Querido Diário Otaku escrita por Panda Chan


Capítulo 41
Capítulo 41 - Procura


Notas iniciais do capítulo

Oooi gente
Obrigada por ter estarem acompanhando a fic.
Boa leitura.



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Dor.

Dor?

Está doendo.

O que dói?

Tudo.

Meu corpo inteiro estava doendo principalmente a minha cabeça, ela estava girando.

Mesmo de olhos fechados podia sentir as coisas se movendo ao meu redor.

- Deixe-a ali – disse uma voz rouca que não reconheci.

Quem está ai? Tentei perguntar, mas não conseguia mover minha boca.

Senti um baque e reprimi um gemido de dor, acho que fui jogada em algum lugar.

- O que faremos com ela? – perguntou outra voz, essa era mais grave.

- Não sei ainda – respondeu a voz rouca – Vamos deixar-la ai por enquanto.

Não, não me deixem sozinha, por favor. Queria implorar que ficassem comigo.

Você não está sozinha.

Ótimo, agora estou tendo alucinações com vozes estranhas. Ou talvez seja minha própria consciência, não sei.

Tentei abri lentamente os olhos e a luz os agrediu.

Não abra seus olhos. Não fale. Não se mexa. Não mostre que está consciente.

Mesmo sem escolha obedeci a voz da minha consciência.

- O que faremos se ela acordar? – perguntou a segunda voz, a mais grave.

- Vamos ter que bater novamente na cabeça dela – respondeu a voz rouca – Aquela garotinha mimada prepara sequestros de ultima hora, dá nisso.

Ouvi barulho de passos no chão e o som metálico de uma pesada porta se fechando.

Lembrete Mental: Sempre ouvir as vozes na minha cabeça.

Normalmente eu iria ignorar porque nunca se sabe quando é um espírito querendo possuir seu corpo, mas nunca hora dessas é melhor escutar.

Sério? Você está seqüestrada e talvez correndo risco de vida e pensa em espíritos?

Algo contra consciência? Meu diário nunca reclamou dos meus pensamentos esquisitos, então calada consciência.

Não devia ter pedido pra minha consciência se calar, o silêncio é a pior tortura nesse momento.

Não faço idéia de quanto tempo se passou, tudo que sei é que em algum momento eu adormeci e fui acordada por alguém que me chacoalhava com força.

- Ela acordou – reconheci a voz da noite anterior, era o homem de voz grave que me balançava.

Lentamente abri os olhos, agora de nada adiantava fingir que estava inconsciente. Diante de mim estava um garoto moreno, musculoso e bem bronzeado, o tipo de cara que quando você vê na rua sabe que faz anos e anos de academia tomando os piores tipos de ‘bomba’ pros músculos.

- Você está bem? – perguntou.

- Sim – respondi quase em um sussurro – Tudo dói.

Observei um pouco mais o rosto dele, por algum motivo podia sentir uma certa compaixão na sua expressão facial. Devia ser impressão.

Ele me ajudou a ficar sentada encostando meu corpo na parede gelada. Dei uma boa olhada no cômodo em que estava. O lugar era um enorme deposito com paredes de cimento lisas e geladas, o chão tinha apenas metade coberta por azulejos brancos e a outra, onde eu me encontrava, estava apenas cimentada. Havia uma janela pequena próxima ao teto na parede onde eu estava que lançava uma pequena luz no local o resto do cômodo era iluminado por lâmpadas de led. Havia de tudo lá, moveis araras de roupa, brinquedos e uma mesa de jantar onde um homem loiro, mais musculoso do que o moreno que me acordou, estava sentado comendo.

- Quem são vocês? – perguntei.

- Não te interessa – respondeu o loiro se levantando e vindo em minha direção, o moreno ficou tenso – Você está sendo seqüestrada gatinha, mas não se preocupe não faremos nada com você.

- Quem mandou?

- Isso você não vai saber – sorriu de forma sádica, demonstrando o quão divertido achava aquilo.

Olhei para o meu vestido vermelho se não fossem por algumas sujeiras ele estaria intacto como na noite anterior. Engoli o choro.

- Eu vou dar uma saída – disse o loiro – Dê algo para ela comer e não saia daqui.

Caminhou lentamente até a porta de metal e em seguida a fechou.

O moreno então foi até a mesa de jantar e começou a mexer em sacolas até encontrar algo que eu pudesse comer.

Só quando vi que ele estava me dando pedaços de pão na boca percebi que meus pés e minhas mãos estavam amarrados.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Lucca Daniel Way tinha vários problemas causados por uma mesma pessoa: Jullie.

Na noite do baile ele havia bebido o suficiente para deixar um elefante inconsciente e mesmo assim ainda pensava nela e em como se sentia traído por ela estar com o Foster.

Quando Andrew apareceu e lhe disse que ela havia sumido seu segundo problema apareceu: o sumiço da sua amada parente não o deixou descansar.

Logo foi para casa e avisou a tia e a avó, depois saiu pelas ruas de carro por toda madrugada em busca de alguma pista da garota. A policia em nada ajudava, pois era um sumiço recente então se quisesse algo ele mesmo teria que achar.

O seu maior problema se mostrou não ser nenhum dos citados acima. Quando seu tio, Daniel Way, o viu chegando em casa sem sua filhinha junto resolveu descontar a raiva.

- Como você não a achou? – disse com um tom casual, porém cheio de veneno.

- Eu não a encontrei só isso. O Foster deve ter encontrado ela e agora estão juntos.

- Você deveria ter encontrado ela – disse – Não devia ter tirado os olhos dela na noite passada.

- Ela estava com o namorado! Não ia ficar de vela.

- Se me lembro bem eu te mandei impedir esse namoro.

Essa era a pior parte de Daniel Way falar em um tom casual quando está bravo, é como se ele dissesse que você o decepcionou e mesmo quando você não quer agradá-lo se sente mal por isso.

Lucca não é uma exceção a essa regra. Ele preferia ouvir o tio gritando e descontando toda sua fúria nele naquele instante do que agüentar aquela tortura psicológica.

- Eles se amam, não podia impedir isso.

- Deveria ter impedido – massageou as têmporas – Agora você vai me prometer procurar ela e vai encontrá-la, entendeu?

- Sim senhor.

- Ótimo, dessa vez não admito erros.

Lucca foi tomar um banho. Graças ao sumiço na noite anterior ele não havia tido tempo nem mesmo de tirar a roupa usada no baile de máscaras. Sentiu a água morna cair sobre seu corpo e começou a chorar, finalmente poderia desabar.

A noite anterior havia sido de longe uma das piores de sua vida, quando viu Andrew fazendo o pedido e a expressão de felicidade no rosto de Jullie ao aceitar ele soube que estava fora da competição e isso foi o que mais doeu.

Tentar esquecer de nada adiantou, a coelhinha que havia conhecido não foi uma boa distração.

Ao sair do banho checou novamente o celular em busca de alguma mensagem ou ligação de sua pequena Ann, novamente o aparelho não mostrava nenhuma novidade.

Suspirou cansado ao olhar seu reflexo no espelho, as manchas ao redor dos olhos, a pele pálida e o corpo que dava sinais claros de cansaço. Estava pior do que imaginava.

Enquanto se vestia ouviu o toque que avisava sobre novas mensagens e pegou o aparelho rapidamente. Ao abrir a mensagem se decepcionou. Era Jessie.

“ Continua procurando sua irmãzinha? Venha aqui, posso ter informações sobre ela.”

Mal terminou de vestir a blusa e saiu usando chinelos em direção ao seu carro, tinha que visitar a vadia da Jessie.


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