A mulher sumiu, não devia ser, com certeza não era ela, Kacey nem tinha aquelas roupas, bom nunca olhou seu armário mas era estranho, Kacey não era assim...

- Ei!

A chamaram e Sam logo virou pra ver quem era. Era o homem de mais cedo, a cópia de Zander ele lhe estendia um copo de bebida.

- Toma, pode pegar, trouxe pra você.

Sam olhou por uns segundos.

- Ah não obrigada, não estou afim de beber hoje.

O homem riu.

- Sabia que você era assim. Está tudo bem, isso é chá gelado. - Ele sorriu e esticou mais o braço.

- Obrigada. - Sem saber o que fazer ela pegou o copo e tomou um longo gole, estava delicioso, precisava tomar algo, sua garganta parecia ter dado um nó.

- Qual é o seu nome?

Ela o olhou, mas não viu por que mentir, eles nunca mais se veriam mesmo.

- Sou Sam, Sam Puckett.

- Sam... Que bonito. - Sorriu.

Ele parecia bem simpático, ela não pode evitar, estava sorrindo. Ele se aproximou dela ainda mais.

- Ei, por que não vem comigo?

- Como?

- Não é nada de mais... Vamos...

Ele a puxou e foi levando-a pra um corredor todo quadriculado.

Quando subiu um degrau começou a se sentir tonta, sua visão embaçou, não conseguia enxergar direito até que tudo ficou preto.

...

Sam acordou, sentia um lençol em cima de si e aquela cama ali com certeza não era a sua.

Se sentou e o lençol continuava ali a cobrindo, começou a procurar a saída até que se deparou com uma claridade que incomodou seus olhos.

- É um sonho? - murmurou.

Se apoiou na cama e conseguiu ver o chão, tinha roupas jogadas por ele todo, seus sapatos, sua calça, sua blusinha, sua bolsa.

- O que? - Se sentou de novo deixando o lençol escorregar.

Ela olhou pra sim mesma e reparou que estava só de sutiã e calcinha, puxou o lençol e se cobriu de novo.

- Não foi um sonho, o que aconteceu? Que absurdo, e eu e aquele cara... O que faço? O que foi que eu fiz?

Ela não sabia o que pensar, um desespero bateu em seu coração, não sabia o que tinha acontecido, não se lembrava de nada, mas não tinha acontecido nada, não podia acontecer nada... meu deus o que pensar?

...

Quando Sam saiu de casa pra ir a escola seu coração ainda batia forte.

- Eu ao fiz nada! Nada mesmo. E dizem que da primeira vez sai sangue... - Ela virava a esquina da rua de casa, perdida em pensamentos.

- EI!

- AHHH!!

Ela pulou, logo reconheceu a voz e a delicadeza com que tinha a chamado, era Freddie.

Ele colocou a mão na cintura de forma bizarra e se aproximou dela.

- Já é hora do almoço, o que esteve fazendo? - Disse aborrecido

- Você esteve me esperando?

Ele olhou pros lados somente com os olhos e mexeu os braços pra cima e pra baixo.

- Claro que não estava te esperando. Eu só estava passando. - Colocou as mãos no bolso da calça e ergueu a cabeça com ar superior.

- Mas isso seria na direção completamente contrária da escola...

Freddie fez um gesto com as mãos chamando o carro preto que logo apareceu ali a frente deles.

- Você fala demais. - Reclamou abrindo a porta, a empurrou pra dentro e depois entrou também.

...

Entraram no refeitório, Freddie simplesmente mandou Sam ir almoçar com eles, ela até tentou desconversar mas como ele é muito delicado as vezes, acabou resolvendo tudo aos berros e Sam não viu outra escolha a não ser ceder.

Quando entraram, todos olharam pra eles.

- Almoçando com os F4? Que inveja! - Sam ouviu Lizzie reclamando baixinho pras amigas.

Quando se sentou, alguns alunos do primeiro ano vieram trazer uma bandeja e deixaram a frente de Freddie, ele a virou, colocando de frente pra Sam.

