Believe: Let Ya So Fall - 2 Temporada escrita por biebsgirlfriend


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Voltei finalmente! Vamos ler? :D



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– Filha! Que saudade! - Sam abraçou a filha com força. Sally deixou a mala cair no chão, abraçando a mãe de volta.

– Oi mãe. Também senti...

– Cadê seus amigos? - As duas entraram, subindo animadas até o segundo andar.

– Eles vão chegar em três dias, mãe.

– Ah. Queria conhecer o Caleb.

– Você já conhece mãe.

– Não lembro dele. - Entraram no antigo quarto da garota. Sally suspirou, olhando a cama. A última vez em que esteve naquela mesma cama, estava com Justin.

Depois dos arcanjos levarem Justin, ela ficou na casa do irmão, Antony. Não tinha mais coragem de ficar na mesma casa.

– Você quer tomar um banho? Vou preparar o jantar e vou ligar pro seu irmão. - Sally sentiu a mãe segurando suas mãos, fazendo com que ela a olhasse. - É bom te ter de volta, filha.

– Mãe...

– Não! Me deixa ficar feliz! - Sam tinha os olhos cheios de lágrimas.

– Vou pro banho... - Sally largou a mala no chão, abrindo-a com cuidado.

– Quer saber? Deixa pra tomar banho depois, filha. Troca de roupa e desce lá pra gente conversar! Estou com saudadees da minha filhinhaaa! - A mulher saiu do quarto cantarolando, deixando Sally absorver a sensação de estar ali sozinha de novo. Respirou fundo, procurando as roupas dentro da mala. Ela deixaria para revirar o quarto depois.



















O jantar tinha acabado e estavam todos jogados pelo sofá, enquanto Sally contava como foi se despedir dos amigos na rodoviária.

– A Steph ficava imitando ele falando “ela não devia ir sem a gente” enquanto ele dava uns tapas nela! Ele ficava resmungando de canto... – Ela suspirou ao lembrar.

– Mas você o adorou falando assim, fala sério, maninha.

– Não, credo! Ant! – Sally deu um tapa no irmão, enquanto todos riam dela. – Quer saber minha gente? Eu vou dormir! Amanhã terei um dia longo! Adeus!

Sally mandou beijos para a família, já subindo as escadas pro quarto.















O telefone tocava sem parar, fazendo Sally se revirar na cama. Quando finalmente ficou consciente o bastante, estendeu o braço pelo criado mudo, buscando o maldito aparelho.

– Hm. - Resmungou, quando colocou o telefone na orelha.

– BOM DIA AMIGA!

– ...

– Ai pelo amor de Deus não me diz que tá dormindo.

– Não to mais. - Sua voz estava grossa, falha.

– É quase meio dia!

– Tanto faz.

– Sally! Poxa.

– O que foi, amiga?

– Te liguei animada pra saber como você tá e é assim que você me trata?

– Desculpa. - Steph tinha o poder de deixar Sally se sentindo mais culpada que Hitler em seu ultimo segundo de vida.

– Tudo bem. Deixa que eu te ligo mais tarde... Ou você me liga porque ai eu não vou atrapalhar nada de novo.

Sally bufou, revirando os olhos.

– Chega Steph. Chega. Como tá ai?

– As meninas surtaram quando eu disse que você foi pra casa e que eu iria também.

– Awn.

– E o Caleb só falta ir caminhando até ai, porque só por Deus viu?

– Awn. O que ele fez?

– Não para de falar de você. "Como a Sally deve estar?", "será que ela tá bem?", "o que ela deve tá fazendo?", "ela não devia ter ido sozinha".

Steph imitava a voz do garoto, fazendo Sally rir.

– Como você tá, hein? - Steph perguntou baixinho depois de alguns segundos de silêncio.

– Nhá. Sei lá. A ficha não caiu ainda.

– Segura ela até eu chegar tá?

– Vou fazer o possível... - Sally suspirou.

– Hey eu vou lá fazer almoço e vou arrumar as malas se não eu deixo pra ultima hora. Qualquer coisa me liga amiga.

– Pode deixar Steph. Se cuida...

– Você também.

Sally ficou olhando o teto, ainda segurando o telefone na orelha. Ela sentia as lembranças vindo. Sentia as lembranças vibrando no ar, tocando sua pele, prontas para dominarem sua mente...

