Uruha escrita por Suzuki Samara


Capítulo 1
Capitulo Único


Notas iniciais do capítulo

Em primeiro lugar, capa by Aoi Sama, do DeviantART. A fic é narrada pelo Aoi, não contém lemon e é extremamente fluffy!



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Meus olhos analisadores observam atentamente seus dedos ágeis, que dedilham algumas notas na guitarra que empunha em seu colo. Mas não consigo fitar apenas seus dedos, passando agora a analisar cada traço bonito de seu rosto, principalmente seus lábios que tanto desejo em segredo. E sorrio abertamente ao nota-lo me olhando curioso, não mais mexendo no instrumento em mãos, sua face levemente avermelhada. Será que percebeu o modo como te olho, hipnotizado por sua beleza? Não me importo, adoro vê-lo corado, fica ainda mais belo.

Você sorri, sem jeito, voltando a tocar. Por um momento observo o camarim onde estamos, apenas nós dois, sentados frente a frente, em sofás opostos. E após avaliar calmamente o local, volto meus olhos ao seu rosto, para variar. Admito que nos últimos tempos meu passatempo tem sido observa-lo onde quer que fosse: durante os ensaios, durante as sessões de fotos, shows, gravações... Simplesmente sempre. Mas não me reprimo por isso, afinal a culpa não é minha se sua beleza simplesmente me atrai.

Ah, se você soubesse o que eu sinto por você, o quanto te desejo desde muito tempo, talvez fosse diferente. Ou talvez não. Suspiro pesadamente e apoio um cotovelo em meu joelho, com as pernas habitualmente cruzadas, deixando meu queixo sobre a palma de minha mão. Olho no relógio na parede, vendo que já é tarde. Suspiro de novo, lembrando do porquê de ainda estar aqui: todos já haviam ido embora à horas e Uruha havia decidido ficar para ensaiar mais um tempo; e eu, claro, me ofereci para lhe fazer companhia.

Sorrio fraco, triste talvez. Não quero ir embora, não quando tenho sua companhia em exclusividade apenas para mim. Mesmo com o silêncio que paira, mesmo com a pequena distância entre nós, sua companhia sempre me acalma de algum modo. Só de fita-lo, eu já me sinto melhor... Mas, infelizmente, preciso mesmo ir embora, antes que fique mais tarde, afinal moro um pouco longe.

E só então eu percebo que você me olha, parece me analisar. Ou seria mera impressão minha? E você novamente cora ao notar que eu o olho de volta, arrancando um sorriso enorme e um pequeno riso de mim. Me levanto á contragosto, ajeitando minhas vestes rapidamente e volto a te olhar, vendo-o observar cada movimento que eu faço. Às vezes me pergunto se devo ter alguma esperança em relação à você, algum dia, devido aos olhares analíticos e fixos que me lança vez ou outra... Mas sei que não, que é só impressão.

Me aproximo de você, meus olhos fixos nos seus que seguem cada passo que dou. Paro diante de você, bem próximo e sorrio de lado, fechando os olhos momentaneamente. Inclino um pouco me corpo em direção ao seu, deixando nossas faces muito próximas e posso vê-lo ficar tenso com a proximidade, corando terrivelmente. Meu sorriso apenas se alarga, e você fita ansioso e com certo receio minha face. É impressão, ou realmente está esperando que eu faça algo, não sei, talvez inesperado? Não, acredito profundamente que não, deve ser somente algum devaneio de minha parte.

Suspiro pela terceira vez, pousando uma mão carinhosamente em sua cabeça e acariciando seus cabelos, desajeitando um pouco seu penteado sempre impecável. E você arregala os olhos, ainda corado. Porque tanta surpresa, afinal? Me afasto, ainda com as mãos em seus cabelos. Minha vontade era a de apenas beija-lo, como sempre desejei, mas me limito á uma simples despedida usual; á apenas um ‘boa noite’. Caminho á passos pequenos até a porta, saindo do camarim e fechando a porta atrás de mim, apesar de deixar uma fresta pequena por onde te observo atentamente. Você fita o chão, extremamente vermelho e parecendo decepcionado, e leva uma das mãos até os cabelos, ajeitando-os de novo. Será que não foi impressão minha? Talvez, quem sabe; mas não quero pensar nisso agora, não enquanto te observo.

Coloco as mãos nos bolsos de minha calça e decido, finalmente, ir embora de vez. Mas não posso deixar de sorrir: sua timidez, seu jeito carinhoso, apenas o torna deliciosamente meigo aos meus olhos. Talvez seja por isso que eu te amo tanto, né Uru-chan?

OWARI


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