Justin apertou a cintura de Steph, enquanto a beijava, deitando-a no sofá e ao mesmo tempo deitando-se por cima dela. O beijo continuava intenso, com uma conexão exata, a cada segundo ficando mais saboroso, os dois cada segundo mais ligados um ao outro.

Steph empurrou Justin, afastando-o, mas ainda mantendo-o em cima dela. Seus olhos arregalados encararam os lábios meio vermelhos do garoto, assustando-se com aquela proximidade toda.

Ela não podia fazer isso.

Levantou depressa, se afastando dele.

- Justin, para, por favor. Não podemos.

- Steph. A gente... Eu pensei que a gente tava... - Justin levantou e tentava se aproximar dela. Steph tinha o braço estendido em sua direção, mostrando que ele precisava ficar longe. Justin, obviamente ignorava seu pedido, se aproximando lentamente.

- Qual é Steph. Você fez essa cena toda. Eu não acredito nisso.

- Não tem nada para acreditar aqui, Justin. Fica longe.

Justin respirou fundo, continuava tentando se aproximar.

- Você disse que ele era um macho de verdade, não disse? Deixa eu te provar que eu sou melhor. - Steph continuava se afastando, Justin seguia seus passos como um felino. Os olhos quentes colados aos dela, faziam seu corpo todo esquentar.

- Não é pra mim que você precisa provar Justin. É pra ela.

A garota se chocou contra a parede, arregalando os olhos enquanto assistia Justin apoiar um braço de cada lado dela, prendendo-a naquele pequeno espaço.

- Ela? Achei que o importante aqui fosse a gente, Steph. Nosso namoro.

Justin arqueou a sobrancelha, aproximando-se ainda mais dela. Steph tateava a parede, tentando sair. Até que a ficha finalmente pareceu cair.

- Eles? - Sussurrou rapidamente, os olhos se arregalando conforme Justin assentia.

Ótimo.

Precisava salvar todas as pessoas importantes para ela, dessa forma.

E como se não bastasse, ela ainda teria plateia.

Ela não podia fazer isso. Como faria?

Abaixou-se entre os braços dele, fugindo, se apoiando no batente da porta que dividia a sala e a cozinha. A respiração que já estava acelerada adquiriu um ritmo de escola de samba, assim que sentiu o corpo quente de Justin se colando a suas costas, as mãos dele percorrendo sua barriga, prendendo-a a ele.

- Me deixa ter você, Steph. - A voz baixa e rouca sussurrou em seu ouvido.

Ao mesmo tempo em que parte dela se derretia pelo garoto abraçando-a daquela forma, depositando beijos carinhosos do seu ombro até pescoço, parte dela pensava na amiga, pensava em como tinha imaginado que a primeira vez seria tão diferente... Mas pensava também nas palavras de Julius. As palavras que ela sabia que precisava obedecer. Ela não podia prejudicar todos eles por um simples capricho. Se até Justin estava levando aquilo a sério para salvar todo mundo, ela também precisava fazer isso.

Deixou que Justin virasse seu corpo para ele, fechando os olhos ao sentir os braços dele envolvendo sua cintura mais uma vez. Logo sentiu o nariz dele encostando devagar no seu, diversas vezes.

Abriu os olhos por alguns segundos, vendo que Justin sorria de forma fofa. Ele estava sendo carinhoso, tentando distraí-la. Steph riu fraquinho, abraçando Justin pelo pescoço, colando suas testas.

- Me deixa cuidar de você. - Ele sussurrou, fechando os olhos. Steph respirou fundo, copiando o ato do garoto. E também de olhos fechados, sussurrou para ele.

- Deixo.

No mesmo segundo, Justin segurou seu rosto, dando um selinho na garota. Ao ver que ela retribuiu o pequeno beijo, pediu passagem para aprofundá-lo e Steph logo deixou. Em alguns segundos, estavam de novo, compartilhando todo o desejo reprimido, o medo, o ciúme, o amor impossível e a lealdade em lutar por algo que acreditavam, através daquele pequeno contato.

Justin segurava a cintura de Steph com a mão direita e com a esquerda, tentava achar o sofá sem que tivessem de quebrar o beijo.

Por mais que o ar em seus pulmões já fosse algo inexistente, por algum motivo a conexão entre eles estava boa demais para que eles pudessem simplesmente quebrá-la. Mas foi o que aconteceu, quando Steph caiu sentada no sofá, encarando Justin de pé, acima dela.

