Os Seus, Os Meus (os Deles)E Os Nossos 2 escrita por WaalPomps


Capítulo 7
Cap. 6 - Something that is worth


Notas iniciais do capítulo

Geeente do céu, capítulo mais longo e triste da fic EVER. Foram 7 páginas e eu chorei escrevendo 4, pra vocês terem uma ideia. O lance é que eu achei que se isso está mostrando lances da vida, devia mostrar que nem tudo dá seeempre certo.
Espero que vocês não me matem ok? Obrigadinho e até lá embaixo.



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Beth P.O.V

As férias passaram numa monotonia sem tamanho. Entre minha mãe arrastando eu e LeRoy (com Nicky e Theo a reboque) para tooodas as universidades possíveis, para que conhecêssemos o local e tudo mais, e os preparativos para a chegada do bebê da Aili, não restou muito tempo. Na verdade, eu não conseguia entender a pressa da minha prima.

_ Eu já estou de sete e meio e as aulas voltam em duas semanas. – explicou ela enquanto fazíamos compras junto de Ileina, Nicky e Sarah, que eu havia rebocado por estar meio tristinha com a volta às aulas. Eu realmente me preocupo com ela e esses problemas com os colegas de sala.

_ Tá bom, mas nós estamos fazendo compras desde novembro do ano passado. – lembrou Nicky – Afinal, como uma criança tão pequena precisa de tantas coisas?

_ Acho que é por ser tão pequena. – respondeu Ileina, segurando um pequeno bori com os dizeres “Minha mãe é 10” – As mães compram isso por super ego né?

_ É fofo mana. – disse Aili apanhando e colocando no carrinho – Procura algum sobre papai ou o Leo me mata.

_ “Meu pai é bravo e ele dirige”. – mostrou Sarah e nós rimos – Esse pessoal é criativo.

_ Matt e LeRoy vão infernizar o Leo até. – garanti apanhando o bori e colocando na sacola, vendo que Aili estava apoiada em uma prateleira – Aili, você ta bem?

_ To sim, só preciso ir ao banheiro. O bebê está pressionando muito a bexiga. – explicou ela, entregando a sacola para Nicky – Passem no caixa e me encontrem na saída ok?

E saiu sem nos dar tempo de responder. Fomos ao caixa e passamos as compras o mais rápido possível, não querendo deixá-la muito tempo esperando. Mas quando chegamos a saída, onde Sarah já estava para ficar com ela, minha irmã estava sozinha.

_ Ela não veio para cá. – explicou a pequena amedrontada e nós corremos em direção ao banheiro.

_ Ailika.  – chamou Ileina enquanto entravamos – Ai meu Deus. Beth, chama uma ambulância, rápido.

_ A-a-alô? – eu gaguejei no telefone – Preciso de uma ambulância aqui na loja Liu Lou, no shopping... Tem uma adolescente grávida de sete meses desmaiada e sangrando muito.


Leo P.O.V

Parecíamos um batalhão entrando no hospital. Meus tios atrás, eu e tio Sam a frente, ambos quase infartando.

_ Beth. – gritei assim que vi minha prima falando com uma médico.

_ É o pai do bebê. – explicou ela depressa ao médico, que se virou e me estendeu a mão, que eu apertei rapidamente.

_ Cadê a Aili? E o bebê? – perguntei num fôlego só, enquanto tia Mercedes parava aflita ao meu lado.

_ A pressão da Ailika subiu muito, causando uma convulsão no banheiro da loja. Estamos tentando controlar, mas está difícil... – explicou o médico, olhando entre eu e meus tios – Se querem minha opinião de médico, eu realizaria uma cesárea de emergência.

_ Ela não pode melhorar? – perguntou mamãe me abraçando pelos ombros.

_ Isso é algo difícil de dizer. A pressão está realmente muito alta e ela já teve mais duas convulsões... Não sabemos quando uma delas poderá ser mais séria ou trazer riscos ao bebê. – completou o médico, ainda parecendo cauteloso.

_ Há algo mais não há? – perguntou tia Mercedes, observando o médico atentamente – Por favor, não nos esconda nada.

