Tudo começou tanto tempo atrás. Pouco mais que uma memória vaga resta, mas ainda assim tão forte na pele do mundo. Quem poderia dizer como a criança que naquele quarto nascia iria moldar a história?

Não o poderia a mulher que, sorrindo, a tinha nos braços. Para ela, a criança era apenas “minha filha”. Se para qualquer uma das amas, dos médicos, dos familiares ou mesmo ao rei que continha lágrimas se perguntasse, diriam no máximo que a criança seria a rainha que traria a prosperidade à nação.

Mas era mais. Muito, muito mais.

­— Senhora, deve dar um nome à princesa — disse uma das mulheres.

A mulher deitada na cama tocou com cuidado a face da criança, sentiu sua pele, seu calor. Quantos desejos ela haveria de carregar em seus ombros? Quantos sonhos e esperanças? Quantas vidas, quantos amores, quantos destinos?

Um futuro brilhante parecia se abrir para ela

— Ellienne… — a mulher em cujo seio dormia a criança falou docemente. — Ellienne Väulderifäng… A princesa dourada de coração nobre.

Quando escolheu esse nome, a mulher não imaginava a importância do que fizera. Mas foi ali que tudo começou.