Fever escrita por Tulipa


Capítulo 1
Fever (One-shot)


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeira experiência, portanto, sejam legais. Quem sabe eu não tomo gosto pela coisa e crio uma história maior?



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Ela esteve mal o dia todo, e não via a hora desse dia acabar, sempre fez questão de dar exemplo aos funcionários e não sairia mais cedo, mesmo sendo sexta-feira, mesmo estando indisposta. Estava sentada em frente ao notebook em sua mesa analisando os últimos relatórios do dia, quando ouviu batidas na porta.

—Srta Potts, o Sr. Stark está aqui.

—O que?—  foi o que ela disse — Por quê?—  meio atordoada foi o que ela pensou, afinal desde que tinha assumido as empresas ele nunca mais havia estado lá.

Quando a secretária iria perguntar se ela autorizava a entrada de Tony ele já estava dentro da sala analisando tudo.

—Vejo que a Srta fez mudanças na minha sala.

—Minha sala agora! Dei apenas um toque feminino, não está tão diferente do que era—  retrucou.

—Não mesmo, aliás, você sempre teve muito bom gosto—  ele disse e depois sorriu para ela.

Querendo por um ponto final no assunto ela perguntou —O que você faz aqui, Tony?

—Vim de uma missão e decidi passar por aqui. Já não está na hora de ir embora? Vim te oferecer uma carona—  ele disse e sorriu.

—Como carona? Se você estava passando vindo de uma missão, com certeza estava de armadura, eu não estou disposta a sair por aí voando contigo—  ela disse.

—Pep, eu sei que você nunca voaria comigo, você é muito medrosa pra isso.—  a afirmação dele fez com ela revirasse os olhos, ele continuou —Eu liguei pro Happy a caminho daqui, ele já deve estar a nossa espera. Na verdade, pensei em irmos jantar, ou tomar alguma coisa, sei lá, é sexta-feira, dia de curtir com os amigos.

Tony parecia animado pra curtir a noite, enquanto Pepper mal assimilava o que ele dizia, mas a palavra amigos despertou sua atenção.

—Amigos?—  ela disse, dando um sorriso meio sem graça, e depois continuou — Sua amiga aqui não está no seu melhor dia, Sr. Stark, não estou nem um pouco afim de badalação, mas tenho certeza que o que não falta pra você são amigas para curtir a noite de sexta.

Pepper não entendeu a intenção de Tony, era com ela que ele queria estar naquela noite, não estaria lá se não quisesse.

—Pepper, vamos será divertido, eu prometo—  ele dizia enquanto se aproximava dela, já estranhando o fato dela não ter se levantado pra falar com ele. —Eu queria sair com você, e...—  passando a mão no rosto dela, diria que pensou nela o dia todo, que era a companhia dela que queria aquela noite, mas parou o que dizia quando sentiu a temperatura dela.

—E...?—  ela perguntou.

—E, você está ardendo em febre, Potts—  ele falou um pouco exaltado.

—Não é nada, só um mal estar, consegui me manter em pé o dia todo—  ela respondeu.

—O dia todo, você esteve mal o dia todo, porque não foi pra casa?!—  ele perguntou um tanto nervoso.

—Alguém tem que trabalhar aqui, cuidar da empresa enquanto o Homem de Ferro salva o mundo—  ela disse ironicamente.

—Me irrita você ser tão workaholic, você é a chefe agora, pode sair mais cedo do trabalho, ainda mais numa sexta-feira—  ele disse.

—Eu estava me preparando para ir embora quando você chegou, só estava analisando uns últimos documentos—  disse ela se levantando, parecendo meio tonta.

Percebendo isso, Tony a pegou nos braços: — Vamos embora agora, Srta Potts.

Pepper ficou surpresa com a atitude dele, nunca tinha visto Tony tão zeloso, eles sempre cuidaram um do outro, mas aquela era a primeira vez que ela parecia realmente precisar dos cuidados dele, porém, sentiu-se um pouco desconfortável naquela situação.

—Tony, por favor, me ponha no chão, eu posso perfeitamente andar—  ela disse, se debatendo nos braços dele.

Mesmo assim ele não a soltou, nem dentro do elevador, carregou ela no colo até o carro. Happy estranhou ver aquela cena, mas não questionou.

— Happy, siga para a mansão!—  Tony ordenou.

—Antes me deixe em casa, por favor, Happy—  ela disse.

Nesse momento Tony questionou — Há alguém na sua casa que possa cuidar de você?

—Cuidar de mim? Tony, eu posso perfeitamente cuidar de mim. Não estou inválida, só tenho um pouco de febre, só preciso chegar em casa, tomar um banho, um anti-térmico, e ficar na minha cama o resto da noite, ou até o fim de semana todo.

