Atena estava realizando suas obrigações como deusa da sabedoria em seu templo, mas não estava totalmente focada em seu trabalho, porque a imagem de um certo deus de olhos verdes, mais conhecido como Poseidon, invadia sua mente a todo momento, ela não entendera o que ele fez na hora, e, muito menos agora, afinal, por que enquanto eles estavam brigando ele resolvera se aproximar mais e mais até que os lábios dele tocaram os seus? Por que ela correspondera ao beijo? Por que ambos gostaram tanto? Eles eram inimigos, não eram? E, normalmente, inimigos não se beijam, certo?

Ela estava distraída quando, de repente, percebeu a presença da deusa do amor, Afrodite, em seu escritório, e, antes que ela pudesse falar algo, a outra lhe disse:

- Eu tenho a resposta para todas as dúvidas que você tem, eu sei o que você e Poseidon sentem um pelo outro, vocês se amam, só isso, por isso vocês brigaram tanto quando você o viu beijando a Medusa, ou melhor, ela o beijando, nisso pelo menos ele não teve culpa, por isso quando vocês disputaram pela cidade de Atenas ele fez apenas uma fonte de água salgada, quando poderia ter feito muito mais, mas para ele a vitória foi quando viu o brilho em seus olhos, por isso que na Guerra de Tróia vocês ficaram do mesmo lado, primeiro porque ele sempra a achara mais bonita que eu e segundo porque vocês não queriam que o outro se ferisse, por isso ele tem tantos casos, ele sempre tenta procurar nela as suas características, sempre loiras, ou com olhos cinzentos, principalmente depois que vocês dois discutem, por esses e por outros motivos é que digo em todas as letras e com total certeza que vocês se amam, e isso deve ter alguma importância vindo da deusa do amor.

Aquilo não deveria fazer sentido para ela, mas fazia, a verdade estava na frente dela o tempo todo, só que ela não via, por, talvez, não compreender esse sentimento.

Afrodite, lendo os sentimentos de Atena disse:

- Vá, vá atrás de seu amor.

Ela hesitou um pouco, mas foi, quando o encontrou, ele estava sentado no banco de um dos jardins do Olimpo, coincidentemente, o que ela mais gostava, assim que ele ouviu um barulho virou-se e encontrou Atena corada e um pouco afastada.

Ele, que já tinha conversado com Afrodite, entendera muito bem o motivo da presença dela ali e também do rubor, então levantou-se, caminhou calmamente até ela, sempre mantendo o contato visual, que no momento, parecia inquebrável, segurou na cintura com as duas mãos, mas sem força, e beijou-a docemente, sem pressa, aproveitando cada segundo daquele contato com sua amada, um momento único, que sempre ficaria gravado na mente deles, e, quando se separaram, ele lhe disse com um sorriso apaixonado e com toda sinceridade:

- Eu te amo corujinha, na verdade sempre te amei, desde a primeira vez que te vi, só não sabia defini-lo.

Ela corou ainda mais e respondeu:

- Eu também te amo peixe. Acho que sempre te amei também, Afrodite me fez enxergar isso - eles sorriram com a última parte.

- Se não fôssemos tão cabeças-duras poderíamos ter aproveitado muito mais

- Verdade, mas fazer o que, somos orgulhosos demais.

Eles pararam de falar e depois ficaram se beijando mais um pouco, até que Poseidon disse, lembrando-se de uma coisa:

- Mas, querida, e o seu juramento?

-Na verdade eu nunca fiz realmente o juramento pelo Estige, eu iria fazê-lo, mas no exato momento, Afrodite me impediu, alegando que se eu me apaixonasse não teria como ficar com o meu amor, por esse motivo fiz um voto particular perante meu pai e a ela.

- Nunca fiquei sabendo disso

- De certo que não, eu fiz questão de uma reunião fechada, ou seja, além de mim, Afrodite, você e meu pai, ninguém mais sabe sobre isso, e Afrodite disse para Hermes para espalhar q eu tinha feito o voto pelo Estige

- Está explicado, falando em seu pai, imagina a cara que ele fará quando souber que estamos juntos?

- Juntos? Você ainda não me pediu - falou ela com cara de inocente

- Estou apaixonado por uma romântica?

- Isso você só vai descobrir com o tempo

- Sou muito curioso, então...

