Beth P.O.V

É hoje, hoje, hoje, hoooooje. Campeonato Nacional de Corais. Meu último. Último. Meu, de LeRoy, de Theo e de vários outros de nossos amigos. O ponto divisor entre a adolescência e a vida adulta. Eu vou me formar e deixar o colegial em alguns dias.

_ Beth? – chamou Theo e eu me virei sorrindo – Pronta para arrasarmos?

_ Você acredita que esse é nosso ultimo dueto? – perguntei e ele negou – Você sabe que eu te amo né?

_ Claro que sim. E você que eu te amo. – concordou ele com um sorriso e segurou meu rosto – E eu sei que nunca vou amar outra pessoa minha loirinha, vai ser sempre você.

_ Beth, Theo... Prontos? – perguntou Leo aparecendo na porta do camarim e nós dois confirmamos – Então vamos nessa.

http://www.youtube.com/watch?v=27nHtyAeiUU

Eu usava um vestido rosa com a saia rodada de tule até os joelhos. Havia uma faixa preta na cintura e um decote em coração no busto, além de alças ridiculamente finas nos meus ombros. Theo estava de calça preta e camisa azul marinha, com uma gravata também preta.

Entramos no palco sob aplausos e logo meu namorado sentou no banquinho apanhando o violão e começando a tocar e cantar. Eu fiquei de pé em frente ao meu microfone cantando minha parte. No último refrão o resto do coral entrou no palco também recebendo aplausos e logo toda a platéia tinha as mãos ao alto, balançando de maneira lenta e ritmada.

Terminamos a música com diversos aplausos e logo o violão e o banquinho já haviam sido retirados, juntamente com os microfones e Nicky e LeRoy apareciam do meio da platéia.

http://www.youtube.com/watch?v=l9PZ5-6ngpM

Enquanto eles faziam o começo da música, pude ver meus pais e tios chorando de rir e bater palmas na platéia, acompanhados de meus irmãos e primos.

Logo em seguida, enquanto eles corriam para o palco, Heaven e Matt assumiam por um trecho e logo eu e Theo novamente. Quando chegou ao refrão todos dançavam e pulavam pelo palco, sendo acompanhados pelas palmas e coro da platéia, que estava em êxtase.

http://www.youtube.com/watch?v=K3-qxzEym6g

E para finalizar, uma chuva de papéis vinda de todos os cantos da platéia (ainda bem que éramos o último grupo), enquanto cantávamos Mamma Mia. Quando acabamos de cantar, a platéia delirava, juntamente com nossa família. Tia Rachel pulava e batia palmas que nem louca ali na coxia e Theo veio até mim, me envolvendo pela cintura e colando nossos lábios. Definitivamente um final feliz.

LeRoy P.O.V

Eu adoro uma boa festa, com muita cerveja e champanhe e tudo mais. Mas com minha namorada rebolando desse jeito, de jeito nenhum vou agüentar mais que algumas horas aqui, pelo amor de Deus.

_ Controla esse quadril Nicky, por favor. – implorei enquanto pegávamos duas garrafas no freezer – Meus pais estão aqui, seus pais, meus tios, meus AVÔS. Eu não quero dar a eles mais traumas num período tão curto de tempo.

_ LeRoy, devo te lembrar que seus pais conceberam sua irmã caçula no banheiro de um avião rumo ao Hawai? – perguntou ela e eu fiz careta – Qual é amor, cresce né... Ninguém aqui veio do Divino Espírito Santo.

_ Se o casalzinho já terminou os cochichos, a mamãe e o papai estão te esperando na sala LeRoy. – chamou Liam da porta da cozinha – Seus pais também Nicky.

Minha namorada me encarou, mas eu apenas dei de ombros enquanto caminhávamos em direção a sala, onde todos estavam sentados. Beth e Theo estavam de pé e abraçados, junto de meus pais, sogros e os pais do meu cunhado.

_ Esse é um daqueles discursos emocionados que os pais fazem quando seus filhos se formam? – perguntei enquanto entravamos na sala e eu já via mamãe assuar o nariz – Qual é, já não bastou aquele melodrama no dia que ganhamos as Nacionais?

_ Quieto ingratinho e deixa seus pais falarem. – brincou tia Sant e eu revirei os olhos, parando ao lado da minha irmã e do namorado e abraçando Nicoly.

_ Bom... Eu pretendia fazer sim um discurso emocionado... – começou o pai da Nicky e minha namorada revirou os olhos – Mas como já descartaram a ideia, vamos logo ao assunto.

E tiraram quatro envelopes do bolso. Senti meu sangue gelar e minha namorada apertou mais meu braço, enquanto Beth buscava minha mão para apertar. Nossas mães se aproximaram nos estendendo os envelopes. Li a etiqueta do meu.

“Universidade Columbia, Nova York”

Pouco depois de Aili morrer, eu e Beth havíamos conversado e, para choque de nossos pais, descartamos Stanford, Yale e Harvard, mesmo tendo notas e qualificações para consegui-las.

Eu decidi por Columbia, onde eu faria Direito como tio Blaine e Beth ia tentar NYADA, assim como tia Rach e tio Kurt. Nicky estava tentando Julliard e Theo por Ciência da Computação na Columbia também. E ali estava a resposta que nós tanto esperávamos.

