Quando Os Mortos Andam. escrita por DIAMANTE VERMELHO


Capítulo 4
A fazenda condenada.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capitulo, desculpem os possíveis erros ortográficos e aproveitem!



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O sol penetrou pela janela da sala, Luíze dormia em um dos sofás, Lucas no outro e Jorge conseguiu fazer uma cama confortável no chão com algumas cobertas. Deveria ser quase 11 horas da manhã, Luíze se levantou, ela mal conseguira dormir de madrugada e agora seu estomago revirava, ela não sentia animo para comer, mas tinha que fazer um café da manhã para sustentar seu filho e seu marido. Eles tinham um longo caminho pela frente. Na noite anterior Luíze trouxe alguma comida para dentro, fez café na velha cafeteira do quartel, algumas bolachas salgadas estavam dispostas em cima da mesinha com barras de cereal. Quando Lucas e Jorge se levantaram tomaram café e depois foram até o vestiário tomar um banho, Luíze fez o mesmo já que logo teriam que partir dali.

-Para onde vamos? – Perguntou Lucas que seguia pelo corredor com os pais, Jorge tinha a bolsa de armas com ele e Luíze as cobertas.

-Pensei em uma fazenda... – Comentou Jorge. – Sabe, cresci em uma e acho que um lugar afastado assim seria bom.

Lucas não pode deixar de pensar e Erika e onde ela estaria aquela hora, provavelmente na estrada ou então já deveria ter chegado a fazenda da tia. Ele queria tentar ligar pra ela.

-Onde vamos arranjar uma fazenda? – Perguntou Lucas.

-Esse é o problema, vamos seguir até o interior e ver se esbarramos em alguma oportunidade. – Respondeu Luíze.

Jorge seguir por uma estrada secundaria, de terra batida para o interior. Poucos conheciam aquela entrada, mas era um pouco mais seguro e sem transito pensaram. Muitas pessoas deviam estar abandonando suas casas e seguindo em outra direção. A viagem foi silenciosa, o banco de couro do carro tinha um cheiro de novo.

- O que é aquilo? – Perguntou Luíze debruçada sobre o painel do carro.

-Acho que são algumas pessoas, e precisam de ajuda eu acho. – Respondeu Jorge.

-Lucas coloque a bolsa de armas no chão e jogue as cobertas por cima. Tomem cuidado. – Avisou Luíze.

Havia um carro encostado com o capô aberto e fumaça subindo. Uma mulher tentava arrumar alguma coisa enquanto duas crianças estavam sentadas no banco de trás com os vidros abertos.

-Devo parar? – Perguntou Jorge.

-Sim, é apenas uma mulher e ela está com duas crianças, melhor tentarmos ajudá-la. – Disse Luíze.

Jorge parou o carro logo a frente do da mulher que abanava alguma coisa que soltava fumaça preta com um pano. Jorge e Luíze saíram do carro e um ar quente os pegou de surpresa, afinal era um dia de sol escaldante e eles estavam no ar condicionado.

-Precisa de ajuda? – Perguntou Jorge.

-Acho que meu motor está com problema, você sabe consertar? – A mulher tinha cabelos loiros caídos no ombro, olhos castanhos, usava uma calça jeans e uma camiseta de botões na cor branca, não tinha cara de quem sabia consertar um motor. Jorge parou o carro na frente do dela e desceu junto com Luíze e Lucas.

-Posso tentar consertar, mas não garanto nada. – Respondeu Jorge.

-Mãe você tem alguma garrafa de água? Eu e Chris estamos morrendo de sede. – Uma menina loira com cabelos cacheados e rosto cansado surgiu ao lado do carro, ela usava um shorts rasgado aparentemente de propósito, com tênis e uma camiseta do Guns And Roses.

-Desculpe querida, te dei a ultima garrafa aquela hora. – Respondeu a mulher que ainda encarava o motor que Jorge mexia, Luíze olhou para a menina.

-Nós temos uma garrafa de água no carro, Lucas busque e de para a...

-Ah nem me apresentei, que falta de educação a minha. Sou a Dra. Kane, mas pode me chamar de Karen e esta é minha filha Sarah e meu filho Chris que esta no carro.

-Sou Luíze, este é meu marido Jorge e nosso filho Lucas... – Disse Luíze. –Lucas, busque uma garrafa de água no carro e de para Sarah. Obrigada.

Lucas foi até o carro seguido por Sarah, ao abrir a porta de trás a menina exclamou.

-Nossa, que fresco o ar condicionado devia estar ligado! – A menina se aproximou do banco traseiro colocando a cara para dentro.

-Pois é, está muito calor hoje. – Respondeu Lucas sem jeito, entregando a garrafa de água.

