P.o.v. Noah:

 Acordei desorientado sem nenhuma lembrança do que havia acontecido, não sabia aonde estava, nem porque estava lá. Avistei a minha frente uma linda garota de cabelos loiros.

-Qual o seu nome? Disse ela.

-Noah, Eu a-acho. Respondi gaguejando.

Seus lindos cabelos loiros enrolados, poucos dedos acima de sua cintura me tiraram a atenção do mundo.

- Você se lembra de alguma coisa? Disse ela me fazendo a voltar pra realidade.

-Nada... Respondi.

-É... Isso é bem comum em caso de mortes acidentais. Falou ela estendendo a mão me ajudando a levantar.

Peguei na sua mão olhando somente para seus cabelos longos e loiros que destacavam seus olhos verdes... Não conseguia desviar minha atenção.

Como ela é linda, pensei enquanto levantava.

-Então Noah, é ótimo ter você por aqui.. Prazer, Sou Alex.

P.o.v. Alex:

Noah... Tenho a sensação que seremos bom amigos.. Bem, talvez até mais que isso.. Meus olhos estavam vidrados naquele cabelo castanho e os olhos azuis que brilhavam como o céu.

-Vamos? Eu disse.

-Pra onde? Perguntou ele com um tom de curiosidade.

- Você vai ver, respondi pegando em sua mão e o guiando até o campus.

P.o.v Noah:

Ela segurava minha mão tão suavemente. Mesmo não sabendo aonde estava, me sentia seguro... Olhando ao redor, a minha direita estava um campus, logo a frente os dormitórios, a esquerda um ginásio e atrás de mim, vi que tinha um grande campo gramado cheio de árvores, até que era bonito.. Alguns segundos se passaram e me deu conta que estava em um Colégio Interno, de repente estávamos em um terraço, onde tinha uns bancos feitos de madeira e uma máquina de refri.

-Onde estou? Perguntei confirmando minha teoria.

- Em um Colégio interno. Disse ela.

- Como eu cheguei aqui? Perguntei curioso.

-Calma. Respondeu ela. – Eu sei que você tem muitas perguntas a fazer e eu irei responder todas. Esse é um lugar que dá uma segunda chance aos adolescentes que não conseguiram viver na terra, ou que tiveram uma vida horrível. Cada um tem sua história. Disse ela olhando para o céu cheio de nuvens..

P.o.v. Alex:

-O Que aconteceu na terra com você para estar aqui? –Perguntou ele.

-Quer mesmo saber? Contradisse enquanto pegava uns refris na máquina.

-Claro! Disse ele!

-Ok. Disse jogando um refri. Ele pegou-o facilmente, e abriu.

Era 17 de outubro, meus pais saíram a noite, e eu tinha 3 irmãos mais novos, eu era a mais velha, dentre eles eram 2 irmãs de 4 e 5 anos, e meu irmãozinho de 2 anos. Meus pais tinham saído para hora extra no trabalho noturno. Estávamos todos juntos assistindo TV quando ouvimos um barulho na porta, alguém tinha chegado, deveria ser meus pais pela hora. Então 3 Caras altos e fortes entraram com uma arma, me pareciam estupradores, então jogaram os corpos de meus pais mortos na minha frente e amarraram meus irmãos e o ajoelharam-nos no chão da sala, e disse:

- Você tem 30 minutos para achar o dinheiro dos seus pais nessa casa! Vão ser 10 minutos por cabeça! Comece! Ele gritou.

Eu tinha que achar o dinheiro em menos de 10 minutos, como era a filha mais velha,tinha 7 anos, procurei o mais rápido que podia em todos os cômodos em todos os lugares, mas não achava, nem na carteira ou na bolsa, em cima do guarda-roupa, dentro das gavetas, olhei para o relógio e 8 minutos já tinham se passado,ouvi eles gritarem:

- Vamos logo! Parece que vou ter que adiantar as coisas! Ele gritou.

- Nããão!! Eu Berrei do segundo andar. – Por favor ainda tenho mais 2 minutos!!! Berrei.

Ouvi o barulho de uma arma disparando e um das minhas irmãs gritando:

- Nããoooo, nosso irmãzinho! Por favor Mana! Por favor. Disse ela chorando e perdendo a voz.

Percebi como eles eram cruéis, já tinha procurado em todos os lugares da casa, mas não achei, 29 minutos haviam se passado, já estava sem esperanças mas eu tinha que salvar pelo menos uma, desci as escadas correndo, e tropecei, esbarrei com um vaso que tinha pouco mais que minha altura, ele caiu em cima de mim e se quebrou. Eu tinha muitos ferimentos e sangrava demais, caída no chão vi as economias dos meus pais, finalmente achei, mas era tarde demais, vi meu sangue escorrendo por todo o tapete branco, escutei outro barulho de tiro, logo depois fechei os olhos e nunca mais acordei para aquela realidade...

- Nossa. Disse ele. – Eu Si-si-sinto muito por isso.

- Tudo bem! Respondi sorrindo de olhos fechados enquanto lágrimas desciam...

Ele me correu e me abraçou forte dizendo:

- Eu sei que dói, mas a única coisa que podemos fazer agora é seguir em frente.. Disse ele me consolando..

Enxuguei as lágrimas e disse:

-Vamos então conhecer o resto do pessoal!

-Vamos! Disse ele com um grande sorriso no rosto.

Eu estava com uma sensação estranha, ninguém tinha feito eu me sentir daquele jeito antes, eu estava.. Eu estava.. Eu estava amando aquela sensação!