Acordei animada me arrumei e desci para toma café

___Bom dia querida. Disse minha tia ao me ver

___Bom dia tia... Respondi dando lhe um beijo no rosto e perguntei___...tia posso sair mais cedo da loja hoje.

___Porque, ontem você não foi e hoje quer sair mais cedo? Perguntou interessada.

___Victor o nosso vizinho não esta podendo ir às aulas esses dias por isso eu queria levar as matérias pra ele, e fazer um pouco de companhia. Respondi

___Ele esta doente? Perguntou.

Eu não havia lhe contado sobre o suposto problema de Victor e achei melhor não contar, pois provavelmente não deixaria que eu fosse velo se soubesse.

___Sim, mais ou menos isso. Respondi

____Se é assim não precisa se preocupar com a loja, vou sentir falta da sua companhia, mas se é por uma boa causa tudo bem se você não for por uns dias. Conclui-o e eu agradeci lhe com um beijo, feliz por ela ser tão boa para mim.

Sai de casa, e fui para o ponto onde encontrei Hugo.

___Bom dia. Disse ao chegar

____Bom dia... Respondeu antes de perguntar__...ontem você foi lá em casa né?

___Fui sim, mas eu não te vi lá. Respondi

___Sai depois do colégio com o pessoal da minha classe, mas foi muito legal você ter levado a matéria para o Victor.

___É ele também ficou feliz hoje eu pretendo ir velo de novo. Disse despreocupada, mas nesse momento a expressão de Hugo mudou para um rosto totalmente serio então decidi perguntar.

___Tem algum problema eu ir? Perguntei mas ele não me deu uma resposta, mas tirou a mochila das costas e olhou dentro dela.

____Esqueci uma coisa. Disse depois se virou e correu descendo a rua em direção a sua casa.

___Se for agora vai perder o ônibus. Gritei enquanto ele se afastava, mas ele continuou correndo sem me responder.

Como havia dito o ônibus chegou, mas Hugo não voltou a tempo de pega-lo, achei estranha a atitude de Hugo parecia que ele não queria me responder.

Passei as primeiras aulas pensando nisso, mas quando saímos para o intervalo vi Hugo junto com seus amigos, assim que ele me viu veio até mim.

____Rachel na hora da saída, vamos juntos para o ponto ok. Disse animado e sorridente

____Tá bom, eu pensei que você não viria para o colégio, depois que você saio correndo e perdeu o ônibus. Disse

___Eu tinha esquecido minha postila de química, depois que a peguei meu pai me deu uma carona para o colégio. Respondeu parecendo um tanto nervoso, após disser isso ele se despediu correu na direção dos seus amigos. Era estranho Hugo dizer que esqueceu a postila de química, pois a professora Sandra também dava aula para o terceiro, mas ela fazia uma espécie de curso e não dava aulas de quarta.

As demais aulas passaram rápido e quando sai Hugo já me esperava em frente ao portão, seguimos juntos até o ponto, onde o ônibus não demorou a chegar, Hugo falava animado de seus amigos das aulas, entre outras coisas mais por algum motivo eu fique procurando contradições no que ele dizia, não sei por que fazia isso mais eu passara a sentir que não podia confiar nele, descemos no nosso ponto e ele me acompanhou até meu portão.

__Nos vemos mais tarde. Disse acenando e me dando um sorriso que retribui assentindo com a cabeça entrei, enquanto ele continuou descendo até seu portão.

Entrei em casa, e encontrei na mesa um bilhete da minha tia que dizia.

Deixei seu almoço no forno,

Tenha um bom dia e diga a Victor que lhe desejo melhoras.

Bjs titia

Peguei meu almoço no forno, parmegiana de berinjela, comi contente, depois subi para meu quarto, tirei minha camiseta de uniforme tomei um banho, coloquei um vestido, e uma rasteirinha, e peguei meu material, antes de sair do quarto me olhei ao espelho por um momento, o vestido florido ficava bem em mim, mas minha franja estava um tanto grande, passei a mão ajeitando a e sai.

Bati na porta dos Betone e quem me atendeu foi Hugo com um sorriso no rosto

____Entre Rachel. Pediu

Entrei e tive um sobre salto ao ver o senhor Betone sentado no sofá, ele olhou para mim com um sorriso amigável.

___Olá. Disse tentando parecer calma.

___Olá Rachel. Respondeu ainda sorrindo.

___Vamos subir então. Disse Hugo pegando meu braço e me guiando até a escada, e o senhor Betone acompanhou com o olhar toda nossa trajetória.

Paramos a frente do quarto de Victor que abriu de imediato depois da primeira batida, e dirigiu o olhar aparentemente surpreso para o irmão que entrou logo atrás de mim.

___Oi Victor. Disse enquanto colocava a mochila sobre uma cadeira e começava tirar dela as postilas__... hoje eu trouxe o meu caderno para que você copie a matéria. Disse e Victor veio até minha direção pagando o e folhando.

Apesar de não haver nem um motivo para isso Hugo permanecia conosco sentado na cama, nos observando.

___Você tem que voltar logo para o colégio, e também já esta chegando o dia da apresentação do trabalho de artes. Disse quebrando o silencio que se formara.

