O Início de seus problemas começaram com aquele cabelo rosa. Aquela maldita garota!

Suas sobrancelhas negras estavam franzidas ao máximo. Sabia que havia excedido os limites de aproximação com a rosada. No fim, como já era previsto, perdeu totalmente o controle. Em sua atual situação, Sasuke estava prendendo os punhos da rosada contra a parede lilás, com um tom escuro pela pouca claridade. Sakura, por sua vez, estava extremamente ofegante. Ela sabia que havia provocado demais. Foi apenas algo como “Você só finge que me ignora, mas sabe que se você acabar aproximando-se de mim vai perder o controle!” e acabou assim. Ela queria apenas irritá-lo, porém, ele, já extremamente farto das provocações, realmente perdeu o controle. E, claro, isso era apenas o que ela pensava.

Flash Back ON ~

Sakura andava pelos corredores do imenso prédio, mais precisamente pelo sétimo andar, à procura dos documentos que seu chefe, Gaara, pedira.

Entrou na sala 57 sem bater, pois, de seu conhecimento, não havia ninguém na sala. Pasma ficou quando deparou-se com aquela figura.

Ele, aquele ser que tanto perturbava-a. Alto, com um corpo aparentemente bem definido e uma pele extremamente alva e clara que contrastava perfeitamente com os cabelos negros e olhos ônix.  Vestia um smoking preto, sapatos sociais pretos em couro e uma gravata escarlate.

O homem virou-se para encarar quem havia entrado em sua sala e tentou parecer indiferente ao reconhecê-la .  Não falou nada, não pediu que ela entrasse e nem que ela se retirasse. Não sabia por que, mas ver a rosada lhe causava uma sensação de desconforto. Não, Haruno Sakura não significava absolutamente nada para ele! Ele não se intimidaria ou sentiria qualquer afim por uma mulher como ela. Como se ele, Uchiha Sasuke, um dos mais disputados daquele prédio, ou até mesmo daquela cidade, pudesse sentir algo além de repulsa por... Haruno Sakura! Certo, qualquer homem comum se sentiria um pouco desconfortável com a presença de uma mulher como ela em sua sala, mas não era esse tipo de desconforto ao qual ele se referia. Não um desconforto por, bem, ter uma mulher com um corpo tão belo quanto seu rosto, com seus 20 e poucos anos, belos olhos verde-esmeralda e um cabelo, digamos, exótico, sem deixar de ser lindo em sua sala. Não, achava ele que era um desconforto como repulsa, nojo, algo assim. Ele sabia que ela sustentava, pelo menos, alguma mínima atração por ele, talvez até paixão. Claro que ele também sabia que isso era inevitável para a maioria das mulheres que o conheciam pois, modéstia a parte, ele sabia que era, digamos, atraente.

- Senhor Uchiha – Disse ela expressando repulsa. – O Sr. Sabaku pediu que eu me encaminhasse até aqui e recolhesse alguns documentos que ele esquecera na sala.

- Humpf, entre. – Sasuke resmungou sem fitá-la.

Ele mexia em alguns papéis sobre sua mesa, mas podia ouvir o barulho dos armários sendo abertos por Sakura, que procurava pelos documentos.

- Sabe me dizer onde estão? – perguntou ela.

- Procure, não sou obrigado a fazer nada por você. – Ele respondeu sem nem se quer olhar para ela.

- Ah, eu sei que você adora facilitar meu trabalho. – Ironizou ela.

- Escute – Disse ele com certa violência. – Pegue os documentos e caia fora da minha sala antes que eu peça para Gaara arrumar outra secretária.

- Eu adoraria ficar o mais longe de você que pode-me ser possível, mas infelizmente não os encontro e você não está me ajudando em nada. – Retrucou ela, indiferente.

- Humpf. – Ele apenas bufou e virou-se para a papelada que estava em sua mesa novamente.

- É, pelo jeito você só sabe bufar, porque para me ajudar... – Disse ela, provocativa.

- Não sei o que você quer, garota, mas se está tentando me tirar do sério, saiba que... – Surpreendentemente foi interrompido pela rosada.

- Então eu te tiro do sério? Já pensei que não se importava comigo, querido. Quando será nosso casamento? – Ironizou ela. Estava farta de sempre ser humilhada pelo grande e poderoso Uchiha Sasuke.

- Se toca, você é irritante e detestável. – Grunhiu ele.

- Diz isso porque não tem coragem de chegar perto de mim.

- O que? Mas que absurdo você...

- Então o grande Uchiha Sasuke tem uma fraqueza por mulheres?

- Se está tentando me irritar... – Sua fala foi interrompida, mas ele continuava andando em direção a ela.

- Estou tentando sim, e pelo visto com sucesso, não?

- Você... – Ele estava extremamente próximo á ela. A luz estava fraca mas ele podia ver perfeitamente a expressão desafiadora na face da garota. Ela o olhava nos olhos e não parecia intimidada com a proximidade entre os dois. Sasuke nunca havia reparado no cabelo rosado e como ele parecia ser fino e sedoso. Também pôde constatar que a pele alva e clara parecia extremamente macia, que os olhos verde-esmeralda ganhavam uma coloração castanho-clara perto das pupilas e que os lábios eram carnudos e de um tom rosado extremamente convidativo.

Como? Ele, Uchiha Sasuke reparando em Haruno Sakura? O que estava havendo com ele? Só podia estar louco.

- Você só finge que me ignora, mas sabe que se você acabar aproximando-se de mim vai perder o controle! – finalizou ela, com um sorriso irônico nos lábios.

E aquela havia sido a gota d’água.

Sasuke prensou seus pulsos na parede lilás um pouco acima da cabeça, aumentando a proximidade com a rosada. Ele também prendia o corpo dela com o seu, impossibilitando-a de se locomover.

Flash Back OFF ~

Os dois ficaram se encarando por uns bons 2 minutos, porém nenhum sentia-se incomodado com o silêncio nem com a proximidade de suas faces que diminuía cada vez mais.

Sasuke mantia as sobrancelhas franzidas, como se lutasse contra o desejo de beijá-la, mas era inevitável, já estavam tão próximos...

E foi o que se sucedeu.

Os lábios se tocaram com calma e suavidade. Sasuke não sabia descrever a sensação. Logo era um beijo tomado com voracidade, um beijo picante. Em qualquer uma das duas formas Sasuke perdeu-se em sensações. Sakura não ficou para trás, sempre havia imaginado como eram os lábios de Sasuke, e naquele instante comprovava que eram macios, carnudos e suaves como ela nunca havia experimentado antes.

Talvez aquela rosada não fosse tão irritante assim.

E, talvez, o cabelo rosa não fosse o início de seus problemas, mas a solução de todos eles.