Eu não acredito. Cato se ofereceu como tributo. Por que ele fez isso? Quero perguntar assim que tiver chance.

– Qual é seu nome meu bem? - Pergunta Taylor

– Cato Ludwig.

– Meus parabéns. - diz Taylor toda empolgada - E lembren -se, que a sorte esteja sempre com vocês!

Dois pacificadores me dirigem até uma sala. Meu pai entra com a minha irmã.

– Boa sorte Clove. - diz Jenny - Eu sei que você consegue!

– Eu também sei Clove, sei o quanto você treinou para isso. Eu confio em você.

– Eu sei que confia.

 Abraço meu pai e minha irmã. Em menos de dez segundos os dois pacificadores mandam meu pai e Jenny saírem. Eles saem me desejando boa sorte.

Sou conduzida até o trem que nos levará a Capital. Fico andando pelo trem procurando Taylor, olhando pela janela o sol e os imensos pinheiros. Vejo Cato e Taylor sentados conversando.

– Oi Clove, pode vir. Eu vou ver se Paris, a mentora de vocês já esta no vagão.

Me sento de frente para Cato e olho para ele, que faz de tudo para não me olhar.

– Cato, melhor você olhar para minha cara agora, por que depois você não vai ter chance de olhar.

Ele me olha com raiva.

– Clove, você não sabe por que eu fiz o que fiz.

– É eu gostaria muito de saber.

– Eu não podia deixar você ir sozinha.

– Fiquei treinando minha vida inteira pra isso!

– Eu sei.

Cato vira a cara e desisto de conversar. Nesse momento Paris se senta do nosso lado.

– Oi, meu nome é Paris.

– ...

– Sou a mentora de vocês.

– Já sabemos. Diz Cato com arrogância.

Eu numa tentativa de quebrar o clima digo:

– Bem, quanto tempo iremos treinar na capital?

– Duas semanas.

– Que ótimo. Diz Cato ainda com arrogância.

– Venham, aqui tem uma mesa com alguns petiscos para vocês. Mais tarde falo com vocês.

Paris sai e mais uma vez eu e Cato ficamos sozinhos. Eu, na verdade rezava pra alguém vir e cortar o silêncio, nem que seja Taylor.

– Você não vai comer nada?

– Não estou com nem um pouco de fome.

Cato continua sem olhar direito para minha cara.

– Cato, eu fiz alguma coisa?

– Não.

– Então por que não olha pra mim?

– E qual é a diferença?

– Você não está feliz por estar indo aos jogos vorazes?

– Estou feliz por ir para te proteger.

Fico paralisada. Não que seja grande coisa... Quem eu quero enganar? Sempre gostei do Cato, pronto falei! Olho para a janela tentando disfarçar o meu leve sorriso.

*****

Abro os olhos. Cato esta olhando para mim. Percebo que dormi. Olho pela janela e vejo os imensos prédios da capital. Passamos por um local onde há várias pessoas acenando para nós. Cato começa a acenar para eles. Fico impressionada de como chegamos rápido á Capital. Mas saímos do distrito 2, a capital é  perto.

– Melhor fazer isso também Clove, sabe, para agradar.

Começo a acenar e a mandar beijos. As pessoas chegam a brigar para pegar o beijo como se fosse uma coisa real. Olho para Cato e ele ri para mim. O sorriso mais lindo e sincero que já vi.