Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife
Bael Baskoll Drawviryen
Bael abriu os olhos cinzas, estava nu, deitado de bruços em uma poça de sangue que não lhe pertencia. O cheiro metálico e enjoativo invadiu suas narinas, se levantou rapidamente e usou os lençóis de seda para limpar-se. Lembranças da noite anterior vieram à sua cabeça, o que fizera a pobre adolescente loira, cruel e desnecessário.
Vestiu-se rapidamente com as mais finas roupas, chamou um dos guardas e ordenou que lhe trouxessem a ultima prisioneira, a única ainda não interrogada. Sua ordem foi imediatamente obedecida, e a garota foi jogada aos seus pés como uma boneca. Era jovem, e apesar de ter um rosto belo, o corpo era de uma criança, de aparência frágil e inofensiva. Mas Bael via em seus olhos que ela era muito mais do que aparentava ser, era como ele, tinha o mesmo dom que ele. Curioso, estendeu sua consciência até ela, porém fora fortemente barrado. Os olhos castanhos claros assumiram um brilho que variava entre o verde e o azul, e Bael sentia que eram uma prova de sua determinação.
Ela o circundou-o, como um predador que analisa uma presa. Bael quase achou graça, sua força física era em muito superior à dela, poderia facilmente domina-la. Mas não a força mental, sentia em seu imo, que em uma batalha fora do plano físico a garotinha poderia lhe vencer com facilidade.
– Eu fui alertada em sonhos sobre você. O Hibrido Negro, filho da Escuridão. – sussurrou ela em uma voz titilante – e também sonhei com o seu fim. Não será algo agradável. Seria melhor se desistisse desse sonho envenenado agora.
Bael não pode segurar um riso de escarnio. Em seu interior a fome agitou-se em fúria. Nenhuma de suas partes gostava da ousadia da menina, mas agora era Bael, Sangue de Dragão no controle, e o Ultimo Filho da Harpia era apenas uma sombra em seu cerne.
– E o que pode me impedir? – perguntou impassivelmente na língua comum – Metade dos preciosos doze estão encarcerados, e logo estarão todos mortos. Queimarei Westeros e Essos, e das cinzas erguerei uma Nova Valyria. O que poderia me deter?
– A luz – respondeu a menina com simplicidade – Talvez você não saiba disso ainda. Mas é um servo da escuridão, Bael Baskoll Drawviryen, e as trevas estão destinadas a perder. Elas sempre vão existir, sempre vão lutar, mas vez após outra serão derrotadas pela luz. É assim que tudo funciona, é ao redor disso que o mundo gira. Ainda que nem você, nem os outros humanos saibam. A luz sempre vence as trevas, não será diferente agora.
A fome correu quente pelo seu sangue, dominando-o. As feições antes tranquilas do albino se contorceram em uma carranca de ódio. Ele avançou rapidamente contra a menina, e a ergueu pelo pescoço em um aperto sufocante.
– Eu posso mata-la agora. Tão facilmente quanto espezinharia uma formiga. O que sua preciosa luz faria para impedir?
A garotinha sorriu.
– A luz protege seus filhos de uma maneira que você jamais poderia compreender. Eu já vivi mil vidas. E mesmo depois do fim poderia viver mais mil. A morte não me assusta, Hibrido Negro. Faça o que quiser.
Bael conseguiu controlar a fome, e retornar ao controle de seu próprio corpo, abriu os dedos permitindo que a menina escapasse de seu aperto.
– Onde estão seus companheiros? – perguntou
– Desconheço. – respondeu ela com sinceridade
– O que planejam?
– Tampouco o sei.
– Então o que sabe? – perguntou com um tom irônico
Era uma pergunta retorica, mas a garota parecia desconhecer esse conceito pois ainda assim respondeu.
– Sei quem você é, Bael Baskoll Drawviryen, Sangue do Dragão e o Ultimo Filho da Harpia. Sei quem seus pais foram. Sei o que se passa em seu interior e o que viveu para chegar até aqui. Tudo foi revelado à mim em sonhos. E da verdade você não pode fugir.
Bael recuou. A menina, tal qual a Mãe Harpia, possuía sonhos proféticos? Não contava com isso. Não imaginava que ela pudesse adivinhar a batalha que ocorria em seu interior, suas duas metades, seus dois eu’s sempre em conflito.
– Seu pai, foi Ulruck, um membro do Povo Livre nascido em Skagos, que traiu a própria tribo e que assim como eu e você, foi agraciado pelos deuses com um dom – prosseguiu ela – Sua mãe era uma filha do fogo. E você é um emissário das trevas. Mas é como eu lhe disse, a escuridão luta, e nunca desistirá de tentar, mas será sempre vencida pela luz.
Bael a observou intrigado, e sem desviar seu olhar do dela chamou um dos guardas.
– Levem-na para sua cela. – ordenou em valyriano
O guarda assim o fez, em uma obediência cega e temerosa. Bael podia ver o poder que exercia sobre aquele homem, ele cumpriria qualquer ordem sem hesitar, assim como muitos outros, mesmo entre seu próprio povo, ele era temido.
‘E o medo é bom.’ O Ultimo Filho da Harpia ressaltou ‘O medo os mantem submissos e obedientes. O medo nos manterá no poder’
Contudo o Sangue de Dragão não pensava assim. Seus servos tinham que teme-lo um pouco, mas o segredo de um bom governo estava no equilíbrio entre temor e amor. Entretanto jamais poderia conquistar o amor de seus súditos enquanto fosse dominado pela fome. Mas como mata-la?
‘Matar-me? Eu sou parte de você, Bael. Não pode me matar sem extinguir a própria vida.’
Um bater de asas próximo chamou sua atenção. Na sacada a Mãe Harpia pousou graciosamente, e dobrou os joelhos em sinal de respeito.
– Levante-se minha cara – ordenou com uma voz monocórdica que lhe era habitual – Problemas?
– Não, meu senhor. A situação permanece a mesma. Nenhum sinal do restante dos doze.
– Não importa agora. Logo estarão todos mortos. A execução dos prisioneiros se aproxima, e depois de concluída nada mais poderá me impedir.
Ela levantou rapidamente os olhos encontrando-se com os seus, e vendo a expressão de desconforto no rosto do albino perguntou.
– Algo o preocupa meu senhor?
– Apenas as palavras da prisioneira. Ela me chamou de Filho das Trevas. Me pergunto qual o significado disso...
– É apenas uma criança selvagem que nada sabe, não deveria dá atenção aos seus delírios – respondeu ela prontamente
– Talvez tenha razão minha cara...
Uma batida na porta entretanto o interrompeu. Um dos guardas entrou, e caiu imediatamente sobre um joelho.
– Peço perdão pela interrupção, meu Imperador. Mas trago boas novas
– Diga.
– Um dos prisioneiros. Ele pede uma audiência. Creio que esteja disposto a cooperar.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E este é o começo do fim. Creio que teremos mais 15 capitulos até a fic terminar... Mas ainda tem muita água p rolar então esperemos.
O que acham do que a Melony falou? E do Bael nesse capitulo?
E quem acham que é ‘o prisioneiro disposto a cooperar’? E como seria essa cooperação?
Quero ouvir suas teorias.
Eu tenho sido legal e posta um cap por semana.
Comentem por favor.