranho, Aron... Ramon...

____Amhom. Interrompi corrigindo o.

____Isso mesmo você o conhece? Perguntou confuso.

____Sabe o endereço dele? Questionei afoita, sem respondê-lo.

____Não sei, posso descobrir, mas ainda não intendi para que você quer isso. Indagou

____Digamos que ele é um conhecido a qual preciso visitar, então se me arrumar o endereço lhe agradeceria. Disse, sem querer prolongar a conversa.

____Vou ver oque consigo depois te passo. Afirmou.

(...)

Assim que Douglas me entregou o endereço sai de casa, me dirigindo a ele, não sabia bem oque faria, não tinha nenhum plano, mas algo me impelia a seguir.

Peguei um taxi que depois de algumas voltas finalmente parou a frente de um enorme portão, murros altos cercando uma grande casa.

Fiquei algum tempo ali considerando oque fazer, quando de repente os portões se abriram dando passagem a um carro de luxo, o mesmo sendo guiado por uma mulher de aparentemente vinte poucos anos cabelos escuros cacheados e um rosto bonito, que podia jurar que olhou para mim. Segundos antes que o portão acabasse de se fechar me lancei para dentro com um movimento rápido, cruzei o jardim com cuidado pra não ser vista e circundei a casa, quando vi movimentação, dentro de um dos cômodos, me aproximei de sua janela. As cortinas estavam fechadas apenas uma fresta me fornecendo visão, mas pude enxergar Amhon sentado atrás de uma mesa em um lugar parecido com uma pequena biblioteca Filiphe alguns segundos depois adentrando a sala.

____Onde está Victor não o vi hoje? Perguntou enquanto o oriental colocava algo sobre a mesa.

____Esta dentro do quarto dês de ontem à noite quando chegou. Respondeu em usual apatia, eu me esforçava para ouvir oque diziam.

___ Esta de mau humor de novo? Perguntou, Amhom.

____Está desenhando, não a nada com que se preocupar. Respondeu com a voz inalterável.

____Não me preocupar, sabe quanta sorte tivemos em acha-lo, todo tempo que passamos o observando valeu segundo por segundo, cada gota de sangue cada marca... Disse levantando e se dirigindo ao oriental, tocando com a ponta do dedo uma cicatriz que cruzava seu rosto, provavelmente causada pelo senhor Betone ______... então fique de olho no garoto, peça para Arthur anima-lo e distrai-lo, e não o deixe sozinho por muito tempo, ele é valioso demais para que sejamos levianos, entendido. Concluiu , Filiphe fazendo apenas um sinal com a cabeça em afirmativa antes de se dirigir a porta.

____Ha, já me esquecia, encontrei o silfo*, ele já esta junto aos outros. Disse antes de sair, Amhom lhe respondeu algo, mas não pude ouvir, pois alguém agarrou meus cabelos puxando os pela nuca.

____Ora, ora, ora, veja só oque o vento me trouxe. Disse Arthur agarrando também meus braços.

____Me solta! Mandei fazendo força tentando me soltar, ato esse sendo completamente inútil.

____Não adianta lutar você esta em minhas mãos e dessa vez com certeza vou aproveitar. Afirmou roçando o nariz em meu pescoço, antes de seguir me arrastando do jardim, para dentro da casa, seguimos por um corredor eu ainda me debatendo quando Arthur parou subitamente afrouxando de leve as mãos sobre meus braços, eu aproveitando para dar um tranco e me soltar, mas quando impeli meu corpo para frente, logo em seguida esbarei em algo, ou melhor, em alguém.

___Victor! Exclamei e instintivamente segurei em seu braço posicionando-me de forma que seu corpo formava uma barreira entre mim e Arthur.

____Se arrependeu de ontem e veio atrás de mim, lisonjeado. Comentou em tom arrogante antes de passar o braço em torno da minha cintura, mas eu mal prestei atenção em suas palavras, pois mantinha os olhos fixos no loiro a nossa frente.

____Você a conhece? Perguntou Arthur e pude ver a insegurança em sua voz.

______Esbarrei com ela ontem. Respondeu secamente.

_____Haa, ela estava comigo então não se incomode. Disse em tom mais brando, mas ainda tenso, tentando em seguida pegar meu braço.

_____Não! Exclamei esquivando-me e apertando ainda com mais força o braço de Victor, mas Arthur estendeu mais uma vez a mão em minha direção.

____Acho que ela já fez sua escolha, sinto muito. Disse Victor, virando se levemente impedindo que Arthur me tocasse, e o mesmo por algum motivo não contrariou a Victor, ficando sem reação então apenas se virou e seguiu apressado pelo corredor.

(...)

____Eu sei que não se lembra, mas você tem que sair daqui não é seguro, pelo que parece Amhon já observava e planejava pega-lo faz tempo...  Falava desenfreada e assustada enquanto ele me guiava, entrando então em um quarto ___agora que o Arthur me viu ele vai contar para o Amhom... Andava de um lado para o outro inquieta enquanto ele apenas fechava a porta despreocupado indo se sentar ao pé da cama olhando para mim de uma forma que não soube identificar ____Você esta me ouvindo? Perguntei impaciente alterando levemente a voz, ele permaneceu inalterado, mas de repente se levantou caminhando lentamente até mim.

____O que foi? Perguntei me sentindo estranha com o jeito como me olhava, ele parou a apenas alguns centímetros de mim, passou o braço por de traz de minha cintura me puxando para mais perto nossos corpos se encontrando, podia sentir seu hálito quente, e minhas mãos estavam apoiadas sobre seu peito enquanto ele me segurava.

___Victor. Exclamei ainda me sentindo surpresa, mas ele não me respondeu apenas aproximou lentamente seu rosto ao meu, nossos narizes e testas se encontrando primeiro antes dele me beijar...