___Não sei se vou poder ir desculpe. Respondeu.

___Mas não parece que tenha algo de errado com você, e esta se tratando não esta? Perguntei, ele pensou por um segundo, mas antes de dar lhe chance de responder perguntei.

____E agora pensando nisso, eu não te vejo saindo nem ninguém vindo até aqui, quando é que você se consulta?

Após minha pergunta, Victor olhou para mim aparentemente surpreso mais Hugo se levantando da cama e caminhando até nos respondeu por ele.

___Você não viu porque é na hora que estamos no colégio. Disse mas eu tive quase certeza que ele havia acabado de inventar aquilo então perguntei.

___Qual o nome do psicólogo?

___É Vanessa Miranda. Respondeu meio que gaguejando.

Olhei para Victor mais ele parecia evitar que nossos olhos se cruzassem, me senti paranoica e louca mas cada instinto meu gritava que aquilo era mentira. Porque Hugo estava mentindo e porque Victor não dizia nada, estavam tentando me fazer de idiota? Aquilo me irritou realmente.

___Pede para o Hugo me entregar meu caderno e postilas amanhã no colégio. Disse peguei minha mochila sai do quarto, desci as escadas quase correndo, quando cruzei a sala saindo pude ver que o senhor Betone se levantou me olhando sair, mas logo depois subiu correndo escadas a cima. Entrei em casa e subi correndo até meu quarto peguei meu notebook e após brigar um pouco até conseguir conectar a internet, pesquisei todas as psicólogas, e consultórios da cidade e das três vizinhas, mas como já suspeitava não havia nenhuma chamada Vanessa Miranda, fechei meu notebook, com raiva porque eles estavam mentindo para mim, me joguei na minha cama por algum motivo tinha vontade de chorar, quando de repente ouvi alguém bater na porta me levantei com um pulo devido ao susto e desci para atender, senti meu corpo inteiro se endurecer e um arrepio subir por minha espinha quando á abri e dei de cara com o senhor Betone.

___Oque o senhor esta fazendo aqui? Perguntei sentindo minha garganta embargada e demonstrando mais medo do que gostaria.

___Aconteceu alguma coisa você saiu correndo de casa, Hugo disse que você perguntou sobre o tratamento do Victor e depois que ele te respondeu você ficou estranha e saiu. Disse encarrando me.

___Não aconteceu nada eu só me lembrei que tinha esquecido o gás ligado. Menti sentindo cada vez mais o pânico tomar conta de mim.

___Não esta com cheiro de gás. Disse dando um passo para dentro.

___Meu tio esta lá em cima ele chegou antes de mim e desligou. Menti de novo, ele estava praticamente dentro de casa eu estava sozinha não sabia oque ele pretendia talvez dizendo que meu tio estava em casa ele se intimidasse.

____E bom saber que não foi nada e que você esta bem se era só isso acho que já vou. Disse com um sorriso, saindo. Fechei a porta trancando a, apoiando as costas nela enquanto sentia minhas pernas desvaecerem, e as lagrimas de medo começaram a cair desenfreadas. Respirei fundo e pensei no que poderia fazer. “Chamar a policia?” não, e dizer oque que meu vizinho me matou de susto vindo a minha casa perguntar se eu estava bem, “Contar para meus tios?” não, eles pensariam que estou ficando louca sem falar que se dão bem com o senhor Betone e seria a palavra dele contra a minha uma adolescente de 16 anos. Minha cabeça doía e dei um grito quando ouvi o telefone tocar, era minha tia que queria saber se estava bem e se havia achado o almoço que ela deixou para mim, ouvir sua voz me acalmou um pouco, mas ela percebeu que eu não estava bem.

___Aconteceu alguma coisa? Porque sua voz esta estranha. Perguntou

___Estou bem só acho que vou ficar gripada. Menti tentando melhorar a voz

___Quer que eu vá para casa ficar com você? Perguntou preocupada

___Não precisa vou ficar bem. Recusei pois não queria que ela me visse chorando, e ficasse preocupada.

___Tudo bem então se sentir se mal liga para que seu tio venha ficar com você ok. Disse então me despedi e desliguei.

Subi para meu quarto e tranquei a porta deitei em minha cama sentindo o mundo girar a minha volta por mais que pensasse não conseguia entender o porquê das mentiras, e entrava em desespero completo quando pensava no senhor Betone, de alguma forma tudo que ele dizia e fazia pareciam uma ameaça passei quase a tarde inteira desse modo, mas fiz o máximo para me acalmar quando ficou próximo do horário de meus tios chegarem, ao me ver eles ficaram preocupados comigo mais consegui convence-los que era apenas um resfriado.

A noite deitada em minha cama sentia confusão e medo, me sobre saltando ao ouvir qualquer barulho, e quase cai da cama ao ouvir algo bater contar minha janela, me levantei devagar e me aproximei da janela temerosa, e para minha surpresa ao abri-la e olhar para baixo vi Victor parado em meu quintal me fitando com seus olhos verdes que ficavam ainda mais realçados sobre a luz da lua.