Viajando Para A Morte escrita por Palavras ao Vento


Capítulo 3
Capítulo 3 - Volta


Notas iniciais do capítulo

Colocando alguns detalhes que deveria ter colocado no capítulo anterior.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/273035/chapter/3

Como se não houvesse mais ninguém os três saíram sem olhar para trás. O carro saiu da vila e virou a esquina, entrando na estrada principal da região, que dava a algum lugar. A mulher, que ainda estava dentro da casa, olhando pela janela, não fez nada para que eles a percebessem, nem fez nenhum esforço para se levantar e ir até eles, onde o carro ficou parado alguns segundos. Breno e Derick nem notaram que ela ainda estava dentro da casa, já Jack viu que ela estava na janela, apenas olhando. Mas não a chamou, não falou para eles esperarem, simplesmente olhou por alguns segundo e depois desviou o olhar. 

  Jack pensou que seria melhor deixa-la ali, para não acontecer novamente a mesma coisa, um pensamento meio egoísta e até maldoso. Enquanto viajavam para qualquer lugar, Jack ia com aquela cena em sua mente, pensando se aquilo fora a coisa certa a se fazer. Quando já estava começando a mudar de ideia, Derick rompeu o silêncio, olhou para trás, diretamente para Jack e disse:

  - Deixamos a quela mulher para trás, claro, como poderia esquecer uma das peças chaves para essa merda toda. Tirando o principal, que ainda está aqui, por pena. Quero deixar as coisas claras, não sou seu amigo, não sou seu guia nesse inferno e não quero mais te ajudar. Concordei em dar cobertura para Breno pegar o carro apenas para sairmos daquela maldita vilinha, bem que eu poderia ter te deixado lá, foi um descuido, mas ainda não é tarde demais. Vamos, Breno, pare o carro! 

  Breno olhou para Derick e, com uma cara de dúvida disse:

  - Você tem certeza? Estamos no meio do nada, ele não irá sobrevier aqui!

  - Mas é isso que eu quero, vamos, pare essa merda de carro, Breno - Disse Derick, já com um tom alto de voz.

  Breno parou bruscamente o velho carro, alguns segundo de silêncio, Derick ainda estava olhando para Jack, com uma cara até meia paranoica. Até que saiu do carro, foi até a porta de trás, abriu ela e arrancou Jack de dentro do carro. 

  Jack era um homem razoavelmente forte, mas Derick era maior e mais forte, e além disso, Jack não era de brigas. Mesmo que fosse uma luta por sua sobrevivência.

  Já caído no chão, Derick chegou bem perto e disse:

  - vamos, saia daqui, comece a andar para qualquer lado.

  Logo em seguida Jack começou a andar, mas Derick aproveitou a oportunidade e chutou se estômago, fazendo com que Jack caísse novamente. 

  Apareceu um sorriso espontâneo no rosto de Derick, um sorriso satisfeito, sabendo que Jack não teria muitas chances, afinal, estava escuro, não tinha mantimentos, estava a pé e não havia nada tão perto para servir de abrigo.

  Após isso, Derick entrou no carro, olhou pela janela novamente com seu sorriso de satisfação. O carro começou a andar e quando já estava longe, Jack se tocou que deveria se mexer se quisesse sobreviver. Olhou em volta e não havia nada, levantou-se lentamente, pensando e pensando, tentando achar uma solução para seu problema. Até que lembrou-se da mulher que deixaram para trás, e começou a andar em direção da vila novamente.

  Ele sabia que demoraria um bom tempo até chegar lá, porque eles percorreram mais o menos duas horas de carro, em uma velocidade mediana. Ele já estava com sede, afinal, a última vez que havia bebido água, foi quando ainda estava na vila.

  Sua velocidade de caminhada não era rápida, nem conseguiria, já estava andando lentamente e já estava cambaleando, de fome, de sede e de canseira. 

~~*~~

  Lá na vila, a mulher finalmente se levantou, mas ainda havia saído de dentro da casa, apesar de não ter mais tantos zumbis como antes, ainda haviam alguns em algumas áreas isoladas ao redor da vila, que ela conseguira ver pelas janelas. 

