Diário De Cassie escrita por Lara Vic


Capítulo 3
23-Agosto-2014 – sábado


Notas iniciais do capítulo

Hello guys! Quer dizer, se tiver alguém ai né a.a
Esse é o primeiro cap. com alguma menção aos zumbis, não é nada muito alarmante, só algo que nossa querida Cassie viu por acaso... Well... Leiam para ver o que acham ^^



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23-Agosto-2014 – sábado

21:18

Nossa, só tive coragem de escrever agora. Bem, não tenho nada para contar de muito interessante hoje, mas ontem... Eu dou risada só de lembrar.

Bom, quando acabei de estudar fui tomar um banho, depois me arrumei de qualquer jeito, afinal as verdadeiras roupas eu levava na minha grande bolsa preta. Presente de aniversário, já nem lembro de quem. Quando deixei meus cabelos apresentáveis, fui encarar a prova de fogo: Passar por minha mãe.

Ela não gostou quando eu falei que ia passar a noite na casa de Bruno, mas antes que pudesse falar um “não” definitivo, ouvi um som maravilhoso: A buzina da caminhonete dele. Foi bem rápido, em um segundo eu estava aconchegada naquela caminhonete já tão familiar.

Me troquei no carro no banco de passageiro. Não há vergonha entre nós. Enquanto ele dirigia eu fiz uma maquiagem bastante razoável em um carro em movimento. Ele disse que estava mais que “razoável”.

Chegando lá encontramos Mayara e Ana conversando sentadas no bar. Ambas pareciam bem aéreas, e a boate tinha sido aberta à apenas uma hora, mas é o típico.

Quando eu me aproximei foi uma comoção das duas, primeiro falavam tão rápido que eu não entendi nada, e só vi Ana me estendendo um drink que parecia mais um arco-íris brilhante.

-A Mayara acha que você não vira, eu falei que vira.

Pois é, é costume dessas duas fazerem apostas sobre mim sem eu sequer saber. Antes do Bruno, combinaram com um cara gatíssimo que desse em cima de mim, só para ver minha reação. Acho que foi a única aposta que valeu à pena. Ele beijava muito bem.

Pois é, fora da escola, perto de meus amigos e com um pouco de álcool eu me torno bem mais sociável.

Depois de algumas chantagens com Mayara e Ana, combinamos que se eu virasse sem sequer fazer careta eu ficava com o anel de caveira que Mayara usava. Um lindíssimo que eu já estou babando há semanas, mas ela nunca me deixou tocar.

E por que acha que eu estou rindo? Acho que é o drink mais delicioso e forte que já tomei, tenho que lembrar de pedir o nome para Ana, porque quero aprender a fazer! Meio amargo, como eu gosto.

Ah, e claro, ganhei a aposta. Tive que esconder o anel dos meus pais quando entrei em casa porque eles não gostam de coisas de caveira, uma babaquice, mas aqui no meu santuário ninguém verá. 

Depois de minha incrível conquista e da cara de tacho de Mayara que me faz rir até agora, a festa foi pura diversão. Dani e Lucas chegaram mais ou menos juntos, e então começou a busca por pretendentes para eles. Eu daria mais detalhes se lembrasse, juro, mas a competição de doses acabou com a minha memória. O legal foi que dessa vez a Dani não entrou, e a final acabou eu e Bruno. Infelizmente, eu não agüentei, mas foi por muito pouco.

Lembro vagamente que Lucas acabou com um cara loiro que era comprometido. Isso quase rendeu uma briga séria, e o dono ameaçou nos expulsar, mas acabou por nos dar mais uma chance. Acho que valeu à pena, porque ele era bem bonitinho, o bastante para Ana se interessar. Acho que semana que vem teremos algumas rodadas por conta da casa.

Finalmente, Dani acabou com um garoto meio emo, com cabelo preto e alisado por chapinha. O que posso fazer, gosto não se discute.

E eu? Boníssima pergunta. Na verdade a última coisa que eu lembro é conversar com Dani sobre alguma banda, e depois de estar na casa de Bruno.

Não preciso dar detalhes no que aconteceu lá. Bruno tem 20 anos e mora sozinho. Aquela casa é mais minha do que essa aqui, e eu preferia mil vezes estar lá agora.

