Rachel P.O.V

O dia amanheceu particularmente preguiçoso hoje. O outono já está quase no fim, anunciando a proximidade do inverno. Com a proximidade das Seletivas, eu deveria estar a ponto de surtar. E estou, mas não hoje.

_ Bom dia meu amor. – sussurrou Finn no meu ouvido, beijando meu ombro logo depois – Feliz 16 anos de casamento.

_ Feliz 16 anos de casamento. – desejei de volta rindo – Quase maiores de idade já hein?

_ Ora, daqui a pouco podemos até fazer sexo legalmente. – brincou ele e eu lhe dei um tapa no braço – Vamos levantar?

_ Ah, eu queria curtir essa sexta aqui com você. – fiz bico e ele riu. Eu havia tirado o dia de folga no colégio e ele na delegacia.

_ Eu também amor. – garantiu ele – Mas temos três filhos nos esperando do lado de fora. E eu tenho uma surpresa para você.

_ O que? – perguntei me sentando e ele riu.

_ Mais tarde só mocinha... – garantiu e eu sorri marota – Não é isso que você está pensando. Quer dizer, tem isso também. Mas depois.

E se levantou sem me dar mais tempo de reclamar, indo para o closet. Suspirei e o segui, ambos nos trocando rapidamente de acordo com o que ele instruiu e logo em seguida indo ao banheiro fazer nossa higiene matinal.

Quando saímos de nosso quarto, fomos acordar as crianças. Qual não foi nossa surpresa ao encontrar os três quartos vazios, com as camas devidamente arrumadas.

Descemos as escadas preocupadas, encontrando os três na sala de jantar, vestidos e arrumados, com uma mesa de café da manhã já pronta e Barbra com um buquê de rosas quase do seu tamanho na mão.

_ Feliz aniversário de casamento. – gritaram os três juntos, minha filha com a voz meio abafada pelas flores. Senti os olhos lacrimejarem enquanto me aproximava e tirava o buquê de suas mãos, encarando seu sorriso – Gostou da surpresa mamãe? – perguntou ela.

_ Amei. – garanti – Venham aqui, os três.

Abri os braços e ela me abraçou, sendo logo esmagada pelos dois irmãos e em seguida pelo pai.

_ Como vocês prepararam tudo isso? – perguntou Finn, enquanto nos sentávamos a mesa. Quando eu ia servi-los, Charlie me impediu.

_ Não senhora mamãe, hoje a festa é vocês, então nada de nos servir. – repreendeu ele e eu concordei rindo e me sentando – Hiram, colocar as coisas para a Barbra enquanto eu sirvo o papai e a mamãe. E respondendo a pergunta... Vovó Shelby e vovó Carole prepararam tudo e trouxeram para nós essa manhã.

_ Mas a ideia foi nossa. – disse Barbra sorrindo e batendo palminhas – Eu que escolhi as flores. Mas eu acho que foram demais, porque o buquê ficou muito grande.

_ Ficou lindo princesa. – garantiu Finn beijando sua cabeça – E vamos comer, porque temos horário hoje, lembram?

_ SIIIM. – gritaram os três e eu os encarei.

_ Eles sabem o que é? – perguntei e Finn concordou – Injustiça.

_ Não reclama mamãe, você vai gostar. – prometeu Hiram – Mas vamos comer.

Finn P.O.V

A surpresa das crianças foi adorável e Barbra estava radiante por nós termos gostado. Os irmãos caçoaram um pouco da animação dela, mas também estavam bem contentes. Rachel parecia irritada por não saber onde estávamos indo, especialmente quando eu coloquei as malas no carro.

_ Como você escolheu minha roupa? – perguntou e eu ri.

_ Santana e Quinn estiveram aqui ontem, enquanto você estava no ensaio do coral. – respondi e ela fez careta – Qual é amor, não queira estragar a surpresa.

Ela concordou e entramos no carro, com as crianças rindo e brincando no banco de trás. Durante o trajeto, meu telefone tocou algumas vezes e era sempre alguém de nossa família para nos desejar felicidades. E ela sempre resmungando por estar curiosa.

As crianças dormiram várias vezes, assim como ela, afinal, nove horas num carro é realmente desgastante. Paramos em alguns restaurantes no caminho e logo o chão de nosso carro mais parecia um depósito de lixo.

Por fim, perto das 18h, começamos a chegar a nosso destino final e Rachel percebeu onde passaríamos o final de semana.

_ Nova York? – maravilhou-se ela e eu concordei.

_ Dã, só agora você percebeu mãe? – perguntou Charlie, recebendo um beliscão na perna – Ai, não brinco mais também.

Dirigi até um hotel simples, mas bonito, perto da Broadway e desci do carro, abrindo a porta para as crianças. O porteiro veio e abriu a porta para Rachel, a ajudando a descer e logo indo pegar nossas malas.

_ É aqui que vamos ficar? – perguntou ela e eu concordei, enquanto apanhava Barbra pela mão e entravamos com os meninos em nossa cola.

Fiz o check-in e logo íamos para nossos quartos, as crianças alegres porque teriam um só para os três.

_ Agora que vocês já são grandes, não precisam mais dormir com o papai e a mamãe, certo? – perguntei enquanto colocava as malas deles, que riam – Muito bem... Banho e colocar as roupas combinadas. Charlie, você está no comando.

Sai do quarto com os dois mais novos resmungando e Charlie todo feliz e entrei no meu, vendo Rachel admirando o belo vestido de noite que eu havia comprado para ela.

_ É o que você vai vestir hoje à noite. – disse a ela sorrindo – Mas só depois de tomarmos um banho.

_ A banheira já está enchendo. – disse ela casualmente, me lançando um olhar nada casual. Er... Tchau.

Rachel P.O.V

Ingressos na primeira fila para assistirmos Funny Girl. Um passeio de charrete pelo Central Park com nossos filhos maravilhados. Um almoço num restaurante na beira do lago. Uma tarde de compras. Ingressos para assistirmos Wicked, com acesso aos bastidores, por eu ser ex-atriz do musical e um Charlie sendo completamente paparicado pelos atores e produtores que estavam ali desde que eu atuara. Café da manhã na Tiffany e ingressos para a matinê de Cats. E é claro, noites que a censura não permite comentar.

Esse foi o final de semana de aniversário que meu marido preparou para mim, com alguma ajuda das crianças. No domingo quando voltamos, o porta-malas do carro estava abarrotado para dizer o mínimo e Barbra usava cinco camisetas, uma de cada musical que vimos, mais uma de “Les Mis” e outra de “West Side Story”, além de levar cerca de quatro sacolas de presentes “escolhidos a dedo” para o restante da família.

Charlie estava todo pomposo com toda a atenção recebida nos bastidores de Wicked e Hiram reclamava por não conhecerem ele, e sim o irmão. Ele só parou de reclamar quando Finn lembrou a ele que, na delegacia ninguém tinha me visto grávida de Charlie, apenas dele e Barbra.

Chegamos em Ohio perto das 20h com as crianças capotadas. Enquanto eu descarregava o carro, Finn levou Barbra e Hiram para seus quartos e guiou um Charlie semi-acordado para sua própria cama.

Quando ele chegou em nosso quarto... Bom, ai é outra história não?