The Deadland. escrita por AnnyeWang


Capítulo 1
- Vocês... Vocês devem sair daqui imediatamente!


Notas iniciais do capítulo

Esta é minha primeira fanfic de Terror, então não esperem muita coisa... Mas prometo que está agradável. ♥
Melhorarei com o tempo. ~
Boa leitura!



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“Vocês... Vocês devem sair daqui imediatamente!”

Incrível como segundos podem mudar as vidas de populações inteiras, ou melhor, do mundo inteiro. Digo isso porque sei bem como é. Uma hora, estava lá, calma, assistindo a mais uma monótona aula de matemática e, na outra, correndo pela minha vida e pelo do meu grupo, na caótica terra dos mortos. “Terra dos mortos? Como assim?”. Irei explicar contando o primeiro dia de tudo.

                Lá estava eu, sentada em uma carteira da sala 2-B, encarando o quadro e as terríveis contas que o professor, Mr. Takahashi – como diriam os ingleses -, havia escrito. A única coisa fora do comum naquela manhã era como aqueles números se desenrolavam e como o Takahashi explicava aquilo tudo. Quanto mais ele falava, mais complicado ficava. Bah, eu detesto matemática...

                - Entendeu, Senhorita Wang?

                 Aquela voz grossa e rouca ecoou em meus ouvidos enquanto retirava-me do transe. Apenas confirmei com a cabeça.

                - Sim. Claro que sim! – Menti com a cara mais lavada do mundo.

                - Tem certeza? – Ele persistiu.

                No fundo, ele sabia que eu estava mentindo. Estava estampado no meu rosto o desespero de que ele perguntasse algo sobre a matéria e eu não soubesse responder. E como não queria parecer arrogante, não me desmentiu.

                - Sim, continue!

                Não estava nem um pouco interessada na aula e muito menos no que ele poderia ensinar. Takahashi-sensei balançou a cabeça negativamente, voltando a explicar.

                Logo escutei uma agitação e gritos no corredor. Tinha certeza que não era somente eu que havia ficado intrigada com isso. Todos os alunos olharam para a porta semi-aberta, tentando enxergar algo sem sucesso. De início, todos pensaram que era algum tipo de briga. Mas eu tinha certeza que não tinha como ser isso. Os corredores são vigiados por uma equipe de inspetores e alunos monitores de outros turnos para repreender algum tipo de vandalismo ou fuga de aula. O professor, sem saber como controlar a turma, tentou explicar que provavelmente algum aluno tinha passado mal e os colegas estão fazendo escândalo. Porém, a tentativa de organizar a classe era inútil. Todos cochichavam sobre a versão “sem-graça” do professor.

                Sem demorar minutos, um rapaz – Pela roupa, era um dos monitores - abriu a porta de nossa sala totalmente assustado e ofegante. Ele parecia insano. O medo tomava conta do seu ser. Seu uniforme monocromático estava completamente manchado de sangue, além dos rasgados que apareciam claramente. Seu braço e pernas tinham diversas marcas de mordidas. Ele parecia ter sido atacado por um animal selvagem, ou melhor, por um bando deles.

                - Vocês... Vocês devem sair daqui imediatamente! – A voz dele era em um tom alto e de ordem, porém falhada.

                O monitor correu em seguida. Pronto. Esse era o início do caos em uma pequena turma de quinze ou dezesseis alunos. Uns estavam paralisados, outros em completo pânico. Em situações como essa, o professor teria que acalmar a turma e não deixar ninguém se retirar sem a ordem do diretor. Eu, no entanto, levantei e comecei a me retirar da sala. Escutei o professor me mandar ficar, mas nem importei com isso. Ao chegar à porta, me virei para a turma novamente. Todos estavam em total silêncio.

                - Yuuta, Kamii! O que estão fazendo parados aí? Venham agora! – Disse a dois amigos com uma entonação de ordem.

                Sem hesitar, os dois se levantaram e me acompanharam. Ouvi cochichos novamente.

