Chegando ao parque, dava pra ver a alegria infantil de Karol a invadindo (mais do que o normal).Mal haviam chegado ao parque e ela já estava saltitante e o brilho de seus olhos parecia que dava de ver de longe. Seus olhos brilhantes logo se focaram na fonte que tinha no meio do parque, onde a água do chafariz jorrava na estátua de um cachorro, que havia em um pedestal no meio da fonte.

—Ai meu deus! Eu amo cachorros!—falou Karol correndo em direção da fonte.

L podia ter se livrado facilmente de Karol naquele momento, mas parecia que se a deixasse sozinha ela iria acabar arrumando uma confusão, então, decidiu ir atrás daquela garota esquisita.

Certamente, se L não tivesse ido atrás dela ela teria acabado dentro da fonte, pois ela tentava inútilmente alcançar a estátua do cachorro. L havia segurado ela bem na hora em que ela tinha perdido o equilíbrio.

—O que deu com você?—perguntou L, afastando Karol da borda da fonte—Não vê que é uma estátua?

—É que era tão bonitinho—falou Karol abaixando os olhos—eu só queria ticar...

Naquele instante, a garota parecia uma criançinha que estava recebendo uma bronca, de certa forma, ela estava até que...adorável.

L abaixou a cabeça e suspirou com um ar pensativo. Aquela garota realmente estava lhe dando muito trabalho. Ela sabia como mexer com as emoções dele, normalmente ele é quieto e indiferente, mas aquela garota o fazia ficar fora do sério.

—Tudo bem, então—disse L, sentando na borda da fonte.

Karol hesitou um pouco em sentar também, mas logo estava sentada ao lado de L. Os dois ficaram em silêncio por um tempo, deixando um clima esquisito entre os dois. Mas logo o momento acabou, pois Karol havia visto o sorveteiro, trazendo novamente o brilho dos olhos dela.

Com um salto a garota se levantou e foi correndo toda pirilampa atrás do sorveteiro.

—Seu Joaquim! Seu Joaquim!—gritava a garota, correndo para o encontro do tal "Seu Joaquim".

Quando Karol alcançou o sorveteiro, o homem parecia confuso. L reconheceu a expressão no rosto do homem, era como se ele nunca havia visto ela antes.

L ficou observando Karol de longe, e quanto mais a garota falava, mais o homem ficava confuso. Quando ela finalmente voltou com os sorvetes (um de chocolate e outro de baunilia), ela sentou ao lado de L e lhe deu o sorvete de chocolate.

—Toma! Eu sei que é o seu sabor favorito.

L ficou confuso.

—Como você sabe?

—Sei o que?—perguntou Karol com um ar de inocente.

—Como você sabe o meu sabor favorito de sorvete?

Depois de um momento de silêncio, porque provavelmente Karol estava pensando em um jeito de explicar aquilo para L.

—Não sei...Só sei que sei.

"Muito esclarecedor" pensou sarcasticamente  L. Ele não sabia o que pensar, mas logo esqueceu pois aquilo obviamente só podia ser coincidência.

Enquanto Karol tomava o seu sorvete, ela balançava as pernas infantilmente e olhava tudo ao redor. Estava atenta a tudo, era como se ela tivesse sentidos de gato.