_ O parto é a melhor alternativa que temos, mas ele não irá tirar nem Ailika nem o bebê de perigo. Só Deus sabe o que pode acontecer nas próximas horas, façamos nós o parto ou não. – sentenciou o médico, parecendo derrotado.

_ Leo... – chamou tia Cedes pegando minha mão – A decisão é sua.

_ DELE? – gritou tio Sam, encarando a esposa – Ailika é nossa filha. E menor de idade. Se a decisão cabe a alguém, é a nós dois.

_ Mas o bebê é dele Samuel. – interveio vó Carole – Do mesmo jeito que você é pai da Aili, ele é pai daquela criança e se diz respeito a vida dela, a decisão é de Leo.

_ E-e-eu quero falar com a Aili. – pedi com a voz trêmula e o médico concordou.

_ Me siga. – pediu ele e eu soltei a mão de mamãe e tia Mercedes, caminhando com ele pelo corredor e deixando minha família para trás – Quarto 306. Mas seja rápido, cada segundo está valendo está bem?

Eu concordei, abrindo a porta do quarto e entrando. Ailika estava deitada na cama, com diversos fios e sondas ligados a ela, chorando tristemente, enquanto acariciava a barriga.

_ Aili... – chamei com a voz trêmula e ela se virou para a porta, estendendo a mão. Eu corri para perto dela, beijando sua mão e a abraçando – O médico quer fazer o parto... Mas ele disse que vocês ainda vão estar em perigo.

_ Nós sabíamos que esse dia chegaria Leo. – sussurrou ela entre as lágrimas – Só o que me importa é ele nascer e ficar bem.

_ Sua mãe pediu que eu decidisse entre fazermos ou não o parto. – expliquei segurando seu rosto entre as mãos.

_ Então vá e diga que hoje ela já irá segurar o netinho nos braços. – pediu ela com um sorriso.

_ E você também o segurara. – sussurrei e ela sorriu novamente, com as lágrimas escorrendo.

_ Vai depressa antes que as coisas piorem.


Ailika P.O.V

_ Vai dar tudo certo Aili, você vai ver. – disse Kali sentada na beira da minha maca, enquanto eu me despedia de minha família a caminho da sala de operações.

_ Vai sim Kali, e daqui a pouquinho você vai ser titia, olha que legal. – eu expliquei a ela, beijando seu rosto várias vezes e a fazendo rir.

_ Boa sorte lá dentro mana. – desejou Kai, me abraçando forte – Que kãne e meme estejam com você.

_ Eles estarão e dará tudo certo. – garanti a ele, beijando seu rosto – Iwin, Kaila, me dêem um abraço.

Os dois se aproximarão e me apertarão fortemente, se afastando logo depois e dando espaço a Ileina, que se aproximou lentamente e sentou a minha frente. Por alguns segundos apenas nos encaramos, antes de ela me abraçar chorando.

_ Me desculpa Aili. – sussurrou ela.

_ Cuida deles para mim Le... Por favor. – eu pedi e ela me olhou chocada – Eu te amo maninha.

_ Te amo Aili. – respondeu ela, me abraçando mais uma vez e se levantando, dando espaço para que Beth, LeRoy, Sarah, Nicky e Theo me abraçassem.

_ Vai dar tudo certo querida. – garantiu vovó Carole – Logo você estará com seu filho nos braços e tudo isso parecerá besteira.

_ Eu sei vovó... – concordei sorrindo e a abraçando, abraçando logo depois vovô Burt.

_ Cuide bem do meu netinho hein mocinha? – pediu vô David me abraçando e beijando minha testa, dando lugar a esposa.

_ Boa sorte querida. – desejou ela me abraçando e se afastando para que meus pais se aproximassem.

_ Fique tranqüila, cabeça limpa, se preocupe apenas em ter seu filho logo com você está bem? – pediu mamãe com a voz rouca, sentada a minha frente.

_ Tá bom mãe. Mais alguma recomendação? – brinquei e ela riu, me puxando para um abraço.

_ Eu te amo tanto querida. – sussurrou ela.

_ Eu também te amo muito mamãe... Obrigada por ser minha mãe. – respondi.

