Illusions escrita por Cami


Capítulo 5
Viagem


Notas iniciais do capítulo

O nome da música que tem aí no capítulo é Love Me For Me da Cher Lloyd, é muito bonitinha, recomendo vocês ouvirem depois que terminarem de ler o capítulo! E aqui tem as contas das três novas personagens:
Carol: http://fanfiction.com.br/u/125702/
Tauany: http://fanfiction.com.br/u/245858/
Ana: http://fanfiction.com.br/u/232549/



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"O que não me matou nunca me deixou mais forte."

(Ed Sheeran)

Era hora do intervalo, eu estava sentada sozinha comendo meu lanche, esperando Hugo e Fleur, quando o avistei. Jack. Ele me viu também e não se aproximou, mas piscou para mim de um jeito que me deixou ainda mais irritada. Desviei o olhar e logo vi os meus amigos andando em minha direção, bem animados.

– Qual é o motivo de toda essa animação? – perguntei quando eles chegaram mais perto

– O Hugo teve essa ideia brilhante de a gente ir viajar hoje mesmo e passar o fim de semana acampando em um lugar afastado da cidade. Não lembro o nome do lugar, mas eu e Hugo costumávamos ir lá direto quando éramos pequenos, nossos pais sempre levavam a gente! Lá perto de onde a gente vai acampar tem uma praia linda! Topa? – Fleur falou toda animada

– Por mim tudo bem. – falei e ri do entusiasmo de Fleur

– E eu chamei mais três amigas minhas! – ela acrescentou

– Os nossos pais já deixaram nós irmos, só falta você confirmar com seus pais. – avisou Hugo

– Vou ligar pra eles agora. – disse e logo disquei o número de minha madrasta

Assim que eu falei para ela da viagem ela logo me deixou ir. Hoje já era sexta então eu só tinha que dar uma passada rápida em casa depois da aula e fazer minhas malas, pois, de acordo com Hugo, se quiséssemos chegar naquele lugar antes de anoitecer, teríamos que sair no máximo ás duas da tarde.

O sinal que indicava o fim do intervalo tocou e voltamos para a sala. Após três aulas seguidas de álgebra que passaram se arrastando, finalmente a aula acabou. Fleur foi para casa comigo para me ajudar a fazer minhas malas.

Assim que terminamos de arrumar minhas coisas, nos sentamos para descansar um pouco, já que Hugo ainda não tinha chegado para nos buscar junto com as outras três amigas de Fleur.

– Você parece um pouco triste. – observei. Um pouco não. Ela parecia totalmente arrasada. – O que aconteceu?

– Término de namoro. – ela disse com o olhar fixo no chão

– Você tinha um namorado? – me senti péssima por não saber disso, afinal eu e Fleur já nos conhecemos há no mínimo um mês e meio e nesse tempo nos tornamos melhores amigas.

– Sim. O nome dele era Charlie. – ela sorriu, mas logo desmanchou o sorriso – Há dois dias atrás nós tivemos uma briga e acabamos “dando um tempo”. Eu passei um dia inteiro forçando sorrisos e risadas, sentindo falta dele por todas as vinte e quatro horas. Não consegui dormir, comer... nada. Eu realmente o amava. E ainda o amo. Esse é meu problema.

– Você deveria dizer isso a ele.

– Eu disse, ontem a noite, mas... – ela hesitou, mas logo começou a contar tudo

[Fleur]

[Flashback – noite passada]

Lembrei de um dever que a professora de literatura tinha passado para amanhã sobre as coisas boas da infância ou algo assim e logo me pus a escrever. Assim que terminei, ouvi pedrinhas batendo em minha janela. Meu coração acelerou. É ele!, pensei e fui abrir a janela o mais rápido possível. Assim que o vi lá, parado no meu quintal, segurando um buquê de rosas, não pude conter um sorriso.

– Charlie! - as lágrimas já rolavam pelo meu rosto

– Fleur.- ele retribuiu o sorriso, mas aquele sorriso era diferente do meu. Era triste. – Eu vim aqui por que precisamos conversar. Você pode vir até aqui em baixo?

Desci até o quintal numa velocidade incrível e logo já estava parada na frente dele enquanto lágrimas escorriam por ambas as nossas bochechas.

– Pode falar. – sorri mais ainda

– Olha... – ele disse limpando minhas lágrimas – Fleur... isso... nós... não vai dar certo.

Aquilo me pegou de surpresa. E de repente era como se eu não tivesse mais chão, era como se eu estivesse carregando o mundo nas minhas costas. Meu coração começou a apertar.

– Como assim? Por quê? – eu comecei a entrar em desespero

– Encare os fatos... nós estamos sempre discutindo por coisas idiotas, em quase todas as vezes que brigamos nós “damos um tempo”, eu não consigo mais viver com isso, nós não damos certo. Se a gente terminar vai ser melhor para nós dois, você merece um cara melhor. Eu não aguento mais sofrer. Me desculpe...

