Um Certo Interesse escrita por AnyBnight


Capítulo 1
Um certo interesse


Notas iniciais do capítulo

Eu não shipo esse casal e não tenho a intenção de fazer ninguém shippar, mas a aniversariante gosta, fazer o que?
Lupus narrando.



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Faz algum tempo que entrei para a Grand Chase e desde então conheci diversos tipos de pessoa. Mas há uma em especial que me chama atenção, a única que parece ainda não ter se tocado de minha presença. Como caçador, talvez devesse considerar isso uma vantagem, mas não o faço. Pelo contrário, a frieza dela em relação a mim me incomoda e muito.

A garota de cabelos azuis e olhos heterocromáticos que está sempre a ler, por mais discreta que seja, me chama mais atenção que a pirralha cor de rosa que não para de falar. Ela se tornou um de meus focos, sendo o outro meu "querido" irmãozinho .

Encontro-a frequentemente na biblioteca, cercada por pilhas de livros antigos. Não que eu entre no cômodo, apenas a vejo sentada no chão encostada a estante velha pela porta aberta.

Eu saia e voltava de “casa” e ela estava sempre ali. As vezes encontrava-a perto de Sieghart, ele falando pelos cotovelos e ela respondendo-o de forma vaga e sem interesse. Ele ria, afagava os cabelos azuis e partia em seguida, suspirando ao se afastar. Certamente ele tinha algum tipo de interesse nela. Um interesse, eu suponho, diferente do meu.

Arrisquei-me a confrontá-la uma vez. Como já esperava, ela estava na biblioteca, lendo como sempre. Surpreendeu-me o fato dela ter reparado a minha chegada sendo que jamais dirigiu uma palavra a mim.

— Olá, caçador. – Desviou os olhos de seu livro para mim por poucos segundos, logo voltando a ler.

— Huh – Este é meu modo de cumprimentar os outros.

— É uma presença rara aqui.

— Não me interesso por livros – olhava em volta – a não ser que possa vendê-los por um preço atrativo.

Ela não respondeu, continuou focada em sua leitura. Passei direto por ela, indo para o outro lado do cômodo empoeirado e de iluminação parca. Tocava os livros na estante com a ponta dos dedos, na esperança de - talvez - encontrar algo de valor ali.

— Se não são os livros que o interessam, por que está aqui, caçador? – ouvi ela dizer.

— Huh, não posso desbravar o lugar que habito? – disse seco, de costas para ela.

— Creio que um caçador de recompensas sequer se mova se não houver algo que lhe desperte interesse.

Me virei, apoiando as costas na estante próxima e cruzado os braços.

— O que sabe sobre caçadores de recompensas, mocinha?

Ela fechou o livro em suas mãos, pondo-o na pilha a sua esquerda. Em seguida, pegou um na pilha da direta e o abriu no colo.

— Sei apenas o que chamariam de "conhecimento comum". Embora não me interesse por romances, já li muitos deles envolvendo este tipo de personagem.

— Ora, minha profissão é tão ridicularizada assim?

— Um homem incumbido de caçar um alvo que de repente cria um segundo interesse por ele, um interesse além do profissional. – foliava o livro enquanto falava, até parar em uma página do meio - É um clichê bastante comum.

— Bobagem. – desencostei da estante, me preparando para partir.

Ainda com o livro em mãos, ela se levantou e bateu a poeira da saia. Não disse nada até que eu passasse por ela.

— Diga-me, caçador, como reagiria nesta situação? A qual dos interesses se entregaria?

Soltei uma risada nasal, voltando-me para ela. Num movimento rápido, a pus contra a estante, batendo meu antebraço direto no móvel próximo a sua cabeça, o que fez alguns livros despencarem a nossa volta. Encarando-a de perto, saquei uma das Scarlets em minha cintura e apontei o cano por baixo de seu queixo.

— Não me confunda com uma personagem meia-boca dessas suas historinhas pra boi dormir, garota. Se eu tiver um alvo, irei caçá-lo e destruí-lo como me foi contratado para fazer. Sequer desperdiçaria munição em algo sem valor.

Seu rosto não esboçou reação em momento algum, e seus olhos estavam fixos nos meus. Ri pelo nariz outra vez, moldado logo um sorriso sádico.

— Ora, não está com medo, garotinha?

— Como você mesmo disse, não desperdiçaria munição em algo sem valor. Por acaso, caçador, eu sou de seu interesse? Sou-lhe um alvo valioso?

Que garota atrevida, parecia que seus olhos coloridos analisavam minha alma através de seu olhar. Ri novamente.

— Talvez seja. – sussurrei com malícia, diminuindo a distância entre nossos rostos.

— Então, atire. – pisquei um tanto surpreso – Não é disso que se trata sua profissão? – Ela me pegou.

— Tch.

Recuei com um passo, guardando a arma em seguida. Ela se abaixou, recolhendo os livros que derrubei ao encurralá-la. Deixei-a a analisar uma das capas rachadas enquanto partia.

— Parece ter se esquecido de sua doutrina, caçador.

— Quando realmente houver um bom preço por sua cabeça, tenha certeza de que não irei hesitar.

— Então até este dia, evite criar algum outro tipo de interesse por mim.

Ri e fui embora de lá.

— Não há como não me interessar por um alvo tão atrativo.


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Notas finais do capítulo

Prum casal tão improvável assim eu precisei usar um clichê.
Mah enfim, esse é seu presente Celly, espero que tenha gostado ♥



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