Soltei Nicky e segurei o envelope com as duas mãos trêmulas, enquanto rasgava o lacre e puxava o papel dobrado. Suspirei profundamente e desdobrei o envelope, passando os olhos pelas linhas.

_ E ai? – perguntou vovó e só então me lembrei que toda minha família estava ali.

_ Entrei. – comemorou Nicoly pulando no lugar logo sendo abraçada pela irmã mais nova.

_ Também. – comemorou Theo, rapidamente sendo envolvido pelos braços da mãe emocionada.

_ E vocês? – perguntou mamãe ansiosa, encarando eu e Beth com os olhos apreensivos. Papai tentava se manter impassível, mas era impossível disfarçar seu nervosismo. Beth me encarou e houve aquele momento de compreensão mutua de gêmeos.

_ Seus bebês estão a caminho de Nova York mamãe. – disse Beth me abraçando e logo minha mãe estava em lágrimas, abraçando e beijando nós dois. Pouco depois dois braçinhos fininhos me abraçaram pela cintura e eu soltei um braço, puxando Lyra para cima.

_ E ai pequena? Gostou da ideia? – perguntei e ela fez bico – Que foi Lyra?

_ Eu gosto de vocês aqui. – reclamou ela – Não quero você e a Beth longe.

_ Mas nós vamos nos ver todos os finais de semana. – explicou Beth, que tinha Sarah abraçada a ela – E vocês podem ir nos visitar também.

_Claro, vai caber todo mundo nos seus dormitórios de faculdade. – desdenhou Liam e papai sorriu.

_ Isso nos leva ao presente de formatura. – alegrou-se ele se aproximando e abraçando Beth. Ele colocou a mão no bolso e puxou um chaveiro – O loft é de vocês.

Quinn P.O.V

O loft nada mais é do que o “galpão” para onde Rachel, Finn, Kurt e Blaine se mudaram quando os dois últimos foram para Nova York depois da formatura 15 anos atrás. Eles continuaram morando lá até Rachel e Finn voltaram para Lima e o lugar desde então estava trancado.

Mas nas últimas semanas de aula, enquanto meus filhos se matavam de estudar para as finais, nossa família e as da Nicky e Theo se empenharam em arrumar o local para que agora seja habitado pelos quatro.

E eu, como toda mãe, sofria de imaginar meus bebês deixando o ninho. Mesmo tendo mais três filhos ainda nas asas.

_ Quinn, o carro está carregado... – chamou Puck da porta e eu me virei com um bico – Oooo minha linda, você sabia que cedo ou tarde isso ia acontecer.

_ Eu sei. – concordei – Mas parece que foi ontem que nós dois tiramos nossas tralhas da casa dos nossos pais e fomos com eles para nossa casa.

_ E agora eles estão indo para uma casa nova. E daqui a alguns anos, a Sarah, depois o Liam e a Lyra. É parte da vida minha linda. – disse ele me abraçando protetoramente – Ai teremos a casa só para nós dois e eu vou poder usar e abusar de você loira gostosa.

_ Você não presta Berry. – resmunguei revirando os olhos – Vamos.

Chegando à garagem, minha sogra, mamãe e Burt se despediam dos gêmeos. Meus irmãos e cunhados estavam mais ao canto, Santana e Rachel visivelmente emocionadas por estarem vendo seus pequenos afilhados partirem.

O carro era um sedan preto que o pai de Theo havia dado a ele e tinha apenas algumas poucas malas, já que não estavam levando muita coisa de casa e o apartamento tinha sido inteiro re-mobiliado.

_ Mamãe. – Beth chamou e eu vi ela caminhar na minha direção, toda chorosa. Abri os braços e a apertei junto de mim – Eu posso te ligar a qualquer hora não é?

_ A qualquer minuto. – garanti lhe beijando a testa e lacrimejando – Te amo princesinha.

Ela me soltou e foi abraçar o pai, que por mais que tentasse também chorava. Me virei e vi LeRoy caminhando até mim com as mãos afundadas no bolso.

_ Você tava certa... Ter aproveitado o tempo com eles foi melhor do que me manter distante para não sofrer com a separação. – disse ele com a voz embargada – Mas não quer dizer que doa menos.

Eu o puxei e o abracei, lhe beijando o rosto. Ele beijou minha testa antes de ir abraçar o pai, enquanto Beth se despedia das crianças. LeRoy abraçou Sarah demoradamente e deu um abraço e um coça rápido em Liam, antes de se abaixar e deixar que Lyra se atirasse sobre ele.

Logo os quatro jovens entraram no carro, e continuaram acenando enquanto Theo dirigia para longe. Logo meus filhos estavam abraçados comigo e o pai.

_ Você está chorando Liam? – perguntou Sarah rindo e meu filho fungou.

_ Não, é só um cisco no meu olho. – resmungou ele e Lyra suspirou.

_ A parte da Beth na sobremesa é minha, ela quem disse.

_ Nem vem pirralha, é do homem da casa. – retrucou Liam.

_ Calados que é da mais velha. – decretou Sarah sorrindo.

_ Acho que já acabou a saudade. – sussurrou meu marido e eu ri concordando – Mas o que eles estão pensando? A sobremesa agora é nossa.

Por isso eu amo ele.