- Toma, pode comer o que quiser.

- Não precisa. - Ela estava encolhida na cadeira, Brad e Gibby estavam ali também e ela não se sentia a vontade.

- Você normalmente não costuma comer comidas muito boas.

- Mas eu já tenho a minha marmita. - Mostrou o embrulho que estava em suas mãos.

- Aonde você foi ontem? - Brad mudou de assunto, se encostando no braço da cadeira, ficando mais perto de Sam.

- Como? - Ela quase engasgou, somente com a saliva.

- Nós fomos te procurar onde você trabalha, mas disseram que você não tinha ido.

Sam sentiu seu coração acelerar de novo e tinha medo que um dos três pudessem ouvir seus batimentos.

Freddie só a observava, segurando uma taça de suco.

- Ah... Vocês... Foram... Bom... - Ela não sabia o que dizer, pegou uma taça de suco que sobrava na mesa e levou a boca.

- Não pode ser, estava com outro homem. - Gibby se debruçou na mesa e apontou pra ela.

Ela engasgou com o suco.

- Ei ei ei... Isso é verdade? - riu Brad.

- Você é do tipo que faz escondido. - Julgou Gibby.

Sam nem sabia o que dizer, ainda tentava recuperar o fôlego quando ouviu vidro se quebrando.

Freddie havia se posto de pé bruscamente e bateu na mesa fazendo com que as taças perdessem o equilíbrio caíssem e quebrassem.

- Sam não é esse tipo de garota! - Brigou com os amigos. - Mesmo vocês, vocês vão falar dormindo, mas quando estão acordados não estão sonâmbulos . Se foi um sonho, podem dizer quando estão acordados, mas... Se não foi, não se pode falar quando está acordado. Quando estão acordados, o que se fala é porque não estão dormindo...

- O que você está falando? - Sam até agora tentou acompanhar o raciocínio de Freddie, mas ficou complicado.

Ele também parecia bem perdido antes de ser interrompido.

- Você nem sabe o que está falando. - Brad virou o rosto pro amigo.

- Fiquem quietos vocês.

Ele saiu da mesa e foi até o fim da sacada olhando todos no andar debaixo.

Depois de alguns segundos olhando todos, ele gritou e todos seguiram seus gritos, uma vez Freddie e depois todos os seguiam, depois Freddie de novo e depois todos.

- Ele está se achando. - Reclamou Brad.

Freddie olhou pra trás, lançando um olhar torto ao amigo.

- Não estou me achando.

Sam revirou os olhos e seu olhar caiu em Kacey que a olhava de um jeito que Sam não se sentiu nem um pouco a vontade, mas queria falar com ela.

Quando desceu as escadas ela não estava mas lá onde tinha visto e não a achou perto da porta do refeitório também.

...

Sam e Carly saíram, depois do trabalho, foram numa lanchonete ali perto, Sam se sentou na mesa e Carly ficou no balcão.

- Se eles descobrirem eu vou estar muito ferrada!

- Sam, realmente não aconteceu nada naquela noite? - Ela passou o copo de chá gelado pra ela.

- Não não não! Definitivamente não. - Deixou o copo na mesa e entregou o copo de suco pra Carly.

Ficaram em silencio, Carly parecia a ponto de explodir.

- Você não devia brincar com os sentimentos do Fredward.

- O que aconteceu com você Carly?

- Se você não gosta dele, você devia contar...

- Mas não faz diferença nenhuma se eu o rejeitar. - Sam estava começando a se sentir incômoda. - eu não acho que o Fredward gosta de mim.

- Ele gosta de você sim.

Carly a olhava com o um olhar sereno, Sam ficou até meio preocupada.

- E os amigos dele estão realmente preocupados com vocês dois.

- Carly aqueles dois são uns tremendos playboys, é melhor ter cuidado...