– Não. Não desculpo. Você está partindo por que é mais fácil ir embora do que lutar pelo que você quer. Nós ainda podemos dar um jeito nisso! Por favor! Eu te amo e não quero te perder, será que você não entende isso? - praticamente berrei

Ele apenas balançou a cabeça negativamente, tentando conter as lágrimas.

– Não é só isso Fleur. Eu ainda não terminei de falar.

– Então termine logo por que isso já está me matando por dentro! – gritei

– Você não é a única pessoa pela qual eu me apaixonei. Eu te amo Fleur, mas também amo uma outra garota. E essa outra garota também me ama e não tem o mínimo de chance de eu e ela dermos errado. Me desculpe, mas está na hora de seguirmos em frente. Espero que você compreenda.

“Então toda essa merda que você falou foi só pra me enrolar antes de você confessar que está apaixonado por outra?”, era isso que eu queria dizer.

Mas obviamente eu não disse isso. Eu sequei minhas lágrimas e forcei um sorriso.

– Tudo bem. Eu entendo.

– Mesmo? Você está mesmo bem com isso?

“Não.”

– Sim. Eu supero.

E essa foi a maior mentira que eu já contei.

Ele assentiu um pouco magoado pelo que eu disse (se bem que a mais ferida nessa história toda era eu) e se virou para ir embora. Fiquei observando ele ir e, assim que ele cruzou a esquina e eu perdi ele de vista, eu desabei no chão, não conseguindo conter minhas lágrimas.

[Fim do flashback]

[Louise]

Assim que ela terminou de contar, suas lágrimas começaram a escorrer.

– Chore. Pode chorar. – falei, afagando seus cabelos

– O que? – ela perguntou e riu fraco

– É que sempre que alguém me via chorando, a pessoa falava para eu parar de chorar e ficava me consolando, mas isso só me fazia chorar mais. E chorar não resolve nada, mas ás vezes é a única forma de aliviar a dor. Então chore a vontade, você sabe que você pode chorar no meu ombro sempre que precisar. Somos melhores amigas. Estou aqui pra isso.

E ela começou a... rir. Isso mesmo, ela começou a rir.

– Louise, juro que nunca vi alguém que nem você! – ela dizia entre risos – Você é demais, sério!

– Obrigada – ri junto – Agora vá lavar esse rosto antes que seu irmão chegue.

Ela levantou ainda sorrindo e foi lavar o rosto. Logo, ouvimos a buzina da van que Hugo havia alugado.

Fleur foi no banco de trás com as amigas e eu fiquei no banco da frente ao lado de Hugo.

– Lou, vou te apresentar ás meninas. Essa é a Carolina, essa é a Ana e essa é a Tauany. Meninas, essa é a Louise.

– Oi! – dissemos nós quatro em coro

– Hugo, liga o rádio! – Fleur disse

E logo o ambiente foi preenchido pela música Dance Again.

I wanna dance, and love, and dance… again! – Tauany cantou, fazendo uma coreografia engraçada

– Ei, lembram daquela vez que a Fleur ficou bêbada e fingiu que era uma águia? – Carolina riu enquanto Fleur corava de vergonha

– A Fleur fez o que?! – eu e Hugo perguntamos ao mesmo tempo, rindo

– Nada! – Fleur disse rapidamente, fazendo todos rirem mais

As amigas de Fleur eram muito legais, fiz amizade com elas rapidamente. Zoamos, cantamos, rimos, dormimos. Quando acordei já estávamos quase chegando.

– As outras ainda estão dormindo? – Hugo perguntou ao ver que eu tinha acordado

Olhei para trás e vi quatro belas adormecidas.

– Positivo.

O rádio ainda estava ligado e estava tocando Stereo Hearts.

– Amo essa música. – sorri e comecei a cantar

Logo Hugo começou a me imitar cantando, fazendo uma voz fina e engraçada.

– Ei, eu não canto assim! – ri

Ele continuou cantando, mas dessa vez com a voz normal. Me vi o observando e sorrindo que nem boba. Bom, eu tinha meus motivos para isso. Ele cantava bem. E era extremamente lindo. Louise, o que você está pensando?! Ele é só seu amigo!, me repreendi

– Será que as madames aí na frente poderiam fazer silêncio? Tem gente tentando dormir aqui. – disse a Carolina, nos fazendo rir mais

– E... chegamos! – Hugo disse estacionando a van

– Desculpem interromper o sono de beleza de vocês aí atrás, mas nós já chegamos! – avisei

Descemos da van e meu queixo caiu. Beleza era pouco para descrever toda aquela paisagem. Havíamos chegado bem quando o sol estava se pondo, o que deixava o local duas vezes mais bonito.

– Gostou? – Hugo perguntou, parando ao meu lado

– Eu amei! Esse lugar é incrível!