Ela suspirou, levantando lentamente. Tinha um longo dia pela frente, por mais que metade dele já tivesse passado.

Decidiu que iria para o castelo do leste, sozinha. Precisava revirar tudo e precisava pegar os diários de volta. Precisava encontrar Tom e então teria a ajuda dele. Era sua chance de fazer tudo dar certo.










– Mãe. Tá tudo bem. Eu quero sair um pouco sozinha. Quero ver tudo aqui. Me deixa ok? Não sou mais criança. Vai ficar tudo bem.

Sally deu um beijo na testa da mãe e saiu porta afora para "relembrar a cidade".

Estava na hora de voltar ao passado.

Suas mãos úmidas foram secadas na calça e então seguiram até sua bolsa que ela apertou, revisando mentalmente se tinha pegado tudo que precisava. Continuou andando pelas calçadas, observando como tudo ainda continuava normal ali.









Ela andou até o ponto de táxi procurando algum que estivesse livre. Sorriu para um homem mais velho sentado no capô de um dos carros, se aproximando dele.

– O senhor está livre?

– Sim, senhorita. - O velho sorriu simpático.

– Pode me levar ao castelo do leste?

– Claro. Mas tem certeza de que vai lá sozinha?

O homem abriu a porta para ela entrar e seguiu para a porta do motorista, entrando também.

– Qual o problema?

– Aquele lugar está praticamente abandonado. O dono desistiu de vender, tirou o guarda de lá...

– Por quê?

– Parece que tentaram invadir o castelo. Invadiram, aliás. Há uns dois anos. E deixaram algo que fez o dono desistir de vender o castelo.

– Quem é o dono?

– Ninguém conhece. Ele nunca sai de lá. Ou nunca está. Ninguém sabe.

– Estranho... - Sally suspirou. Ela sabia que a culpa do castelo não estar mais a venda era dela e do anjo. Eles foram os responsáveis pelo caos no castelo. E agora, Tom não deveria mais estar lá. De qualquer modo, ela precisava pedir desculpas ao dono, mas, como?

A viagem até o castelo passou rápida, com Sally presa em seus pensamentos sobre o que fazer quando chegasse lá. Estava com medo do que iria encontrar. Estava com medo das lembranças. Precisava da amiga ali. Porque ela quis vir sozinha?

– Senhorita, chegamos.

Sally acordou de seu transe, vendo o taxista sorrir para ela.

– Oh, tudo bem. - Ela entregou o dinheiro para o velho. - Obrigada senhor, acha que vai estar disponível mais tarde? Talvez eu tenha que chamá-lo...

– Não quer que eu espere?

– Melhor não. Acho que vou demorar. - Sem muita vontade, Sally desceu do carro.

– Então tome aqui meu telefone. Qualquer coisa me ligue mocinha.

Sally forçou um sorriso pegando o cartãozinho.

– Obrigada. Até mais.















Respirou fundo, vendo o taxi ir embora, levantando uma poeira no chão de terra. Suspirou, virando para o portão ao seu lado. Sally mordeu o lábio, seguindo o muro, tentando chegar até a parte mais baixa onde tinha entrado nas outras vezes.

Quando estava dentro da propriedade, seus olhos viram como as árvores estavam sem vida, a grama quase seca e o ar pesado.

Parecia realmente abandonado.

Seus olhos ficaram perdidos pelo jardim gigante, que ela nunca tinha parado para observar direito. Resolveu contornar o castelo, seguindo perto do muro que cercava a construção. Virou-se para a esquerda, voltando a passar pela entrada do portão, trancado. Mais a frente à casinha do guarda, e então mais jardim completamente abandonado. Seguia pela lateral esquerda, tendo que tampar os olhos do sol para observar o castelo daquele ângulo.

Um suspiro escapou de seus lábios e ela voltou a observar o jardim. Ela observava o muro alto e tentava prestar atenção também em tudo ao redor da propriedade. Parecia tão assustador fora daqueles muros... Sally passou a praticamente correr pela extensão, chegando até o lago, mas longe da cabana.

O lago era mais baixo ali, como se estivesse secando. Uma pequena pontezinha formada por pedras cruzava o lago, aumentando sua curiosidade para ver o que existia além do que ela podia enxergar.