  Como Derick e Breno saíram as pressas da casa, não levaram nada do que tinham. Não tinha muita coisa, mas já era um início. Finalmente a mulher se levantou, após eles desaparecerem na esquina da estrada, ela percebeu que estava sozinha dali para frente, então começou a procurou por toda a casa coisas que poderiam se úteis, procurou no sótão, no potão, em todos os outros compartimentos da casa. 

  Encontrou pouca coisa, coisas razoavelmente boas e úteis, algumas velas, duas caixas de fósforos, um machado, um facão, uma lanterna e alguns mantimentos.

  Encostou alguns dos móveis que tinham na casa nas portas e tampou as janelas. Isso durou quase que a noite toda, ela não estava conseguindo dormir, estava assustada, cansada e estressada. Pegou o facão, uma vela pequena e sentou em um canto da sala, e lá ficou, a noite toda. 

~~*~~

  Jack havia parado para descansar em um ponto que dava para se esconder de qualquer coisa viva, ou morta, e se proteger do vento e do sereno. A estrada era deserta, e em alguns pontos quase completamente fechada por árvores. Ele havia encontrado uma árvore bem grande, com vários galhos e moitas fechando aquele canto, aproveitou e usou como abrigo para a noite.

  Logo de manhã voltou a caminhar e, depois de mais um tempinho de caminhada, ele encontrou uma pequena fonte de água, escondida por algumas folhagens que ela nunca a encontraria se não tivesse prestando atenção na margem da estrada, procurando exatamente algo relacionado com água.

  Ficou de joelhos e pegou a bolsa de suas costas, que por sorte, não havia tirado na casa quando chegara, e Derick não havia pedido ela para ele também. Pegou um pequeno cantil e encheu com a água que saia da terra. Aproveitou e também bebeu um pouco ali mesmo. 

  Depois de se refrescar um pouco com a água, mesmo ainda estando com fome, já havia se animado um pouco mais. Continuou sua caminhada, e após aproximadamente quarenta minutos, ele já conseguia visualizar um pouco da vila. 

  Até que chegou até ela, foi entrando novamente, desta vez sem gritar. Aproveitou que os zumbis estavam meio distantes e foi cautelosamente até a casa onde tudo acontecera. Percebeu que as janelas estavam tampadas e presumiu que a mulher ainda estava lá. 

  Chegou perto e bateu na porta, ninguém deu sinal de vida por alguns instantes. Então ela apareceu na janela, viu que era ele e foi até a porta, abriu e convidou ele para entrar. 

  Jack entrou e viu que ela estava com um machado na mão, percebeu também que ela já não estava tão assustada, agora ela passava um ar de firmeza quando olhava em seu olhos. Até que ela disse:

  - Feche a porta, não quero que ninguém mais entre, e empurre o sofá novamente como apoio para a porta. 

  Jack fez o que ela pediu e em seguida, olhou novamente para ela. 

  - Bom, agora quero te agradecer por não ter deixado aquele cara fazer aquilo comigo. Disse ela. Eu coloquei o corpo dele algumas casas para lá, achei que aqui o cheiro atrairia mais deles. 

  - Fez bem, não atrairia, eles gostam de carne fresca, mas ele iria ficar fedendo aqui dentro. Então não foi uma tarefa em vão.  Disse Jakc, olhou ao redor e continuou:

  - Parece que você se virou bem nessas últimas horas aqui sozinha, arranjou algumas coisas que, provavelmente estavam espalhadas pela casa e fez algumas precauções.

  - Bom, podemos conviver por algum tempo nessa casa juntos, mas sem gracinhas, e temos que trabalhar juntos se quisermos que tudo isso ocorra bem. 

  Ela estendeu a mão para Jack, em forma de comprimento um comprimento, e disse: 

  - Meu nome é Carol, vamos sobreviver juntos, eu tenho certeza! 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Viajando Para A Morte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.