Agosto de 2029

Toda a grande família estava reunida para mais um almoço de domingo. As aulas começariam no dia seguinte, 3 de setembro e todos perguntavam a Beth e LeRoy seus planos para a faculdade, já que se formariam naquele ano.

_ Estou pensando em artes dramáticas em Yale. – contou a menina e Rachel e Kurt tiveram um ataque – Quem sabe não vá para a Broadway que nem vocês?

_ Vou tentar direito em Harvard ou Stanford. – ponderou LeRoy que havia puxado a mãe no quesito estudos.

_ E vocês dois? – perguntou Sam a Leo e Matt.

_ Calma tio, tem dois anos ainda. – retrucaram os gêmeos que, diferente do primo, haviam saído verdadeiros “mini-Pucks” e reprovado no primeiro ano.

_ É bom que seja só dois. – ameaçou Shelby saindo da cozinha.

_ TE AMAMOS MAMÃE! – disseram os dois em uníssono, arrancando risos de todos, inclusive a mãe.

_ O almoço está pronto. – disse a matriarca – Vamos logo ou os mais novos comerão tudo.

Lá fora, David tentava controlar a trupe infantil, levando em conta que Burt e Carole estavam em uma 6ª lua-de-mel. Logo, as mães gritavam e todos conseguiam se servir tranquilamente. As várias mesas eram ocupadas pelas ‘panelinhas’ e os adultos ocupavam uma bem comprida.

_ Aili, está tudo bem? – perguntou Mercedes após um tempo, atraindo a atenção de todos para a menina. Seu semblante era pálido, e ela olhava a comida como se lhe revirasse o estômago.

_ Não muito. – respondeu em voz baixa – Posso ir me deitar?

A mãe concordou e a menina saiu sob os olhares de toda a família.

_ Devemos levá-la ao hospital? – preocupou-se Sam e a esposa negou.

_ Deve ser cólica. Ela sempre fica ruim naqueles dias. – respondeu encerrando o assunto e todos voltaram a comer.

_ Kyle, juro que se você atirar mais um pedaço de frango na sua irmã, esquento seu traseiro. – ameaçou Santana e o filho fez bico, enquanto Amanda lhe mostrava a língua.

_ Crianças. – suspirou Nate, recebendo dessa vez a língua dos dois irmãos mais novos.

Depois do almoço, as crianças foram se trocar para entrar na piscina e os adultos para a cozinha, para a ligação diária de Carole.

_ Tá tudo bem sim mãe. – tranqüilizou-a Finn – E vocês, fazendo muitas compras? Sei lá, Kurt que perguntou, disse que ai em Milão tem muitas lojas.

_ Diga ao papai para trazer aquele cardigã de Natal. – cantarolou o rapaz, abraçado ao marido.

_ Kurt, é setembro ainda. – riu Puck, revirando os olhos – Faltam quatro meses.

_ Quatro meses? – fez eco Finn, com os olhos desfocados – PUTA QUE PARIU, FALTAM SÓ QUATRO MESES.

_ Finn, se acalme agora. E olha a boca.

_ Mãe, temos que começar a comprar os presentes agora. – gritou o homem e todos riram de seu desespero.

_ Finn, presentes se compram no Natal, por Deus.

_ Mãe, temos 19 presentes de Natal para comprar! - reclamou Finn - Pera, esquece: SÃO 26 PRESENTES DE NATAL PARA COMPRAR!

_ Amor, não fica psico, respira. - pediu Rachel, enquanto Puck e Sam rolavam de rir do desespero do amigo. 

_ Na verdade, 27.

_ OI?

Todos se voltaram para a porta, onde Ailika e Leo tinham as mãos dadas, ambos parecendo extremamente nervosos.

_ Mãe, eu ligo depois. – disse Finn rapidamente, desligando o aparelho.

_ Princesa, ta tudo bem? – perguntou Sam, olhando da filha para Leo e depois para as mãos deles – Hã, desde quando vocês estão, tipo, juntos?

_ Oito meses. – admitiu Leo em voz baixa, ambos encarando o chão.

_ E, er, o que vocês quiseram dizer com 27 presentes? – perguntou Quinn, com a voz bondosa – Esquecemos algum dos primos de vocês?

_ Na verdade não tia Quinn. – sussurrou Ailika, os olhos transbordando.

_ Que foi Aili? – assustou-se Sam, levantando e se aproximando da filha que soltou o namorado e o abraçou, enterrando a cabeça em seu peito – Calma meu amor, ta tudo bem. Pode falar pro papai o que aconteceu.

Quinn levou a mão a boca, entendendo o que se passava. Ao seu lado, o marido encarou o irmão mais novo, vendo nele tudo que ele próprio havia sentido 19 anos antes. Poucos segundos antes de Ailika falar, a ficha caiu para sua própria mãe, que já começou a chorar.

_ Eu to grávida papai.