Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 46
Capítulo 44: Bael Baskoll Drawviryen




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Bael Baskoll Drawviryen

Bael abriu os olhos cinzas, estava nu, deitado de bruços em uma poça de sangue que não lhe pertencia. O cheiro metálico e enjoativo invadiu suas narinas, se levantou rapidamente e usou os lençóis de seda para limpar-se. Lembranças da noite anterior vieram à sua cabeça, o que fizera a pobre adolescente loira, cruel e desnecessário.

Vestiu-se rapidamente com as mais finas roupas, chamou um dos guardas e ordenou que lhe trouxessem a ultima prisioneira, a única ainda não interrogada. Sua ordem foi imediatamente obedecida, e a garota foi jogada aos seus pés como uma boneca. Era jovem, e apesar de ter um rosto belo, o corpo era de uma criança, de aparência frágil e inofensiva. Mas Bael via em seus olhos que ela era muito mais do que aparentava ser, era como ele, tinha o mesmo dom que ele. Curioso, estendeu sua consciência até ela, porém fora fortemente barrado. Os olhos castanhos claros assumiram um brilho que variava entre o verde e o azul, e Bael sentia que eram uma prova de sua determinação.

Ela o circundou-o, como um predador que analisa uma presa. Bael quase achou graça, sua força física era em muito superior à dela, poderia facilmente domina-la. Mas não a força mental, sentia em seu imo, que em uma batalha fora do plano físico a garotinha poderia lhe vencer com facilidade.

– Eu fui alertada em sonhos sobre você. O Hibrido Negro, filho da Escuridão. – sussurrou ela em uma voz titilante – e também sonhei com o seu fim. Não será algo agradável. Seria melhor se desistisse desse sonho envenenado agora.

Bael não pode segurar um riso de escarnio. Em seu interior a fome agitou-se em fúria. Nenhuma de suas partes gostava da ousadia da menina, mas agora era Bael, Sangue de Dragão no controle, e o Ultimo Filho da Harpia era apenas uma sombra em seu cerne.

– E o que pode me impedir? – perguntou impassivelmente na língua comum – Metade dos preciosos doze estão encarcerados, e logo estarão todos mortos. Queimarei Westeros e Essos, e das cinzas erguerei uma Nova Valyria. O que poderia me deter?

– A luz – respondeu a menina com simplicidade – Talvez você não saiba disso ainda. Mas é um servo da escuridão, Bael Baskoll Drawviryen, e as trevas estão destinadas a perder. Elas sempre vão existir, sempre vão lutar, mas vez após outra serão derrotadas pela luz. É assim que tudo funciona, é ao redor disso que o mundo gira. Ainda que nem você, nem os outros humanos saibam. A luz sempre vence as trevas, não será diferente agora.

A fome correu quente pelo seu sangue, dominando-o. As feições antes tranquilas do albino se contorceram em uma carranca de ódio. Ele avançou rapidamente contra a menina, e a ergueu pelo pescoço em um aperto sufocante.

– Eu posso mata-la agora. Tão facilmente quanto espezinharia uma formiga. O que sua preciosa luz faria para impedir?

A garotinha sorriu.

– A luz protege seus filhos de uma maneira que você jamais poderia compreender. Eu já vivi mil vidas. E mesmo depois do fim poderia viver mais mil. A morte não me assusta, Hibrido Negro. Faça o que quiser.

Bael conseguiu controlar a fome, e retornar ao controle de seu próprio corpo, abriu os dedos permitindo que a menina escapasse de seu aperto.

– Onde estão seus companheiros? – perguntou

– Desconheço. – respondeu ela com sinceridade

– O que planejam?

– Tampouco o sei.

– Então o que sabe? – perguntou com um tom irônico

Era uma pergunta retorica, mas a garota parecia desconhecer esse conceito pois ainda assim respondeu.

– Sei quem você é, Bael Baskoll Drawviryen, Sangue do Dragão e o Ultimo Filho da Harpia. Sei quem seus pais foram. Sei o que se passa em seu interior e o que viveu para chegar até aqui. Tudo foi revelado à mim em sonhos. E da verdade você não pode fugir.

Bael recuou. A menina, tal qual a Mãe Harpia, possuía sonhos proféticos? Não contava com isso. Não imaginava que ela pudesse adivinhar a batalha que ocorria em seu interior, suas duas metades, seus dois eu’s sempre em conflito.

– Seu pai, foi Ulruck, um membro do Povo Livre nascido em Skagos, que traiu a própria tribo e que assim como eu e você, foi agraciado pelos deuses com um dom – prosseguiu ela – Sua mãe era uma filha do fogo. E você é um emissário das trevas. Mas é como eu lhe disse, a escuridão luta, e nunca desistirá de tentar, mas será sempre vencida pela luz.

Bael a observou intrigado, e sem desviar seu olhar do dela chamou um dos guardas.

– Levem-na para sua cela. – ordenou em valyriano

O guarda assim o fez, em uma obediência cega e temerosa. Bael podia ver o poder que exercia sobre aquele homem, ele cumpriria qualquer ordem sem hesitar, assim como muitos outros, mesmo entre seu próprio povo, ele era temido.

‘E o medo é bom.’ O Ultimo Filho da Harpia ressaltou ‘O medo os mantem submissos e obedientes. O medo nos manterá no poder’

Contudo o Sangue de Dragão não pensava assim. Seus servos tinham que teme-lo um pouco, mas o segredo de um bom governo estava no equilíbrio entre temor e amor. Entretanto jamais poderia conquistar o amor de seus súditos enquanto fosse dominado pela fome. Mas como mata-la?

‘Matar-me? Eu sou parte de você, Bael. Não pode me matar sem extinguir a própria vida.’

Um bater de asas próximo chamou sua atenção. Na sacada a Mãe Harpia pousou graciosamente, e dobrou os joelhos em sinal de respeito.

– Levante-se minha cara – ordenou com uma voz monocórdica que lhe era habitual – Problemas?

– Não, meu senhor. A situação permanece a mesma. Nenhum sinal do restante dos doze.

– Não importa agora. Logo estarão todos mortos. A execução dos prisioneiros se aproxima, e depois de concluída nada mais poderá me impedir.

Ela levantou rapidamente os olhos encontrando-se com os seus, e vendo a expressão de desconforto no rosto do albino perguntou.

– Algo o preocupa meu senhor?

– Apenas as palavras da prisioneira. Ela me chamou de Filho das Trevas. Me pergunto qual o significado disso...

– É apenas uma criança selvagem que nada sabe, não deveria dá atenção aos seus delírios – respondeu ela prontamente

– Talvez tenha razão minha cara...

Uma batida na porta entretanto o interrompeu. Um dos guardas entrou, e caiu imediatamente sobre um joelho.

– Peço perdão pela interrupção, meu Imperador. Mas trago boas novas

– Diga.

– Um dos prisioneiros. Ele pede uma audiência. Creio que esteja disposto a cooperar.


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Notas finais do capítulo

E este é o começo do fim. Creio que teremos mais 15 capitulos até a fic terminar... Mas ainda tem muita água p rolar então esperemos.
O que acham do que a Melony falou? E do Bael nesse capitulo?
E quem acham que é ‘o prisioneiro disposto a cooperar’? E como seria essa cooperação?
Quero ouvir suas teorias.
Eu tenho sido legal e posta um cap por semana.
Comentem por favor.



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