Odeio escrita por Lena


Capítulo 1
Dez coisas odiáveis em J. Potter


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!
Boa leitura.



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Lily Evans sentou-se no parapeito protegido por grandes da janela do dormitório em que dividia com suas amigas Dorcas Meadowes, Marlenne McKinnon e Alice. As três caídas em um sono profundo e, aparentemente, tranquilo. Exatamente como a própria deveria estar naquele momento. Ela supôs que já devia ser domingo. Havia ido para a cama cedo demais, sequer havia aparecido para o jantar, no entanto, não deitara-se para dormir. Cobrira a cabeça com o cobertor e permitira-se pensar com calma nas palavras daquele idiota.

Não era segredo para ninguém que Lily Evans e James Potter eram pegos constantemente em discussões rotineiras. James, aparentemente, não fazia questão de ter aquele tipo de contato com a garota, mas uma vez que a ruiva considerava qualquer outro tipo de relação entre eles inadmissível, o Potter conformara-se com a condição. É claro que, embora ele preferisse que ela não o odiasse, considerava a diversão que tiraria daquilo. No entanto, algo fora diferente aquele dia e deixara até mesmo Lily sem reação. James estava cansado - extremamente cansado e por isso, deixou com que a ruiva dissesse as maiores ofensas quando ele pedida para acompanha-la no passeio em Hogsmead, no entanto, ao ouvir um energético “Não” e os motivos para aceita-lo, Potter dissera então que desistia dela, das brigas e até mesmo iria parar de incomodar Snape, para prova-la que não queria qualquer tipo de contato com a ruiva a partir de ontem. Lily agradeceu à Merlin, mas mesmo assim, finalmente tendo se livrado de James Potter, não conseguia entender porque aquilo a incomodava tanto.

Dorcas Meadowes, brilhantemente, ofereceu-se para ajudar mais cedo, dizendo a Lily que havia ao menos uma coisa que ela amava fazer: Amar odiar o Potter. E era verdade, apesar de Lily dizer que o desprezava. Mas mesmo assim, a ideia que se seguiu de Dorcas poderia ajudar. Talvez.

A passos calculados para não acordar as amigas, ela pegou um pedaço de pergaminho e uma pena com um tinteiro, juntamente com sua varinha. Saiu a ponta dos pés pela porta até chegar a sua sala comunal. Estava vazia, como o previsto. Sentou-se em uma das rechonchudas poltronas e acendeu a varinha dizendo “Lumus”. Molhando a pena no tinteiro, ela começou a escrever.

As dez coisas que odeio em James Potter – o que me leva ao porquê de nunca aceitar sair com ele

Eu odeio ele ser tão estúpido e egocêntrico.

A promiscuidade aparente.

Odeio o sorriso do Potter. Principalmente aquele que ele direciona a toda população feminina.

Odeio o cabelo negro e desgrenhado.

Odeio quando ele pisca na minha direção quando consegue pegar o pomo de ouro no quadribol, como se fosse a melhor coisa no mundo.

Odeio ele ser um maroto. Ou melhor, odeio todos os marotos.

Odeio estar acordada a essa hora, escrevendo qualquer coisa sobre James Potter.

Odeio o que ele faz com o Severus.

Odeio Potter não ser meu.

Odeio descobrir ao final dessa lista, que o que sinto por James Potter, não é tão ódio assim.”

Lily soltou a pena com os olhos arregalados para o que havia acabado de escrever. Não. Ela estava possuída, era isso. Não havia chance nenhuma de ela estar... Apaixonada pelo Potter?

Lily se afastou do pergaminho como se ele tivesse uma doença rara e se levantou rapidamente. Ela andava de um lado para o outro, estalando os dedos e, as vezes, tropeçando em alguma coisa pelo caminho.

— Não. Eu só posso estar tendo um pesadelo. Um horrível pesadelo. – ela se beliscou para ter certeza. Todavia, ela concluiu que estava bem acordada, escrevendo coisas sobre Potter. Escrevendo o quanto amava o Potter, o que era ainda mais desesperador. Ela estava tão apaixonada por James Potter, quanto a garota que levara um fora dele na semana passada, e isso não era bom. Era péssimo. Ela andou até as escadarias que davam para os dormitórios femininos e se sentou, respirando profundamente.

“Isso não pode estar acontecendo. Eu não estou apaixonada por James Potter. Não estou. Mas, por outro lado, quando ele pisca para mim quando pega o pomo de ouro não é tão ruim assim.” No dia seguinte, ela pretendia ficar trancada na sala comunal enquanto todos os outros estariam em Hogsmead. Mas ela não conseguiria encarar James de novo, não depois do que escrevera. Em contrapartida, ele mesmo não tentaria uma aproximação com ela, deixara aquilo bem claro.

— Ai, merda! – Lily ouviu alguém dizer. Era o próprio James Potter que havia acabado de bater o pé na quina do criado mudo. Ele se jogou contra a poltrona segurando o pé com as mãos.

— Eu. Estou. Morrendo – James disse, se referindo a dor que sentia no pé.

