Os Seus, Os Meus (os Deles)E Os Nossos 2 escrita por WaalPomps


Capítulo 16
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Mano, cadê vergonha na cara de vir aqui?
Quatro meses enrolei para escrever o epílogo, eu devia me envergonhar (tá, eu to envergonhada).
Enfim, com a morte do Cory, estou escrevendo loucamente para não me deixar invadir por sentimentos ruins. Então, espero que gostem do epílogo.



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Dizem que quando você morre, toda a sua vida passa diante dos seus olhos. Mas não é verdade. Só se passa o mais importante, aquilo que fez de você, quem você é.

_ Nós gostaríamos de lhe fazer um pedido... – começou Hiram, timidamente – Queríamos lhe pedir para ficar Shelby. Nós dois não conseguiremos dar conta dos três, não sozinhos. Eles vão precisar de uma mãe.

(...)

_ O jantar está pronto. – anunciou Hiram. Santana saiu chamar a irmã, enquanto os pais punham a mesa. Logo que sentaram, a porta se abriu e o filho mais velho adentrou.

_ Boa noite família. – cumprimentou sorridente, beijando a mãe e as irmãs na cabeça – Torta de frango do papai? É alguma ocasião especial?

_ Não filho, apenas um jantar em família. – disse Hiram, pegando a mão de Leroy e sorrindo. As crianças sorriram e Shelby também.

(...)

_ Ok, vão desembuchar? – perguntou Shelby, soltando os talheres e cruzando as mãos. (...) Ela deu sinal para que os filhos contassem, e Rach foi até a sala, voltando com as passagens.

_ Vocês vão para o Caribe! – gritou ela, batendo palmas.

(...)

_ Um copo de uísque com gelo. – o homem pediu ao atendente, que rapidamente providenciou.

_ Não é muito cedo para beber assim? – riu e o homem virou-se, enquanto Shelby sentava-se no balcão – Um martini, por favor.

_ Eu te conheço... Você dá aula no McKinley. Shelby não?

_ E você é o pai dos Fabray. – o homem concordou – Seu filho mais velho tem me dado muita dor de cabeça.

_ Finn? – ela assentiu – Você é mãe do garoto, Puck? – ela assentiu novamente – Peço desculpas em nome do Finn. É esquentado.

_ Sem problemas. – garantiu ela, erguendo seu drink – Um brinde a duas semanas sem filhos.

(...)

_ E como foi a viagem? – Rachel e Santana perguntaram ao mesmo tempo. Ela deu um risinho e corou.

_ Eu to apaixonada! – confidenciou ela.

_ E quem é o sortudo? – perguntaram as duas novamente.

_ A noite saberão...

(...)

_ O que eles fazem aqui? – perguntaram as crianças Fabray, Berry e Hummel juntas. Carole abraçou Burt e Russell abraçou Shelby.

_ Nós vamos nos casar.

(...)

_ COMO VOCÊ PÔDE? – Puck gritou, descendo as escadas aos prantos – COMO VOCÊ PÔDE MENTIR A ESSE PONTO? NOS ENGANAR? (...) Como você ousou mentir, dizendo que meus pais haviam prolongado a viagem e não nos contar QUE ELES DESAPARECERAM! E NEM VIR NOS AVISAR QUANDO SOUBE QUE ELES MORRERAM. ESTÁ TÃO PREOCUPADA ASSIM QUE ACEITEMOS SEU MALDITO CASAMENTO?

_ Morreram? Mas, eles estavam desaparecidos... Sendo procurados. – as palavras sequer saiam direito da boca de Shelby, enquanto ela estava em choque.

(...)

Puderam ouvir aquele sonzinho distinto que é o de um coração batendo. Um coração bem, bem pequeno, mas que batia como uma escola de samba.

_ Eu acho que é a coisa mais linda que eu já ouvi. – afirmou Puck, enquanto todos concordavam. Shelby sorriu. Era o som do coração do seu neto.

