Illusions escrita por Cami


Capítulo 4
Be young tonight


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora e acho que vocês vão amar esse capítulo :3 esse capítulo tem narração da Fleur, do Hugo e da Louise :) sempre que não tiver um [Fulano] antes da narração, é por que a narração é da Louise, ok? E vocês precisam me ajudar a escolher um nome pro casal Louise+Hugo! Lougo? Houise? Me ajudem! E a partir de agora vão ter frases/letras de música no começo de todo o capítulo por que eu acho muito legal isso hihi

P.S.: N/A é Nota da Autora



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/271958/chapter/4

"Sim, o passado pode doer. Mas no meu ponto de vista, você pode fugir dele ou aprender com ele."

(Rei Leão)

Era a voz de Jack.

Deixei o diário de minha mãe cair das minhas mãos e olhei para trás. Nada. Não havia nada.

– Ok, Louise, você está ficando maluca! - disse em voz alta para mim mesma

– Maluca? Querida, não fale uma coisa dessas. Você não é maluca. É apenas a sua realidade que é diferente da dos outros. - dessa vez eu ouvi a voz da minha... mãe

Me virei de novo. Novamente não havia nada.

– Mãe?

Nenhuma resposta.

Suspirei e peguei o diário do chão. Mas, assim que toquei no pequeno caderninho, comecei a ouvir vozes. Muitas vozes. Vozes conhecidas. Hugo, Fleur, minha madrasta, minha mãe, meu pai, Jack, até a minha própria voz. Frases ecoavam em minha cabeça.

Mas a voz mais clara era a minha própria voz, que dizia "Você está louca."

Sentei no chão com os cotovelos apoiados nos joelhos e com as mãos em meus ouvidos. Eu queria que aquelas vozes parassem, mas elas só continuavam, cada vez mais altas. Fechei meus olhos com força, quando de repente senti uma mão em meu ombro. E, assim que senti aquele toque em meu ombro, todas as vozes pararam. E assim que ouvi a voz dele, logo eu estava em paz novamente.

– Louise, você está bem? Vem, vamos sair daqui. - era Hugo. E, graças a Deus, era o Hugo real, não era nenhuma criação da minha cabeça

– Estou bem. Como você me achou aqui?

– Era visível que você não estava bem, então eu te segui com medo de que você fizesse alguma besteira. E, ei, eu sempre vou te achar. - ele sorriu gentilmente

Sorri.

– Você nunca desiste, não é? - ele não respondeu, apenas continuou sorrindo e estendeu a mão para eu me levantar

Ele me ajudou a levantar, mas assim que eu fiquei de pé, senti uma forte tontura que quase me fez cair, mas ele me segurou.

– Tem certeza que está bem? - ele perguntou preocupado

– Sim, tenho. - sorri e saímos da casa - Vamos dar uma volta por aí? Não estou muito afim de voltar pra casa.

– Claro.

Saímos andando sem rumo até pararmos em uma biblioteca, que só não estava vazia por causa da bibliotecaria. Resolvemos entrar.

[Fleur]

Suspirei. Mais um dia sentindo falta dele. Mais um dia longe, presa à saudade. Por que teve que acabar? Por que? Não faz nem um dia, mas eu nem consigo mais respirar direito. Música. Eu precisava de música.

Peguei meu iPod e coloquei algumas músicas tristes para tocar. Mas uma delas me chamou a atenção:

I'm so sick of being lonely – (estou tão cansada de estar solitária)

This is killing me so slowly – (isso está me matando aos poucos)

Don't pretend that you don't know me – (não finja que você não me conhece)

That's the worst thing you could do – (essa é a pior coisa que você poderia fazer)

Quando me dei conta eu já estava chorando. Tentei pensar em outra coisa, mas ele não saía da minha mente... de repente lembrei de um dever que a professora de literatura tinha passado para amanhã sobre as coisas boas da infância ou algo assim e logo me pus a escrever. Assim que terminei, ouvi pedrinhas batendo em minha janela. Meu coração acelerou. É ele!, pensei e fui abrir a janela o mais rápido possível. Assim que o vi lá, parado no meu quintal, segurando um buquê de rosas, não pude conter um sorriso.

– Charlie! - as lágrimas já rolavam pelo meu rosto

[Hugo]

Entramos na biblioteca e corremos até o segundo andar, já que a bibliotecária ficava no primeiro e assim que entramos tivemos a impressão de que ela não ia com a nossa cara.

Segundo andar, livros de romance e aventura. Ao invés de pegar um livro para ler, começamos a conversar sobre assuntos diversos.