Mordeu os lábios, deixando a bolsa no chão para então descer o pequeno barranco, pisando com cuidado nas pedras, tentando se equilibrar longe o bastante daquela água que a sufocava.

Sally gemeu, pensando em como seria bom ter os amigos ali com ela. Respirou fundo, atravessando com cuidado, pedra por pedra, se xingando mentalmente por ser tão curiosa.

Quase caiu ao subir para o outro lado. Assim que ficou de pé, parou em silêncio, tentando ouvir algum barulho, mas tudo que ouvia eram a água e alguns pássaros.








Ainda curiosa, Sally deu alguns passos para dentro da mata, encontrando árvores grandes cercando uma pequenina clareira, delicada e por incrível que pareça, extremamente cuidada em relação ao resto do castelo. Animada, a garota começou a correr entre as árvores, tentando chegar rápido aquele lindo lugar.

O sol surgiu sobre ela mais uma vez, fazendo com que ela sorrisse fraco, abrindo os braços pra ele. Ela fechou os olhos, deixando que o corpo girasse feliz pelo gramado, dando-lhe uma sensação de paz e de segurança.

A primeira imagem a surgir em sua mente foi a de Justin. Ela aumentou seu sorriso, ao ver ele. A sensação era tão boa que Sally podia sentir Justin perto dela. Ela podia sentir seu cheiro. Ela quase podia sentir o calor dele rondando seu corpo conforme ela dançava a sua dança lenta e pacifica.

Quando a sensação de ter alguém lhe observando ficou maior do que todas as outras sensações, Sally se obrigou a parar sua dança, abrindo os olhos confusa, procurando seu espectador.

Ela girou nos calcanhares, buscando os olhos que sentia sobre suas costas.

Mas o que Sally encontrou não se tratava de alguém lhe observando.

Era alguém, mas ele não podia ver a garota.

Um grito longo apavorado ganhou vida na garganta da garota, preenchendo a mata de forma a fazer todo o tempo ao seu redor parar.

Alguns passos a frente de Sally, o corpo de Brian estava preso a uma das árvores, já sem vida. Estacas prendiam seu corpo pela altura do tronco, agora nu. Suas mãos estavam presas a várias estacas menores, suas pernas livres, desencostadas da árvore, com vários machucados na pele livre pela bermuda do garoto.

Seu rosto meio tombado para o lado, mostrava que os olhos dele haviam sido arrancados. Sua boca, costurada de forma nem um pouco cuidadosa.

Sua pele estava inchada, escura. Ele deveria estar ali há alguns dias.

Assim que o grito parou, Sally o substituiu por muitos outros gritos menores, curtos, conforme ela puxava seus cabelos, horrorizada. O choro fez a garota cair ajoelhada, balançando o corpo para os lados, murmurando incontáveis vezes "não, não, não!".

As imagens dos momentos felizes ao lado do garoto surgiram em sua mente. Logo depois, quando Brian abusou dela. E por último, Justin esmurrando o garoto, quando ele tentou abusar dela outra vez.

Respirou fundo, engolindo o choro enquanto, vacilante, tentava sair dali. Ela precisava de ajuda. Sally levantou com cuidado, tapando a boca conforme tentava não gritar, nem olhar outra vez para o corpo.

Saiu correndo de volta ao lago, com medo demais para continuar observando aquela... Coisa, jogada no chão. Coisa. Era isso que Brian tinha se tornado agora. Uma coisa nojenta, arrepiante e morta.

A garota escorregou pelo gramado, caindo direto para o lago, entre a água e as pedras, deixando mais um grito preencher o lugar, quando seu corpo despencou sobre as superfícies.

Ela se manteve imóvel, com medo demais de se mexer e acabar piorando sua situação. Seu choro estava incontrolável e Sally continuava a tremer compulsivamente. Os segundos se passavam e a água gelada parecia piorar toda a confusão dentro dela.

O medo estava a deixando irracional de novo. Sally sentia como se o corpo de Brian pudesse vir até ela. Como se aquele corpo apesar de morto, ainda pudesse tentar violentá-la. Ela precisava sair dali.

Se virou com cuidado, se segurando nas pedras úmidas, tentando inutilmente subir nelas. Após muitas tentativas fracassadas, Sally nadou até a beirada do lago de novo, subindo um pouco o barranco, para que finalmente pudesse subir na maldita trilha de pedras. Ela estendeu os braços para os lados, caminhando com dificuldade, enquanto a água escorria pelo seu corpo agora ensopado.