Os lábios dele estavam tão mais vermelhos do que antes, o cabelo parcialmente bagunçado e a roupa já levemente amassada. Eles tinham se "conectado" tanto assim?

O garoto sentou ao seu lado direito, já inclinando o corpo para o dela, dessa vez beijando seu pescoço. Steph levou as mãos até os cabelos dele, puxando com cuidado ao sentir o garoto deslizar os lábios quentes e macios pela sua pele.

Virou-se, de lado, deixando Justin ainda sentado decentemente, agora entre suas pernas. O garoto aproveitou para acariciar a perna direita dela que estava em cima das suas, desejando não ter aquele jeans atrapalhando sua caricia.

Justin voltou a beijá-la, começando a subir as caricias por sua perna, seguindo com cuidado até a bunda da garota, para em seguida voltar a sua coxa. Manteve esse carinho por algum tempo, cada apertando mais aquela parte do corpo dela que, ele havia descoberto naquele instante, lhe agradava muito.

Steph se aproximava o máximo que conseguia dele, até que sentiu a força das mãos do garoto aumentarem levando-a para seu colo. Quebraram o beijo, encarando-se ofegantes, assim tão próximos um do outro. Justin sorriu, apertando a bunda dela agora com as duas mãos. Steph apenas revirou os olhos, sentindo seu estomago revirar de ansiedade. Ele beijou a base de seu pescoço de forma delicada.

- Calma linda.

- Estou calma. - Steph respondeu rapidamente, xingando-se mentalmente ao perceber a foz falha.

Justin acariciou seu rosto, olhando-a de forma carinhosa.

- Não precisa ser hoje se não quiser, mas... Eu não posso mentir para você, Steph. Eu quero muito.

O coração de Steph parecia querer atravessar o peito, querendo ir em direção ao dele. Por mais errado e estranho que fosse aqueles olhos castanhos brilhavam daquela forma quente, realmente desejando-a. Como isso era possível?

Steph não conseguia compreender. Muito menos identificar cada sensação que passava pelo seu corpo, provocando pequenos choques em todas as suas células. Ela precisava senti-lo. Precisava se entregar a ele. Mais do que uma espécie de obrigação, por ter que salvar todos. Precisava se entregar a ele porque era tão errado, que no fim acabava sendo certo.

Ele era o único que se importava de fato com ela. O único que a respeitava e que saberia aproveitar aquela noite da melhor maneira possível.

Steph só precisava largar o medo em algum canto dentro dela e precisava fechar seus olhos para então começar mais um beijo.

E foi o que fez, entrelaçando sua mão esquerda aos cabelos de Justin, enquanto a direita acariciava sua bochecha. Sorriu fraco para ele, vendo que o garoto correspondeu o sorriso, mais do que feliz. Seus rostos se aproximaram ainda mais e um beijo recomeçou, dessa vez, lento.

Não demorou muito e Justin entrelaçou as pernas dela a sua cintura e se levantou, carregando-a até o quarto.

Justin deitou Steph, se deitando sobre ela com cuidado, ainda beijando-a de forma lenta, carinhosa. Afastou-se para tirar a própria camiseta. Assim que o tecido passou pela sua cabeça e ficou livre para voltar a encará-la, foi impossível não ver a mesma cena de dois anos atrás, com sua Sally.

Ele realmente ia fazer isso?

Steph estava nervosa, sentindo que seu coração queria sair de seu corpo. Observava Justin tirar a camiseta e logo se lembrou de Tyler emprestando-a sua roupa. De Tyler sem a camiseta, no corredor.

Balançou a cabeça, fazendo esforço para se sentar. A imagem de sua amiga, sua melhor amiga, veio a sua mente e Steph sentiu que seu corpo congelava.

Não poderia fazer isso com sua amiga.

Elas poderiam pensar em algo, mas não isso. Não dessa forma.

Além disso. Era sua primeira vez. Por mais que Justin fosse incrível e pudesse cuidar dela melhor do que ninguém, ela não faria isso.

Não conseguia fazer isso.

Os dois permaneceram em silêncio, os olhos conectados, ambos confusos. Justin aproximou seu rosto do dela alguns centímetros, esperando para continuarem. Steph apenas copiou seu ato, também se aproximando poucos centímetros dele.

