Não Me Bate, Afinal, Eu Te Amo. escrita por Mary e Mimym


Capítulo 55
Introdução ao Campeonato - MODIFICADO!


Notas iniciais do capítulo

Caros leitores, eu, Iasmym, estou aqui repostando o capítulo. Como assim? Bem... Eu postei o capítulo certo '-' mas... eu esqueci algumas partes que fariam falta se não estivesse nesse capítulo, então... Peço desculpas, mesmo. Nos próximos, prestarei mais atenção e não deixarei a ansiedade me dominar .-. Enfim, aconselho lerem. Ah! Vocês vão perceber que o capítulo cresceu um pouquinho ^-^ Boa Leitura! Bejus!



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Lin não entendeu direito, mas ficou quieta e continuou com o semblante sério. Zero seguiu para a arquibancada após ter mandado a garota para o meio da quadra.

–O que quer que eu faça?

–Me mostre o ultimo golpe que você usou ontem.

–“Golpe...?” – Pensou a garota. – “Do que ele está falando?”

*

Lothos passou de sala em sala para dar um comunicado.

–Com licença, Professor Sieghart. – A diretora bateu na porta antes de chamar.

–Oi. Pode entrar.

Lothos entrou na sala do segundo ano, os alunos logo pararam de conversar e de escrever a matéria que estava no quadro.

–Bom dia, eu estou passando nas turmas para avisar que, depois da semana do Campeonato, virá o recesso. Será adiantado e, na volta de vocês, começaremos as semanas revisionais para as provas do Segundo Trimestre. Ou seja, no meio do ano faremos a segunda prova que será como um simulado, igual a primeira que tivemos.

Os alunos suspiraram, a notícia que a diretora estava dando estava sendo boa até ela comentar sobre as provas.

–Diretora. – Chamou Ryan, levantando a mão.

–Antes que você me faça uma pergunta, quero que saiba que hoje não estou boa para piadinhas. – Lothos o olhou, já preparada para o que Ryan iria dizer.

–Tudo bem, não irei ser pertinente, até porque ficar na TPM não deve ser nada bom.

A turma toda riu, Lothos ficou encarando com seu olhar severo para Ryan e Sieghart tentou não fazer como a turma e rir também.

–Sieghart, - A diretora ficou inexpressiva, nem demonstrou raiva ou algo do tipo – assim que eu sair da sala, permita que o senhor Woodguard acompanhe-me, por favor.

–Sim, senhora. – O professor assentiu.

–Agora que já tomei providências momentâneas. – Algumas pessoas que entenderam, o que Lothos disse, riram – Faça a sua pergunta.

–Ah é... – Ryan nem se importou que sairia de sala – O Campeonato começará na segunda e terminará na quarta, certo?

–Sim.

–Então quinta-feira não precisaremos voltar para a escola? Estamos livres?! – Ryan levantou os braços como se comemorasse algo.

–Não! – Lothos o repreendeu – Os dois melhores competidores da nossa escola e da outra, serão selecionados para outro Torneio, esse sim dará a medalha e o troféu de vencedor e ainda ganhará vaga para uma escola de lutas especiais. Por isso não é certo dizer que depois do Campeonato vocês entrarão de recesso literalmente, pois tem chances de um de vocês ainda lutarem em outro lugar. Por isso eu disse que seria uma semana depois, não será totalmente os sete dias, mas também não será logo após o término do Campeonato que vocês entraram de recesso.

–Então não estamos livres... – Ryan fez uma expressão decepcionada.

–Não, ainda terão que me aturar por mais um tempinho e à escola também. Vocês reclamam do colégio e de mim, mas eu sei que vocês não viveriam sem isso.

–Ah, eu viveria sim. – Sussurrou Ryan e, como ele estava perto de Lire, a loira acabou ouvindo e lhe deu um soco.

–Não fala isso! – Ela o encarou.

–Foi mal. – Ryan riu.

–Foi péssimo. – Lire o olhou por mais um tempinho, o que fez Ryan abaixar o rosto arrependido do que dissera, logo depois a loira voltou a prestar atenção na diretora.

–Bem, era isso que eu queria comunicar a vocês. Tenham uma boa aula.