Suspirou de alívio ao se agarrar ao outro lado da propriedade de novo, jogando o peso do corpo para o gramado alto, rolando para aquela terra seca e quente pelo sol. Permaneceu mais alguns segundos deitada sobre a grama, como se ficar ali, pudesse dar forças a ela de novo.

Seu rosto virou para as árvores densas e escuras do outro lado, trazendo a imagem de Brian a sua mente de novo, fazendo com que o choro voltasse com mais força.

– Droga, Justin. Onde você tá? – Sally levantou cambaleando, olhando perdida para todos os lados do castelo, procurando uma alma viva.

Nada.

Pegou sua bolsa e seguiu tremendo pelo jardim, chegando às flores – agora quase todas mortas – perto da cabana. O choro continuava presente e agora não era só a imagem de Brian que rondava sua mente.

As lembranças do último olhar de Justin. Os arcanjos. O último beijo. O sussurro falho de Justin dizendo que a amava. Os arcanjos levando Justin para longe dela. A briga que começou entre eles, enquanto Justin tentava inutilmente conversar com os arcanjos para explicar cada pequeno sentimento. A razão de cada pequeno acontecimento entre eles.

E então Justin voou.

E por último caiu, sem vida.






Sally caiu ajoelhada na pequena trilha, exatamente o mesmo lugar da ultima vez. Seus olhos pareciam enxergar ela mesma, dois anos atrás, correndo até o anjo agora jogado no chão sem vida. Ela podia ver ela mesma chorando compulsivamente enquanto tentava acordar aquele pedacinho de céu, em seus braços. Ela pode ver um dos arcanjos andando até ela, pegando o anjo de seus braços, jogando-o sobre o ombro, enquanto se afastava dizendo “ainda não acabou para ele”.

Mas estava tudo acabado. Sally enxergava ela mesma, sozinha, chorando, enquanto via todos aqueles anjos subindo de forma sobrenatural, sumindo entre as nuvens escuras, deixando apenas a chuva sobre uma Sally atirada no chão, agora também sem vida.








O telefone tocou, tirando Sally do transe. Abriu sua bolsa com cuidado, lendo “mãe” no visor de seu celular. Ela não podia atender nessas condições. Não podia.

Desligou a chamada e jogou o telefone dentro da bolsa mais uma vez, voltando a encarar tudo a seu redor.

Ela precisava dos diários. Precisava arrumar uma maneira de sair dali para então avisar a polícia sobre Brian. Ela precisava conversar com alguém. Não era possível ela estar sozinha naquele lugar. Não era possível.








Sally correu lentamente pelo jardim, seguindo em direção a lateral direita do castelo. Ela correu com dificuldade em suas roupas encharcadas, até a mesma porta que Justin tinha aberto para ela na outra vez.

Se negando a ter mais lembranças, levava as mãos tremulas até a bolsa. Procurou um clipe no meio de toda a bagunça, paralisando quando pensou ouvir um barulho.

Mais alguns segundos paralisada e então balançou a cabeça, se livrando de todos os temores para se concentrar naquela tarefa:

Abrir a porta.

As suas mãos tremiam, o clipe não se encaixava direito, e ela já não conseguia se lembrar de como é que Caleb havia lhe ensinado aquele velho truque barato.

Enquanto Sally resmungava e amaldiçoava a própria futura geração, um garoto parou atrás dela, de braços cruzados, observando-a em seu pequeno ato, sem que ela percebesse.









– Se quiser eu tenho a chave desta porta.

Uma voz rouca, suave e até meio delicada, soou atrás de Sally, fazendo com que ela arregalasse os olhos, pulando e em seguida paralisando com o clipe na fechadura.

– É só dizer o que você procura e posso abrir a porta para então ajuda-la a encontrar.

– Desculpa! Ai meu Deus, desculpa! – Sally tapou os olhos, com medo demais para virar na direção dele. – Eu não queria meu Deus. Desculpa!

– Calma. Está tudo bem. Porque está molhada desse jeito? Você entrou no lago? Está maluca, menina?

– Eu caí. – Sally se virou lentamente, olhando para o chão, ainda com medo.

– Caiu? – Sally finalmente olhou para ele que tinha a sobrancelha arqueada. Quando o garoto avaliou seu rosto, seus olhos se arregalaram e ele pareceu petrificar no lugar.

