O amor é o único sentimento que  permite-nos ser humilhados e não revidenciar.

Ayse Gomes

Mal podia acreditar, não era apenas o cenário que lhe despertava a sensação de ilusão  para ela tudo aquilo nao podia ser real, era mais do que um dia atreveu-se a sonhar. A sua vida mudara tanto nos últimos meses e o melhor é que fora uma boa mudança, tão maravilhosa ao ponto de parecer que seus sonhos, anseios e desejos mais profundos foram atendidos e derepente tudo aquilo que tentou manter guardado a sete chaves saiu de seu controle, tal igual a caixa de Pandora. Todos os sentimentos harmonisos e positivos vieram á força toda, inundando, preenchedo-a com uma intensidade que parecia não ter fim. Fazendo com que todos os seus receios parecessem infundados. Não os esquecera apenas não importavam no momento.

O que estava a vivenciar só antes exprimentara nos imensos romances que lera durante sua vida, mas podia afirmar com toda a convicção que a intensidade não poderia ser comparada. O que sentia ao ler um livro era deveras diferente do que vivia no momento, pareciam ser  tão semelhantes mas eram deveras antónimas uma da outra, e isso dava-lhe a confirmação que essas emoções e sensações eram suas, faziam parte de quem era agora e nem em palavras seria capaz de as descrever e os gestos pareciam insuficientes para demonstrar a plenitude de tudo que sentia e a  consumia.

A noite, ou melhor a madrugada já ia avançada, não tardaria para o Sol- em todo o seu esplendor nascesse e revidenciasse o céu como seu comando,  acordando a cidade e os seus habitantes. Nunca vira o nascer do Sol, achava que estes eram um clichê para o final de um filme romântico,  como se fosse a cereja em cima do bolo, para que o conto de fadas finalmente tivesse o seu final-feliz.

O manto noturno autrora pintado num azul mais escuro, tal e qual seus cabelos negros com brilho azulado encontrava-se agora riscado por alguns raios solares- alaranjados e amarelo-avermelhado que aos poucos tomavam o céu para si, pintando-o conforme a sua vontade. Conforme o tempo passava os animais noturnos começavam a se recolher para as tocas após uma noite atarefada, desejando o merecido descanso. As estrelas aos poucos desapareciam deixando com que o azul celeste surgisse. A Lua- magestosa e ainda inconsciente das mudanças que ocorriam no que à horas atrás fora seu território brilhava- com o seu brilho prateado sem igual, esta noite encontrava-se cheia e em toda a sua plenitude.

Devido a hora não havia nenhum estabelecimento aberto. E não era como se no local aonde se encontravam tivesse muitas infra-estruturas- era uma área deserta, propícia para turistas e namoros de fim de tarde. O local possuia algumas barracas de fast-food e doces tradicionais japoneses, uma pequena loja de conviniência e um Café com esplanada.

Um casal andava pela calçada, dirigiam-se á praia que devido ao horário encontrava-se deserta. Em alguns metros alcançariam a areia macia, mas antes teriam que contornar o murro baixo e descer um lance de escadas de modo a terem total acesso á praia. Os únicos seres vivos despertos decerto seriam os marinhos, mas esses estavam muito longe para se incomodarem ou notarem a presença do jovem casal.  A calçada estava vazia o que tornava o ambiente ainda mais intímo e na sua opinião mais romântico e a moça não pode evitar dar um sorriso que mesmo sendo contido era o suficiente para expressar o seu contentamento

Enquanto se perdia na imensidão do mar diante de si- que devido a noite estava  num tom azul tão escuro que parecia preto, a camada superior brilhava devido a luz não só do luar como também de algumas estrelas as ondas iam e viam num ritmo constante e incasável, o ressoar dos seus embates na costa e nos poucos aglomerados rochosos enchiam o ar com o cheiro da maresia. O cheiro quando transportado pelo vento e inspirado causava uma pequena ardência nas narinas devido a concentração do sal no ar, mas nem esse pequeno incômodo os incomodavam. A jovem nunca havia ido antes a praia, era a primeira vez e viera com o seu Sol, o seu eterno amor.

