Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 13
Capítulo 11: Lailla Baratheon


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais.



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Lailla Baratheon, A Corça Prateada

Ela desceu do seu cavalo, Taurus, com toda a elegância de uma lady. O pai sorria enquanto acompanhava a filha por Harrenhall, era evidente seu orgulho. Lailla, por outro lado, permanecia séria, com olhares inquisidores na multidão a procura do irmão. Mal podia esperar para falar com ele.

Observou de maneira austera enquanto o pai cumprimentava Willas Tyrell e sua esposa. Gendry lhe deu um olhar inquisitivo, como se pedisse permissão. Lailla fechou a cara deixando clara sua negativa, há meses o pai insistia que era hora de lhe arranjar um bom partido. Ela se recusava. Era a herdeira de Karhold e não dividiria esta herança com ninguém.

Gendry suspirou assim que os Tyrell se afastaram. Porém elenão parecia decepcionado, mas sim resignado. Lailla sorriu, excetuando-se à mãe, ela era a única capaz de fazer o pai dobrar-se à sua vontade.

– Devo procurar meu irmão agora, pai. Nos vemos ao final da justa?

Gendry franziu o cenho.

– Não gosto de ver minha filha andando sozinha por Harrenhall.

– Não há perigo dentro das muralhas, e mesmo se houvesse, o senhor me ensinou bem, posso me defender. – ele ainda parecia indeciso, Lailla fez uma expressão semelhante a de um filhote – Por favor pai, Ned não estará aberto a proposta se o senhor estiver comigo.

– Muito bem. – suspirou ele – Que assim o seja. Onde está Damsel?

Ele se referia ao martelo de guerra com o qual lhe presenteara anos atrás. Lailla sabia manejá-lo tão bem quanto o irmão mais velho, ou o falecido avô Robert.

– Atado à Taurus. – respondeu.

– Nesse caso, leve-os com você. Eu me sentiria melhor.

Ela não discutiu, pegou as rédeas do cavalo e o conduziu por Harrenhall, finalmente achou o tão procurado irmão assistindo de longe a Justa Final. Ned era tão parecido com ela quanto um gêmeo poderia ser, eles possuíam os mesmos olhos cinzas, os mesmos cabelos negros, a mesma pela alva e até os mesmos traços tipicamente nortenhos, além de terem quase a mesma idade. Entretanto, apesar de todas as semelhanças, eles eram apenas meio-irmãos. Ela, filha de Alys da Casa Karstark. Ele, filho de Arya Stark. E ainda assim havia dúvidas quanto à paternidade de Ned.

As más línguas diziam que ele seria na verdade filho do consorte real, Jon Targaryen. Lailla conhecia a história, mas preferia não pensar nela. Ned era seu irmão e pronto. Deixou Taurus amarrado a uma viga e se aproximou cautelosamente do irmão, ele assistia inexpressivo enquanto o primo, Drogo Stark, se preparava para a final.

– Por que não participou? – perguntou ela.

Ned voltou-se para trás sorrindo. Ele passou um dos braços em volta da irmã e bagunçou seus cabelos. Lailla não se importou, de qualquer forma eles eram tão lisos que voltariam rapidamente para seu lugar sem que ela se esforçasse. Era exatamente por isso que Ned adorava bagunçá-los.

– Cheguei atrasado. – respondeu ele dando de ombros – A competição já havia começado. Gostaria que eu tivesse participado, irmãzinha?

– Não. Você humilharia a todos nós. – provocou com um sorriso – Se eu posso derrotá-lo, imagine todos esses cavaleiros.

A memória do dia que se conheceram sobreveio à sua mente. Era o décimo dia de seu nome, ela sempre soube da existência do irmão e do desconforto que isso trazia à sua casa, principalmente à sua mãe, que se sentia uma substituta de Arya Stark, porém, quando os pais lhe disseram que podia ter qualquer coisa que quisesse de presente, ela lhes pediu para conhecer Ned. E lhe foi concedido. Dias depois ela viajara para o Norte com os pais, enquanto a mãe fora fazer uma visita ao antigo lar, Karhold, ela e Gendry foram a Winterfell. Lailla e Ned se deram bem de imediato, porém antes do final do dia ela o havia desafiado para uma luta com espadas de torneio. O pequeno aceitou, fora o oponente de sua idade mais difícil que ela já tivera, depois de muitos minutos ela finalmente saiu vitoriosa.

Desde então podia contar nos dedos as vezes que vira o irmão, porém, mesmo que não se vissem muito, a relação dos dois era muito boa, sempre trocando cartas. E Ned se mostrava muito protetor para com a irmã, quase mais do que o próprio Gendry.

Ned levantou uma sobrancelha perante a ousadia da irmã, mas sorriu, como sempre o fazia na presença dela.

