"A essa altura acho que a vizinhança inteira já devia estar escutando a gente mas que se foda. Que se foda a vizinhança. Que se foda Gale. Que se foda Brenda. Que se foda o mundo."

– Eu não acredito em vocês. Eu não posso acreditar em vocês - diz Gale se jogando no sofá da sala e enterrando seu rosto em suas mão.

– Gale - digo calmamente enquanto sento ao seu lado no grande sofá da sala - você tem as provas, agora é só somar 2 + 2!!!

– Eu não posso. Eu sei que você é a minha melhor amiga mas... a Brenda... eu a amo; e ela me ama também. Eu sei disso, eu sinto!

– Você está cego pelo amor, ou, o que acha que é o amor! Mas mesmo assim não precisa ser o burro que está sendo agora!!!

– EU NÃO ESTOU SENDO BURRO! SÓ ESTOU DEFENDENDO ALGUÉM QUE É INOCENTE, E NO CASO ESSE ALGUÉM É MINHA NOIVA.

– Tudo bem então, se é a sua noiva que você escolhe, eu vou embora - digo decidida e me levanto do sofá, ia começar a caminhar quando sinto uma mão (N/A não malissiem) segurando meu pulso com uma força mais que necessária, deduzo que é Gale.

– Vai para onde? - ele pergunta seco, ÓTIMO, agora ele está bravo comigo, e só um aviso: você definitivamente não vai querer Gale bravo com você! Definitivamente não, isso nenhum ser humano... ou melhor... nenhum ser vivo merece, só a Brenda, mas ela não é um ser vivo, então...

– Para casa! - digo tentando me soltar do seu aperto em meu pulso

– No distrito 12? - ele pergunta incrédulo

– Não, não, no 6!!! - Johanna diz com uma cara sarcástica, Gale a olha com um olhar de reprovação e ela abaixa a cabeça e diz - Desculpa, vou calar a boca - bufo

– Gale, você está me machucando - digo e minha voz sai mais calma do que eu esperava - Gale, me solte - ele solta - Obrigada, você é muito gentil! - digo com uma ponta se sarcasmo na voz e ele revira os olhos - Agora, se você me der licença, vou arrumar as minhas coisas!

– Você não pode ir!!! - diz ele olhando no fundo dos meus olhos

– E por que não? Me de um bom motivo.

– Porque você é minha melhor amiga - ele diz como so olhos cheios de lágrimas

– Ah, e agora isso importa não é?!?! - digo, meus olhos ardem, queimam, para dizer a verdade. Mas não posso chorar, não agora, não na frente dele.

- Isso sempre importou - ele diz

- Não é o que parece - e para minha total infelicidade Peeta, Brenda e Ben a porta rindo e conversando sobre algo que não me dou o trabalho de prestar atenção, mas suas expressões mudando na hora que veem nosso estado: o rosto de Gale banhado em lágrimas e o meu completamente vermelho (fico vermelha quando estou com raiva ok? Ok.)

E é quando Brenda faz a pergunta que eu tanto temia que ela fizesse que eu congelo.

- O que é que está acontecendo aqui?

Fudeu.

Pergunta para o seu noivo - digo e saio andando para "o meu quarto" e bato propositalmente o meu ombro com o ombro de Brenda.

Ok, parando para pensar um pouco isso não foi a coisa mais sensata a se fazer nas condições que  eu me encontro no momento, ela pode querer me prejudicar mais ainda e... várias possibilidades passam pela minha cabeça e nenhuma delas me agrada. É aí que choro, choro por Gale não acreditar em mi, por Brenda ser uma completa desequilibrada, por Prim e pelo meu pai (sei que eles não tem nada a ver com isso, mas choro por eles também), choro por tudo.

Me jogo na cama e continuo a chorar agora abraçada em um travesseiro que estava em cima da cama. Fico lá por um bom tempo até que sinto alguém tocando meu ombro suavemente, viro-me achando que seria Peeta mas para meu azar é Brenda.

- Kat? - diz ela

- O que quer? - pergunto ríspida

- Gale me disse o que aconteceu - diz ela e eu me tiro meu rosto do meio dos travesseiros em um pulo

- Ele disse? - pergunto confusa

- Disse - diz ela sentando na borda da cama - Eu sindo muito Kat!

- Sente? - eu morri e fui para um universo paralelo, só pode

- É claro; entendo o porque dele ter ficado bravo, aliás você é a melhor amiga dele, mas entendo que Haymitch é muito importante para você e que você não pode deixá-lo nesse momento e que....

- Pera, como assim? - pergunto confusa, o que será que Gale inventou dessa vez?

- Você vai voltar para o Distrito 12 não vai? Pelo fato de Haymitch estar doente - ela dá uma pausa e segura minhas mãos - Sinto muito mesmo, se eu puder fazer alguma coisa para ajudar..., se precisar de um ombro amigo para chorar... eu estou aqui - ela finaliza e me abraça calorosamente.

- Errr.....obrigada, mas eu estou bem, só um pouco triste. Sabe como é que é, ele já está velho, e pode ser nossa última chance de ve-lo.

- Entendo, mas por que vocês estavam gritando tanto?

- Hmmm... é que... ele queria que eu ficasse para o casamento, mas ele não entende que o Hay é como... com um... como um pai para mim - digo me enrolando nas palavras e rezando para que ela não perceba que essa história é uma completa farsa.

- Err, para falar a verdade eu também queria que você ficassem. Vou sentir saudades. Você não tem ideia de quão eu te adoro, você se tornou uma grande amiga para mim de verdade. Gostaria muito que você pudesse ficar, mas eu te entendo. Você está certa em ir.

- Obrigada por me entender, quem dera Gale pensasse igual a você. - digo com o melhor sorriso que eu consigo dar no momento e a abraço.