Ele se ajoelhou, conjurou uma caixinha com um lindo anel e perguntou a ela: 

- Pallas Atena, você aceita se casar comigo?

            -Não

            Ele ficou com uma expressão decepcionada, porque ela disse que o amava também para depois responder de uma forma seca que não aceitava casar com ele?

            Ela foi cruel, respondeu dessa forma, mas por dentro estava rolando de rir da expressão dele, de choque e decepção. Por isso logo depois  se jogou nos braços dele e falou:

- É claro que aceito seu bobo

Ele abriu um sorriso lindo e falou mostrando um anel muito bonito, de um tom de azul cinzento, parecidos com os da deusa, colocando o mesmo no dedo anelar da mão direita dela, a mão que indica que está noiva:

- Esse anel pertencia a Réia, ela me falou que como eu sou o filho homem mais velho eu teria o direito de recebê-lo e falou para dar esse anel apenas para a mulher que eu realmente amasse que queria ficar junto pelo resto da eternidade, e eu escolho você Atena.

- Essa foi a coisa mais linda que já ouvi, e você é o primeiro filho? Meu pai sempre diz que é ele.

            - Ele é o mais novo, por que acha que Réia o escondeu? Ela estava cansada de ver seus filhos sendo comidos por seu avô, e meu pai, Cronos

            - É, tem sentido.

Beijaram-se novamente, mas dessa vez Atena interrompeu.

- Respondendo a sua pergunta anterior, não tenho a menor ideia da cara que meu pai fará.

- Bom, ele provavelmente, vai ficar vermelho de raiva, depois vai ficar te perguntando por que me escolheu, mas depois vai relaxar, sabendo que sua filha preferida está feliz e é claro, vai me ameaçar de morte caso eu te magoe, o que é claro não vai acontecer, só se eu fosse muito tolo a ponto de trocar você, que em minha opinião, é a deusa mais perfeita de todas, por aquelas mortais sem graça (N/A: Triste momento em que lembro que sou mortal ~chora~).

- É, falando assim até que é bem previsível.

- Vamos parar de falar, temos coisas mais interessantes a fazer - disse ele com um olhar nada-puro.

Ela corou mais uma vez, mas se deixou levar, afinal aquilo aconteceria querendo ou não e eles ainda tinham toda a eternidade para pensar na vida e nos possíveis filhos que terão.

O que eles não sabiam é que Afrodite escutara toda a conversa e, no final, estava com os olhos cheios de lágrimas, se virou de costas para a janela em que estava encostada e murmurou:

- Depois de tantos milênios, até que fiz um bom trabalho com esses dois, Medusa deve ter muito ódio de mim, fui eu que a fiz beijá-lo, mas foi por uma boa causa, sabia que eles se amavam desde de o primeiro dia em que se viram, foi amor a primeira vista, o próximo casal que me aguarde, acho que será tão complicado quando este, afinal são Apolo e Ártemis.

Hefesto, que tinha chegado ali viu o rosto com um sorriso e o rosto molhado de lágrimas da deusa falou brincando:

- Afrodite termina mais uma das suas missões, esperaremos até o próximo casal.

Ela sorriu com a brincadeira e acenou, ele continuou.

- Mas como ela está livre no momento, que tal passearmos pelo Olimpo?

Ela ficou um pouco surpresa, porque ele sempre estava ocupado demais com as máquinas dele para fazer coisas assim, mas respondeu:

- Claro

Eles deram as mãos e ela saiu para passear com o homem que realmente amava, no começo, Zeus a obrigou a casar-se com ele, pois ele era feio e não parecia haver perigo, ele também não tinha gostado muito, não queria ser casado com uma mulher fútil, mas eles mudaram as opiniões que tinham, ela descobriu que ele é muito carinhoso e preocupado, e também com o passar do tempo a aparência dele melhorou, e ele descobriu que ela não era tão fútil, ela se preocupava realmente com o amor, e assim ambos foram se apaixonando cada vez mais um pelo outro.

Ele tinha os casos dele com as mortais, ela também, mas ninguém superava o que sentiam um pelo outro, um amor puro, verdadeiro, aquele que se conquista a cada dia, com cada gesto, e nos faz sentir a pessoa mais amada do mundo.