Nenhum dos dois queria ou conseguia se mover mais. Porém, sabiam que era necessário.

Justin levou a mão ao rosto dela, acariciando-a enquanto voltava a beijá-la. Steph correspondia automaticamente, o beijo a calmo e livre de muitas emoções.

Na verdade, nenhum dos dois sentiu nada, quando quebraram o beijo, ainda mais confusos, se olhando.

- Que foi? - Justin tinha a voz baixa e delicada.

- Acho melhor não. Hoje não. Vamos nos preparar. Fazer algo especial? Essa noite... Não sei. Acho que não estou pronta.

Ele sorriu para ela, beijando sua testa com cuidado antes de lhe roubar um selinho rápido.

- Claro. Vamos fazer algo calmo e romântico. Posso até colocar flores pelo quarto se quiser...

Justin sorriu de canto, sentando-se ao lado de Steph.

A garota apoiou a cabeça no ombro dele, fechando os olhos.

- Você é maravilhoso, sabia? - Os braços de Justin envolveram o corpo da garota, segurando-a com carinho para si.

- Você que é maravilhosa Steph. - Ela sorriu fraco. - Vamos dormir? Quero ficar junto de você.

Justin se afastou, olhando-a firmemente. Steph sabia que era porque os arcanjos ainda estavam de olho neles.

- Claro. Só preciso trocar de roupa. - Ela se levantou, olhando-o sugestivamente.

- Pega uma camiseta minha na segunda porta da direita. Qualquer uma deve ficar boa em você.

Steph escolheu uma das três blusas brancas que encontrou. Depois seguiu para dentro do banheiro, se perdendo lá por vários minutos.

Quando voltou, estava usando apenas a camiseta grande de Justin e calcinha. Tinha escovado os dentes com a escova de Justin e trouxe as roupas já dobradas, deixando-as sobre uma cadeira no canto do quarto vazio.

Percebeu que Justin estava trancando e desligando as luzes do resto da casa. Ela ouvia a chuva fraca caindo lá fora e se perguntou quando iria parar.

Resolveu apenas deitar então se jogou teatralmente no colchão assim que Justin entrou no cômodo. Ele riu, seguindo direto para o banheiro. Quando voltou, apenas o abajur estava ligado e Steph brincava com as pontas do cabelo.

Ele se aproximou dela e Steph percebeu que ele estava usando apenas uma bermuda preta. Engoliu em seco, observando Justin se deitar ao seu lado, puxando o cobertor para seus pés.

Em seguida Justin puxou Steph, fazendo com que ela se deitasse colada a ele. Esticou o braço, apagando a luz e ficaram parados, absorvendo a escuridão total.

Não demorou muito para que ambos estivessem entrelaçados em um abraço, sonhando com quem realmente queriam ter em seus braços.

Continuava escuro quando Sally acordou assustada. Seus olhos cerraram quando tateou pelo criado mudo, ligando o abajur. Pegou o celular, verificando a hora. Quase duas e Steph ainda não tinha aparecido, nem tinha dado qualquer sinal de vida. Suspirou, ligando para a amiga. Como previsto, a ligação foi direto para a caixa postal. Ligou para Caleb, levantando e já seguindo até a mala.

- Alô? – A voz rouca do garoto indicou que ele realmente estava dormindo.

- Cadê a Steph? – Sally começou a procurar roupas limpas, jogando-as de qualquer jeito em cima da cama.

- Como assim? Sally?

- É. Onde a Steph foi? Olha a hora! Ela não apareceu ainda. Caleb que hora ela saiu da sua casa?

Ele ficou em silêncio por alguns segundos. Quando voltou a falar a voz já estava mais firme.

- Ela não veio pra cá. Ela mentiu.

- Não acredito. – Sally paralisou. Em seguida bufou. – Tem como sair comigo? Temos que procurar ela.

- Claro, vou me arrumar e vou passar ai. A gente vê o que faz. Vai falar com sua mãe?

- Não. Vou sair sem ela saber.

- Sabe aonde ir?

- Acho que sei sim.

- Ok, minha linda. Fica calma.

