Paranóia escrita por Yan Kimyona


Capítulo 1
Capítulo 1 - Início


Notas iniciais do capítulo

Olá mellorines e aquamens ^^
Espero que gostem do capítulo eu fiz com todo o carinho e amor que uma autora pode ter. Eu sei que no início é tudo meio confuso mas depois vai esclarecendo e se ajeitando. Perdoe qualquer erro ortográfico, e leia feliz =D



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Eu morava em São Paulo, mas aí uma proposta de emprego alucinante surgiu para o meu pai e tivemos que mudar de imediato para Brasília.

Imagina abandonar cada amigo que eu amo, cada lugar espetacular e marcante, largar tudo de uma vez só, por que um negócio do meu pai deu certo. Seria melhor seu eu soubesse que negócio foi esse que deu certo, por que eu até agora não faço a menor ideia do que meu pai tanto fala em casa na hora do jantar. Ninguém me conta as coisas dentro de casa, e nunca me escutam. Meu pai sempre focado no trabalho, duvido até que saiba o dia do meu aniversário, minha mãe, se preocupa mais nos problemas do vizinho do que com os meus e meu irmão, não faz diferença, ele nunca está em casa, sempre no trabalho ou jogando futebol e as raras vezes que fala comigo, é só para perguntar onde está o controle remoto da televisão.

Agora imagina uma menina de somente quinze anos que acabou de mudar totalmente de vida de uma hora para outra além de aguentar tudo isso, conversar com alguém que não existe!

Ok, vou explicar tudo o que aconteceu desde o início.

Era segunda-feira. Eu estava indo para a minha escola nova, sem um pingo de animação, afinal quem é o drogado que fica animado para ir à escola? Enfim, eu estava muito ocupada olhando para o pichação na parede do meu lado que sem querer eu esbarrei em alguém. Logicamente, como eu sou uma pessoa educada, ou tento ser, eu me virei para pedir desculpas. Era um garoto muito lindo por sinal, que parecia que eu nem tinha tocado nele.

-Me desculpa. – Eu disse um pouco baixo demais, acho que eu tinha me perdido sem querer naqueles olhos castanhos.

-O que? – Ele perguntou espantado.

- Foi sem querer, eu não estava prestando atenção na rua. – Eu disse um pouco mais alto.

- Você por acaso está falando comigo? – Ele disse apontando o dedo para si mesmo.

- É claro, eu esbarrei em você não foi? – Eu respondi, já achando que o pobre do menino tinha um parafuso a menos.

- Ah sim, sem problemas. – Ele sorriu, e que sorriso, ui.

- Ah, você está indo para a escola? – Eu perguntei, o que parando para pensar agora, foi meio idiota da minha parte, tipo, o garoto estava de mochila e com o uniforme da escola que eu havia sido transferida, é lógico que ela estava indo para a escola.

- Estou sim. – Ele respondeu olhando para os lados, como se quisesse conferir se tinha mais alguém na rua. Isso me fez pirar por alguns segundos. E se ele fosse um tarado que quisesse me estuprar só esperando uma oportunidade?

- Eu acabei de ser transferida para a Ensino Troia. Como é o seu nome? – Cara, eu realmente tava sendo muito intrometida.

- Bruno, e o seu?

- Vitória.

Aí, nós começamos a andar rumo a escola. Conversamos tanta coisa que eu nem lembro mais, eu só sei que ele foi muito gentil comigo. Quando chegamos ao portão, Bruno disse que ia fazer alguma coisa e que a sala que eu ia estudar 1º ‘C’ ficava no segundo corredor, terceira porta. Eu agradeci e segui até a sala. Quando eu entrei vi algumas garotas conversando, alguns garotos fazendo palhaçada, e alguns murmúrios como “Olha, a aluna nova.” Tipo, esse povo nem disfarça, credo.

Fui até a última cadeira bem no canto da sala, sentei, joguei o capuz da blusa de frio na cabeça, coloquei o fone de ouvido e comecei a ouvir música. Não muito alto, por que eu não sou uma garota puta e revoltada para ignorar Deus e o mundo, tá talvez eu seja um pouco, mas o caso é que tentar começar uma escola nova como a escrota revoltada não é lá muito atrativo.

Uma garota loira e bem bonita veio caminhando na minha direção, parou olhou para mim de cima a baixo e deu um sorriso.

- Oi, eu sou a Ana, qual o seu nome?

- Eu sou Vitória. – Eu disse tirando um dos meus fones, fazendo o capuz da minha blusa cair e mostrando meu cabelo.

- Nossa, seu cabelo é muito legal. – Ela disse pegando no meu cabelo, tipo, examinando ele.

- Obrigada. – Eu sorri.

- Gostei das mechas cor de rosa. É spray? – Ela perguntou.

- Não, é tinta mesmo. – Eu disse e coloquei o capuz de volta.

- Ah, ok. – Ela saiu de perto e voltou para a roda de garotas de corpos esbeltos e cabelos lisos. Acho que a minha cara feia assustou ela.

Alguns segundos depois, uma menina de óculos entrou na sala. Ela chegou pisando leve e olhou para mim.

- Aluna nova, esse lugar é meu. – Ela disse apontando para a cadeira que eu estava sentada.

- Desculpa, não sabia que você sentava aqui. – Eu disse pegando minha mochila, tipo, pronta pra sair do lugar dela, mas ela balançou as mãos.