- Eu não sei como aqueles dois são de verdade, mas pensei sobre o que conversamos... O Fredward é na verdade uma pessoa muito solitária, ele cresceu com os pais que friamente o colocavam de lado. Ele cresceu em um ambiente muito duro, talvez seja por isso que é tão autoritário. Na verdade, em alguém lugar de seu coração, ele é uma pessoa que deseja muito ser amada...

”Deseja ser amado...”

Essa palavras ficaram marcadas em sua cabeça por um bom tempo.

...

Sam foi direto pra casa depois de comer aquele lanche com a Carly e se enfiou debaixo do chuveiro numa ducha quente.

- Apesar dele ter feito coisas ruins pra mim... Não consigo mais odiá-lo... Ele é tão idiota mas ao mesmo tempo não é...

Cansada, ela jogou a cabeça pra trás, deixando a água cair direto em seu rosto.

...

Quando chegou na escola, viu as meninas que a convidaram a ir na boate sentadas num banco, sorriu por ter companhia agora que não se sentia muito bem e precisava se distrair.

- Bom dia!

As meninas pararam de conversar e olharam Sam, depois todas viraram a cara e saíram.

Sam parou um segundo sem entender.

- Ei... Esperem um poco, o que houve?

Subiu uma pequena escada e quando virou pra ir ao grande corredor deu de cara com Lizzie Hannah e Belinda de braços cruzados.

- Você é a pior. - disse Lizzie a encarando.

- Você fingiu ser a namorada do “grande” Fredward. - Completou Hannah logo atrás dela.

- Eu não acredito que você pode agir assim. - Disse Belinda.

As três iam se aproximando cada vez mais de Sam, o que não era nada bom.

- o que você está dizendo? - Ela olhou Belinda, o que ela estava dizendo? - Não digam essas besteiras...

Sam virou pro outro lado mas Lizzie a alcançou e a pegou pelo cabelo.

- Venha por aqui, Sammy's... - Disse ironicamente e começou a puxá-la.

- Isso dói, o que está fazendo?

Sam berrava, protestando, mas Lizzie estava decidida e não largava o cabeça dela de jeito nenhum.

- O que vocês estão fazendo?

Agora sim seu coração parou de vez, aquela voz era imperceptível, era Freddie, chegou berrando por que sabia que estavam fazendo alguma coisa com a Sam e já queria acabar com a bagunça.

Todos abriram espaço até onde Lizzie estava, ao lado de Sam.

- O que vocês pensam que estão fazendo?

Ele foi até Sam, segurou em seu braço com a intenção de tira-la dali quando Lizzie enfiou o porta-retrato em seu nariz.

- Olhe isso Freddie.

Ele ficou paralisado, Sam viu seus olhos escurecerem.

- Não é o que você pensa Freddie. - Ela estava desesperada, não podia deixar ele acreditar, ele tinha que acreditar nela e não naqueles idiotas, não suportaria se ele não acreditasse na verdade.

- O que significa isso Sam? - Ele disse, depois que Lizzie baixou a foto, mas não a olhou.

- Foi alguém que não gosta de mim que fez isso... - Ela se embolava, estava desesperada, tinha que explicar, ele não podia cair nisso também, não se importava com os outros, mas ele, não poderia aguentar se ele desconfiasse dela também.

Aos poucos ele a olhou, e seria bem melhor se não tivesse feito. Seus olhos estava molhados, cheios de dor.

Freddie achou aquilo pior do que qualquer outra coisa que já tinha passado, a pior que fosse.

- Acredite em mim Freddie. - suplicou.

Eles se olharam por mais uns segundos, Sam rezava pra que ele a tomasse nos braços e levasse pra longe dali e dissesse que nunca desconfiaria dela, mas pra seu horror ele virou de costas e começou a caminhar em direção a porta.

Ela ficou paralisada, ele não acreditou, e agora? Aquela dor era horrível, por que ele não acreditou?

Quando Freddie saiu, todos começaram a berrar, como se comemorando o fracasso de Sam, Lizzie a empurrou pro meio do salão e todos fizeram uma rodinha a sua volta.