(...)

_ VOCÊ TEM MERDA NA CABEÇA? – Shelby gritou, assim que as crianças saíram.

_ Não erga a voz para mim. – rosnou Russell.

_ Ou o que? Vai me bater?

(...)

_ Bebês, Sra. Fabray. E sim, ela e os dois bebês estão bem. Mas será preciso cuidado e... – o médico dizia, quando Puck o interrompeu.

_ Bebês? Tipo, um mais um?

(...)

_ Qual é o seu problema? – perguntou Shelby, se aproximando do noivo – QUAL É A MERDA DO PROBLEMA QUE LEVA VOCÊ A ESPANCAR SEU PROPRIO FILHO?

_ EU NUNCA QUIS ESSE MOLEQUE! E AINDA VEM QUERENDO SER GAY! – gritava o homem de volta, entre outras coisas desconexas.

_ ISSO NÃO TE DÁ O DIREITO DE BATER NELE ASSIM! – gritou Shelby de volta.

_ SE ELE É SANGUE DO MEU SANGUE, DÁ SIM. – gritou o homem de volta – E VOCÊ CALE A BOCA, QUE SUA OBRIGAÇÃO É OUTRA.

_ MINHA OBRIGAÇÃO? – gargalhou Shelby – Não sei o que eu vi em você Russell, não sei mesmo. Mas eu cansei. Você tem cinco minutos para sair daqui, antes que eu chame a policia. E se ousar voltar, vai se arrepender.

(...)

_ Feliz ano novo David. – desejou a mulher, erguendo a taça.

_ Feliz año nuevo Shelby. - desejou ele de volta.

Ela o olhou sorrindo e ele sorriu de volta, ambos bebericando suas taças. Ela então olhou para frente e sorriu, sentindo ele discretamente segurando sua mão.

(...)

_ O primeiro bebê coroou. – comemorou o medico, atraindo a atenção de todos – Vamos lá Quinn, faz força.

Foi preciso mais dois empurrões. O choro era alto e forte, assim como o do pai havia sido. Quando o médico ergueu o bebê, a mesma emoção de 17 anos atrás a tomou. (...) Para a menina nascer foi mais rápido, e cerca de quinze minutos depois, o choro cantado dela encheu o ar. Shelby sorriu: seus netos eram a coisa mais linda que era já havia visto.

(...)

_ Você está feliz. – disse ele de repente – Muito feliz. Você quase brilha.

_ Meus filhos estão feliz, meus netos nasceram, meus amigos voltaram a ficar juntos... – Shelby começou a enumerar, e David a interrompeu.

_ E eu?

_ O que tem você? .

_ Você está feliz de estar aqui comigo? De estarmos juntos? – insistiu ele.

_ Nós estamos juntos?

_ Eu quero que estejamos. Você quer?

_É o que eu mais quero.

 (...)

_ Muito bem Dona Shelby, desembucha. – mandou Santana quando se afastaram o bastante da festa.

_ Eu vou me casar.

_ Parabéns mãe! – gritaram juntas, abraçando-a apertado.

_ Obrigado queridas. – agradeceu ela – Mas não falem nada para o Noah, não por hoje. Sei que ele vai ser mais difícil de aceitar e não quero chiliques hoje, porque vocês sabem né...

_ Era só isso que você tinha para falar? – perguntou Rachel.

_ Bom... Tem outra coisa. – admitiu ela, mordendo o lábio inferior – Vocês vão ganhar um irmãozinho.

(...)

_ Eles parecem com o Noah. – observou Dave – Mas tem algo neles que lembra a Santana. E talvez um pouco a mim.

Todos riram da salada mista feita por ele. Logo, a porta se abriu e entraram as noras e o genro junto dos dois netos. Ok, isso sim é uma salada.