–Ryan, acompanhe a diretora, por favor. – Disse Sieghart, lembrando-se do que Lothos havia pedido.

O menino se levantou fazendo pirraça e saiu da sala.

–Não seja tão idiota na próxima vez. – Murmurou o professor para Ryan.

O alaranjado pôs a mão na cabeça e ficou entediado só de saber que ficaria com a Lothos.

–Terei que espera-la na sala, diretora? – Ryan perguntou, já esperando por uma resposta positiva.

–Não. – Disse Lothos, fria e calma – Não facilitarei para você, mocinho, irá me acompanhar até as outras turmas para eu dar o comunicado.

–Eu pagarei um mico, Lothos! – Ele a olhou intrigado.

–Pensasse nisso antes de fazer suas gracinhas. – A diretora começou a andar em direção as outras turmas e Ryan a seguiu, reclamando mentalmente.

Os professores seguiram com as aulas e, depois que Lothos anunciou o que queria nas outras turmas, Ryan voltou para a sua sala.

Ao passar pelo corredor das cadeiras até chegar a sua, foi parado por Elesis.

–Só você mesmo pra falar que a Lothos estava de TPM. – A ruiva começou a rir, mas não chamou a atenção do professor.

–Na verdade ela tomou providências momentâneas. Nem acredito que ela fez uma piada com você, Ryan. – Disse Arme, rindo do amigo. – Foi bom o passeio com ela pelas turmas? – Perguntou.

–Não enche, Arme. – Ryan sentou-se na cadeira ao lado de Lire e abaixou a cabeça.

Nem Ronan, nem Lass comentaram sobre o acontecido, pois estavam sentados mais a frente, já que o professor estava falando sobre luta e aquilo interessou aos dois meninos. Lire, que geralmente ficava na frente, passou a se sentar perto do seu namorado.

*

O professor pensou em apressá-la, a face dela de procurando respostas estava irritando, ainda mais por fazer, aparentemente, um simples pedido, mas lembrou-se que na noite anterior, após o golpe, a garota havia desmaiado e parecia sofrer de amnésia quando acordou.

–Hã... Professor...?

–Você não sabe de que golpe falo, né?

–Não. Desculpe.

–Você tem que saber!!! – Gritou o professor levantando-se e espantando a garota.

–Desculpe, eu não lembro...

–Você... Você ficou flutuando com um monte de pedrinhas, abriu um par de asas, sendo uma branca e outra preta, seus olhos ficaram brancos...

Enquanto Zero falava, Lin tentava visualizar a descrição feita por ele. Flashes passaram em sua mente, mas ainda não lembrava-se. Não conseguia identificar nenhuma das imagens.

–Lin? – Chamou o professor ao perceber que Lin não prestava atenção. – LIN!

–Oi? – A garota voltou ao seu estado normal.

–Onde está o foco que você tinha no primeiro treino???

–E-eu acho que lembrei de algo... – Murmurou a garota que novamente não deu muita atenção.

Zero, após ouvir tal frase, não se importou da garota não ter lhe respondido, apenas a observou murmurar algumas palavras.

–Julgamento Celestial... selos do poder... pouca energia... secreta...

O professor ouviu tais palavras perfeitamente e conseguiu encaixar tudo. Ele pegou sua Grandark e entregou um leque para a aluna fazendo-a sair de seu transe percebendo a agitação da parte do professor entendendo que ele queria uma luta naquele exato momento. Zero a atacou. Lin abaixou-se pois o golpe fora alto e caminhou para trás.

Ele correu em sua direção já pronto para desferir outro golpe e a menina fez o mesmo. Ao estarem perto de se chocarem, Lin liberou uma esfera de energia que impediu, imediatamente, o professor de realizar qualquer golpe.

–O que eu fiz? – Perguntou a garota.

–Acho que você acabou de usar um selo do poder... Só não me pergunte o que é, porque eu também não sei. Deduzi pelas palavras que você balbuciou.

A garota espantou-se com tamanha frieza de Zero ao responder. Ele parecia querer lhe matar. O professor tornou a ataca-la novamente utilizando seu golpe clássico das ferroadas que mesmo assim a menina caiu. Ela levantou-se bastante arranhada, mas sentia poucas dores.