Sally usava uma jaqueta preta por cima de uma camiseta branca e um de seus jeans mais velhos. Nos pés tinha o tênis que vestira mais cedo. O cabelo estava preso em um rabo de cavalo mal feito e não tinha nenhuma maquiagem sobre o rosto escondendo as olheiras. Já estava correndo para a rua assim que viu o carro da mãe de Caleb surgindo na esquina.

Antes mesmo que ele pudesse perguntar, a resposta saiu rápida e rude dos lábios dela: Cemitério.

Durante o caminho todo, os dois andaram discutindo sobre porque Caleb mentiu que Steph estava na casa dele. Chegando ao cemitério, Sally saiu correndo sem se preocupar com o garoto atrás dela. Iluminada pelo celular, ela já batia a porta com força, quando Caleb finalmente a alcançou.

- Quem mora aqui? – Ele se apoiou ao lado da porta.

- Justin.

- Justin? Aquele Justin?

- É. Aquele. – Sally se recusava a olhar para o garoto, continuando a bater. Uma luz baixa apareceu embaixo da porta, mostrando que ele se levantara.

- Porque eu não fui informado disso? – Caleb estava alheio a tudo, indignado.

Sally respirou fundo, ouvindo a fechadura fazendo seu barulho. Em seguida um Justin sem camisa, com o rosto amassado e metade da cueca amostra, apareceu, olhando-os confuso.

- Sally? O que aconteceu? – Ele parou no batente, fechando o máximo que podia da porta.

- Eu preciso da sua ajuda. É urgente. – Sally ignorou a postura de Justin, empurrando-o para dentro de casa.

Ela o rodeava pela sala, Justin observava Caleb da cabeça aos pés.

- O que aconteceu? – Seus olhos se encontraram. Sally estava quase chorando.

- A Steph sumiu. Ela saiu de casa cedo, não consegui falar com ela o dia todo. Simplesmente sumiu do mapa!

Justin olhou rapidamente para o quarto, pensando em como Sally estava falando alto. Steph acabaria acordando dessa forma.

- Sumiu? Como assim sumiu? – Ele falava baixinho, parando bem em frente a ela.

- Sumiu oras! – Sally apenas aumentou o tom da voz. – Ela saiu, não sei onde ela foi. Você precisa ajudar a gente a achar ela. Por favor.

- Calma. Eu não sei onde ela pode estar. Não faço ideia.

- Mas você conhece a cidade. E se os arcanjos fizeram algo? Eles também fizeram com o Brian, lembra? Eu preciso de você, Justin. Por favor, você precisa-

- Shhhh, calma. - Justin segurou os braços de Sally, tentando fazer com que ela calasse a boca. Caleb apenas assistia em silêncio.

- Shh? Por que shh? Me solta. Isso aqui é sério Justin!

Justin observou Sally dar um passo para trás, olhando para os lados.

- Sally eu ajudo, prometo, mas calma. Vamos resolver com calma. Não grita. Calma.

- Não grita? Porque não grita? Tem alguma mulher com você? Alguma namoradinha?

- Meu Deus, Sally você continua irracional. Como eu ia ter alguém? Quem? Calma. Vem.

- Não! Para. Só pode ter alguém. – Justin bufou, puxando Sally para o sofá.

- Não tem nada, Sally. Senta aqui que eu vou colocar uma roupa melhor e já ajudo vocês.

- Filho da mãe. – Sally se soltou, seguindo para o quarto. – Quem é a vadia?

Justin continuava tentando puxá-la, mas Caleb o segurou, prendendo-o.

- Não. Sally. Espera. Volta aqui. – Ignorando os pedidos do garoto, Sally acendeu a luz do quarto, encarando Steph enrolada nos lençóis.

Justin e Caleb finalmente entraram no quarto, paralisando atrás de Sally.

- Eu não acredito nisso. – Sally sentiu seus olhos se enchendo de lágrimas, as pernas ficando fracas. Seus olhos seguiam de Justin para Steph. – Por quê? Vadia!

- Sally, calma. Eu te explico tudo. – Justin seguiu para ela, mas ela começou a gritar e andar até a cama.

- ACORDA FILHA DA MÃE. ACORDA! – Pegou um travesseiro, jogando-o contra Steph. Em seguida agarrou a camiseta que Steph vestia, tentando puxá-la. Justin correu até ela, agarrando-a com força, tentando segurá-la. Steph se sentou o mais rápido que pode perdida com a claridade.