– Desculpa, por favor. – Sally já não sabia se tremia de medo ou de frio. – Eu não queria criar confusão! Eu precisava vir aqui e não encontrava ninguém. Sai para ver o lugar e cai no lago.

– Calma que está tudo bem! Vem, deixa-me abrir. Você precisa secar-se, meu Deus.

O garoto passou por Sally, tremendo ao procurar a chave certa de uma forma até meio desesperada.

– Tenho algumas roupas, se deseja. – Ele deu espaço e os dois entraram no castelo. Sally continuou prestando atenção nele... Era melhor do que se deixar levar por todas as velhas lembranças. – Elas são velhas, mas ao menos estão secas e não ficará resfriada com elas, certo? Vamos, acompanhe-me.

Sally o seguiu pelo grande corredor, ao que tudo indicava, estava indo para o segundo andar.

– Nem sei seu nome. – Ela finalmente falou.

O garoto paralisou em sua frente, perdido. Sally acabou trombando nele e teve que se segurar para não cair.

– Perdoe-me pela minha falta de educação. Me chamo Tyler.

Ele estendeu a mão a ela, que logo o cumprimentou.

– Prazer, Tyler. Sou Selena, mas me chame de Sally.

Sorriram um para o outro, antes de seguirem em direção à sala.

– Não tive a chance de perguntar... Veio sozinha?

– Sim. Precisava resolver alguns assuntos...

– Então não é a primeira vez que vem aqui?

– Não, já vim algumas vezes antes...

– Mas o castelo está fechado há dois anos. – Ele cerrou os olhos.

– Foi exatamente antes disso. – Sally comentou com a voz baixa, enquanto atravessavam a sala.

– Oh. Bom, vamos, não quero que fique doente. Tenho algumas peças para você.

Subiram as escadas e Tyler levou Sally para um dos quartos de hóspedes.

– Espere aqui um minuto e eu já trago sua roupa.

– Ok. – Sally sorriu, vendo o garoto desaparecer.

Seus ombros caíram e ela suspirou, passando as mãos pelo cabelo molhado. O garoto tinha contato com o dono do castelo. Sally tinha certeza disso. Ela precisava conseguir que ele a levasse até o dono ou pelo menos lhe desse os diários para que ela finalmente pudesse ler cada página.

– Aqui. – Sally se assustou, vendo-o entrar com algumas peças dobradas em suas mãos, que ele lhe entregou em mãos. – Estarei esperando no corredor, assim que terminar podemos conversar melhor e então gostaria de ajuda-la no que precisar.

– Obrigada. – Sally sorriu tímida, vendo-o fechar a porta.

Mordeu o lábio e correu largar tudo em cima da cama, trocando as peças de roupas molhadas, pelas secas. Uma toalha estava junto e ela adorou poder se secar, mesmo que de maneira improvisada. Vestiu uma calça jeans, que, aliás, achou linda. E então uma camiseta meio folgada, que ela percebeu ser dele. Secou os cabelos rapidamente, e buscou o celular na bolsa, correndo até o número de Steph para digitar um “dentro do castelo. Mais tarde eu passo informações. Não, eu não posso contar agora. xx”.

Em seguida saiu do quarto. Parou com cuidado alguns passos atrás do menino, encarando os cabelos castanhos do garoto jogados para cima, numa espécie de topete, mas moderno e bonito. Seus olhos estavam perdidos em algo no andar de baixo, ele estava apoiado num dos pilares que seguravam o pequeno cercado de madeira e ele parecia uma figura tão doce naquela expressão serena que Sally ficou triste por ter que chama-lo de volta para a realidade.

Mas ela precisava.

– Tyler? - Ele se sobressaltou, virando para ela.

– Oi. Está pronta? Quer descer para comer algo?

– Claro.

Tyler indicou o espaço para que Sally pudesse descer as escadas e então seguiu logo atrás dela.

– Eu estava pensando... Porque sempre vinha para cá?

– Meu namorado me trouxe duas vezes. E duas vezes eu vim sozinha.

– Ah. Então você namora? - Sally não conseguiu identificar o porquê da expressão no rosto de Tyler ao fazer a pergunta. Decepção talvez?

– Não mais.

– Não? - Ele ergueu as sobrancelhas, confuso.