Lin atacou fazendo sua sequencia de três golpes, mas desta fez usando o selo do poder que acabara se conhecer melhor naquele dia.

–“Já foram dois... Quantos serão?” – pensou o professor.

Zero, mais uma vez, atacou a menina. Mirou nos pés e conseguiu derrubá-la, em seguida correu até a mesma e a ergueu pelo pescoço jogando-a de volta ao chão. Ela se levantou com bastante raiva dele, mas, ao invés de atacar, esperou que ele o fizesse e assim aconteceu. Novamente mirou nos pés da garota, contudo, desta vez, Lin deu um pulo e lançou outra esfera utilizando, assim, outro selo. O professor já estava ficando impaciente. Ele não sabia quantos eram, mas sabia que a qualquer momento a aluna utilizaria o tal golpe que esperava rever. Avançou dando um golpe de baixo a cima pela lateral, no qual ela desviou-se com facilidade e estampou um sorriso debochado em seu rosto. Mais uma vez Zero deu o mesmo golpe, porém, do lado oposto e Lin desviou-se mais uma vez, ainda sorrindo. Na sequencia, o professor deu um golpe horizontal na altura da cabeça e Lin, na mesma direção que a espada seguia, deu um giro parando atrás de Zero e usando o que ele pensava ser o ultimo selo. Ele permaneceu de costas e, aparentemente, mexia na espada. Virou seu rosto de lado pra ver a garota e, com uma das mãos, pareceu jogar algo no chão que a aluna não percebeu o que era. Logo surgiu a frente dela um único ferrão que sugou um pouco mais de sua energia e a mesma caiu no chão parecendo não ter mais forças para continuar.

–É agora... – murmurou o professor. Ele guardou a Grandark e se aproximou da menina.

Durante a luta, o cabelo de Lin se soltou, e agora, este, escondia sua face e sua respiração estava ofegante.

–Lin, preste atenção... – Zero encontrava-se a sua frente tentando ver seu rosto. –Você não pode deixar ser dominada e precisa se controlar. Controle o tempo do golpe, controle a força que aplicará e controle, principalmente, a energia que gastará. Esse golpe é muito forte e consome muita energia, e como você utiliza apenas quando está fraca, precisa aprender a usar apenas o necessário para permanecer de pé ao final da luta.

Lin permaneceu um tempo calada e respirando ofegante. Zero a chamou mas ela não respondeu. Tentou novamente e, desta vez, respirou fundo parando um pouco de ofegar, levantou seu rosto e encarou seriamente o professor.

–Você fala demais... – Disse a garota usando, enfim, o seu ultimo selo que atingira a face do professor.

Num intervalo de tempo de dois segundos em que o professor se recuperou, ao se virar para a aluna a mesma já estava levitando na quadra e pedaços de concreto se descolavam do chão em harmonia com o corpo da garota. Zero recuou um pouco para não ser atingido e retomou sua visão para a estudante que estava já com os olhos esbranquiçados demonstrando estar sendo dominada por algo além de seus conhecimentos. Logo a mesma abriu o par de asas branco o preta que, depois de abrirem completamente, fecharam-se envolvendo a garota formando como se fosse um escudo e logo em seguida abriu-se novamente, contudo, de forma bruta como se houvesse ocorrido uma explosão por dentro do mesmo e assim o local iluminou-se tão intensamente a ponto de cegar por alguns segundos. As asas se recolheram e Lin voltou ao chão com seus olhos já normais.

–Era isso o que queria? – Perguntou a garota em tom grosseiro.

–Sim. – O professor nem se importou muito com o tom dela. – Você conseguiu controlar o que eu disse. O tempo foi de aproximadamente quinze segundos que, comparando a ontem que fora de oito, foi melhor. Digamos que se eu não tivesse me afastado, estaria provavelmente todo arranhado por causa das “pedrinhas”. – O professor enfatizou a ultima palavra. – E, por fim, você teve energia suficiente, no final, para não desmaiar quando o golpe se concretizasse.

