Sem você, sou caçador sem caça.

Sem você, a solidão me abraça.

(Eu sem você – Paula Fernandes)

À medida que seu rosto se aproximava mais eu fechava meus olhos, com medo de que fosse só um sonho. Mas não era eu me dei conta disso assim que seus lábios tocaram o meu e suas mãos foram para a minha cintura e eu entrelacei minhas mãos no cabelo dele. Passamos um longo tempo só sentindo o contato do nosso corpo e das nossas bocas, ele me puxava mais e mais ao seu corpo, se é que podíamos nos juntar mais, mas pra falar a verdade eu estava amando isso. Sua língua pediu passagem e eu sem nem pensar duas vezes cedi à passagem, eu me encontrava num estado de êxtase pela sua boca, pelo seu corpo, pelo seu cheiro, pelo seu cabelo, por ele.

Nosso beijo foi aprofundando mais e mais. Nada de malícia ou algo do tipo, pra mim era um beijo apaixonado que envolvia vários sentimentos nele. Sua língua explorava cada canto da minha boca, assim como a minha também fazia com a dele.

A falta de ar nos fez parar o beijo com vários selinhos. É não tinha sido um sonho, quando eu abri os olhos ele ainda estava lá, com um sorriso bobo igual ao que eu tinha certeza que se encontrava também no meu. Ele ainda mantia suas mãos em minha cintura e eu ainda estava mexendo no seu cabelo.

– É parece que o Lucas romântico se da melhor que o cafajeste – Ele disse brincalhão sussurrando.

– Sabe como é né, faz mais meu estilo – Eu disse, com um sorriso debochado.

– Já sei como fazer pra ganhar mais desse - Ele disse. E me deu um selinho – E mais desse, desse, desse e desse – A cada desse dito ele me dava um selinho e me fazia rir.

Aquele momento estava mágico, acho que nunca em nenhum sonho esse momento poderia ter sido melhor. Ele me fazia sentir especial, e eu estava cada vez mais me entregando a ele.

– Acho melhor eu aproveitar, enquanto eu posso – Ele disse.

De início eu não entendi. Até sentir seus lábios no meu e novamente aquelas sensações me invadiam, será que iria ser sempre assim?

Apesar de tudo isso estar passado na minha cabeça, eu só conseguia me concentrar nele, em como ele conseguia ser tão perfeito. Sem mais. Novamente o ar nos faltou e nos separamos novamente com selinhos.

– Ah, antes que eu esqueça – Ele disse. Ele fez uma pausa, que já estava me deixando curiosa. – O cuidar do que é meu é em relação que eu acho que você vai me trocar pelo meu irmão, não posso deixar isso acontecer – Ele disse.

– Não acredito que estava preocupado com isso – Eu digo pra ele.

– Ele você mima e faz tudo o que ele quer e eu? – Ele pergunta.

Sorriu com isso, tem como ser mais fofo não dá né?

– E você, o que você quer? – Eu pergunto.

– Você – Ele responde na lata, visto a minha cara de surpresa ele se manifesta – É pedir de mais?

– Depende do que você tá pensando em fazer né... – Eu digo com um sorriso sibilando no canto dos lábios.

– Ah, nada de mais eu só quero fazer isso – Ele disse, juntando novamente nossos lábios.

É definitivo eu realmente vou me sentir assim toda vez que ele me beijar. Depois de corresponder o mesmo.

– Parece que você realmente gostou de fazer isso né? – Eu pergunto brincalhona.

– Isso? Isso o que? – Ele pergunta brincalhão também – Ah isso? – E ele me dá mais um selinho.

Riu um pouco e falo:

– É, isso! – Digo o dando um selinho, mas acontece que pra isso acontecer eu tive que ficar de ponta de pé.

O que o fez rir muito.

– Agora vou te chamar de baixinha – Ele diz me dando um selinho – Minha baixinha – Ele completa sussurrando. – E a propósito eu to viciado em fazer isso – Ele diz me dando um beijo, de tirar o fôlego.

– Não é nada legal ficar viciado em alguma coisa sabia? – Eu pergunto me afastando dele.

Mas quem disse que ele deixa.

– Ah, é. Então diz isso pro meu coração, que tá viciado no seu beijo, no seu cheiro, na sua voz, que tá viciado em você. – Ele diz, quando eu penso que perfeição não existe.

Eu apenas me aproximei e o beijei, tentando corresponder com as palavras que não saberia dar, tentando passar todas as emoções que eu estava sentindo se é que isso é possível...

– Temos que ir – Eu digo nos afastando.

– Temos mesmo? – Ele pergunta fazendo bico.

– Sim, anda, desmancha esse bico – Eu digo sorrindo.

– Ah, desmancha você – Ele diz se aproximando.

– Com prazer – Sussurro chegando mais perto do mesmo.

Nós beijamos novamente, e realmente acho que também estava viciada no beijo dele, é tão perfeito quanto ele, portanto não consegue nem descrever em palavras.

Fomos andando lado a lado, de vez em quando ele arrancava selinhos meus e eu me divertia com aquilo, quando chegamos na casa nos afastamos.

– O Biel chegou aqui a um tempão, o que vocês estavam fazendo? – Diz o Tio Gilberto, sinto-me corar instantaneamente e o Lucas também.

– Ah Gilberto deixa eles... Tomará mesmo que eles estejam juntos, são tão fofos, perfeitos juntos, eu apoio –Tia Cecí disse.

– Ah eu também apoio – Minha mãe disse, mãe já falei que te amo?

– Ah, eu também – Nossa pai, sabe te amo muitão sabe?

– Cadê o Pedro? – Digo tentando mudar de assunto.

– HMMMM... Deve estar falando com a Barbara – Digo pensando.

– Quem é? – Meu pai pergunta.

– Tá falando sério? Ele disse semana passada que estava namorando com ela – Eu digo.

– Você tá falando da Babi? Irmã do Gus? – Minha mãe fala.

– É, ela mesma – Digo sorrindo, eu adoro a Babi, desde pequena.

– Uma ótima menina – Meu pai fala.

– Pois é também acho, não sei como ela gosta do meu irmão – Digo tentando pensar na probabilidade de alguém gostar dele.

– Deixa de ser chata com seu irmão – Minha mãe fala.

– Vou atrás do Biel – Digo.

– Eu também – Lucas diz.

Brincamos um longo tempo com o Biel, já umas cinco horas da tarde resolvemos que iriamos para a pracinha que tinha nessa cidade, todo mundo da nossa idade vai pra lá.

Já estávamos no caminho daqui pra lá, estava pressentindo muitas novidades lá.

E eu infelizmente estava certa, aquela garota estava lá, essa mesma.