-Obrigada... – A menina se virou e voltou para o outro carro.

Devia ter se passado uma hora, e Jorge ainda não conseguira arrumar o motor. O ar fresco dentro do carro já tinha ido embora e todos estava suando quando algo explodiu no capo do carro de Karen.

-Agradeço por terem me ajudado, mas pelo jeito não tem conserto, mais fácil costurar um braço do que arrumar um motor. – Disse Karen rindo.

-É médica? – Perguntou Luíze.

-Pediatra. – Respondeu a mulher.

-Para onde estava indo? – Perguntou Jorge.

-Para a pequena cidade de Verona, uma hora de viagem a frente. Minha irmã mora lá, e com toda a confusão que esta dando resolvi ir para uma cidade pequena. – Respondeu a moça.

-Estamos indo para o interior, se você quiser carona... –Ofereceu Luíze.

-Não quero incomodar sabe melhor eu tentar ligar para minha irmã, talvez ela possa vir aqui com um mecânico me ajudar. – Agradeceu Karen.

-As linhas não estão funcionando se você ainda não as testou. – Comentou Jorge.

-Sério? Não creio!

-Mãe! - A menina gritou de dentro do carro.

-Sarah pare de perturbar seu irmão. – Respondeu Karen.

-Acho que não é isso, olhem! –Apontou Jorge.

Dois mortos vivos seguiam pela estrada, a poucos metros deles.

-Nunca vi um tão de perto, o que fazemos? – Karen se desesperou.

-Lucas, sai daí agora! – Luíze correu até seu carro, Lucas estava deitado no banco de trás perto da bolsa de armas. Quando Lucas saiu, Luíze pegou uma pistola colocou munição e a destravou. Correu junto do marido e se preparou para atirar.

-Calma! Calma! – A mulher loira ficou pasma. – São pessoas, não atire!

-Não são pessoas, são zumbies! – Respondeu Lucas atrás da mãe.

POW Luíze errou o tiro.

-Falta de prática... – Comentou ela enquanto os zumbies se aproximavam cada vez mais.

POW POW um zumbi caiu no chão. POW ela acertou o outro no ombro, mas ele apenas deu um passo para trás com o impulso e voltou a andar na direção deles. POW Luíze acertou o tiro na cabeça o o zumbi caiu a pelo menos três metros do carro de Karen.

-Bem na cabeça, parabéns. – Disse Lucas admirado.

-Não sabia que as coisas estavam tão terríveis assim... Oh Jesus, será que o estado inteiro está assim? – Disse Karen que segurava o filho entre seus braços, ele estava chorando.

-O estado? Sinceramente acho que o país inteiro está assim, mas temos que primeiro encontrar um lugar seguro e depois nos preocupar com o resto. – Respondeu Jorge.

Todos seguiam juntos no carro, Lucas estava um pouco desconfortável porque agora dividia o banco traseiro com Sarah, a menina loira de cabelos cacheados e Chris que estava sentado no colo de Karen.

-Quantos anos tem seus filhos? – Perguntou Luíze quebrando o silencio vergonhoso.

-A Sarah tem 16 e o Chris 8, e você Lucas, quantos anos tem? – Perguntou Karen virado para Lucas a sua esquerda.

-15 anos Sra. Kane. – Respondeu.

-Por favor, apenas Karen.

-Morava onde? – Perguntou Jorge.

-Em Salt Beach...

-Apenas duas horas de onde morávamos. – Comentou Jorge. – Olhem, aqui segue duas estradas diferentes. Verona fica a esquerda e Klint á direita.

-Se vocês preferirem eu fico por aqui, afinal vou para Vereno...

-Nós também - Respondeu Jorge.

-Algum conhecido por lá? –Perguntou Karen.

-Na verdade não, apenas decidimos ir para uma casa, ou uma fazenda afastada nas montanhas ali perto. – Disse Luíze

-Vou para Farm Stille, a fazenda de minha irmã. – Disse Dra. Kane.

-Então damos carona para vocês até lá.

Seguiram viagem contando um pouco sobre cada um, a única que não falava era Sarah assim como Lucas.

Meia hora depois estavam ás portas de Verona, a cidade estava um caos! Havia carros abandonados nas vagas ao longo do meio fio, alguns deles até mesmo quebrados e havia um que a porta ao lado do motorista havia sido arrancada não se sabe como. A loja de roupas estava com a vitrine quebrada e lá dentro os mostruários estavam derrubados no chão e o caixa havia sumido. Seguiram pela avenida central e só se deparavam com mais caos, e o pior de tudo havia zumbies vagando por ali. Tinha alguns caídos na calçada com rastros de sangue, outros perambulavam pelas calçadas.