—Sozinha?—  ele indagou

—Sozinha, claro—  ela respondeu —Com quem eu estaria?

—Sei lá, com o seu notebook, tenho certeza que você não deixa de trabalhar mesmo fora da empresa—  ele riu —Ou com aquele seu namorado nerd, como é mesmo nome dele? Jim?

—John, é esse o nome dele. Nós terminamos há algum tempo. Por sua culpa, aliás.

—Minha culpa?—  ele perguntou fingindo surpresa.

—É, ele disse que eu me dedicava demais ao meu trabalho, ao meu chefe e deixava a nossa relação em segundo plano—  ela respondeu um pouco alterada.

Foi durante o curto namoro de Pepper que Tony descobriu o quanto ela era importante para ele, não suportava vê-la com outro. Por diversas vezes arrumou desculpas para que Pepper passasse mais tempo na mansão e menos tempo com o namorado. O que ela não podia imaginar é que essa atitude dele era ciúme. Quem poderia imaginar que Tony Stark, o conquistador, era capaz de sentir ciúme?


—Happy, pra mansão, já que não há mais um namorado, eu cuidarei da Srta Potts essa noite—  ele afirmou.


Mesmo antes de entrarem em acordo, Happy já seguia o caminho até a mansão, ele tinha certeza que Tony convenceria Pepper. Durante o curto caminho ela tentou argumentar uma última vez.




—Mas, Tony, você não estava afim de sair, curtir? Eu não quero atrapalhar a sua noite.


—Eu faço isso todos os finais de semana, hoje vou me dedicar a você, nunca cuidei de ninguém doente, a gente pode brincar de médico—  ele disse com um ar meio irônico. Ela não devia, mas se deixou rir daquele comentário e depois o cutucou em reprovação.

Nesse momento eles já estavam chegando à mansão, quando o carro estacionou, ele tentou pegá-la nos braços novamente, ela protestou:

—Para de graça, Tony, eu posso ir andando.

Nesse momento ela entrou na mansão deixando-o para trás. Tony dispensou Happy pelo resto do fim de semana, e foi atrás dela.

Ao entrar na mansão e encontrar com ela coçou a cabeça e disse: — Esqueci de te avisar, você terá que dormir no meu quarto, o quarto de hóspedes que você eventualmente usa está uma bagunça.

Pepper não se preocupou, sabia que havia noites em que Tony, não dormia em seu quarto, ele passava tanto tempo na oficina que acabava dormindo no sofá que havia lá, estava certa de que seria lá que ele dormiria mais uma vez.

—Ok, mas eu consigo entrar no quarto de hóspedes? Você sabe que eu guardo algumas coisas naquele quarto.

—Acho que sim—  ele disse.

Pepper subiu as escadas em direção ao quarto de hóspedes, que realmente estava uma bagunça, o guarda-roupa estava coberto com um lençol branco, ela o puxou e começou a procurar por alguma roupa para se trocar. Só havia roupas intimas e roupas sociais lá, eventualmente Pepper se arrumava para reuniões e eventos na mansão, pois era mais próximo da empresa.

Pepper saiu do quarto de hóspedes e foi em direção ao quarto de Tony, onde tomaria um banho para enfim descansar. Depois do banho ela viu-se obrigada a usar uma camiseta dele. Sentou-se na cama encostando-se à cabeceira, cobrindo-se com um lençol até a altura da cintura. Durante algum tempo ficou ali, perdida em seus pensamentos, se perguntando onde Tony estaria, e quais eram as intenções dele com tudo aquilo? Até ouvir batidas na porta.

—Tony, onde você estava?

Ele ficou parado na porta do quarto com uma bandeja nas mãos. A olhava sentada em sua cama, seus cabelos ruivos soltos caindo sobre os ombros, parecia cansada e ainda assim estava linda, ela usava a sua camiseta, ele ficou ali parado imaginando o que ela vestia além dela. Não fosse a febre de Pepper, talvez tentasse uma aproximação maior, na verdade, nem ele sabia o que esperar daquela noite, só queria cuidar dela. Saindo de seu devaneio ele respondeu:

—Na cozinha—  ele disse, entrando no quarto carregando a bandeja, nela havia um copo de suco, um copo de uísque e dois pratos cobertos.

—Você cozinhou?— ela perguntou com um sorriso surpreso.

—Claro! Pedi ao Jarvis que pesquisasse uma receita prática e rápida, e fiz isso—  ele sorriu e destampou os pratos expondo 2 sanduíches.

—Sanduíches?— ela gargalhou.

