Rony

– É isso mesmo, acho melhor você vir pra cá agora. Arthur não se esqueça de pedir desculpas, pois ela está bem brava. – Falei desligando o celular e encarando o grande lobo preto e peludo na minha frente.

– Não é uma beleza como ela pode se tornar cada vez mais linda? – Perguntou um garoto de cabelos pretos e olhos como a escuridão. – É incrível como a genética nos ajuda.

– Mas não vai te ajudar dessa vez. GRR! – Falei indo pra cima do garoto, ele não parecia forte coisa alguma.

– Espera! Ele tá com a namorada do Arthur. – Disse Sara me segurando.

– Ex-namorada, e ando precisando muito de ajuda. – Disse o garoto vindo até mim, ele ficou de quatro e correu em minha direção com toda velocidade. Desviei, ele era rápido e o garoto ficando de quatro, era realmente muito ridículo. Até que... Olhei para suas mãos, não eram mais mãos, eram patas, seus olhos ficaram completamente negros, suas garras pulavam pra fora e suas presas também. Caramba! Eu nunca vi uma coisa dessas! – O que acha da genética agora? – Perguntou pulando e se transformando completamente, ele me arranhou. Droga! Sara correu pra me ajudar, mas a tal namoradinha do Arthur a derrubou. Olhei pra cima e subi na enorme árvore, o cachorro enorme conseguiu derrubar a árvore que eu estava e cai de costas no chão. Antes que eu conseguisse me movimentar, o lobo me atacou, ele era rápido e a ultima coisa que eu vi foi escuridão. Acordei com o pescoço virado ao contrario. Avistei Laura, Arthur e Davi. Dei um jeito em meu pescoço e consegui que ele voltasse ao normal.

Arthur

– O que aconteceu aqui? – Perguntei e Rony me olhou surpreso.

– Ela... Ela... A Aline se transformou na nossa frente, ele a mandou fazer isso. – Disse minha mãe amedrontada chegando perto do meu pai.

– Não pode ser... – Falei olhando o lobo preto a minha frente, os olhos negros que me deixavam feliz, agora era motivo de confusão em minha cabeça.

– Pode sim, Arthur! A Aline deu uma bela loba, você não acha? – Perguntou o idiota atrás de nós.

– Nicolas! – Falei cerrando o punho.

– Arthur! – Repetiu. – Podemos ficar aqui, apenas dizendo o nome da família inteira ou apenas admirando minha primeira criação. – Disse rindo e chegando perto do lobo.

– O que você fez com ela? - Perguntei assustado.

– Eu fiz? Eu não fiz nada, quem fez foi você... Você destruiu a vida dela, eu apenas lhe dei uma chance, você fez isso Arthur, não estava nos meus planos transformá-la agora, eu ainda ia lhe ensinar muita coisa, coisas do tipo como ser mais vingativa com seu ex-namorado, mas agora não importa. Aline é uma loba agora e não tem nada que você possa fazer pra impedi-la. E você ainda não sabe da melhor parte... Nos primeiros dias de transformação de um lobo, ele fica tão confuso que o sentimento que prevalece depois da sua transformação é aquele que ele teve antes da mesma. Fiz Aline pensar que você fez tudo e agora o sentimento que ela tem, é vingança. – Falou e o lobo grunhiu a minha frente, ela ia avançar em mim, mas Davi se pôs em minha frente. Aline lutou contra meu pai, os dois estavam enrolados, não dava pra ver quem ganhava a luta. Rony avançou no lobo e eu ainda permanecia estático, aquilo não podia ser minha namorada. Ela era um monstro agora, ou será que eu é que sou o monstro? Afinal, eu que causei tudo isso, eu que fiz tudo isso. Droga! Eu podia mesmo ter feito tudo isso, mas nunca deixaria que ela matasse minha família, pulei em cima de Aline, mas ela arranhou meu rosto e espera! Que cheiro é esse? Nossa! Esse cheiro era muito bom, sensacional eu diria. Cheirava a hortelã e flores.

Scott

Eu beijava Gabrielle, mas de repente, o beijo foi interrompido.

– O que pensa que está fazendo, seu palerma? – Perguntou se recuperando do beijo.

– Te beijando, ou eu acho que estava. Quer tentar de novo? – Perguntei tentando beija-la novamente, ás pessoas olhavam sem parar para nós.

– Você não é bom o suficiente pra mim, eu sou rica, eu sou diva e você é só um idiota, bonito e... Esquece! Isso nunca vai acontecer. – Disse saindo dali. Segurei sua mão.

– Não pense que vai se livrar de mim, tão facilmente. – Quem ela pensa que eu sou? Um vagabundo descartável? – Eu sou bom o suficiente pra você e sabe porque? Porque eu estou aqui, te provando que gosto de você, mesmo que você seja patricinha, egoísta, burra, eu adoro você e não sei explicar isso! Talvez eu esteja apaixonado, ou sei lá! Talvez eu esteja mesmo, mas e daí? Eu gosto de você e se vai ficar me ofendendo desse jeito eu tenho que dizer, você é que não é boa o suficiente pra mim. – Falei virando as costas e indo sair dali.