Lin não gostou da ultima frase de Zero, mas mesmo assim permaneceu quieta e seu semblante não demonstrava reação. Após o professor terminar de falar, o sinal anunciando a saída tocou e Lin foi embora, sem ambos dizerem uma palavra a mais sequer.

Após as turmas serem liberadas, Ronan foi falar com Jin.

–Oi.

–Ah! Oi Ronan, quer falar comigo?

O menino fez uma expressão tipo “O que você acha?”, mas acabou respondendo para não deixar o ruivo mal.

–Ér... Eu queria falar uma coisa com você, tipo, eu queria que você me desse um conselho.

–Fala aí. – Jin se sentou num dos bancos do pátio. Ronan permaneceu em pé.

O azulado não sabia como começar a dizer o que estava pensando.

–Tipo... Imagina que você está gostando de alguém, mas esse alguém não parece gostar muito de você, na verdade, essa pessoa joga na sua cara que não gosta de você.

–Tá parecendo que você está falando da Elesis. – Jin riu do seu comentário e deixou Ronan suando frio, transparecendo que estava falando da ruiva e Jin percebeu. – Está mesmo falando da Elesis, não é?

–Ér... Tipo, não é isso... Quer dizer, não é sobre ela... Mas... Tem a ver, sabe? E... Tipo... Eu não sei mais o que fazer. – Ronan se deu por derrotado.

–Você é muito enrolado, cara.

–É... Eu sei. – Ronan riu meio sem jeito.

–Eu não sei se poderei ajudar, já que estou passando pela mesma coisa... – Jin foi diminuindo o tom de voz.

–Hã? – O menino não entendeu.

–É, Ronan, você não é o único com dúvidas dos seus sentimentos.

–As meninas acham que nós, garotos, somos difíceis de decifrar, mal elas sabem o quão mais complicado é decifrá-las.

–Concordo plenamente com você. – O ruivo sorriu.

–Bem, eu vou falar com o Lass e com o Ryan, talvez eles, que estão namorando, me ajudem nessa.

–Eu só quero te pedir uma coisa. – Jin se levantou – Independente da sua escolha, ou do que você resolva da sua vida, tente não magoar nenhuma das meninas.

–Você já sabe de tudo, não é? Sou péssimo para esconder algo. – Ronan abaixou a cabeça. – Não queria estar me sentindo divido assim, mas...

–Não tente resolver as coisas agora, foque no Campeonato, pois até eu irei fazer isso. – Disse Jin, cortando a fala do azulado – Ficar pensando no que fazer, irá te desconcentrar.

–Pode deixar. Nos falamos depois. – Ronan saiu dali e foi se encontrar com seus amigos.

Jin saiu dali também e, como estava com o pensamento em outro lugar, acabou se distraindo, andando sem rumo pelo pátio e, sem querer, esbarrou em alguém.

–Desculpa! – O ruivo segurou a pessoa com o susto do esbarrão.

Quando Jin olhou para ela, seu coração disparou e sua respiração estava completamente descompassada.

–Tudo bem, não me machucou, foi apenas um encontro entre dois corpos, isso se encaixa na Lei de Newton, onde dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar... Dei essa matéria hoje.

Ele riu do jeito que a pessoa falou e a soltou logo em seguida.

–Mesmo assim, foi sem querer, Amy. – Jin olhou para o lado, estava começando a corar e não queria que a menina visse.

–Não precisa ficar assim, bobinho. – A rosada foi para o lado, na direção onde o rosto do ruivo estava virado.

–Então... Tudo bem com você? – Jin quis mudar logo de assunto, até porque ficar falando de Física num momento desses, nem tem cabimento.

–Tudo sim! Tenho uma coisa para te contar. Eu iria contar para as minhas amigas, mas a maioria é invejosa e me rogariam uma praga.

–Nossa! E o que é para ser tão importante assim?

–Eu voltei com o Ronan! – A felicidade da rosada destruiu Jin por dentro.

–Isso é muito bom. – A voz do ruivo saiu fraca e rouca.

–Isso é perfeito! Eu não aguentava mais ficar longe do meu mô.

Jin não disse mais nada, não tinha o que dizer, o que Amy contou acabou com todas as possibilidades de o ruivo tentar algo com a rosada.

