Bifurcados - O Apocalipse Zumbi escrita por Cadu


Capítulo 14
Temporal


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! Espero que estejam gostando. Aqui está a playlist da minha história: http://www.kboing.com.br/radio-show/playlists/1847828/760373/ Para entrar no clima da história, aconselho ouvir "Do you mind - The XX".
Boa leitura =)



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Bifurcados - O Apocalipse Zumbi

Capítulo doze - Temporal

⊂ ⊗ ⊃


Os olhos de Leila queimaram. O beijo ainda ocorria, mas quando a presença foi notada os lábios desgrudaram-se em questão de segundos.

— Se talvez essa daí tivesse vindo abanar para o helicóptero ele teria nos salvado. Mas não! Coitadinha com a mordida... Ah! Por favor! — Leila cospe cada palavra com nojo.

Clarissa assusta-se e a mesma reação promove Heitor.

— Porque está falando assim, Leila? Ela não tem culpa de um de seus lobos ter atacado sua perna!

— Calma, Heitor. — Clarissa sussurra em seu ouvido — Ela tem razão. Eu devia ter ido ajudar...

— Como você iria fazer isso, Clarissa?! — indignado Heitor levanta a voz trocando olhares com Leila — Olha sua perna! É impossível! Você está desabilitada, e isso é completamente óbvio! Qualquer idiota pode ver isso!

— Pelo jeito você se irrita fácil, não Heitor? — Leila diz molhando seus lábios com ironia — Não adianta ficar fazendo isso... Se gosta dela pode me dizer. Mas também não precisa ficar me desejando com os olhos. E também não precisa ficar dando em cima de mim! Por favor. Você podia ter avisado que ela é sua namorada...

Pera ai, Leila! Como assim dado em cima de você?! Quando fiz isso? Desde ontem, quando chegamos aqui, você que tem feito tudo isso! Mostrando suas pernas, se inclinando e chupando os lábios enquanto olha para mim! Falsa moralista! — Heitor chega ao ápice da raiva.

— Nossa... — diz Leila enquanto faz uma dança complicada com seus dedos no móvel de centro da sala — Você é corajoso... Falando nesse tom com a dona da casa. — ela deu uma risada silenciosa e fitou seus olhos.

— Não gosto de chantagistas. Se quiser saímos dessa casa agora!

— Por onde? Pela floresta? Não sei se já contei, mas enchi-a de armadilhas. Em lugar que vocês menos esperam. E uma coisa... Voltariam pela rodovia e continuariam a viagem para encontrar os pais da coitadinha? Ah! Que pena... Aposto que estão mortos. Como todo mundo... Ingenuidade é foda...

Clarissa encheu rapidamente seus olhos com a mais salgada das águas.

— Você só pode ser uma filha da puta mesmo, ? Pelo menos Clarissa não é uma amargurada e louca que nem você! — Heitor abraça Clarissa a qual esconde a face melancólica em seu ombro quente.

Idiotas — Leila sai da casa e desaparece na floresta a qual envolvia toda a velha construção de madeira.

⊂ ⊗ ⊃

Clarissa dormia o mais profundo dos sonos apoiada no colo de Heitor. Lá fora, a chuva que conduzia o tempo era a das mais fortes – e Leila provavelmente estava junto dela. Os olhos cansados da menina abriram-se como a mais bonita cortina de teatro, piscando seus cílios de forma frenética.

— Oi — cumprimentou Heitor fazendo um carinho leve em seu cabelo escuro.

— Oi. — Clarissa sentiu seus olhos inchados de tanto chorar — Quando vamos embora daqui?

— Quando sua perna estiver melhor. Vamos assim que cicatrizar... Ou pelo menos quando conseguir andar. E estamos a salvos aqui.

— Sei disso, mas... Quero continuar a viagem.

— Nós vamos.

Clarissa percebe a chuva que pingava fortemente do lado de fora. A face forte de Heitor atrapalha sua visão, desfocando a visão da janela – a qual várias barras de ferro atravessam de cima a baixo.

— Você sabe que tudo o que aquela mulher falou é mentira, não?

Clarissa engole a seco e afirma balançando a cabeça.

— Não quero ver você triste. O mundo já está desse jeito, e espero que nada o faça piorar. Leila não é a dona da verdade e muito menos uma vidente que sabe como seus pais estão. Eu sei que eles estão bem.

Clarissa sorri gentilmente. Após alguns minutos de silêncio, senta no sofá com dificuldade. Tenta levantar-se sem nenhum apoio, mas seu equilíbrio era totalmente afetado pela sua perna. Heitor levanta em seguida e segue-a segurando com uma de suas mãos sua cintura, e outra seu braço. Ela vai em direção a janela frontal e senta em uma cadeira que ali dava toda a vista da floresta – e um pouco da rodovia. A claridade que entra de fora para dentro ilumina sua silhueta mostrando seus reais traços femininos. Franja sobre os olhos, olhar simples e nariz fino em sua ponta. Seu pescoço é longo e suas mãos seguram por trás da coxa a perna ferida.

O primeiro-segundo beijo é lembrado pela mente nostálgica de Heitor. Desvia o olhar de sua silhueta e encosta-se na poltrona, de costas para Clarissa. O barulho da chuva parece aumentar a cada segundo que se passa e Leila parecia nunca mais voltar. A casa estava sendo escurecida pela tempestade, e o aconchego que o temporal causava era aderido pouco a pouco na construção de madeira.

— Heitor — Clarissa aponta em direção ao campo em frente da casa e claramente pode-se ver um zumbi aproximando-se. Ele se desapoia da poltrona e agarra uma das facas. Abre a porta corajosamente e se entrega a chuva enquanto Clarissa assiste a cada movimento com receio.

Suas roupas já estavam completamente molhadas – as quais definiam seu corpo – e anda com certeza de matar o errante. Com raiva em seus olhos estanca a faca no lobo frontal fazendo-o cair. Heitor volta lentamente pelo temporal aderindo à chuva a sua alma. Sobe as escadas de madeira e permanece um pouco até a água desprender de seu corpo.

— Vem para dentro — a voz opaca de Clarissa invade seus ouvidos aguçados.

Mesmo molhando a casa Heitor entra. Fita a menina e lambe os lábios molhados. Ela levanta-se apoiando seu corpo na madeira da casa e enrola seu corpo em torno de Heitor, fazendo o maior dos beijos acontecer. Lento, molhado e airoso. Clarissa desejava-o. Heitor envolve-se completamente devolvendo todas as carícias enquanto levanta a camiseta da menina. Ela entrega-se o fazendo levá-la no colo até a cama do quarto dos fundos. Clarissa deita na cama ingenuamente e morde os lábios ao ver o peitoral de Heitor. Ele tira os tênis molhados e sente o cheiro sedutor de Clarissa. Encosta-se nos travesseiros velhos e não se detém quando o ato acontece. Sente-se perficiente.



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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Posto o próximo com 15 reviews. Até o próximo!