Enquanto arrumava a bandeja sobre a cama, ele respondeu: —  Era isso, ou macarrão instantâneo, o sanduíche é natural, muito saudável, tem queijo branco, peito de peru, umas folhas verdes, deve ser alface. Ah, também tem suco, eu mesmo espremi as laranjas, tem um remédio para baixar sua febre e tem uísque, mas esse é pra mim. Se você quiser divido o uísque com você, acho que essa sua febre é falta de álcool no seu organismo.

Ela riu de tudo o que ele disse, tomou o remédio, trocaram poucas palavras e muitos olhares enquanto comiam, depois da refeição ela perguntou:

— Tony, onde você irá dormir?

—Aqui, vou me comportar, prometo—  ele disse, e continuou Como você pôde ver, o quarto de hóspedes está sem condições, e eu passei quase todos os dias dormindo no sofá da oficina, as minhas costas doem, não aguentaria dormir lá outra noite—  ele respondeu cheio de segundas intenções.

Entendo, mas eu dormirei sozinha na cama, você pode dormir naquela poltrona ali, parece ser muito confortável—  ela disse apontando para o móvel dentro do quarto.

—Pepper, não será a primeira vez que dormiremos na mesma cama—  ele disse isso com um sorriso sacana, fazendo com que ela ficasse sem graça.

Sim, eles já tinham dormido juntos, foi depois do baile onde ele a tinha deixado só, para ir à sua primeira missão em Golmira. Ele sabia que aquela noite era especial para Pepper, foi a primeira vez que eles tentaram uma aproximação maior, mas ele teve que sair e deixou-a sem ao menos explicar o motivo, naquela noite ele descobriu o peso da escolha de ser um super-herói. Quando Tony voltou à mansão foi até o quarto de hóspedes, Pepper possivelmente estaria lá, tentaria se explicar. Ele estava certo, ela estava lá, a festa terminou tarde e ela não estava disposta a dirigir até seu apartamento, a mansão era mais próxima do local. Ela não o deixou entrar no quarto, detestava o fato de ter se exposto e de ter sido abandonada, Tony percebeu que teria que reconquistar a confiança dela, e acabou contando o segredo sobre ser o Homem de Ferro. Ela ficou atônita, Tony explicava e acariciava seu rosto, ele sempre foi incrivelmente sedutor, ela sabia que ele queria continuar de onde haviam parado, aquele momento na festa, no terraço, o beijo que teria acontecido, e o que poderia acontecer depois do beijo. Vulnerável, quando ela se deu conta já estava nos braços dele. No dia seguinte quando acordou, Tony estava só na cama do quarto de hóspedes, Pepper havia partido, e eles nunca tinham falado sobre aquela noite. Até agora.

—Foi um erro, aquela noite foi um erro—  ela disse com veemência.

—E Veneza?—  ele perguntou.

Certa vez, foram à Veneza a negócios, Tony estudava uma parceria com um empresário italiano, ficariam hospedados na casa do tal empresário. O jantar havia sido agradável e proveitoso, mas Pepper exagerou um pouco do vinho, Tony achava graça, ela raramente se excedia. Quando questionaram sobre onde dormiriam o dono da casa disse:—O quarto do casal já está arrumado.

Ambos estranharam, eles não disseram que eram um casal, não imaginavam porque o anfitrião deduziu aquilo, mas a verdade, é que no mundo corporativo sempre houve a especulação de que Tony e Pepper seriam um casal. Ela tentou explicar —Não somos um casal, sou secretária dele, no máximo babá, estamos longe de ser um casal.

—Vocês se olham como um casal, discutem como um casal—  o empresário argumentou — Sinto informar, mas só tenho um quarto disponível.—  Tony se divertia com a situação. Por fim acabaram tendo que dormir no mesmo quarto, seria só por uma noite. No quarto, Tony se recusou a dormir no chão, então Pepper improvisou uma barreira de travesseiros entre eles na cama. Durante aquela noite, naquele quarto em Veneza, a muralha de travesseiros entre eles não foi suficiente pra impedir a aproximação de seus corpos, mais uma vez estavam nos braços um do outro.

—Veneza—  ela suspirou.

—Em Veneza eu me excedi, não tinha controle dos meus atos, maldito vinho veneziano—  ela praguejou.


A verdade, é que nas duas vezes em que estiveram juntos ela sabia muito bem o que estava fazendo. Você não pode cometer o mesmo erro duas vezes, na segunda vez que você o faz, não é mais um erro, é uma escolha. Ela sabia disso, ela tinha escolhido estar com ele, e no fundo sabia, sentia, que ele havia decido ficar com ela também.