–Não está feliz por mim? – Amy o olhou, decepcionada.

–É... É claro que estou, por que não estaria? Você é muito especial para mim, quero que seja muito feliz, quero que sempre esteja feliz.

–Onwt!! – A menina deu um abraço sufocante e, ao mesmo tempo, aconchegante no ruivo. – É muito bom saber que posso dividir meus momentos de alegria e tristeza com você, Jin.

Ela sorriu para ele da forma mais graciosa. Aquilo, de alguma forma, encorajou Jin a dizer algumas coisas que estavam presas em sua garganta. Sendo que ele não mediu as consequências, mas o ruivo precisava fazer algo para não deixar sua esperança, de um dia se declarar para Amy, acabar.

–Eu sei que você está feliz, mas... Tem certeza que você ama o Ronan? Ou melhor: tem certeza que o Ronan te ama? – Perguntou ele, friamente.

–É claro! Mas que tipo de pergunta é essa? – A menina se irritou.

–Não quero que fique com raiva de mim, mas você precisa pensar muito bem antes de voltar um relacionamento que estava quase acabando.

–Você disse bem, estava QUASE acabando, então não acabou! – Amy não estava entendendo aonde Jin queria chegar, mas não permitiu que ele questionasse algo.

–Eu só não quero mais ver você sofrendo de novo. – O ruivo se deu por vencido, continuar com aquele assunto seria besteira.

–Eu só sofri, porque a sua irmã entrou no meu caminho!

A vontade do ruivo era de contar tudo o que o Ronan disse para ele, sobre haver a possibilidade do azulado estar gostando da Elesis, mas seria um golpe baixo, seria cruel e desnecessário. Além disso, ele perderia a confiança do menino e perderia de vez o Campeonato. Então resolveu finalizar logo a conversa dos dois.

–Verdade, a minha irmã sempre atrapalha as coisas.

–Obrigado por me entender. – Amy já falava com seu tom normal e o abraçou novamente.

–Amy... – Ele sussurrou o nome no ouvido dela, como se a chamasse.

A rosada começou a sentir algo diferente naquele abraço, “O que está acontecendo?”, pensou ela, estava sentindo algo que jamais pensou em sentir logo pelo Jin. Aquele sussurro em seu ouvido foi dito de modo tão simples e carinhoso, ela se sentiu bem, foi algo diferente e novo. Pensamentos começaram a embaralhar sua mente, lembranças voltaram. O beijo... O dia do baile... Amy logo desfez o abraço e olhou para Jin, assustada. Começou a balançar a cabeça.

–Está tudo bem?

A menina não respondeu de imediato, apenas o olhava. Jin não entendeu o que estava acontecendo.

–Amy, fala alguma coisa. – Ele já estava ficando preocupado.

–Está tudo bem, eu... Eu vou me juntar às meninas. Nos falamos depois. – A rosada nem se despediu direito e saiu correndo.

–Tá né... – Jin resolveu voltar a se sentar, tantas coisas aconteceram e ele nem se ligou que Amy poderia ter sentido algo por ele durante o abraço.

Enquanto isso, Ronan estava em um canto do pátio conversando com Ryan e Lass.

–Eu não consigo entender, sério. Você confirmou com a gente, disse com todas as letras que estava gostando da Elesis, e, agora, volta tudo com a Amy? – Indagou Ryan.

–Eu não quero magoar a Amy, não posso. E... A Elesis... Ela me deixa louco, uma hora diz que me odeia e em outro momento me pede desculpas. Ela nem deve gostar de mim, tanto como eu gosto dela. Agora a Amy... É tão diferente... É tudo tão diferente. – Ronan enfatizou bem a palavra “tudo”.

–Você está criando uma grande bola de neve. – Comentou Lass, mexendo no celular, estava escolhendo alguma música para ouvir, não parecia se importar muito com o que Ronan estava desabafando.

–Talvez eu esteja, talvez não... Sei lá! Por que amar é tão complicado? Por que não poderia ser mais simples? Por que temos que escolher e a nossa escolha pode magoar alguém? Eu poderia fazer tantas perguntas, mas eu sei que a maioria delas não tem uma resposta. Isso me deixa mais maluco ainda com minhas decisões.