Um pouco antes de cair na exaustão eu lembro bem claramente de uma coisa. Não é que eu vá ficar encanada com isso, na verdade eu realmente gostei. Ele falou eu te amo. Essa frase não é exatamente a que mais usamos. Desde o começo nunca ficamos fazendo juras de amor eterno ou algo do gênero, como um casal adolescente de hoje em dia, que dá até nojo. Mas essas três palavras... Ah, sei lá, essa sexta valeu à pena.

Hoje não foi muito legal. Acordei sozinha na casa dele (o que acontece de vez em quando, pois ele tem de trabalhar) com uma ressaca encomendada direto do Inferno. Nem o comprimido que ele deixou na cabeceira da cama pôde amenizar essa dor que até agora não me largou.

O legal foi que meu despertador falhou, então acordei em algum horário próximo às 12:00. Eu tinha falado aos meus pais que voltava às 10:00, e ouvir bronca quando se está com dor de cabeça é o mais próximo que se pode chegar do inferno, eu garanto.

Mas quando cheguei em casa, meus pais não estavam alarmados. Parece que estão aceitando que sou mais responsável, que posso me atrasar sem estar morrendo por ai.

Enfim, passei as últimas horas cochilando no meu quarto, para melhorar a dor de cabeça, e só agora tive coragem de escrever.

Agora vou comer alguma coisa, antes que eu morra aqui. 

-//-

23:37

Acredita que meu irmão me viu escrevendo? Quando eu estava justamente fechando o caderno, aquela encarnação do demônio abriu a porta. Eu tentei esconder rápido, mas pela cara que ele fez, ele viu.

-O gênio não lembra como bater em uma porta?

-Quero algum doce, mas o papai deixa eles lá no armário mais alto. Pega pra mim?

-Vou descer daqui a pouco, enquanto isso vê se sobe em uma cadeira e pega logo.

Ele deu uma boa olhada onde eu tinha escondido o caderno, e saiu. Primeiro eu entrei em desespero. Se ele ler isso aqui, estou morta de tantas maneiras que nunca vou chegar aos 18 anos. Ele me chantagearia como me chantageou quando descobriu sobre Bruno. Pois é, acha que eu contei aos meus pais por livre e espontânea vontade? Um erro idiota, uma mensagem que eu esqueci de apagar e ele descobriu tudo.

Foram três meses de agonia. Acompanhando-o aonde ele queria, ensinando inglês (a única coisa que sou boa), levando culpa por coisas que eu não fiz e pegando infinitos doces no armário da cozinha. Finalmente decidi que apresentar meu namorado não seria tão ruim assim.

Enfim, tudo que pude fazer foi esconder o caderno dentro da enciclopédia falsificada. Em seguida peguei meu exemplar antiqüíssimo da mesma série de livros popularzinha e coloquei onde antes estava o caderno. Eu sabia que enquanto eu pegava o doce e fazia meu jantar ele ia procurar algo, e um livro desses seria uma boa desculpa de algo que eu não quero que ninguém saiba que eu gostei um dia.

Desci, peguei o maldito doce e fiz um lanche rápido de carne. Até que estou me superando na cozinha, pois ficou muito bom.

Aliás, quando eu estava jantando, no noticiário que o mini gênio estava assistindo apareceu uma notícia estranha. Nos três funerais que ocorreram hoje nas cidades os mortos simplesmente... Acordaram. Eu sei que essa coisa de ser enterrado vivo acontece e tal... Mas nossa, tudo isso, no mesmo dia e na mesma hora?Bizarro. Pode ser uma nova doença, sei lá.

A transmissão foi interrompida quando o repórter foi falar do estado das vítimas e dos familiares, bem quando eu estava ficando interessada. Pelo jeito o corte foi na emissora mesmo, porque a TV do meu quarto não está funcionando até agora. Enfim, não que eu já não saiba: Vítimas desorientadas e familiares querendo degolar algum médico. Como a humanidade é previsível. O irritante é que não tiveram a decência de uma imagem dos supostos mortos. Jornalismo de baixa qualidade é irritante.

Naturalmente quando cheguei meu quarto estava mais arrumado do que eu deixara. É engraçado que quando Carlos vem vasculhar aqui, faz uma bagunça, mas arruma mais do que estava antes. Nem tão gênio afinal. Ele não achou nada.

Bem, vou dormir. A dor de cabeça cedeu um pouco, mas não o bastante. Amanhã promete ser interessante, sendo que Mayara vêm em casa. Prevejo disputas pelo anel haha.

Deseje-me sorte!


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Reviews deixam uma autora feliz *0*



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