– Ninguém sai assim, e me deixa falando sozinha. – Revidou.

– Eu deixo. – Dei de ombros, indo embora.

– Talvez você seja melhor do que eu pensava. – Disse Gabrielle me agarrando e voltando a me beijar.

– Quer namorar comigo? – Perguntei alisando seus cabelos.

– Não! – Disse voltando a me beijar, eu não entendia essa garota, e é por isso que eu a adorava.

– Quer agora? – Perguntei a desgrudando dos meus lábios. Ela assentiu com a cabeça e voltamos a nos beijar.

Davi

Estávamos todos ferrados, essa garota era muito boa e... Nossa que cheiro é esse? Isso é muito melhor do que o cheiro da Sara, ou vai ver era o mesmo, só sei que era muito bom.

– Sintam o cheiro, isso, sintam. Sabem que cheiro é esse? Aline é fêmea, o cheiro dela atrai o sexo oposto e dá pra imaginar o que está acontecendo com vocês não é? – Dizia o tal Nicolas.

– Nicolas! Deixe-os em paz. – Disse Sara, eu não conseguia prestar atenção em nada. Todo esse cheiro era muito bom. Sara pulou em cima de Nicolas, que se transformou, o seu cheiro apareceu e cortou o efeito do aroma que eu sentia.

– O que aconteceu? – Perguntou Arthur.

– Não faço a mínima ideia! – Disse Rony.

– Apenas eu querendo destruír você. – Uma voz feminina soou pela floresta, a namorada de Arthur estava suja de lama e com roupas rasgadas. – Seu canalha! – Disse vindo até Arthur.

– Calma! Aline? Aline? Você tá bem? – Perguntou Arthur incrédulo.

– Eu avisei que ela era um monstro peludo. – Disse Rony.

– Agora não é hora pra piadas. – Falei e vi Laura ajudando Sara a derrubar Nicolas.

– Eu estou ótima, Arthur, melhor impossível. – Disse a garota segurando Arthur pelo pescoço e jogando-o em algum lugar, nossa que força! Corri até ela, mas fui pego do mesmo jeito, ela também me jogou e bati com a cabeça na árvore, minha cabeça sangrou, mas eu não estava me curando. Que estranho!

– Porque não estou me curando? – Perguntei confuso, minha cabeça não parava de doer.

– É verdade! Por isso que eu não me curei tão rápido naquele dia, pai, mãe, eles cortam nosso poder de cura. – Disse Arthur nos avisando. Sorri de canto, tinha um plano. Corri o mais rápido que pude, pegando folhas pelo meio do caminho, coloquei algumas folhas tapando as minhas narinas.

– Peguem! Assim, eles não vão mais nos hipnotizar com os cheiros. – Falei jogando folha para todos. – Concentrem-se na luta. – Falei partindo pra perto de Aline, peguei sua perna e a joguei numa árvore, antes que ela se levantasse ou tivesse tempo de se transformar pra ser mais rápida que a gente, eu bati na sua cabeça com um tronco pesado. Sara e Laura conseguiram derrubar Nicolas.

– O que vamos fazer com eles? – Perguntou Rony pegando uma pedra pontuda e pronto pra matar Aline.

– NÃO! EU A AMO, PARE! – Gritou Arthur.

– Ela é um monstro, um monstro que pode derrubar todos nós aqui Arthur, sua própria família. – Disse Rony.

– Mas eu gosto dela. – Tentou de novo.

– Rony! – Intervi, Rony entendeu meu olhar.

– Tudo bem, eu mato o garoto, mas vamos colocar coleira nessa garota até ela acordar. – Disse indo para Nicolas. Arthur suspirou aliviado.

– NÃO! – Alguém gritou atrás de nós, olhamos e vimos James parado na floresta. - Não façam isso!

– Mas ele é um monstro, ele é um lobisomem. – Disse Laura, incrível como Laura pensava igual á ele.

– Quem é você? – Perguntou Sara.

– Sou James, e também sou lobisomem, porque? Vai colocar a coleira ou me matar? – Perguntou com ironia e tirando o casaco.

– Mas você é manso. – Disse Rony.

– Mas esse garoto também pode ser, alguma coisa contra a nossa espécie? – Perguntou James o encarando.

– O velho aqui ta querendo brigar, eu tenho muita coisa contra sua espécie, uma delas é que sua espécie tentou me matar. Tá bom pra você? – Revidou Rony.

– Não vamos brigar, o James vai nos ajudar com o nosso pequeno probleminha, não é? – Perguntei rindo de canto.

– Na verdade não acho que isso seja um problema, acho que vocês sejam um problema aqui. – Disse chegando perto do corpo de Nicolas desmaiado, ele bateu no mesmo com seu pé e depois fez o mesmo com Aline, os dois acordaram. – Ótimo! Filho! Que bom que acordou. – Filho?

– Filho? – Essa foi a vez de Sara parecer comigo, também nos pensamentos.

– Sim, na verdade, meus dois filhos, Aline e Nicolas são irmãos. – O que?