-E agora? – Perguntou Lucas.

-Ai Senhor, e minha irmã? Preciso ir até a fazenda dela, se vocês quiserem me deixar tudo bem, mas preciso achar ela.

-Nós iremos com você, onde é? – Disse Luíze.

-Tem que seguir a avenida até o final e dobrar daí tem uma entrada de terra que leva pro morro e por lá fica a fazenda da minha irmã.

-Vamos então, melhor sairmos daqui rápido. – Disse Jorge.

A viagem durou mais quinze minutos, então seguiram pela estrada de terra para chegar a fazenda da irmã de Karen, Lucas se perguntava a todo tempo se ela por ali a fazenda que Erika tinha ido com sua família, dentro dele ele esperava que não, pois aquele lugar estava completamente destruído. As fazendas no começo da estrada pareciam abandonadas, mais adentro não estava muito melhor.

-Segue reto aqui e dobra logo ali na frente á direta. – Avisou Karen.

Mais dez minutos pela estrada e Karen se assustou.

-Jesus, a fazenda de minha irmã é aquela lá! Está em chamas! – Ela abriu a porta do carro e simplesmente saiu correndo em direção a fazenda.

-Mãe, volte aqui! –Sarah saiu correndo atrás da mãe, Chris começou a chorar no banco de trás.

-Melhor irmos até lá. Vai com o carro e os meninos que vou correndo atrás delas. – Luíze saiu do carro e Jorge seguiu até as portinholas da fazenda.

-Karen, volte aqui, vamos resolver isso juntas! – Luíze gritava, Sarah desistiu de correr atrás da mãe. –Vá para o carro com seu irmão, vou atrás de sua mãe.

Luíze correu atrás de Karen que já estava na metade do caminho até a casa branca no centro da fazenda, a casa pegava fogo de um lado e a fumaça subia. Luíze acelerou e alcançou Karen que parecia que ia entrar dentro da casa.

-Sua irmã pode ter ido embora antes disso acontecer. – Disse Luíze sentando-se no chão com a Dra. Kane.

-Não, não veja o carro dela esta ali. – Karen começou a soluçar.

Era verdade uma caminhonete 4X4 estava estacionada em uma garagem que parecia um galpão sem portas e janelas.

-Ela deve estar em outro lugar, vamos circular a fazenda talvez ela esteja em algum lugar, talvez em... Em um pasto daqueles. – Luíze apontou para o pasto sem animais.

Elas levantaram juntas Jorge já havia estacionado o carro e todos vinham ao encontro das duas mulheres que estavam se levantando do chão. Não havia ninguém no pasto. Karen começou a se desesperar, Sarah abraçara o irmão que estava chorando também.

-Ela não está naquele galpão? – Apontou Lucas par ao outro extremo da fazenda.

-N-não sei... – Karen soluçou. – Pode estar. – Ela levantou-se e correu até lá.

Entrando dentro do galpão, Karen chamou:

-Alice, Alice?! Cadê você?

Ninguém respondeu, Karen caiu de joelhos no chão de madeira velho e começou a soluçar. De repente, ela ouviu outra pessoa soluçando em algum canto, Karen se levantou e foi procurar. Ela encontrou uma mulher de cabelos loiros lisos encostados em um armarinho, a moça estava de cabeça baixa e chorando.

-Alice! Oh Deus, o que aconteceu? – Karen se agachou na frente da mulher.

A moça não levantou a cabeça apenas continuou chorando.

-Alice, por favor fale comigo!

-Não consigo, não suporto Júlio. - Disse a moça ainda coma cabeça encostada nos joelhos.

-Sou eu Alice, é a Karen. Olhe para mim, por favor. – Implorou a Dra. Kane.

-Karen? – A moça estava com os olhos inchados de tanto chorar, e olhou para ela com as lagrimas escorrendo.

-O que aconteceu aqui?

-Eu estava dentro de casa fazendo o café da tarde, Júlio estava atrás de casa fazendo alguma coisa com fogo, sondando alguma coisa provavelmente, quando os mortos atacaram e eu deixei o fogão ligado, não sei como, não entendo... – Ela começou a chorar e a soluçar novamente. – A casa pegou fogo e Júlio... Júlio foi atacado.

-Como assim atacado se não tem nenhum morto por aqui? – Perguntou Karen olhando para Alice enquanto ela soluçava.

-Eles estavam... Estão atrás da casa.

-Oh Senhor! – Exclamou Karen.

Elas ouviram sons de tiro vindo de longe e um grito feminino. Provavelmente Sarah.



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Notas finais do capítulo

Por favor deixem um comentário isso me anima a continuar a fic, espero que gostem. Até o próximo capitulo!



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