Meu nome é John Kent. Olhei para o envelope que chegara de manhã. Eu fui aceito para um “estagio” de super herói na Liga da Justiça. No momento que eu fiz a inscrição, eu sabia que seria aceito. Estava predestinado a isso desde que nasci afinal era o filho do Super Homem. Para a maioria dos garotos da minha idade seria uma benção, para mim é uma maldição. Meu pai vai vir conversar sobre esse “estagio” .Ele raramente vem para casa e quando vem fica muito pouco. Nem parece que eu tinha uma pai vivo e voando. Ele acaba de chegar. Eu decidi recebê-lo com um postura fria e agressiva, precisava mostrar que eu não me importava com ele. Uma grande mentira. Eu sei que ele está abrindo a porta de entrada, não tenho visão de raio X, mas ouço muito bem. Ele cumprimenta minha mãe e ela diz que eu quero conversar. Ela sabe, mas quer que eu conte. Ouço-o subir as escadas. Dá alguns passos no corredor e para onde calculo ser a porta do meu quarto. Ele fica parado algum tempo hesitante. Meu coração bate mais rápido. Ele entrou. - Gostaria de conversar comigo¿ - perguntou papai. Esse é uma espécie de acordo silencioso entre nós. Nós fingíamos que não tínhamos super poderes entre nós, era mais fácil, não gostávamos de conversar sobre isso, na realidade não conversávamos sobre nada.Ele estava sempre salvando o mundo sem tempo pro seu filho de 16 anos. -Sim, eu queria – mas hoje era inevitável. Ele se sentou ao meu lado na cama. Eu lhe passei o envelope. Ele olhou rapidamente e pos de lado. Se virou para mim e falou: -É isso que realmente quer¿ -Não sei – decidi ser sincero- Você quer que eu aceite o pedido? -Pra falar a verdade, não. -Vai me proibir?- desafiei. -Também não. Você tem direito de escolha, vou respeitá-lo. Mas lhe direi o porque não quero que você aceite, e se for esperto concordará comigo. -Estou todo ouvidos,papai. – falei de forma irônica. -Você esta irritado? -Não gosto que alguém que não faz parte da minha vida se meta nela. -Eu estou aqui. -Depois de duas semanas, sem dar as caras, acho que se eu não tivesse sido aceito na liga você não viria. E pensar que houve um dia que eu não entendia porque você e a mamãe se divorciaram, talvez estivesse cansada de jogar paciência a noite inteira – ele me olhou implorando com os olhos para eu parar e eu me senti mal por ser tão cruel. O que esperava conseguir, que ele abandonasse o mundo e ficasse comigo?- Desculpe-me. - Não há nada para se desculpar, todas as palavras que me disse eu mereci e muitas outras que não falou. E eu realmente só vim aqui, porque soube que você foi aceito. Eu senti orgulho de você porque as pessoas que fizeram essa seleção não sabiam de nossa ligação. -Verdade? - uma alegria explodiu em mim, eu havia passado por meus próprios méritos. -Mas fiquei também apreensivo, por saber mais do que ninguém o quanto o destino de um herói é terrível e perigoso tanto pra ele quanto pra aqueles a quem ama. Uma vida cheia de feridas externas e internas. É isso que você quer? Que seu filho sofra como você está sofrendo agora? Que sua futura esposa passe pelo que sua mãe está passando? - seus olhos demonstraram uma grande tristeza, a ponto de eu me sentir um monstro por me magoar com ele. Ele era o homem mais poderoso, mas certamente o mais triste e desiludido. -Papai, volta para nós. A mamãe não se saiu com ninguém desde que vocês se separaram, se você disser que quer voltar ela o aceitará de volta. A gente poderia fazer muitas coisas juntas – comecei a tagarelar mandando qualquer agressividade ou frieza pro espaço. -Era o que eu mais queria, mas não posso. Graças ao que sou, você e sua mãe foram postos em perigos. Não sei se você se lembra do que aconteceu quando você tinha sete anos e aquele homem mal te seqüestrou você quase morreu. -Sim, eu me lembro. Mas também me lembro que eu não morri porque meu pai me salvou. Além disso, não sou mais uma criança. Eu posso me defender muito bem sozinho e ajudar você a protegê-la. Eu tenho poderes. – peguei meu despertador e o esmaguei para que ele acreditasse em mim. Ele segurou meu rosto e olhou bem fundo nos meus olhos. -Você vai aceitar não é? - falou admitindo derrota. -Sim. -O seu treinamento começa amanhã às quatro horas em ponto, na sede do centro, atrasados não entrarão. – e me passou o cartão de entrada – Bem vindo á Liga da Justiça. Sabia que a partir daquele dia minha vida nunca mais seria a mesma.