“Garotos. Tão exagerados”. Lily pensou com ela mesma, mas então se lembrou que o pergaminho que a denunciava estava em cima do criado mudo, onde James havia acabado de bater o pé, e onde, justamente, estava ao lado.

Lily traçava planos em sua mente para que conseguisse passar despercebida por Potter, pegasse o pergaminho para queimá-lo e continuasse o odiando eternamente. Entretanto, Lily foi tirada do seu transe quando viu James desenrolando aquele que a condenava. Lily, sem mais pensar, saiu correndo em direção de James e gritou, não tão alto assim:

— Não! – James Potter arregalou os olhos para Lily quando a viu, como em câmera lenta, pulando em cima dele. Os dois caíram no chão, com uma Lily ofegante e assustada.

— Hey! O que está fazendo? – James indagou com a testa franzida, mas não sem antes pensar que Lily Evans que o estava agarrando.

Lily suspirou.

— Isto aqui é lixo. É de uma amiga. – Disse, puxando da mão de James o pergaminho.

Ele assentiu com a cabeça, e em seguida, riu.

— Está rindo de que, seu idiota? – Lily perguntou, com a expressão fechada.

— Bom, se você não quiser sair de cima de mim, tudo bem. – respondeu.

— Ah...

Lily, em um salto se levantou, com o rosto sendo tingido por tons púrpura e escarlate. Agradecia, no entanto, pela pouca iluminação da sala.

— O que tem de tão importante aí? – James indagou, agora em pé. Lembrando-se, de repente, que prometera não se aproximar mais dela falou: – Esquece. – Ele ameaçou retornar para o dormitório.

— O que veio fazer aqui embaixo? – a ruiva perguntou, curiosa.

James estranhou ela estar puxando assunto, mas não respondeu. Ele havia vindo justamente para aquilo, para vê-la. O Mapa do Maroto o avisara sobre Lily, muito inquieta em seu quarto durante a noite. Confessava que perdera o sono por conta da discussão e por causa das coisas que ouvira e dissera, mas estava cansado demais para suportar ser negado mais uma vez. Queria ver Lily.

— Vai ficar me ignorando agora? ­– Lily perguntou direta, como se tivesse algum direito de exigir a atenção dele, coisa que negara tantas vezes. – Tudo bem!

Lily virou as costas, mas James começou a falar antes que ela fosse.

— Você não apareceu para jantar, estava inquieta a noite inteira e está aqui agora, escrevendo em um pergaminhos coisas que eu sei que não são dever. Se isso não tem a ver comigo, por que está agindo diferente? Diga que nada disso tem alguma relação comigo e vou embora, mas juro que dessa vez vou embora para sempre. – James falou de uma vez, fazendo Lily paralisar.

Ela soltou a respiração. Não lembrava-se quando havia prendido. Era isso, sua ruína. Ela virou-se para ele e viu em Potter algo que jamais pensou ver. Ele estava derrotado, não era o James confiante que ela conhecia e, de alguma forma, desprezava. Aquele era apenas um rapaz que havia se apaixonado. Ela permaneceu em silencio, as palavras dele ainda ecoando em sua cabeça. Se dissesse que não, teria seu orgulho, sua perspicácia intactos mas uma consciência gritante. Se dissesse que sim, teria que engolir todo o seu orgulho, o orgulho que mantivera por seis anos mas teria um coração em paz. Na verdade, dois.

James virou as costas e começou a andar em direção ao dormitório, e Lily sabia que teria que agir rápido caso quisesse ter paz. Pela primeira vez, tomaria a iniciativa. Andou até ele e o virou para si, sem ter que dizer nada quando James, visivelmente surpreso, entendia o que ela estava tentando fazer.

Ela se aproximou, lentamente, até alcançar os lábios dele, que imediatamente enlaçou a cintura da ruiva. Lily passou os braços por sob o ombro largo do maior, e puxou os cabelos desgrenhados – os mesmos em que há pouco dizia que odiava – e puxou para si. O beijo foi lento, carinhoso e de uma forma que nem mesmo James havia experimentado. Era Lily ali com ele e sabia que lutaria na manhã seguinte para descobrir se havia sido um sonho ou realidade, embora estivesse muito parecido com um sonho.

Eles se separaram e Lily pegou a varinha e o pergaminho de seu bolso e acenando para que este fosse em direção a lareira. James observou sem questionar, mas Lily falou mesmo assim.

— Não preciso mais daquilo, mas posso te contar se quiser. – Ela falou, se aproximando novamente de um James Potter sorridente e o beijando novamente. Lily Evans, agora sabia, que o único motivo de ter odiado tanto James Potter, era porque ele a fazia amá-lo.


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Notas finais do capítulo

Se quiserem, podem deixar comentários sobre a estória. O que esperavam da fanfic?
Lembrem-se que críticas construtivas são sempre bem-vindas e se não gostou de algo ou encontrou algum erro, educadamente, pode dizer, que aceitarei e tentarei melhorar