Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 38
Capítulo 36: Bael Baskoll Drawviryen


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais



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Bael Baskoll Drawviryen

O albino observava enojado as ruinas em que transformara Elyria. Estava montado nas costas de Hargron, e mesmo dessa distancia podia ver com clareza os corpos, crianças empaladas ao redor de toda a muralha, todas descendentes de escravos libertos. A expressão dele estava impassível, mas a irritação pouco a pouco ia tomando conta de seu ser. Não pela crueldade, ele próprio sabia ser cruel quando necessário, o que o contrariava era a falta de proposito naquilo.

Ouviu o leve bater de asas próximo, sua mais fiel servidora se aproximava dele.

- Chamou-me, senhor?

- Sim, minha cara. Quero uma explicação para isso – apontou para os corpos das crianças – Quem é o responsável por isso?

Ela arregalou os olhos e mordeu os lábios hesitando, mas respondeu em um tom resignado.

- Foi feito por suas ordens, meu senhor.

- Minhas?

Então a memoria lhe veio à mente. Ele mesmo gargalhando como um louco enquanto ordenava o empalhamento de centenas de crianças. Franziu levemente o cenho, como não se lembrava disso? Ele teria esquecido mais? Por quanto tempo perdera o controle? Estaria seu outro lado ganhando mais força que ele próprio? A fome agitou-se dentro de si e ele quase podia ouvir um riso desvairado em sua mente.

- Ordene nossas tropas que preparem os navios, viajaremos até a costa e então marcharemos rumo à Mantarys – falou em uma voz monocórdica

- Sim, meu senhor – respondeu ela rapidamente

Bael observou-a até perdê-la de vista. Sabia que Hargron podia sentir sua inquietação, pois o hibrido estava agitado. Conduziu-o no ar rumo ao nordeste, passaram por cima das aguas até que puderam vislumbrar terra ao horizonte. Sabia que há poucas milhas da praia havia uma antiga estrada valyriana que levava até Mantarys.

Esta, outrora fora a primeira filha de Valyria. A primeira cidade construída pelos Lordes Dragões antes da conquista. Ele sabia que as muralhas da cidade não eram erguidas apenas por tijolos, mas por poderosos feitiços. Além de está em um ponto estratégico, cercada por montanhas, e ser conhecida pelo seu disciplinado exercito, que tinha os mesmos padrões do valyriano.

Ainda demoraria dias para que chegassem à Mantarys, mas ainda assim sentia a expectativa da batalha. Todas as cidades que tomara, Tolos, Elyria, Astapor, Meeren, Yunkai, New Ghis foram presas fáceis. As primeiras, portanto não esperavam um ataque e tinham defesas fracas. Com Mantarys seria diferente, seria o seu primeiro verdadeiro desafio. E de acordo com a Mãe Harpia onde também conheceria os seus principais antagonistas, os doze.

Bael não os temia, que razão tinha para fazê-lo? Tinha um exercito. Tinha uma deusa como aliada.  Tinha um pequeno batalhão composto pelos últimos valyrianos e armada com Aço Negro. E mais importante, tinha Hargron. Ele o seguiria não importa qual caminho seguisse, apoiaria qualquer decisão que tomasse. E era isso que o assustava.

Ainda que não estivesse em seu juízo perfeito, ainda que ordenasse a aniquilação de seu próprio exercito. Não importa o que dissesse, Hargron obedeceria sem hesitar. A fome agitou-se em seu interior apreciando essa verdade.

‘Sim, Sangue de Dragão, ele é tão meu quanto seu’ – riu desvairadamente dentro de sua cabeça

- Eu encontrei o ovo de Hargron. Eu o levei até o mar de larva. Foi nas minhas mãos que ele chocou – retrucou com o cenho franzido e a voz monocórdica

Nos o encontramos. Nos o levamos. Nas nossas mãos.’ – corrigiu a voz – ‘Hargron me obedece, tanto quanto você, mas você sabe disso. Você viu’

Imagens das ultima semanas vieram a sua mente com violência, ele conhecia algumas, outras entretanto eram novas. Dezenas de escravas sendo usadas e maltratadas por ele próprio, cada uma indo encontrar seu fim na garganta de Hargron, alguns de seus próprios soldados mortos por nenhum razão relevante. Brutalidade desnecessária e loucuras.

- Não era preciso tudo isso – disse para si mesmo – Eles tinham se rendido.

‘Foi uma demonstração de poder. O mundo precisa disso. Precisa saber quem somos.’

- Eles já sabem que somos. Se cortarmos a cabeça de todos que se ajoelharem ninguém mais o fará.

‘Não cortei a cabeça de ninguém’ – respondeu em uma gargalhada insana

Novas imagens ainda mais cruéis lhe foram reveladas. Bael não era estranho a crueldade, tinha experimentado muita, assim como distribuído-a em seus anos em Meeren. Quando vira seu pai ser crucificado na arena juntamente a outros 162 nobres, ele demorou dias para morrer em suplicio. Tornou-se, então, um dos Filhos da Harpia, e começou a usar seu dom em imaculados vigias, que não possuíam consciência pessoal forte e tinham mente, tornando-os alvos fáceis, ‘vestia-os’ sem nenhuma dificuldade e os obrigava a matar seu companheiro e depois tirarem a própria vida. A sensação de sentir uma adaga correr por sua garganta inicialmente era horrível, mas logo acostumou-se a ‘suicidar’ pessoas, e essa experiência tão contínua de morte fizera-o perder completamente o medo por ela.

As imagens tornavam-se cada vez mais perturbadoras, até para ele. Então buscando conforto fugiu para a pele de Hargron. Sentia-se incrivelmente poderoso quando vestia-o. Como se pudesse fazer qualquer coisa, matar qualquer coisa. Era invencível, inabalável e insuperável. Sua visão em muito superava a humana, podia olhar para todos os lados, e muito além do que Bael em seu próprio corpo poderia.

Bateu as asas retornando para Elyria. Centenas de metros abaixo, seus subordinados preparavam a partida. Sentiu então uma pressão no pescoço e ouviu a voz dele em seus ouvidos.

- Desça, meu filho – sussurrou sorrindo – Estou faminto.

Os olhos vermelhos dele brilhavam ensandecidos, enquanto passava a língua pelos lábios. Bael compreendeu, ao abandonar seu próprio corpo o deixara para trás, o deixara no controle. Tentou retornar mais foi imediatamente barrado, e agora o instinto de obediência de Hargron juntamente com a ligação que compartilhavam forçava o hibrido a descer.

‘Não!’ – foi a ultima coisa que conseguiu pensar


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Notas finais do capítulo

Capitulo pequeno se comparado ao anterior. Mas acho que o conteúdo não ficou tão ruim assim. O Bael é um personagem complexo por si só. E agora as coisas estão difíceis até para ele. Proximo cap: Melony & Aemon.
Me deixem saber a opinião de vocês!



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