_ Olha crianças, esses são os tios de vocês. – apresentou Quinn, segurando Beth e LeRoy, agora com um ano, de pé sobre a cama.

_ Neném. – apontou a pequena, rindo – Vovó, neném.

_ É princesa. Os bebês são da vovó. – confirmou Rachel – Coitada, vai ter uma salada na cabeça.

(...)

A porta do centro cirúrgico se abriu e por ela saíram Leo e o médico, ambos caminhando lentamente, como se tivessem o mundo sobre os ombros. Todos levantaram, esperando que algum deles dissesse algo. O garoto abriu a boca diversas vezes, mas nada saiu, então ele correu e se atirou nos braços da mãe, em prantos. Aili estava morta.

(...)

Eram tantos e tantos momentos que se passavam por sua cabeça, que nunca poderia enumerá-los. O primeiro bisneto, filho de Beth e Theo. Cada um de seus netos, mesmo os que vieram após os bisnetos. Realmente, não havia tido uma família normal.

_ Mãe? – Noah apareceu caminhando em direção a mãe, que estava sentada na beira do lago – Está esfriando.

_ Oh querido, você sabe como eu gosto de ver o pôr do sol. – explicou ela, e ele assentiu, sentando-se ao lado dela e a abraçando – E então, qual a sensação de chegar aos sessenta anos?

_ Triste por ter que diminuir o sexo. – Shelby riu do filho, que lhe deu um sorriso torto – E a senhora? Como se sente chegando aos oitenta e dois anos?

_ Cansada. – garantiu ela, e ele lhe sorriu – E sozinha.

_ Ora mãe, nós todos voltamos para casa para que a senhora não se sentisse sozinha.

_ Vocês estão com seus amigos. – lembrou ela – Os meus já se foram.

Burt havia morrido 10 anos antes, de uma parada cardíaca. Carole morrera sete anos depois e, menos de um ano atrás, David Martinez se fora durante uma noite de sono. Depois disso, os dez casais que haviam, na adolescência, se apaixonado naquela casa, voltaram para ela.

Seus “crianças” já estavam com sessenta anos, já todos avôs e avós, a exceção é claro, de Matt e Leo. Tinha tantos bisnetos e bisnetas que não mais sabia o nome de todos e, nas festas de Natal, sempre precisava da ajuda dos filhos, se sangue e postiço.

_ Noah, era para você levar a mamãe para dentro. – bronqueou Santana, descendo com Rachel. As duas tinham os cabelos escuros ainda, apesar de num tom acinzentado agora. O de Noah estava branco, mas ele fazia questão de arrepiar o pouco que tinha, para lembrar seu moicano.

_ Eu quis ver o sol se por querida. – explicou Shelby, enquanto o filho a ajudava a se levantar – Mas agora, acho que já posso entrar.

Subiram lentamente o caminho de pedras até a porta da cozinha. Na sala, Beth e LeRoy já se preparavam para se despedir, após uma visita surpresa aos pais e tios. Beijaram a avó antes de irem embora com os conjugues e filhos.

Perto do jantar, Leo e Matt também apareceram, ambos querendo ver a mãe. Ainda não haviam superado a morte súbita do pai, e se apegaram ainda mais a velha mãe, que eles sabiam, logo partiria também.

Shelby foi se deitar perto das 22h40, com a ajuda dos cinco filhos. Se despediu de todos com muito carinho, mas quis que só suas crianças a ajudassem. Kurt dizia que a tia estava ficando orgulhosa demais.

As 23h em ponto, os filhos saiam de seu quarto, voltando para a sala, onde ficariam conversando por algum tempo com os demais. Aquela volta de convívio intenso estava fazendo muito bem a eles, que brincavam que a casa da represa viraria a casa de repouso da família. Só faltava a encherem de enfermeiras.