- Tudo bem, pode sentar hoje aí, depois você procura um lugar pra você. – Ela disse e foi sentar do outro lado da sala.

Eu fiquei tipo, poker face, e sentei de novo. Isso de lugar é meio confuso ,na minha antiga escola, não tinha lá essas condições agradáveis, então todo mundo sentava no lugar que quisesse, tipo, os professores não estavam nem aí se a sala tava toda arrumada com as filas ajeitadas, contando que tivesse aluno, o resto era bobagem. É, eu estava em escola do pobre, mesmo com toda a grana que eu sei que o meu pai ganha, pelo menos a Ensino Troia é mais ajeitada, tem até ventilador de teto nas salas, um avanço, mas as paredes são todas pinchadas, ok, não se pode ter tudo.

Quando eu estava lá, viajando na via láctea, o Bruno chegou, olhou para mim e sentou na minha frente, rindo.

- Você sentou no lugar da Fernanda. – Ele apontou para a cadeira.

- Eu sei. A primeira coisa que ela fez quando entrou na sala foi cobrar isso de mim, mas ela disse que não tinha problemas eu sentar aqui hoje. – Eu respondi dando de ombros.

- A Ana já chegou com uma saudação forçada? – Ele perguntou rindo bastante.

- Saudação forçada? – Eu perguntei sem entender.

- É, ela é a representante de turma então ela acha que tem que ser simpática com todos, apesar de que tem algumas vezes que ela mostra seu verdadeiro lado. – Ele respondeu.

- E qual é o verdadeiro lado dela? – Eu perguntei curiosa.

- Você vai ver. – Ele respondeu sorrindo de um jeito misterioso.

Ok, esse garoto entrou dez vezes na fila de distribuição de beleza, que eu não tive oportunidade de pegar.

A nossa primeira aula era de filosofia. Uma professora baixinha entrou na sala e sem dizer uma palavra começou a escrever no quadro.

Tipo, tá né, simpatia zero aqui.

Podia pelo menos ter dado bom dia, ou sorrido. Todo mundo calou a boca e começou a copiar a matéria sem rodeios. Devia ser uma daquelas professoras rígidas demais ou qualquer coisa assim. Notei que o Bruno nem tirou o caderno da mochila, arranquei uma folha do meu caderno e rabisquei algumas palavras.

“Por que você não está copiando a matéria?”

“Eu só copio quando quero.” – O papel voltou com a caligrafia perfeita dele, tipo, colocou meus garranchos de primeira série no chinelo, mas ok.

“Copia quando quer? Preguiçoso.”

“Sou nada.”

Eu ri e voltei a copiar o texto que já estava na segunda parte do quadro, oh mulher para copiar rápido, credo.

O sinal tocou e tão rápido como a baixinha entrou na sala, ela saiu. Em seguida viria aula de história. Um senhor já de idade entrou. Ele sentou na mesa, olhou para os alunos, gargalhou e disse.

- Esse fim de semana fez um mal danado para vocês não é? Todo mundo com cara de ter caído da cama.

- Quem é que fica animado para vir para a escola professor? – Um garoto falou.

Concordo contigo rapaz.

- Tem razão, nem eu fico. Enfim, eu vou chamar por número e cada um vai mostrar o questionário no caderno que eu passei na última aula. E parece que temos uma aluna nova. – O professor deu uma olhada no papel em cima da mesa. – Vitória certo? – Eu acenei com a cabeça. – Já que acabou de chegar, eu te encarrego de pegar um caderno emprestado para completar toda a matéria que eu passei no início do bimestre, sabe?

Ele começou a chamar os alunos e eu agradeci por ele não ter feito aquele momento constrangedor que normalmente os professores fazem. Aquela palhaçada de “Venha aqui na frente e se apresente”

Pelo menos um professor com cultura. Amém.

Na escola foi mais ou menos assim, sem nada muito estranho, quer dizer, fora o fato que um garoto vomitou na sala e a gente teve que sair até a tia da limpeza tirar toda aquela nojeira, ainda bem que o garoto não vomitou em cima de ninguém e que ele estava sentado bem longe de mim.

Enfim, o que me lascou mesmo, foi no final da aula.

O sinal tocou e como eu sempre fui lenta para arrumar minha mochila eu fiquei lá, vegetando enquanto todo mundo saía avoado da sala. Bruno beijou minha bochecha e disse que precisava ir logo, eu me despedi dele, combinamos de nos encontrarmos no mesmo lugar para irmos para a escola juntos.

- Oi. – A garota que eu tinha sentado no lugar dela, veio falar comigo.

- Oi.

- Eu sou a Fernanda, seu nome é Vitória não é? – Ela perguntou.

- Sim. – Respondi.

- Conseguiu fazer alguma amizade? – Ela perguntou.

- Ah, o Bruno parece ser uma pessoa muito legal. – Eu disse mais para mim mesma do que para ela.

- O que? – Ela perguntou surpresa.

- Bruno, um garoto loiro de olhos castanho que estava sentado na minha frente a aula toda. – Expliquei.

- Eu não sei do que você está falando.  – Fernanda disse toda séria.

- Como assim, você não viu ele? – Perguntei confusa.

- Não tem nenhum Bruno na nossa sala Vitória, não tinha ninguém sentado na sua frente hoje. – Fernanda disse olhando fundo nos meus olhos.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Reviews, por favor ^^



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