– Fico feliz que tenha usado nossas cores – disse ela apontando para o seu gibão amarelo e negro com o emblema Baratheon – Papai ficou satisfeito.

Na verdade Gendry Baratheon ainda não havia visto o filho mais velho, portanto não sabia que cores usava. Lailla não se importou em contar essa pequena mentira, sabia que o pai ficaria satisfeito quando visse Ned usando o emblema Baratheon, ou pelo menos esperava que sim.

– O fiz por insistência da minha mãe, e não dele – respondeu Ned de cenho franzido.

Lailla não seu deu o trabalho de responder, era de seu conhecimento a relação tensa ente o Lord e o herdeiro de Storm End. Na época de sua legitimação, Gendry era casado com Allys, mas ainda assim Ned o culpava por sua ausência e por nunca ter tentado reparar o mal que fez em deixar que Arya voltasse para o Norte com um filho concebido fora do casamento. Nas raras vezes em que ele e Ned se encontraram a tensão entre eles era evidente.

Lailla observou o consorte da rainha brincar com o filho mais novo. Era incrível a semelhança dele com Ned.

– Posso ouvir o quê o povo diz – disse ela assombrada – Vocês são realmente parecidos. Ele é bom para você? – perguntou Lailla.

Temia que se Jon Targaryen não fosse de fato o pai de Ned ele o consideraria uma mancha injusta em sua perfeita honra. E talvez por isso destratasse o sobrinho.

– Melhor do que Gendry Baratheon jamais foi. – respondeu Ned com admiração e afeto evidente em sua voz – Ele nos visita em Winterfell quatro vezes por ano, no dia do meu nome, no de minha mãe, no de Drogo e no de Bran. Nos traz presentes toda vez. O meu cavalo, Blackfire, foi um presente dele.

Ela sorriu satisfeita. Ned merecia uma figura masculina, ainda que não fosse seu pai.

– Entretanto foi Lord Gendry que lhe deu sua arma. – ela fez notar apontando para o martelo de guerra de Ned, não desejava que o irmão se sentisse esquecido. – O Martelo do Rei Robert. O que nosso avô usou para abrir o peito de Rhaegar e conquistar o reino.

– Talvez. Não nego que gosto do meu martelo. Mas ele não compra a minha afeição, tampouco paga os anos em que Gendry Baratheon me abandonou.

– Foi a sua mãe que o levou para o Norte. –- retrucou com umpouco de indignação – Mas não discutirei com você. Jon Targaryen não parece ser tão ruim assim, e você o ama. Do mesmo modo que eu amo meu pai. Ele me mandou aqui. Como herdeiro de Storm End, você deve conhecer a terra e o povo que um dia governará. Talvez seja hora de passar um tempo com a sua irmã.

Ned arregalou os olhos incrédulo.

– Lord Gendry sugeriu isso? – pelo tom dele poderia se imaginar que Gendry sugerira que ele vestisse negro ou se tornasse septão.

– Tente não se surpreender tanto. – repreendeu ela – Mesmo com todas essas fofocas sobre sua paternidade e a tensão entre vocês dois você continua a ser seu primogênito e herdeiro. Agora que sua mãe irá residir permanentemente em King's Landding... Achei que minha companhia seria melhor do que a da rainha.

Mas talvez não a de sua mãe. Alys era uma mulher de temperamento forte, porém gentil e de caráter. Mas a existência de Ned sempre fora uma mácula em seu casamento e ela sempre se sentira uma substituta de Arya Stark, por mais que o pai negasse isso com veemência.

Ned sorriu como se tivesse uma piada particular

– E quanto a você, irmãzinha? – perguntou ela bagunçando novamente seus cabelos que voltaram a se assentar como se nada tivesse ocorrido – O que fará quando eu for o Lord de Storm End? Permitirá que eu lhe arranje um bom casamento?

– Não se atreva! – rosnou ela em fúria, não admitiria que Ned também lhe traísse desse modo, já bastava o pai que insistia em lhe arrumar casamentos – Eu não me casarei. Karhold é meu por direito. Não permitirei que homem nenhum governe em meu lugar.

Ned riu.

– Então pelo visto nos apenas trocaremos de lugar. Eu em Storm End e você no Norte.

– Talvez. – sorriu ela – Mas ainda teremos alguns anos juntos antes disso.

Um grito hediondo ecoou por Harrenhall e o caos sobreveio.


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Notas finais do capítulo

É meus caros. Dessa vez eu não tenho muito o que falar. Eu planejava postar no máximo Domingo, mas a verdade é que esqueci por completo. Hehehehe.

Segue uma imagem que ilustra a Lailla: http://ladyprongs15.deviantart.com/art/Lailla-Baratheon-345687138?ga_submit=10%3A1356898487

Aguardo seus comentários.

Abs