A velha senhora apanhou o grosso álbum de fotos assim que ficou sozinha, e começou a folheá-lo. Era engraçado como grande parte de seus netos havia se casado entre si

Beth se casara com Theo e LeRoy com Nicky, mas isso já era esperado. Leo, após muito tempo, deixara Ileina entrar em sua vida, sem nunca esquecer Ailika completamente, mas sendo tão feliz quanto possível. Matt havia sido muito feliz com Heaven Hart.

Sarah e Nate cumpriram a profecia da família e se casaram, tendo uma linda família. Kai casou-se com Ally, sua namorada de escola, e juntos voltaram para o Havai. Liam acabara casado com Kali, algo que pegou toda a família de surpresa. Não tanto, é claro, quando as três caçulinhas apareceram junto dos primos mais velhos. Amanda se casara com Hiram, Barbra com Kyle e Lyra com Iwin, fechando o ciclo de casamentos dentro da família.

Kaila casou-se com um colega da faculdade chamado Peter e hoje morava em Washington. Ben seguira os passos dos pais e havia se tornado gay, o único dos netos. Morava em Nova York com o marido e os três filhos. E Rony nunca se aquietara, seguindo carreira de fotógrafo jornalístico e rodando o mundo sem parar.

Enquanto via as fotos, Shelby pensava em como se sentiriam os demais avôs das crianças ao ver tudo aquilo acontecer. Pensava nos pais de Finn, nos pais dos Fabray, nos pais de Mercedes, nos pais de Kurt, e especialmente, nos três pais de seus filhos.

Deitou-se perto da meia noite, e logo adormeceu. Apesar do aquecedor, o frio ainda a fazia tremer diante das cobertas, naquele alto do inverno. De repente, sentiu uma mão carinhosa em seu ombro, o afagando e esquentando.

_ Acorde meu amor. – sussurrou Dave e ela abriu os olhos, confusa. Virou-se depressa, vendo o homem que conhecera mais de quarenta anos antes, da mesma maneira que era naquela época – Senti saudades.

_ Deixe a mulher levantar. – virou-se surpresa e viu Hiram de pé ao lado da cama, o braço de LeRoy em sua cintura – Ande Dave, deixe-a  levantar.

O marido a puxou da cama, dando um leve selinho. Ela parecia um pouco confusa, até ver a sobrancelha arqueada de LeRoy e entender o que acontecia. Deu a mão a David e juntos, ambos os casais caminharam pela imensidão do corredor branco. Não muito a frente, seu maior sonho.

Burt estava sorrindo, enquanto abraçava Elizabeth Hummel, que lhe beijava docemente. Carole estava abraçada a Charles Hudson, que lhe sorria carinhoso. Apesar de tudo, Burt e Carole ainda seguravam suas mãos. Mary Alice e Doug conversavam com Russell Fabray, que apertava Judy em seus braços. Todos se viraram para eles quando se aproximaram.

_ O que vocês fazem aqui? – perguntou Shelby e Burt sorriu.

_ Estamos esperando. – explicou ele.

_ Esperando o que? Por mim? – ela ficou confusa e todos riram.

_ Não Shelby. Esperando algo bem “maior”. – o olhar de Carole já dizia tudo e eles repetiram, todos juntos, ao mesmo tempo.

_ Esperando os meus, os seus, os deles e os nossos.


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Notas finais do capítulo

Ok, ficou um lixo, não é meu melhor trabalho, mas eu realmente não sabia como fechar a história. Precisava de algum jeito. Então como a história começou com a Shelby, terminou com ela também.
Bom, eu estou com duas fics em andamento, se alguém quiser ver:
http://fanfiction.com.br/historia/245778/Antes_De_Partir/
http://fanfiction.com.br/historia/389959/What_I_Did_For_Love/
É isso ai gente, foi um grande prazer escrever essa fic. Espero MESMO que vocês tenham gostado e leiam e comentem. Beijos e até uma próximo.
http://ask.fm/waalPompeo
www.twitter.com/WaalPompeo



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