O lugar aonde a van estava estacionada era na margem da estrada, perto da floresta aonde íamos acampar, e do outro lado da estrada havia uma praia muito linda.

– Se formos até a praia o por do sol fica ainda mais bonito. – ele disse e estendeu a mão para mim – Você vem?

– Claro! – sorri e dei a mão para ele

Assim que nossos dedos se entrelaçaram senti um choque percorrer meu corpo. Um choque bom, que deixava meu coração acelerado. Resolvi ignorar isso, eu devia estar ficando louca.

Ele me guiou até a praia e ele tinha mesmo razão sobre o por do sol ser mais bonito se visto de lá. As garotas também haviam se juntado a nós, então estávamos nós seis, parados, um do lado do outro, observando aquela maravilha. Até que Ana sugeriu:

– Vamos apostar corrida pra ver quem chega no mar antes?

– Vamos. – todos concordaram

– Ok, no três. – disse Fleur – Um... dois... três!

E Fleur, Ana, Carol e Tauany saíram correndo, apenas eu e Hugo permanecemos lá.

– Não vai pra lá junto com elas? – ele perguntou

– Te pergunto a mesma coisa. - sorri

– Eu perguntei primeiro. – ele retribuiu o sorriso

Percebi que ainda estávamos de mãos dadas, o que por algum motivo fez eu aumentar meu sorriso.

– Eu vou se você for. – nós dois dissemos ao mesmo tempo e rimos por isso

– Tá, vamos. – falei

– No três? – ele fez uma voz fina imitando Fleur e eu ri

– No três. – confirmei

– Um...

– Dois...

– Três!

E saímos correndo que nem dois adolescentes desgovernados.

Ficamos fazendo guerrinhas de água e zoando na água até anoitecer e ficar realmente frio. Pegamos algumas toalhas, nos secamos e armamos rapidamente nossas barracas na floresta. Eram três barracas, e a divisão ficou assim: Ana com Tauany, Carolina com Fleur e eu com Hugo. Sim, eu e Hugo ficaríamos na mesma barraca. Colocamos roupas secas e fizemos uma fogueira. Sentamos em volta da mesma e começamos a contar histórias de terror que, na maioria das vezes, ao invés de resultar em medo resultava em risadas. Hugo foi até a van buscar seu violão e quando voltou começamos a tocar e cantar, ás vezes a dançar. Típicas coisas que se fazem em volta de uma fogueira. Até que...

– Louise, canta alguma coisa! – disse Carolina

– Ah não, minha voz é péssima!

– Vai, canta! – incentivou Ana

– Canta, canta, canta! – começou Tauany e em uma fração de segundos todos estavam a acompanhando

– Tá bom, tá bom. – falei

Peguei o violão e comecei a tocar uma música que eu mesma compus. Todos estavam me olhando atentamente e eu só parei de sentir vergonha quando cheguei ao refrão.

I'm done, I give up – (Eu estou acabada, eu desisto)

I don't wanna pretend no more – (Eu não quero mais fingir)

That's it, so what (É isso, e daí)

I've lost a friend before – (Eu já perdi um amigo antes)

Gonna say it like it is – (Vou falar como é)

No more wondering what if – ( Sem mais me perguntar “e se”)

That ain't the way you oughta live – (Não é desse jeito que se deve viver)

Cause I don't want you to love me – ( Por que eu não quero que você me ame)

If you don't wanna love me for me – (Se você não quer me amar por mim)


E eu já estava completamente confiante quando cheguei a minha parte favorita.


Sick of all the fighting – (Cansada de todas as brigas)

All the slamming of the doors – (De todas as portas se batendo)

The pain, the parents, too deep you know – (a dor, os pais, muito profundo você sabe)

Step back, step back – (passo para trás, passo para trás)

Can you see it through my eyes? – (você pode ver através de meus olhos?)

I know, I know – (eu sei, eu sei)

Maybe a surprise – (talvez uma surpresa)

Don't wanna be perceived for something that I'm not – (não quero ser percebida por algo que não sou)

Just wanna be accepted for the little that I got – (só quero ser aceita pelo pouco que eu tenho)

Assim que finalizei a música todos aplaudiram.

– Eu queria ter uma voz “péssima” que nem a sua!

– Sua voz é linda!

– Amei a música e a sua voz é incrível!

Era tudo o que eu ouvia. Sorri e devolvi o violão para Hugo. No momento em que ele foi pegar o violão, nossos olhares se cruzaram e por meio segundo eu me senti perdida naqueles lindos olhos castanhos, mas logo tratei de desviar o olhar.

Primeiro eu achei que ele tinha ficado mais bonito de repente. Depois tive aquele pequeno choque quando minha mão tocou a dele. E agora eu havia ficado perdida no olhar dele.

O que está acontecendo comigo?



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Notas finais do capítulo

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