                Yuuta é um menino muito reservado e tímido, escondido por trás de um óculos. Apenas se abre comigo e com a irmã gêmea, Kamii. Ela, por sua vez, é totalmente ao contrário. Super agitada e carinhosa. Adora conversar e acha tudo muito fofo. “Vive no mundo cor de rosa”. Os irmãos Sato: Belíssimos cabelos cacheados castanhos e olhos azuis.

                Enfim, sem questionar, eles decidiram me seguir, lentamente, pelo corredor que, para nossa surpresa, estava vazio. As outras salas estavam do mesmo jeito. O pior de tentar bancar o detetive é não encontrar nada, pois todos sabem que pode ter alguma coisa aguardando. Nesse momento só escutava as batidas do meu coração vindo à boca.

                - Annye, o que estamos procurando? Cadê todo mundo? – Kamii se encolheu. – Estou com um pressentimento ruim...

                Nada fora respondido. Eu não sabia o que estávamos procurando... Talvez - só talvez - deveríamos ter ficado na sala de aula com todos. Quem sabe o que encontraríamos. Um vândalo dando facadas nas pessoas? Mas isso não explicaria as mordidas do monitor. Não tinha a menor lógica o estado daquele rapaz.

                Vi então uma figura estranha arrastando-se pelos corredores de maneira mais estranha ainda. Era um ser na qual eu já havia visto antes, entretanto completamente desfigurado. Por onde passava, deixava um rastro vermelho. Esta “pessoa” fazia ruídos diferentes, parecendo um animal raivoso que estava pronto a atacar a primeira coisa que visse pela frente. Mas seus barulhos não pareciam com nenhum animal conhecido. Suas vestes estavam sujas, rasgadas, úmidas e manchadas de sangue. Era visível uma mordida em seu braço direito – Assim como a do monitor – que estava em um roxo bem escuro, como se aquele local estivesse entrando em decomposição. Todos os cortes na pele estavam do mesmo modo. Os olhos da aluna – Sim, aluna. Era identificável pelo uniforme que era alguém da escola – eram pretos e grandes, como quando uma pessoa morria. A boca salivava muito, além de ter um tom escuro também. Era como um morto, porém vivo.

                - Hina! O que houve com você? – Kamii gritou, reconhecendo a amiga.

                Kamii correu ao encontro de Hina – A figura aparentemente morta no corredor -, entretanto manteve uma distância de um metro mais ou menos. Provavelmente havia estranhado a aparência de sua amiga e o jeito que ela se portava. Ela, no entanto, não respondeu. Parecia cheirar Kamii à distância. Neste momento, congelei.

                - Kamii, sai de perto dela... – Lhe dei um aviso. Minha voz falhava.

                Eu estava morrendo de medo do que poderia acontecer. Aquela menina era uma ameaça. Não estava consciente, com certeza. Parecia querer devorá-la.

                Rapidamente Hina agarrou a Kamii e, fazendo uma força incrível, tentava morder o rosto da mesma. Eu estava certa. Por sorte, Kamii assustou-se e, automaticamente, segurou a cabeça da “amiga”, tentando afastá-la. Percebia a aproximação de centímetros e que Kamii não aguentaria segurá-la por muito tempo. Minhas pernas estavam paralisadas e sabia que as de Yuuta também estavam. Sentia meu coração vir à boca novamente e meus olhos encherem de lágrimas. Eu era uma total inútil naquele momento.

                - Annye, me ajuda! Yuuta, me ajude também, maninho! – Kamii gritava por ajuda, enquanto seus olhos lacrimejavam. – Hina, pare com isso, por favor!

                Por mais que ela chamasse, não conseguia mover um músculo. Tinha certeza que Yuuta estava do mesmo jeito que eu. Comecei a chorar. Nem ajudar uma amiga eu conseguia! Isso tudo era culpa minha. Ela ia morrer porque eu a mandei sair da sala comigo. Se tivéssemos permanecido lá... Nada teria acontecido e estaríamos todos bem! Pobre Kamii, seria devorada viva por uma “canibal”.


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Notas finais do capítulo

Será que Kamii será devorada por Hina? Ninguém a salvará? O que acontecerá com Annye e Yuuta?
~ Próximo capítulo!