_ Não meu anjo... Obrigada por deixar que eu seja sua mãe. – finalizou ela, me dando um beijo e se levantando. Papai se aproximou lentamente, sentando ao meu lado e segurando minha mão.

_ Eu não vou poder segurar sua mão... – lembrou ele e eu ri.

_ Se quiser posso xingar o Leo aqui mesmo, enquanto você a segura. – ofereci e ele riu.

_ Não... Apenas mantenha a calma e logo tudo vai acabar está bem? E eu vou poder finalmente saber o nome do meu neto, certo? – perguntou ele e eu concordei.

_ Garanto que você amará.

_ Ailika, temos que ir. – chamou a enfermeira e eu concordei, abraçando meu pai.

_ Eu te amo muito papai. Mais do que o senhor possa imaginar.

_ Eu também minha princesinha, eu também. – garantiu ele – Agora traga esse garotão para nós, está bem?

Leo abraçou os pais, enquanto a enfermeira começava a puxar minha cama pelo corredor e meu namorado me dava a mão entrando na sala de operação.

_ Nós te amamos Aili. – gritou Kali do colo de papai.

_ Eu também amo vocês. – respondi enquanto a porta se fechava.

A sala de operações não era bem o que se via nos filmes. Era uma sala normal, cheia de luzes e monitores e com tanta gente que não sabia como cabia ali. Os médicos me prepararam rapidamente, enquanto Leo esperava do lado de fora e logo, liberaram que ele entrasse e ficasse ao meu lado.

_ Com medo? – perguntou ele e eu neguei.

_ Ansiosa. – respondi e ele riu – Quero ver o rostinho dele logo.

_ Mais alguns minutos. – garantiu ele.

_ Muito bem Aili, vamos começar. – disse o médico – Mantenha-se tranqüila para que a pressão não suba muito está bem?

Eu concordei, apertando os dedos de Leo enquanto a operação começava. Meu namorado falava sobre amenidades, tentando me manter distraída, mas pouco após a primeira incisão comecei a sentir falta de ar, o que me deixou bastante assustada e a ele também.

Os médicos me deram oxigênio, que fez com que melhorasse um pouco e a pressão também baixasse. Mas eles estavam correndo com o parto e eu podia ver isso, assim como Leo, que parecia cada momento mais nervoso. Quando eu já estava com medo do pior, o doutor comemorou.

_ Nasceu.

E foi então que eu ouvi. O som mais lindo que eu poderia imaginar, tão maravilhoso quanto o som do coraçãozinho dele batendo durante os exames: seu choro. Leo começou a chorar ao meu lado, beijando meu rosto inúmeras vezes, até que a enfermeira chamou-o para cortar o cordão.

Ele se levantou e cortou o cordão, acompanhando a enfermeira que levou o bebê para ser examinado. Eu os observava sentindo minha visão embaçar e ficar turva, mas lutava para me manter acordada. Pouco depois, vi a enfermeira colocar um embrulhinho nos braços de Leo que se aproximou de mim em lágrimas.

_ Fala oi para mamãe, campeão.  – sussurrou ele, deitando o embrulhinho ao meu lado.

Meu filho tinha olhos escuros como os meus, mas os cabelos eram castanhos como os da mãe de Leo. Seu rostinho era redondo e ainda estava um pouco sujo, com o velho aspecto de joelho, mas para mim era a coisa mais linda do mundo.

_ Bem vindo ao mundo meu amor. – sussurrei, beijando-o e acariciando seu rostinho – Eu te amo tanto meu amor, tanto...

_ Posso tirar uma foto da família? – pediu a enfermeira e nós concordamos. Leo arrumou o bebê e deitou sua cabeça para que a enfermeira fotografasse – Ótimo... Agora tenho que levar o garotão ai para ser melhor examinado.

_ Posso dar mais um beijo nele? – pedi e ela concordou. Virei a cabeça, beijando demoradamente a testa do meu filho – Te amo meu anjinho.

Leo pegou-o e beijou novamente, entregando a enfermeira que saiu com ele por uma porta lateral. Meu namorado voltou a sentar-se do meu lado, sorrindo entre as lágrimas.

_ Você conseguiu meu amor. Nosso filho nasceu. – comemorou ele e eu sorri, sentindo a cabeça voltar a pesar.

