Illusions escrita por Cami


Capítulo 7
Twist in time


Notas iniciais do capítulo

OI :) depois de três meses aqui estou eu! Fiquei muito ocupada com a escola, me desculpem! Mas agora minhas provas acabaram e eu juro que não demoro mais!



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[Jack’s POV]

Segunda. Normalmente eu costumo odiar segundas, mas eu na verdade estava adorando o dia de hoje. Eu poderia finalmente falar com Louise, depois de tanto tempo.

Da última vez que falei com ela foi no primeiro dia de aula, quando tomei coragem para fazer uma pergunta naquela “entrevista” doida, mas sua reação foi um pouco estranha... vai saber.

Cheguei o mais cedo possível na sala de aula e, como previ, lá estava ela, sentada sozinha em uma das primeiras carteiras.

– Louise! – sorri, esperando que ela se levantasse e me abraçasse, dizendo que sentiu saudades.

Mas ela não fez isso.

Ela me olhou como se eu fosse um fantasma, aterrorizada. E logo depois reconheci o ódio em seu olhar.

– Fique longe de mim.

– Lou, o que h-...

– EU DISSE FIQUE. LONGE. DE. MIM. EU TENHO UMA MOCHILA PESADA E NÃO TENHO MEDO DE USÁ-LA.

– Louise, eu nã-...

– VOCÊ QUER SER UM “DEMÔNIO NA MINHA VIDA”, JÁ ENTENDI O RECADO. ENTENDI ISSO A TRÊS ANOS ATRÁS, LOGO DEPOIS DE VOCÊ ME DEIXAR CAIR NAQUELA DROGA DE BURACO NA FLORESTA. MAS AGORA DEIXE EU TE DAR O MEU RECADO: FIQUE LONGE DE MIM SENÃO EU METO O MEU JOELHO NAS SUAS BOLAS, VOCÊ ENTENDEU?

– Sim, mas...

– Lou, esse cara está te atrapalhando? – ouvi uma terceira voz atrás de mim

Olhei para trás e vi uma menina. Loura, meio baixinha, de olhos grandes e castanhos. Se eu não me engano se chamava Fleur. Acho que Louise deve ter contado para ela sobre mim pois Fleur olhou bem pra minha cara e cerrou os pulsos como se fosse me dar um soco.

– Calma Fleur, já cuidei dele. – Louise respirou fundo, tentando manter a calma

– E-eu vou até o banheiro e já volto... – gaguejei

Quando estava passando pela porta a loura ainda estava me olhando feio e tenho que admitir que fiquei com medo.

Cheguei no banheiro, me olhei no espelho e disse para mim mesmo, alto e claramente:

Que merda foi essa?

Demônio da vida dela? Eu deixei ela cair num buraco na floresta? O quê?

Eu não deixei ela cair, eu nem estava a vendo quando ela caiu!

Me olhei no espelho mais uma vez e as memórias de três anos atrás vieram como um flash.

Flashback – três anos atrás

Isso pode soar meio gay, mas eu me sentia como o cara mais feliz do universo. Quem diria que eu ia me apaixonar pela minha melhor amiga e ela por mim?

Era noite e estávamos deitados perto do lago, ouvindo o barulho dos grilos.

Não me recordo muito bem do diálogo que ocorreu entre nós, mas lembro que concordamos em ir passear na floresta. Estava escuro e ela estava com medo. Sentamos em uma clareira iluminada pela luz da lua. Lembro-me de tê-la avisado que eu ia buscar lenha para fazermos uma fogueira. Acabei demorando um pouquinho mais, já que estava escuro demais. Depois de aproximadamente dez minutos a ouvi chamando meu nome. Devia estar procurando por mim. Antes de eu poder responder, ouvi seu grito. Um grito de socorro. Saí correndo para procura-la, quando finalmente achei-a prestes a cair dentro de um grande buraco. Eu ainda estava um pouco longe.

– LOUISE, SEGURE FIRME!

– E EU TENHO OUTRA OPÇÃO?!

Corri o mais rápido que pude, mas assim que tentei pegar sua mão, a mesma escorregou. Desesperado, peguei meu celular e liguei para a ambulância, para a polícia, para o corpo de bombeiros e finalmente para o pai de Louise.

Ela ficou em coma por um mês no hospital. No 30º dia de seu coma, pouco antes dela acordar, fiquei sabendo que meus pais haviam sido transferidos para Londres e que eu tinha cerca de cinco horas para arrumar minhas malas e pegar um trem para lá junto com a minha família. Quatro horas depois da horrível notícia sobre a mudança, o pai de Louise me ligou dizendo que ela havia acordado.

Corri para o hospital o mais rápido que pude. O pai de Lou estava sentado em uma das cadeiras perto do quarto dela. Havia uma enfermeira junto com ele. Ao me ver, ela disse que teria que esperar até que o outro visitante que estava no quarto dela saísse, pois Louise estava muito cansada e não podia receber vários visitantes de uma vez. Não demoraram nem dois minutos até que um garoto saiu do quarto. Na hora senti um arrepio. Tyler Damon. Mais conhecido como ex-melhor amigo e como atual filho da puta. Ele me ameaçava todos os dias dizendo para eu largar a Louise. Junto com Tyler, saiu do quarto mais uma enfermeira que perguntou se meu nome era Jack. Ao responder que sim, ela disse que era melhor eu ir para casa e voltar outro dia. Estava me preparando para discutir com a enfermeira quando minha mãe me ligou avisando que se eu não fosse para a estação agora com as minhas malas, perderíamos o trem para Londres.

Por que nunca mais visitei Louise? Minha família nunca foi muito boa economicamente e só conseguimos aquela passagem de trem para Londres por conta da empresa onde meu pai trabalhava. A passagem era muito cara e nunca havia dinheiro suficiente. Quando eu a ligava, ela não atendia. Nenhum dos meus e-mails para ela eram respondidos.

Me odiei por três anos seguidos até que ambos os meus pais foram promovidos novamente, ganhando muito dinheiro, e nos mudamos para Paris novamente.

Flashback off


E agora, quando eu finalmente tinha mais uma chance, estava arruinada por algo que eu nem fiz.


E que história era essa de “demônio da vida dela”? Eu não dei nenhum “recado” para ela! Eu nem tive a chance de falar com ela. De repente me lembrei do diagnóstico do médico no primeiro dia de coma dela.

Uma parte de seu cérebro foi... “ferido”, vamos dizer. Quando ela acordar, ela não terá perda de memória nem nada, mas provavelmente terá algumas alucinações e ilusões depois de alguns anos. Poucas, mas o suficiente para ela achar que está ficando louca. As alucinações geralmente serão de coisas muito ruins, como ameaças ou a presença de alguém que a incomode muito, gerando ás vezes grandes inseguranças. Já as ilusões serão boas até demais, como pensar que ela goste esteja apaixonado por ela também. E um último aviso: assim que ela acordar, ela irá acreditar na primeira coisa que alguém disser sobre o acidente, e seu cérebro criará memórias falsas sobre o acontecimento.”

Acho que entrei em estado de choque por um tempo, pois o outro garoto que entrou no banheiro perguntou se eu estava bem.

Balancei a cabeça afirmativamente e continuei encarando meu reflexo, apenas pensando na melhor forma de quebrar a cara de Tyler.

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Notas finais do capítulo

Reviews? :)



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