Naruto usava  jeans preta que moldava suas pernas e uma camisa laranja. Os cabelos loiros naturalmente rebeldes balançavam conforme a brisa fria passava. Hinata optara por um vestido branco rendado com mangas até o cotovelo e rodado na altura da cintura, por cima usava o casaco preto  que Naruto lhe dera quando a vira estremecer de frio, calçava uns allstars pretos- dos quais o dono era seu namorado, os saltos altos que usara durante aquela noite inteira quase lhe causaram uma torção devido a falta de hábito, esses saltos (quase assassinos na sua opinião) estavam agora na mão de Naruto, seu gesto fizera sentir-se como se estivesse numa tela de cinema e os dois eram os protagonistas. Naruto caminhava á sua frente- deixara-se ficar um pouco para trás de modo a admirar a figura do ser que tanto amava. Ele era esbelto, simplesmento perfeito. Deixando os pensamento de lado, alcançou-o e agarrou-lhe na mão, esse simples gesto fazia com que o seu peito enchesse de calor, era algo tão comum mas para ela ultrapassava tudo que um dia julgou possível e imaginável. Unidos pelas mãos caminharam para a praia- uma caminhada lenta de modo a poderem aproveitar mais da compainha um do outro.

Sentaram-se na areia. Ali o cheiro do mar era mais forte e o frio matinal mais intenso,  fazendo com que  involutariamente Hinata se contraisse, chegando o corpo mais ao do Naruto,  gesto este que fez com que ele a abraçasse e prendesse o corpo dela mais ao seu de modo a aquecê-la. Hina apreciou o gesto deitando a cabeça no vão do pescoço dele. Sentiu os lábios macios de Naruto tocar no seu coro cabeludo numa pequena caricia e sorriu. Ambos concentraram-se no show que sucedia a sua frente- um novo dia estava a nascer bem diante dos seus olhos. Ficaram naquele silêncio confortante durante longos minutos e quando os olhares voltaram-se a encontrar – aconteceu......os olhares encontraram-se- um num tom azul tão intenso que por meros segundos a paralisaram-na, os olhos demonstravam todo o sentimento, tudo aquilo que Naruto nutria por ela. Nunca pensou que um dia veria esse olha direcionado a ela- e o outro de um tom perolado, tão incumum- a intensidade do olhar foi tanta  que ambos não evitaram sorrir. Ele era tão perfeito, belo, único e por obra do destino tão Seu. Essa possividade nos seus pensamentos alegrava-lhe. Queria gritar aos quatro ventos que aquele ser perfeito era Seu e de mais ninguém!

O olhar de Naruto era de pura devoção, amor e carinho e ser o objeto afecto de Naruto era tudo que sempre desejou. E o seu sorriso aqueceu-a de uma maneira que aquecedor algum alguma vez faria. Fez com que borboletas dançassem no seu estomâgo e a sua face enrubescer. Naruto simplesmente amava essa coloração que dominava o rosto de sua namorada sempre que esta se envergonhava- ela era perfeita, um anjo- seu anjo!

E com essa constantação aproximou seu rosto do dela, vendo-a a corar com a proximidade, quando a alcançou tocou-lhe no cabelo viu a coloração ficar ainda mais vermelha e não pode evitar a risada.

Aquele som era música para os ouvidos de Hinata, ela sentia-se tão completa com ele ao seu lado, o sentimento de solidão antes vivenciado desvaneceu como nevóa quando ele a aceitara na sua vida, como se nunca antes se tivesse sentido sozinha.

Amava-o com todo o seu ser, era dele, hoje e sempre, e o anel de noivado na sua mão esquerda confirmava a veracidade daquelas palavras. O toque dos seus dedos era tão gentil qaue não pode evitar fechar os olhos desejando no seu intímo que a carícia fosse no seu rosto e como se tivesse lido a sua mente a mão que antes tocava o seu cabelo deslizou para o seu rosto, e não teve como não ficar feliz, ele a conhecia tão bem.

A face corada a sua frente era tão inocente que não conteve o impulso e a beijou, depositando todo o amor, no começo ela assustou-se mais consumida pela mesma torrente de emoções que o consumiam retribuiu o beijo, de maneira desajeitada mas ganhando mais segurança no ato.

E foi ali naquela meia-madrugada e meio-dia que teve a certeza que aquele era o começo de seu final-feliz, e que enquanto ambos partilhassem aqueles sentimentos um pelo outro nada os separaria. Para Hinata aquele era o seu novo dia.

Fim