_ Consegui... Leo, me promete que você vai cuidar dele. – pedi com a voz fraca.

_ Do que você ta falando Aili? – o sorriso murchou e ele segurou meu rosto – Você vai ficar bem, ele vai ficar bem... Nós vamos cuidar dele juntos.

_ Promete Leo, por favor, promete. – implorei e os monitores começaram a apitar.

_ Prometo amor, prometo. – concordou ele desesperado enquanto os médicos gritavam – Agora se acalma.

_ Eu te amo Leo, te amo muito, nunca se esquece disso. – pedi – E seja feliz, pelo nosso filho, seja feliz.

_ Eu também te amo amor, agora se acalma, por favor. – implorava ele, afagando meu rosto.

_ Me dá um beijo, por favor. – pedi e ele concordou, selando nossos lábios – Te amo...

_ Batimentos caindo.

_ Tirem ele daqui.

_ Aili, fica comigo...


Sam P.O.V

A sala de espera estava em festa. Alguns minutos antes, uma enfermeira havia vindo até nós com a notícia que meu neto havia nascido e estava bem. Ela disse que logo Leo viria até nós e poderíamos ver o bebê no berçário.

Mas o que aconteceu não foi bem o que esperávamos. Passaram-se mais de dez minutos e nenhum sinal de Leo ou de algum médico ou enfermeira. Mercedes e Shelby começaram a ficar inquietas e eu também não estava na minha maior calma. Foi quando tudo desmoronou.

A porta do centro cirúrgico se abriu e por ela saíram Leo e o médico, ambos caminhando lentamente, como se tivessem o mundo sobre os ombros. Todos nos levantamos, esperando que algum deles dissesse algo. O garoto abriu a boca diversas vezes, mas nada saiu, então ele correu e se atirou nos braços da mãe, em prantos.

_ Cadê a Aili? – perguntou Kali ao meu lado, parecendo confusa. Mercedes tremia ao meu lado, com Kurt e Rachel já ao seu lado. Iwin, Kai e Kaila se aproximaram de mim, segurando meu braço, enquanto Ileina se aproximava de Kali, já temerosa do que acontecera.

_ Ailika teve uma hemorragia muito forte, a pressão não baixou como esperado e houve complicações durante o parto. Fizemos todo o possível, mas ela não resistiu. – disse o doutor com a voz embargada e Mercedes caiu sentada em pranto, enquanto meus filhos me abraçavam.

_ O que ele disse papai? – perguntou Kali assustada e eu me abaixei a sua frente.

_ Que o dodói da Aili foi muito sério meu amor. E nem tirando o bebê conseguiram fazer sarar. – expliquei chorando – E agora a Aili ta lá no céu, junto com o outro papai e a outra mamãe dela.

_ A Aili morreu? – perguntou ela com os olhinhos começando a transbordar e eu concordei.

_ Morreu princesa.

Ela atirou seus braçinhos ao redor do meu pescoço, enterrando a cabeça em meu ombro e chorando compulsivamente. Logo, os irmãos estavam ajoelhados ao nosso lado, abraçando nós dois, enquanto Burt e mamãe tentavam acalmar Mercedes.

_ Eu quero ver ela. – pediu Kali com a voz chorosa.

_ Não é uma boa ideia meu anjo. – tentou explicar Quinn se aproximando.

_ É sim tia Quinn. – retrucou minha filha – Por favor?

_ Vocês podem vê-la por alguns instantes. – concordou o médico – Só vou ver como está a sala e vocês podem entrar.

Me levantei ainda tremendo e me aproximei de minha esposa, que ainda chorava. Sua primeira reação foi se levantar e me abraçar, chorando ainda mais e me fazendo voltar às lágrimas.

_ A nossa garotinha... – sussurrou ela e eu não tive força nem para completar.

Logo as cinco crianças estavam novamente abraçadas a nós, chorando muito. Não tardou para o médico liberar nossa entrada e toda a família foi caminhando lentamente. Na sala de operação, não havia mais nenhum aparelho ou vestígio de sangue. Tudo fora limpo rapidamente, provavelmente para não assustar Kali.

