Illusions escrita por Cami


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Essa é a primeira história original que eu faço e também é a primeira movida a reviews... Eu não pedirei reviews nesse prólogo, mas a partir do primeiro capítulo eu vou começar a pedir 2 reviews e, conforme o número de leitores vai aumentando, o de reviews pedidos também vai. Espero que gostem do prólogo!



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Eu sentia o vento gelado e forte entrar em contato com minha pele, causando-me arrepios, enquanto eu andava pelas ruas desertas de Paris. A neve caía delicadamente do céu. Meus cabelos de tom castanho avermelhado dançavam com o vento. Meus olhos azuis percorriam por todo o cenário cinzento e nublado. Tudo o que eu tinha era uma bolsa, com alguns livros, meu celular e um pacote de bolachas. Eu havia acabado de ter uma discussão com minha madrasta e, sem pensar duas vezes, saí de casa e comecei a vagar pela cidade. Eu não sabia para onde meus pés me levavam. Quando comecei a achar que estava perdida, me vi parada em frente a uma mansão caindo aos pedaços, danificada por um incêndio. Senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha e logo tratei de limpá-la.

Andei reto em direção à mansão e, a cada vez que meus pés tocavam no piso de mármore que levava à entrada, meu coração se quebrava aos poucos. Apesar de o incêndio ter acontecido a muitos anos, ainda não era seguro entrar na mansão. E eu sabia que se entrasse, eu não aguentaria. Contornei a casa e logo encontrei o jardim. Tudo estava queimado. Quase tudo. Ao ver aquela muda de rosas intacta no canto do jardim, logo a memória do incêndio me veio à cabeça.

“Eu e minha irmã estávamos cuidando do jardim enquanto minha mãe preparava o almoço e meu pai estava no trabalho. Era domingo e fazia muito sol. Eu sempre gostei de domingos, mas depois daquela tarde, eu passei a odiá-los. Eu tinha apenas sete anos.

– Louise, você pode trazer o regador para mim, por favor? Está lá na cozinha. – minha irmã pediu

– Claro, Catherine!

Como eu era muito pequena, eu não entendia bem como as coisas funcionavam, então eu achava que se eu trouxesse o regador o mais rápido possível, as rosas iam crescer em segundos. Peguei o regador e saí correndo, mas, quando eu estava perto do forno, acabei tropeçando, e, buscando apoio, minha mão deslizou pelo botão de aumentar as chamas, fazendo com que as cortininhas da janela que ficava próxima ao fogão pegassem fogo. A partir daí, não me lembro de muita coisa. Apenas de minha irmã me carregando para fora as casa, que estava completamente em chamas, pedindo por socorro. Eu estava fraca. E a única coisa que percebi antes de apagar completamente foi que minha mãe ainda não havia saído da casa.”

Até hoje, eu me culpo pela morte de minha mãe. Apesar dos comentários de minha irmã, de meu pai e até de minha madrasta falando que eu não tenho culpa alguma, apenas eu sei de fato o que aconteceu na cozinha. Percebi que estava ajoelhada no chão, não conseguindo conter minhas lágrimas. Senti duas mãos em meus ombros. Virei-me e encontrei um rapaz e uma garota que aparentavam ter minha idade. Ambos eram loiros com olhos castanhos. Eram muito parecidos. Devem ser irmãos, pensei.

– Olá... vimos você aqui agachada e viemos conferir se está tudo bem... – a garota disse, um pouco tímida

– Está tudo bem... – falei, secando minhas lágrimas e me levantando

– Lógico que não está! Olhe só para você! Deve estar congelando! – interveio o garoto – Aqui, tome a minha jaqueta.

Ele nem me deixou protestar e já foi colocando a jaqueta sobre meus ombros.

– A propósito, meu nome é Fleur, e o dele é Hugo. E o seu? – perguntou a garota, Fleur, que não parecia mais tão tímida

– Meu nome é Louise.

– Então, Louise, o que faz por aqui? – perguntou Hugo – Essa casa está abandonada a anos... você é nova por aqui? Nunca te vimos nesse bairro.

– Na verdade, eu costumava morar nessa casa... Antes do incêndio.

– Ah meu Deus! Eu sabia que conhecia seu nome de algum lugar! A famosa Louise, que sobreviveu ao incêndio! Meus pêsames pela sua mãe! – Fleur disse, demonstrando pena

Eu odiava quando as pessoas demonstravam pena. Foi assim por muito tempo depois do incêndio. Antes eu era invisível... mas quando minha mãe morreu, parecia que todos me conheciam, e todos diziam que sentiam muito pelo trágico acidente, quando na verdade não se importavam nem um pouco.

– Fleur, deixe disso. Você sabe que dizer ‘meus pêsames’ não adianta em nada! – Hugo disse, logo após perceber minha expressão de irritação – Você não quer ir tomar um chá conosco na nossa casa? É logo na frente dessa mansão. – ele perguntou, educadamente

– Se não for incômodo...

– Não é incômodo nenhum! Pode vir. – Fleur sorriu gentilmente

A casa deles era parecida com a minha antes do incêndio. Sentamos na mesa da cozinha e conversamos enquanto tomávamos o chá. Logo, já éramos considerados amigos. Meus primeiros amigos. Eu nunca fui muito boa em me relacionar com pessoas que não fossem da minha família. Talvez pela minha timidez. O tempo passou muito rápido e logo já era hora de eu voltar para casa. Eles me passaram o número deles e eu passei o meu para eles. Voltando para casa, minha madrasta voou em mim, me dando o abraço mais apertado de todos os tempos.

– Louise! Por onde você andou? Eu fiquei tão preocupada com você, minha querida! Desculpe ter discutido com você! Você demorou muito, eu quase morri de preocupação! – ela disse tão rápido que acabou me fazendo rir

Nos contos de fadas, as madrastas são sempre perversas e querem sempre o mal das princesas ou dos príncipes. Mas a minha madrasta não era assim. Ela era mais do que uma segunda mãe para mim, ela era como uma melhor amiga.

– Eu estou bem, Anne! Eu fui visitar minha antiga casa e acabei fazendo amigos! Eles moram em frente à mansão. Os nomes deles são Fleur e Hugo. São irmãos!

– Ah, que bom! – ela pareceu realmente feliz e orgulhosa por eu ter feito amigos – Até que enfim você conseguiu vencer essa sua timidez toda! Agora vá dormir por que amanhã é o seu primeiro dia de aula! Você não vai querer chegar atrasada no primeiro dia do seu último ano, não é?

Afirmei com a cabeça e fui dormir. Não demorei para cair no sono. Sonhei com o dia do incêndio, mas eu estava com a minha idade atual – dezesseis anos – e no final, eu não estava sendo carregada pela minha irmã, e sim por um garoto. Ele tinha cabelos castanhos, cacheados e bagunçados. Seus olhos eram incrivelmente verdes. Seu sorriso era de tirar o fôlego. Mas, de repente, eu me encontrei pendurada, prestes a cair em um buraco sem fim. O menino segurava minha mão. Eu esperava que ele me puxasse de volta para cima, mas a única coisa que ele fez foi me soltar e, antes de acordar, a última coisa que eu vi foi seus olhos incrivelmente verdes se tornando cinzentos e frios, e seus lábios formando um sorriso.



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Notas finais do capítulo

Reviews?