- Eu te explico. Não é nada disso que você está pensando Sally, eu juro. – Justin a arrastava para longe da cama.

- Porque vocês fizeram isso comigo? POR QUÊ? – Steph arregalou os olhos, se levantando.

- Amiga? O que você está fazendo aqui?

- AMIGA? VOCÊ ESTAVA DORMINDO COM O GAROTO QUE EU AMO E ME CHAMA DE AMIGA?

- Não! Não aconteceu nada! Eu juro. Escuta por favor!

- Como você pôde fazer isso? Como? Você era a única amiga que eu tinha Steph! A única em que eu confiava! Como você pôde? – Sally tentou mais uma vez avançar na direção de Steph. A garota agora vestia as roupas o mais rápido que podia, olhando com medo para os três em sua frente.

- Sally ela está falando a verdade! Para!

- Me solta, você me dá nojo! Me solta Justin, pelo amor de Deus, me solta!

Justin soltou Sally com cuidado, observando ela arrumar a roupa que vestia, respirando fundo.

- Sally eu juro. Não aconteceu nada! – Justin tinha as mãos unidas, suplicando a ela, como em uma prece.

- Não aconteceu não! Imagina se tivesse acontecido então, no mínimo vocês estariam pelados, com uns dez pacotinhos de preservativos jogados no chão!

Sally avançou mais uma vez na direção de Steph, dessa vez sendo segurada por Caleb.

- Minha linda, calma. Não vale a pena.

Justin virou indignado para Caleb.

- Minha linda?

- Você não está em condições de reclamar de nada aqui, velho. – Justin bufou.

- Porque vocês fizeram tudo isso? – Sally finalmente parou no lugar, deixando que Caleb fosse o responsável por mantê-la de pé.

- Linda, vamos resolver isso amanhã. Você se acalma até lá, vem.

- Não! Isso vai ser resolvido agora!

Sally se soltou, andando até Justin e puxando-o pelo braço até que ele se sentasse na cama. Em seguida empurrou Steph para o lado dele.

- Expliquem!

- Não aconteceu nada! – Os dois responderam ao mesmo tempo.

- Então faltou pouco para que acontecesse. – Sally puxou os cabelos, suspirando.

Justin cutucou Steph com cuidado, chamando sua atenção. Assim que a menina o olhou, seus lábios sussurraram “arcanjos” para ela, o mais baixo que ele pode, fazendo com que Steph arregalasse seus olhos.

- E então? – Sally chamou a atenção dos dois. – Quem vai contar o que aconteceu?

- Sally eu juro que não aconteceu nada, a gente só dormiu! – Steph ameaçou levantar, mas o olhar de Sally a fez desistir da vontade.

- Não interessa! Você sumiu. Estava com ele o tempo todo, não é?

Steph fechou seus olhos, segurando as lágrimas que apareciam em seus olhos de forma rápida e dolorosa, assim como a dor sem seu peito. Ela sabia que ia machucar a amiga, mas precisava disso para a segurança deles.

- Sim. – Sua voz falhou, fazendo com que Justin e Sally ofegassem.

- Steph, não! – Justin tapou o rosto, deixando o corpo pender para trás, fazendo com que ele deitasse.

- Ela precisa saber da verdade, Justin. Todos precisam. Você sabe. É necessário. Sim, nós estamos juntos, Sally.

Steph ficou de pé, tomando uma postura séria. Tentou ser mais fria possível, ignorando a vontade do choro e controlando-se ao máximo para não se jogar nos braços da amiga, contando toda a verdade.

- Só pode ser brincadeira! Como? Por quê?

- É complicado. Mas eu posso explicar tudo. É só-

- Não! – Sally se afastou deles. – Não! Chega disso. Você vai tirar todas as suas coisas da minha casa amanhã! Esqueça que eu existo, esqueça que um dia nós fomos amigas. Eu não quero mais olhar para essa sua cara. E você Justin, se queria que isso tivesse um fim, parabéns, você conseguiu! Caleb vem!

Sally saiu o mais rápido que pode daquela casa, esperando Caleb ao lado da porta. Ao sair, o amigo que estava em silêncio o tempo todo, a puxou para seus braços a abraçando o mais forte que conseguia, levando-a em segurança até o carro enquanto ela chorava agora de forma desesperada. Ele precisava cuidar dela.