Tony nunca soube mostrar seus sentimentos, ele avançava, mas Pepper sempre esteve na defensiva, ele achou que naquela noite levá-la pra jantar fosse a melhor forma de aproximação, mostrar o quanto era importante estar ao lado dela, foi até a empresa, a convidou, mas ela não estava bem, então ele resolveu cuidar dela. Já se dava por vencido, só restava para ele a poltrona, pelo menos de lá ele poderia observá-la dormir.


Ok, Srta Potts, você venceu, dormirei na poltrona—  disse se aproximando dela, para depositar um beijo em sua testa.


A proximidade de Tony a deixava sem graça, a fazia corar, sentia um frio na barriga, queria estar com ele, sentia seu corpo queimar e não era por causa da febre que naquele momento já havia baixado.


Ele estava sentado na cama, olhava fixamente nos olhos azuis dela, ela tentava desviar do olhar dele, mas também se perdia nos seus olhos castanhos. Ele depositou um beijo na testa dela e acariciou a sua bochecha.

Você quase não em mais febre, Srta Potts, boa noite—  disse com a voz serena.

Ela acariciou a mão dele sobre a sua bochecha, e disse —Obrigada por cuidar de mim, Sr Stark—  disse evitando olhar nos olhos dele.

—Você sempre cuidou de mim Pepper, hoje estou tendo a oportunidade de retribuir esse cuidado—  ele disse em meio a um sorriso tímido.

Ele se levantou da cama e caminhava até a poltrona, quando ela o chamou: —Tony, venha, você pode dormir aqui, afinal a cama é sua, eu não quero ser culpada pelas dores que talvez você venha a sentir nas costas, você é um super-herói, seu corpo tem que estar descansado, não é?


Ela estava baixando a guarda, queria sentir o calor do corpo dele junto ao seu. Ele estava de costas, por isso ela não viu o sorriso vitorioso e cheio de malícia que se formou nos lábios dele.




Tony caminhou de volta até a cama e se deitou ao lado dela sob os lençóis. Sussurrou no ouvido de Pepper: —Obrigado por me deixar dormir aqui, Pep. Posso dormir sem camiseta, tá fazendo um calor insuportável nesse quarto, você está sentindo também?—  ele não esperou ela responder, e tirou a camiseta —A propósito, você ficou muito bem com a minha camiseta, sabia?— disse a abraçando e roçando a sua perna na dela


— Ok, Tony, vamos dormir, apenas dormir!


Nenhum dos dois conseguiria dormir naquela situação. A cama outrora enorme parecia encolher. Tony estava cada vez mais próximo de Pepper, ela estava de costas para ele, seus corpos estavam encaixando-se um ao outro, se atraiam como ímã. Apesar de tentar repeli-lo, ele teimava em passar o braço em volta da cintura dela, aproximando ainda mais seus corpos. Ela o cutucou com o cotovelo, e pode ouvi-lo rir da situação. Quando achou que teria sossego, sentiu a mão dele passear pelo seu corpo, sentia a exigência do corpo dele, e a respiração dele cada vez mais ofegante em sua nuca.

— Tony, o que eu terei eu fazer para que você me deixe dormir?— ela disse respirando com dificuldade, sabia qual seria a resposta dele.

Mal acabou de falar, Tony já havia afastado os cabelos de Pepper, e beijava o pescoço dela, fazendo com que ela virasse ficando assim de frente para ele. Seus olhares se encontraram: — Já disse que adorei ver você usando a minha camiseta?

— Hum-rum—  ela disse preguiçosamente.

Ele a beijou com paixão, suas mãos percorriam cada centímetro do corpo dela. Ela com as mãos inquietas também explorava o corpo dele, o peitoral passando pelo reator, indo até suas costas, subindo e agarrando seus cabelos.

—Linda com a minha camiseta, melhor sem ela—  ao dizer isso tirou a camiseta dela, olhou-a fixamente, agora ela estava apenas de lingerie, ele desejava aquele corpo, nunca disse para ela, mas às vezes em que estiveram juntos foram inesquecíveis, adorava estar com ela. Seus olhares se encontraram. Ele abocanhou o lábio inferior de Pepper. —Quero ver qual será a desculpa que você dará depois dessa noite.—  ele disse.

Ela retribuiu o beijo ardente por um longo tempo, depois beijou a extensão do pescoço dele chegando ao pé do ouvido de Tony, mordiscou o lóbulo da sua orelha —Direi que eu estava com febre, que estava fora de mim.



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Notas finais do capítulo

Tenho que dizer que três músicas, cada uma a seu modo, foram fundamentais pra minha inspiração, são elas: A canção que faltava (de tanto ouvir me deu vontade de começar a escrever)/ Fever (inspiração que vai além do nome da história)/ Womanizer (que é o nosso herói todinho).

É isso pessoas, espero que tenham gostado.

Se vocês curtiram, comentem, se não, comentem mesmo assim.