Voltar pra casa!

Depois de tanto tempo reclamando que a minha casa era um inferno que faria de tudo pra sair dali, nesse momento era o que eu queria. Mais é estranho, sinto como se não devesse mais explicações a ninguém.

Quer saber, casa é o Caramba, eu quero é que os jogos comessem!

Fui andando e apreciando o por do sol, ninguém tinha ido me buscar, mais não ligo, odiaria ter que dizer aos meus pais que não me tornei uma pessoa melhor depois que sai da cadeia, e sim uma pior, sem escrúpulos.

Agora dou o valor certo as coisas, sentir o vento batendo no rosto, ver o sol se pondo, a lua e até uma velha casa na beira da estrada me deixava feliz. Isso só me mostra que ainda tenho um coração, espero que por pouco tempo, tudo o que menos preciso nesse momento é sentimentalismo.

Estava ficando muito escuro, quase não conseguia ver mais nada que estava a minha frente, cada vez estava mais próxima da pequena casinha de madeira, que agora tinha uma luz acesa e saia fumaça pela chaminé, indicando que havia alguém ali. Ao chegar mais perto vejo que tem um cachorro preso em frente da porta da casa. Pobre cachorro. É o que penso chegando mais perto. Seja bonzinho comigo , ok? Que juro que não lhe farei nenhum mal. Ele não foi bonzinho como eu queria, pobre cachorro, pensei mais uma vez.

Estava na frente da porta da pequena casinha de madeira, agora podia ver que tinha um homem que aparentava ser um pouco mais velho que eu. O cachorro latia muito alto, o que fez o homem olhar pela janela. Logo que percebi que ele estava olhando fiz uma cara de coitadinha, o que acho que partiu o coração dele.

–Entre...- Ele disse ao abrir a porta. –Está muito frio ai fora.- Ele pegou o cachorro e o levou para longe da porta, fazendo com que eu pudesse entrar.

Entrei na casa sem dizer uma palavra, estava com a pior cara possível. Aqueles anos de aula de teatro enfim serviram pra alguma coisa útil.

–Sente-se aqui, vou buscar um cobertor pra você.- Ele disse me guiando até uma pequena cadeira que estava perto da lareira. –Aqui, meu nome é Jhon. E o seu?- Ele pergunto se sentando ao meu lado e entregando o cobertor.

–Obrigada, não sabe o frio que está lá fora. Meu nome é Elizabeth, mais prefiro que me chame de Liza.- Eu disse olhando para ele dos pés a cabeça, ele poderia me ser útil pra algumas coisinhas.

–-- Continua ---