A única coisa que ainda havia era a maca, onde estava deitada Ailika, imóvel e coberta com um lençol branco até o pescoço.

_ Ela parece dormindo. – observou Kali. Ileina e Kai foram os primeiros a se aproximar, ambos de mãos dadas. Eles pararam ao lado da irmã e baixaram a cabeça até a altura da dela. Kai então cantou uma música havaiana, uma que eu sabia que a mãe deles cantava para eles dormirem quando bebês. Os dois beijaram a testa de Ailika e se afastaram, ficando abraçados ao pé da cama.

Logo depois, Kaila e Iwin guiaram Kali até a maca com cuidado, com medo que ainda houvesse algo que fosse assustá-la. Minha filhinha tocou todo o rosto da irmã mais velha, chorando enquanto o fazia. Por fim, deu-lhe um beijo demorado e se afastou para junto dos irmãos.

Iwin beijou a testa de Ailika demoradamente, ficando alguns segundo com a testa junto da dela, deixando que as lágrimas escorressem. Depois se afastou, deixando que Kaila se aproximassem e repetisse seu gesto, antes de seguirem para juntos dos irmãos.

Eu então me aproximei apoiando minha esposa, que ainda chorava e tremia muito. Ela se apoiou na maca, acariciando o rosto de nossa filha e seus cabelos, como fazia quando a colocava para dormir.

_ Obrigado por deixar que eu fosse sua mãe. – sussurrou ela, beijando a testa de Aili e se afastando, abraçando as crianças.

Eu fiquei alguns instantes observando minha filha, sem conseguir me mover ou dizer nenhuma palavra. Até que eu me ajoelhei ao seu lado, acariciando seus cabelos.

_ Lembra quando você veio morar conosco, depois que seus pais morreram, e você dizia ter medo do escuro? Você dizia que você podia os ouvir gritando no acidente? E eu acendia um abajur cheio de notas musicais, enquanto cantava para você? Então, eu vou cantar agora, para você não ter medo do escuro está bem?

_ She’s gotta do what she’s gotta do, and I’ve gotta like it or not. She’s got dreams too big for this town and she needs to give ‘em a shot, whatever the are – podia ouvir os soluços a minha volta, especialmente onde estava Mercedes e as crianças – She’s at the startin’ line of the rest of her life, as read as she’s ever been. Got the hunger and the stars in her eyes, the prize to win…

Mas eu não conseguia terminar. Eu só conseguia segurar seu rosto e chorar, chorar e chorar.

_ Eu te amo princesinha, para sempre. – sussurrei, me apoiando para levantar. Dois pares de braços me apoiaram e abracei Finn e Blaine, que choravam junto de mim. Eles me levaram até minha família, que me abraçou e chorou junto de mim.

Pouco depois, eu vi que Leo estava ajoelhado ao lado da maca, chorando que nem um louco e não pude evitar ficar com raiva.

_ A CULPA É SUA. – gritei me afastando de meus filhos e me aproximando dele – É SUA CULPA ELA TER ENGRAVIDADO. É SUA CULPA ELA ESTAR MORTA. ELA ERA SÓ UMA MENINA.

_ Sam, se acalma. – pediu mamãe.

_ NÃO VOU ME ACALMAR. EU PERDI MINHA FILHA E A CULPA É DELE. DESSE MARGINAL QUE NÃO CONSEGUE SE CONTROLAR. E AGORA FICA AQUI CHORANDO. PENSASSE NISSO ANTES MERDA. – continuei gritando, mas Leo sequer reagia, ainda com a testa colada a de Aili – EU TO FALANDO COM VOCÊ SEU PEDAÇO DE MERDA. – o agarrei pela gola da camisa, erguendo do chão.

_ Sam, para com isso. – Finn, Puck e Blaine me seguravam, enquanto Leo era puxado por LeRoy e Matt. O garoto apenas ficou me encarando, antes de se aproximar de minha filha, beijar sua testa novamente e sair.

_ Precisava falar tudo isso? – bronqueou mamãe.

_ Precisava. Porque a culpa é dele. – retruquei, ainda chorando.

_ Sam, a Aili sabia que ela tinha uma gravidez de risco. – explicou Santana e eu parei chocado, me virando para Mercedes.