–Entenda uma coisa: Você nunca irá descobrir as respostas de suas próprias perguntas, se você não fizer uma escolha. É chato magoar alguém, eu sei como é, porque eu já magoei, mas isso passa com o tempo, agora a sua felicidade de estar ao lado de alguém que te faz feliz só depende de você, do que você irá fazer. É como escolher uma amizade, quando você percebe que não fez as amizades certas, se afasta. É difícil, mas é necessário. Escolher entre as duas será apenas mais uma decisão que você terá que tomar, entre milhares que a vida irá exigir, e algumas você nem terá tempo para pensar. Terá que ser de imediato. Tudo isso se encaixa no que acontece agora, o Campeonato, os estudos, o amor... – Lass encarou Ronan e se levantou do chão – Sei que não sou muito de falar e às vezes sou muito frio, mas sei muito bem sobre a vida e ela é traiçoeira, é você que decide tudo, não os outros. É nesse ponto que muitos erram, acham que a opinião de outras pessoas ajudará. Nem sempre isso acontece, até porque opinião é diferente de conselho. Ter medo de fazer uma escolha é normal e é necessário também, pois só com medo você começará a ter coragem.

Lass terminou e saiu dali. Ryan ficou boquiaberto, nunca presenciou um momento em que o amigo falasse tanto, até Ronan se surpreendeu.

–Uau! Por esse eu não esperava... Lass continuou frio e sério, mas falou tanto que me espantei. – Disse o menino de cabelo laranja ainda boquiaberto.

–Né?! Eu também nunca pensei que Lass pudesse dizer tanta coisa assim...

–Então, cara, é isso aí. Fica a dica de tudo que ele falou. – Ryan também se levantou e saiu, foi se encontrar com Lire.

–Nossa! – O azulado coçou a nuca e deu um suspiro pesado – Isso foi impressionante... Agora é escolher, sem medo de errar... Droga! Isso é mais complicado que as provas dessa escola.

Ronan encostou a cabeça na parede e ficou pensando.

Na sala dos professores, Mari, Sieghart e Zero estavam conversando sobre o Campeonato. Gyna estava preenchendo o diário escolar, mas fez tudo rápido, porque Dio a esperava, já que ele a acompanharia.

–Tchau gente, nos falamos amanhã. – Gyna se despediu e saiu da sala.

–Até. – Os três professores disseram juntos.

Gyna caminhava no corredor, quando foi surpreendida.

–Oi. – Dio apareceu bem a sua frente, assustando-a.

–Ai! Não faça mais isso. – Gyna acabou deixando seus livros cair.

Dio apenas riu. Nisso, Rey estava passando por eles.

–Isso é tão ridículo... Como você pôde se apaixonar logo por essa professorinha, hein Dio? – A menina parou e cruzou os braços.

Dio, que estava agachado pegando os livros, levantou o rosto e encarou friamente Rey.

–Não devo satisfações da minha vida a você, estamos entendidos? – O asmodiano se levantou e puxou Gyna pelo braço, saindo do corredor.

Os dois pararam no portão.

–Não precisava falar daquele jeito com sua irmã. – A professora disse, pegando seus livros.

–Ela não é... – Dio se calou – Ela me estressa. Eu nem sei como você a aguenta.

–Eu tenho um dom de ser paciente. Acho que esse é o meu poder. – Gyna riu.

–Seu poder... – Dio também riu – Bem, chega de falar da Rey, vamos?

–Claro.

Os dois saíram. Ainda no corredor, Rey resmungava consigo mesma.

–Até parece que eu vou deixar o Dio em paz. Até parece...

Na sala dos professores, Mari e Sieghart discutiam sobre algo totalmente tolo na visão de Zero, que apenas escutava tudo.

–É claro que você está errado!

–Eu? Não senhora! Na final do Campeonato, a luta terá que ser mais resistente. Então ter ensinado meus pupilos essa parte foi bem aproveitado.

–Não digo isso, digo que você deveria ensinar a eles tanto o modo de ataque como o de defesa.

