Caçada escrita por lols


Capítulo 3
Pingente.




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Desde aquele dia, June vem me espreitando sempre que pode. Não me deixa mais ler qualquer livro quando estou limpando a biblioteca. Era um pé no saco ter que ouvi-la se irritando com tudo o que eu faço.

Mas eu finalmente havia conseguido escapar dela por um momento.

Vesti meu cachecol branco – apesar do frio- e sai, caminhando pelo bosque e tocando em todas as arvores, imaginando se iriam congelar como o carvalho, mas nada aconteceu, então de boa.

Ao chegar ao meio do bosque, me sentei no chão perto de uma arvore e peguei uma flor que estava nascendo ali.

Ainda estava tensa de como eu tinha conseguido congelar um pedaço do carvalho.

Olhei atentamente para a flor. Nada.

Segurei-a com força. Nada.

Tudo o que eu tentava, de nada adiantava.

- Você ainda não treinou o bastante para congelar as coisas quando bem quer. – disse a mesma voz que eu havia escutado no carvalho.

Me afastei um pouco dela. A mulher só revirou os olhos.

- Não vou lhe fazer mal. Não sou tão má assim. Ainda mais com você.

Aquilo me deixou confusa.

- Eu não entendo. Por que comigo não? – perguntei.

Ela pegou a flor que estava em minha mão e a observou.

- Mais uma criação bela de minha mãe. – disse delicadamente.

Pensei que ela iria fazer alguma coisa bonita, mas em vez disso, a flor começou a apodrecer e ficar congelada até quebrar em suas mãos.

- Como você consegue fazer isso? – perguntei, olhando os vários cacos do que, outrora, fora uma linda flor.

Seus olhos se viraram para mim.

- Penélope Summers. Eu não quero que você fique com esses meros mortais. Ainda mais com um monstro te atormentando. – disse ela, seriamente.

Um impulso rebelde veio em meu corpo.

- E quem você pensa que é? Minha mãe? – perguntei.

Seus olhos cintilaram. Mas ela não respondeu.

- Tem uma maneira de você sair daqui. Mas tem que ter muita astucia. Existe um lugar...  feito para pessoas como você. E eu quero que você vá para lá. Essa noite.

Era estranho. Nem a conhecia e ela estava me dando ordens. Mas tinha alguma coisa nela que me era bastante familiar.

Ela me estendeu um colar que tinha um pingente em forma de um floco de neve com cinco pontas, dois círculos e uma coisa a mais... um P no meio dos círculos. Um tanto quanto estranho.

- Eu a considero minha filha agora. Você é Penélope Summers, filha do Inverno, da Neve e do gelo. – sussurrou ela.

- O que você disse? – perguntei, erguendo o olhar.

Mas ela havia sumido. E, onde ela estava algum tempo atrás, um circulo de flores mortas e congeladas estavam em seu lugar.

O colar em minha mão ficou mais gelado, como um aviso. A corrente tinha algo escrito.

Essa noite. Não se esqueça, minha filha.


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