_ Isso é sério? – perguntei num fio de voz. Ela apenas concordou com a cabeça.

_ E porque não contaram nada? – perguntou Beth.

_ Ela não queria alarde. – explicou Shelby calmamente – Na segunda consulta o médico viu que a pressão dela estava alta e pediu alguns exames. Ele aconselhou interromper a gravidez e fazer um tratamento, para que no futuro isso não acontecesse. Mas Aili não quis.

_ Ainda sim é culpa dele. – afirmei nervoso – Se ele tivesse sido mais responsável ela não teria engravidado.

_ A culpa não é dele. – virei-me e vi que Ileina que falava e chorava muito – A culpa é minha. Eu que troquei o remédio da Aili porque estava com ciúmes dela.

_ Você o que? – dessa vez quem estava chocada era Mercedes.

_ Eu não queria que nada disso acontecesse. – explicou Ileina ainda chorando – Eu só queria dar um susto na Aili para que ela e o Leo terminassem, mas ela acabou engravidando e tudo aconteceu.

Foi como um soco no estomago. Eu não conseguia pensar em nada, não conseguia reagir a nada. Eu cambaleei para fora do centro cirúrgico, vagando pelos corredores sem saber ao certo aonde ia. Foi quando vi Leo apoiado em uma janela de vidro, chorando por entre as lágrimas.

Me aproximei cautelosamente, observando que a janela era o berçário. Procurei, mas não consegui encontrar qual deles era meu neto.

_ É o segundo a direita. – disse o garoto do nada e eu segui a indicação – Estou esperando a enfermeira vir me chamar. Se quiser, pode entrar comigo.

Concordei com a cabeça e quando a enfermeira veio, nós dois caminhamos em silêncio para dentro da antecâmara do berçário. Ela trouxe o embrulhinho azul e colocou nos braços de Leo.

_ Ele é bem saudável para um prematuro. – explicou ela feliz – Talvez tenha que passar algumas noites na incubadora, mas no geral está muito bem... – e completou – Sinto muito pela mãe dele.

_ Obrigado. – agradeci com a voz novamente embargada.

_ Vou deixá-los a sós. – disse a mulher saindo, deixando nós dois sozinhos com o bebê.

_ Eu disse para Aili interromper a gravidez, disse que poderíamos tentar de novo daqui a alguns anos, depois que ela fizesse o tratamento. – começou Leo após alguns instantes – Mas ela já amava tanto o bebê que não quis sequer cogitar a hipótese. Eu rezava a cada noite para que Deus não a levasse quando trouxesse esse anjinho ao mundo, mas acho que Ele tinha outros planos.

_ Me desculpe por ter dito aquilo. – pedi e ele riu.

_ Eu não esperaria diferente. – concordou ele – Quando eu olho para ele, acho que entendo um pouco disso. É tanto amor que você não raciocina direito. A Aili o amava tanto que morreu por ele.

_ E como é o nome dele? – perguntei e Leo me olhou com um sorriso, se aproximando e estendendo o bebê para mim.

_ Diz oi para o vovô, Samuel Quon Martinez. – apresentou Leo e eu olhei espantado – Aili que escolheu. Ela disseque fazia questão que o bebê tivesse o nome dos dois pais dela.

Eu sorri enquanto as lágrimas novamente vinham aos meus olhos e o pequeno Sam abriu seus olhos para mim, me fitando curioso.

_ Oi campeão, é o vovô aqui. – eu disse com a voz fininha – Eu te amo ouviu? E eu prometo ser o melhor avô do mundo.

Eu olhei para Leo que sorria e estendi o braço livre, o puxando para um abraço em que os dois choraram copiosamente. Quando nos afastamos, ainda permanecemos com os braços um no ombro do outro, ambos observando aquele pequeno milagre pelo qual Ailika tinha dado a vida. 


Leonard Martinez



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Notas finais do capítulo

Eae? O que acharam? Eu sei que foi pesado, maaaas...
Até logo, não prometo um próximo capítulo hilário, maas ainda sim.
Comentem, perguntem e tial ;@
http://ask.fm/WaalPompeo