-Nicholas... - Mellanie me olhava confusa com uma das mãos nos lábios. Como que para confirmar o que havia acontecido.

-Não diga nada Mellanie. Eu não sei se quero ser considerado apenas um amigo seu.

-Eu... eu não sei responder. Quer dizer, eu te conheci hoje, mas gosto de você de uma maneira mais intensa do que gosto de meus amigos.

-Então me dê essa chance e me deixe beijá-la mais vezes.

-Depois. Você não disse que iríamos para o seu quarto no hotel depois do jantar?

-Eu disse, e é o que nós vamos fazer. Quando chegarmos lá, você me promete que vai deixar eu te beijar quantas vezes eu quiser?

-Pode ser. - Mellanie respondeu ficando vermelha.

-Você fica ainda mais bonita constrangida. - eu comentei com o propósito de deixá-la ainda mais vermelha.

-Eu não estou acostumada a tantos elogios.

-Mas devia. Não entendo porque não tem uma fila de caras atrás de você.

-Eu sou um tanto tímida.

O jantar passou rapidamente, e foi uma noite agradável. As brigas entre Alphonse e Mellanie me fizeram rir quase tanto quanto Sophie fazia. Quando percebi estávamos em uma rua, indo até o hotel e Sophie não saía da minha mente.

Eu me forçava a olhar e segurar a mão de Mellanie, eu achava que assim tiraria as lembranças dela do meu pensamento. Mas foi impossível, e as lembranças que vinham dela, eram apenas as ruins. Os momentos que ela estava chorando pela morte da mãe quando a vi pela primeira vez e quando chorava por causa de Matthew. Aquela história fazia meu sangue subir e eu sem querer apertava a mão de Mellanie mais forte.

Em pouco tempo estávamos no hotel, em meu quarto. Quando entrei, tirei meus sapatos e sentei na cama, trazendo Mellanie comigo e fazendo-a sentar em meu colo:

-Agora você deixa eu te beijar quantas vezes eu quiser? - eu perguntei beijando seu pescoço.

-É, pode ser. - ela respondeu um pouco constrangida.

Pouco depois eu estava sobre ela, e nós dois estávamos deitados na cama. Eu comecei a retirar a blusa de Mellanie, quando algo passou pela minha mente. Será que eu queria aquilo? Será que Mellanie queria aquilo?

-Mel, - eu perguntei com cautela. - você realmente quer fazer isso comigo? Agora?

-Nick, - sua voz estava ofegante. - eu realmente não sei. Eu qero, porque gosto de você, mas não sei se isso é certo. E você, quer?

-Eu quero Mellanie. - respondi confiante, apesar de não me sentir assim.

-E... Nick essa é a minha primeira vez. E eu realmente estou com um pouco de medo.

-Tudo bem. Eu vou tomar muito cuidado. - eu respondi terminando de retirar sua blusa.

Quiando era mais ou menos umas onze eu estava voltando para o hotel. Havia acabado de deixar Mellanie em casa e havia sido uma noite maravilhosa. Com ela por perto, eu não precisaria perder para Sophie.

Estava quase na recepção do hotel, sorrindo de meu triunfo, quando vi Sophie entrando. Ela carregava as sandálias de salto, que eu nem sabia que existiam, e usava maquiagem que já havia borrado. Eu resolvi esperar apenas para provocá-la:

-Oi Sophie. - eu disse ainda sorrindo. - O que fez hoje a noite?

-Oi Nick. - sua voz tinha um tom de desprezo. - Quer mesmo saber o que eu fiz hoje a noite? Ou quer se gabar? - ela gritava. - Porque não importa o que você diga, a minha noite foi melhor do que qualquer encontro com qualquer vadia que você tenha conseguido. E eu não faço idéia de como eu fui me deixar enganar por um safado como você. Esse é um dos seus poderes de demônio? Me fazer sofrer psicologicamente para depois me matar?

-Sophie, calma. - eu coloquei a mão em seus ombros. Porque eu tenho certeza de que a Mellanie é melhor do que qualquer babaca que você conseguiu. E você está com a maquiagem borrada porque não consegue parar de chorar por mim. - eu prossegui rindo no final.

-Ah, eu sei que a sua Mellanie é melhor do que qualquer babaca e é melhor do que eu. Por isso você a escolheu. - ela continuava gritando. - E você está certo Nicholas. Eu estava chorando por você mas era porque eu ainda achava que você tinha um pouco de sentimentos. Mas não, porque você é um demônio e nunca vai parar de usar as pessoas para se divertir com elas. Você não presta. - ela disse a última frase olhando em meus olhos, fazendo com que eu me sentisse a pior pessoa do mundo.

Eu pude ver o quão sinceras eram suas palavras. Eu era um monstro e ainda me achava legal por agir assim. Me arrependo de ter tido aquela crise de ciúmes, porque aquilo só provou que eu não confiava nela e que eu não estava pronto para ama-la.