Dei uma espiada no andar de baixo e percebi que a bibliotecária não estava mais no balcão, e no mesmo havia uma placa escrito "Horário de Jantar. Voltarei daqui uma hora". Quando percebi, vi que Louise também estava lendo a placa. Ela sorriu.

– Você sabe o que isso significa?

– Que a biblioteca é nossa por uma hora! - sorri junto com ela

Ela riu, pegou o iPod dela e conectou em um amplificador de som e apertou play.

[N/A: a partir de agora, sugiro que vocês leiam com uma dessas músicas: essa, essa, essa ou essa. Vocês escolhem]

– Quer dançar? - estendi a mão para ela

Ela riu e pegou minha mão.

Começamos a dançar no meio da livraria que nem loucos. Também pegamos alguns livros, abrimos em uma página aleatória e começamos a ler frases dos livros fazendo uma voz engraçada. Brincamos de pega-pega, dançamos mais, cantamos. O tipo de coisa que dois adolescentes normais de dezesseis anos nunca fariam. Mas qual é a graça de ser normal?

Estávamos dançando novamente quando ouvimos um pigarreio. Era a bibliotecária que já estava de volta.

– Silêncio na biblioteca. - ela disse, seca, e voltou para seu balcão

Desligamos o som e começamos a rir baixinho, pra não irritar mais a bibliotecária. Por fim, pegamos um último livro, chamado "As Vantagens de Ser Invisível" e abrimos numa página aleatória. Lemos em voz alta uma frase que nos chamou muita atenção.

"And in that moment, I swear we were infinite" - rimos e saímos da biblioteca

Acompanhei Louise até a casa dela e ela me deu um beijo de boa noite na bochecha. Não sei por que, mas não pude conter um sorriso. E assim voltei para a minha casa, sorridente.

Mas lembrei que a vida não é tão bela assim quando ouvi um choro baixo vindo do quarto de Fleur. Bati na porta.

– Entra. - sua voz soava muito triste

– Fleur, o que houve?

Ela fungou e começou a me contar tudo.

No dia seguinte...

[Fleur]

– Muito bem turma, agora é hora de vermos quem fez o dever que eu pedi, sobre a infância de vocês. Alguém se voluntaria para ler seu texto para a sala?

Levantei minha mão e todos me olhavam enquanto eu ia até a frente da sala. Comecei a ler.

– Quando eu era mais jovem... eu colocava meus braços dentro da minha camiseta e dizia para as pessoas que eu havia perdido meus braços. Eu reiniciava o videogame sempre que eu sabia que ia perder. Dormia com todos os meus bichinhos de pelúcia para que nenhum deles se sentisse excluído. Tinha aquela caneta com quatro cores, e tentava apertar todos os botões de uma vez. Colocava refrigerante num copo e fingia que era bebida alcóolica. A decisão mais difícil que eu tinha que tomar era qual joguinho da Nintendo eu iria jogar. Esperava atrás de uma porta para dar um susto em alguém, mas saía por que ou a pessoa demorava muito ou eu precisava ir ao banheiro. Fingia estar dormindo para ser carregada até a minha cama. Eu costumava pensar que a Lua seguia meu carro, observando duas gotas de chuva rolarem pela janela e fingindo que aquilo era uma corrida. Usava o computador apenas para usar o Paint. A minha única responsabilidade era tomar conta do meu Tamagotchi, e os únicos amigos “falsos” que eu tinha eram os imaginários. Eu costumava cantar no chuveiro (e agora? Eu faço decisões sobre a minha vida lá). Engolia uma semente de fruta e morria de medo de que uma árvore crescesse no meu estômago. Tinha um joelho machucado, ao invés de um coração partido. Quando nós todos éramos crianças, nós não podíamos esperar até nós crescermos. E eu me pergunto... o que diabos nós estávamos pensando?

Aplausos. Eram tudo o que eu ouvia. Algumas pessoas (inclusive a professora) se levantaram para aplaudir de pé.

– Muito bem, Fleur, foi um texto ótimo!

Sorri em agradecimento e me sentei. Ninguém sabia que eu, naquele momento, estava segurando minhas lágrimas ao máximo. Todo aquele texto tinha uma moral: eu queria voltar a ser uma criancinha. Por que eu tenho certeza que joelhos machucados curam bem mais facilmente do que um coração quebrado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e aí? gostaram?

e quem será que é esse Charlie? E o que será que ele fez? *suspense*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Illusions" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.