–Eu ensinei! – Sieghart alterou a voz.

–De uma forma escassa. Nem revisou isso no último treino, aposto. – Mari ajeitou o óculos.

–Então você quer apostar que um dos meus pupilos irá para a final? – O moreno sorriu debochadamente.

–Então tá! Está apostado. Vamos ver se um dos seus pupilos – A professora enfatizou bem a última palavra – Irá chegar à final.

–Vocês dois irão apostar isso mesmo? Ha ha! Eu nem acredito que dois professores competentes estão agindo desta forma tão idiota. – Zero discordava com aquilo.

–Pode ser até idiota, mas aposta é aposta, e o ganhador merece um prêmio, não acha? – Sieghart sorria, pois já tinha uma ideia em mente.

–E que prêmio seria esse? – Indagou Mari, já desconfiando do que seria.

–Espera... Vocês irão realmente continuar com isso? – Zero olhou para Mari, estranhando o fato de ela estar aceitando a proposta.

–Não estou apenas aceitando por puro capricho, quero ver do que Sieghart foi capaz de ensinar aos alunos. – A professora mantinha sua expressão fria e séria.

Zero não disse mais nada. Esperou para saber até onde aquilo iria, mal ele sabia no que o moreno estava pensando e que o envolvia.

–Já que aceitou... O prêmio será um dia a dois.

–Como? – Nem Mari, nem Zero entenderam o que Sieghart disse.

–Se você, Mari, ganhar a aposta, se nenhum dos meus pupilos chegarem à final, terá que sair com o Zero. Mesmo que isso seja doloroso para mim.

Sieghart estava contando sobre seus sentimentos sem hesitar, ele pensou que assim Mari pudesse perceber o quanto ele gostava dela.

–Mas se eu ganhar. – Continuou – Irei sair com você e... A senhorita ainda terá que me fazer uma surpresa. – O moreno sorriu descaradamente.

–Ou, ou! Por que eu estou no meio disso? – Zero virou em direção a Sieghart.

–Por que eu odiaria ver a Mari com outra pessoa, ainda mais com um amigo.

A professora ouvia tudo e não acreditava que Sieghart estava falando, ficou surpresa, mas permanecia séria. Lembrou-se das conversas que teve com a Amy, sobre amor e tudo mais. Sentiu seu estômago revirar, sentiu a famosa “borboleta no estômago” e isso fez com que perguntas não saíssem de sua cabeça: “Estou realmente sentindo algo pelo Sieghart? Será que é esse tal amor?”.

–Não vou aceitar! Não vou sair com a Mari, já encontro vocês durante cinco dias da semana, não é o bastante? – Zero também permanecia frio e irritado.

A professora dos olhos bicolores o olhou um tanto intrigada.

–Não sabia que minha presença era tão indesejada.

–Não foi isso que eu quis dizer... – Zero encarou Sieghart – Eu ainda te mato!

–Tá aí, poderá fazer isso no dia do Campeonato. – Lothos apareceu do nada na sala, assustando os professores que estavam focados na aposta.

–Como? – Perguntou Zero.

–Terá uma pequena apresentação antes das lutas começarem. – A diretora parou na porta – Eu vim aqui dizer isso e aproveitei o embalo da ameaça de Zero, para comunicar que os dois professores farão essa luta de apresentação e explicação de como será o procedimento do Campeonato.

–Mas se for só como uma simples demonstração, não terá como matar o Sieghart. – Comentou Zero, o moreno forçou um sorriso com o que o professor disse.

–Depois vocês lutarão normalmente...

–Lothos. – Interrompeu Mari – Não iluda o Zero, eu sei como é querer matar alguém, incrivelmente é a mesma pessoa que ele deseja matar. Sabemos muito bem que se a luta passar do limite, será finalizada pelo juiz.

–Eu sei, só quis passar um pouco mais de medo e ameaça ao Professor Sieghart. – A diretora sorriu rapidamente.

–Nossa! Como sou amado nessa sala. – Ironizou o moreno.

Depois dessa todos riram, até Zero.

–Bem, era só isso que eu queria informar. Já podem ir embora.

–Ok. – Disse Mari já pegando seus livros.