– Longa história... Ah Meu Deus! - Sally paralisou, levando as mãos até a boca.

– O que foi? Sally? Que aconteceu? - Tyler puxou as mãos de Sally tentando acalma-la.

– Lá... Do outro lado. Do... Lago. Do lado... Eu vi... Tem um corpo lá!

Tyler parou confuso, repassando a frase em sua mente.

– Um corpo?

– De um ex namorado meu, o Brian. Eu fui pro outro lado e ele estava lá... Ele... Ele tá...

– Sally o que você fez?

– Eu não fiz nada! Eu juro! Eu fui ver o que tinha lá do outro lado do lago e vi ele lá. É horrível.

Sally estava chorando de novo. Tyler a puxou delicadamente, abraçando-a com cuidado. Ele era do tamanho dela, e a abraçava com força, ainda tentando acalma-la.

– Você não sabe o que aconteceu?

– Não. Cheguei de viagem ontem. Eu não sabia de nada!

– Eu preciso que me mostre onde ele está, Sally.

– Não posso.

– Você precisa. - Tyler segurou seu rosto, beijando sua testa delicadamente. - Vamos Sally, a gente precisa resolver isso. Ele apareceu de alguma forma aqui e temos que dar um jeito de resolver tudo isso.

– Mas não quero ver ele!

– Tudo bem só me leve até onde achou o corpo.

Era estranho ouvir sobre Brian, chamando-lhe de o corpo. Sally tinha certeza de que ele não merecia uma morte daquelas apesar de tudo...

Saíram quase correndo para fora do castelo. Sally mordia o lábio nervosa, controlando seu choro.

– Do lado de lá? - Tyler fez a garota se assustar.

– É. Atrás das árvores. Meio sentado. Ele...

– Tudo bem. - Chegaram a margem do lago. Sally tremia.

– Você vai lá?

– Preciso ir, Sally. Senta ai. Senta e eu vou até lá verificar tudo, ok?

– Ok.

Sally sentou na grama, se encolhendo. Tyler desceu o barranco com agilidade, atravessando as pedras e chegando ao outro lado tão rápido que deixou Sally admirada.

Ele deu uma ultima olhada nela, certificando-se de que ela estava bem. Então logo sumiu atrás das arvores, deixando que o suspense tomasse conta da garota.

Minutos depois Tyler voltou assustado, atravessando o lago até ela de forma atrapalhada. Ele estava perplexo.

Tyler sentou a seu lado, o olhar perdido no outro lado, atrás das árvores.

– Você viu? – Sally tinha a voz chorosa.

– Sinto muito que tenha visto aquilo. É mesmo horrível.

– Ele não merecia! – Sally voltou a chorar, sendo abraçada pelo garoto.

– Calma... Quer que eu te leve pra casa? Porque depois vou chamar a polícia e não sei se você quer se meter nisso...

– Me leva! – Sally levantou nervosa.

Tyler seguiu seu movimento, levando-a até a porta onde eles tinham entrado.

– Vou pegar os capacetes e sua bolsa lá em cima. Já volto tudo bem? Fique calma, Sally. – Ele beijou sua testa e antes que ela pudesse pensar em questionar, ele já estava sumindo em direção ao corredor.


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Notas finais do capítulo

Oi meus amores!
Antes de tudo: OBRIGADA para as reviews lindas que deixaram no primeiro cap.
Quem já me acompanhava antes: Obrigada por continuar aqui.
Quem chegou agora: WELCOME! ;)
Um obrigada especial pra Marta Costa que deixou minha primeira recomendação aqui. :') Linda, MUITO MUITO MUITO obrigada por isso! Amei ♥
Então amores, eu demorei um mês pra atualizar. Porque? Bom, eu to cheia de problemas aqui, trabalho, escola, e eu simplesmente não conseguia mais conectar minhas ideias pra fic! Eu tinha tantas, e na hora de escrever, organizar, simplesmente não se encaixava! Ai eu passei o mês todo tentando organizar, escrever, pensar daqui, repensar dali, pra não fazer besteira né? :/
Bom, chegou Tyler ai, o que acharam dele? Amo o Tyler gente, e acho que vocês também vão amar u_u
E o Brian? Foda né? :(
Enfim.
Vou atualizar logo.
Amo vocês anjos. ♥
A gente se vê, beijos :*