XVI — Pintinhas.

(...)

A situação havia ficado contrária. Agora, Edward era quem estava deitado na cama, completamente enrolado, cobrindo as pintinhas vermelhas em sua pele tão alva.

Deitada ao seu lado estava Isabella. Agora eles poderiam ficar abraçados porque não haveria nenhum risco de passar a catapora para o outro.

— Cinco, seis, sete, oito, nove — contou Isabella, que segurava o braço do amigo.

— Pare de contar! — ele tentou puxar, mas a menina o segurou mais firme.

— Não, — murmurou teimosa. — Dez, onze, doze, treze...

— Eu vou desmanchar a sua trança! — ameaçou, apesar de estar rabugento por não poder sair do quarto. As paredes pintadas em branco coral já estavam ficando repulsivas, na quarta semana de catapora.

— Você não se atreveria... — Isabella apontou o dedo indicador para ele, desafiando-a a bagunçar a trança lateral que a mãe havia feito.

— Claro que não, — aproveitou que Isabella momentaneamente havia se esquecido da contagem, e recolheu os braços. Pondo-os debaixo da camiseta. Aproveitando para coçar o abdômen.

Isabella mudou de assunto.

— Você mentiu, — disse com os braços cruzados, fitando o amigo intensamente.

Edward se encolheu com a acusação. Em menos de dois minutos fez uma retrospectiva mental para saber o motivo ao qual seria julgado e condenado por Isabella.

— Você sempre diz que iremos nos casar, — enumerou em seus dedos. — Eu não tenho nenhum anel — o indicador bateu diversas vezes no dedo anelar. — E você nunca me beijou!

Edward corou com a acusação.

— Beijo na bochecha não serve?

— E por acaso os atores se beijam na bochecha?

— Não.

— E então? — pediu, com as sobrancelhas içadas.

— Você quer que eu a beije? — os olhos do garoto estavam como duas bolas de basquete.

— Sim. E também quero um anel. A mãe de Jessica vende anéis por 1 Loonie!

— Quando eu puder sair de casa, compro esse anel para você.

Bella sorriu.

— Ainda falta uma coisa...

— Sim, falta.

As pintinhas vermelhas na testa, bochecha, queixo e nariz de Edward se fundiram ao vermelho do rubor que atingiu o garoto ao se aproximar da futura esposa e depositar um selinho em seus lábios.

Foi rápido, quase na velocidade da luz. Bella corou quando ele se afastou, e inesperadamente ficou muda.

Edward encarava o teto à sua frente. Queria assoviar para romper o silêncio, mas parecia que seus lábios estavam grudados com cola.

— Bella? Edward?

Os garotos se assustaram com o chamado de Esme, e rapidamente se afastaram.

— Oh, sim, você está aqui. Renée está pedindo para você descer, querida. Despeça-se de Edward.

Bella, ainda com as bochechas rubras — situação em que Edward estava semelhante — aproximou-se do garoto.

— Tchau, Edward.

— Tchau, — olhou para ver se a mãe estava os observando. Ao notar que Esme já havia descido às escadas, murmurou: — Tchau, futura senhora Cullen.