–Então nossa aposta está combinada, certo? – Sieghart perguntou para confirmar logo.

–Por mim. – A professora saiu da sala.

–Terei o prazer de te dar bons socos nessa sua cara de debochado, então aceitarei. – Zero pôs a Grandark em suas costas. – E nem reclame se depois eu sair com a Mari.

–Até parece que isso irá acontecer. – Sieghart não gostou do comentário que Zero fez – Você nem gosta de conversar com as pessoas, pode parando com isso.

O professor deu um sorriso de canto e saiu da sala.

–É bom alguém do meu grupo chegar à final, não irei aguentar ver a Mari junto com outra pessoa... – O moreno passou a mão em suas madeixas, as jogando para trás.

A semana passou rápido, as aulas não estavam sendo mais tão efetivas, os alunos que iriam participar do Campeonato estavam ansiosos. Segunda-feira chegou, o dia tão esperado por todos.

Os participantes chegaram cedo à escola, mesmo não tendo aula, já que as lutas começariam cinco horas da tarde, os alunos estavam na escola desde manhã.

–Hoje é o grande dia. – Disse Lothos conversando com o diretor da outra escola que disputaria o Campeonato.

–Já está tudo pronto para o um maravilhoso espetáculo. – Comentou o diretor.

Lothos esperou mais um pouco para anunciar o começo do Campeonato. A escola estava lotada, que nem parecia ser uma segunda-feira, tipo, o dia que ninguém gosta de ir à escola, era o dia que estava mais cheio... Os alunos que lutariam já se preparavam próximos à arena. Os familiares procuravam os melhores lugares na arquibancada para poderem assistir a luta.

–Está na hora. – Comentou a diretora olhando para o relógio.

–O palco é todo seu, Lothos. – Disse o Diretor da outra escola, dando passagem no corredor para ela seguir até a quadra.

Lothos parou na porta e observou a quantidade de pessoa que havia ali, pais, amigos, alunos, professores, competidores... Todos aguardando ansiosamente o início das disputas.

A diretora prosseguiu até o centro da quadra, já com o microfone em mão, começou:

–Bom dia a todos. Hoje começarão as eliminatórias do tão esperado Campeonato. Antes de eu falar quem enfrentará quem... Quero deixar bem claro as regras do jogo. Bem, para começar os equipamentos que cada um está usando começará a pesar de acordo com os golpes que receberão. Quando a roupa pesar por completo, derrubando a pessoa ao chão, a luta se dará por encerrada. Toda luta que passar de um limite previsto, terá uma pausa, para depois prosseguirmos. Dois professores irão se enfrentar como forma de apresentação de como será a luta. Além disso, há jurados espalhados pelas arquibancadas. Para encerrar, quero desejar sorte à Escola adversária e aos alunos. Todos os alunos participantes treinaram com determinação, eu tenho a plena certeza de que será um Campeonato inesquecível. Agora, chamo aqui, na arena, os Professores Sieghart e Zero.

Lothos terminou seu discurso e os alunos começaram a gritar e a bater palmas, Mari observava Sieghart, que deu um sorriso humorado para ela, a professora não pôde deixar de sentir seu coração acelerar, mas sua expressão não deixou transparecer alegria. Lothos foi saindo da arena, dando espaço aos dois professores, que, ao passarem por ela, receberam um aviso.

–Por favor, sem tentativas de matar um ao outro. – Sussurrou a diretora, Sieghart só sorriu e Zero permaneceu sério. – Espero que essas expressões mostrem que concordaram com o que eu disse e não irão fazer uma luta pra valer, deixe esse momento apenas para os alunos, por favor. – Lothos parecia não estar brincando e os professores sabiam disso.

Eles se posicionaram ao centro e começaram com as provocações.

–É bom não insistir muito em permanecer em pé, não estou a fim de animar uma plateia e demonstrar minhas habilidades.

–Zero... Zero... Tudo que está dizendo é desnecessário, além do mais, eu adoro plateia. Mas irei pegar leve com você...

Os dois se encararam.


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Notas finais do capítulo

Bem gente, está aí. Acho que o capítulo melhorou, não acham? Bejus!



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