A Poucos Passos do Abismo escrita por Bluenakes


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

MANDEM REVIW OU EU CONTRO PORS SEUS PAIS!!HAUHAUHUAHUAHAUHA



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/27015/chapter/3

ATS: CCS nao me pertence...ainda...

 

I was six years old
When my parents went away
I was stuck inside a broken life that
I couldn't wish away
She was beautiful
She had everything and more
And my escape was hiding out and running for the door

- Quer dizer que agora você também fica bisbilhotando é? – perguntou ele com um meio sorriso.

- Eu não estava bisbilhotando. Acontece que eu me perdi, e acabei vindo parar aqui – ela respondeu um pouco brava.

- Tudo bem! Esse é um ótimo momento pra você estar aqui. Vem cá garota, venha ver onde seus amiguinhos estão – ele disse apontando para o objeto parecido com a bola de cristal.

Quando Sakura olhou seu coração deu um salto. Eriol,Yue,Kero,Seu pai,Tomoyo... estavam no meio do nada sozinhos indo procurá-la ao que parecia. “ Mas que idiota! Eu achei que pelo menos dessa vez ele ia Ter o bom senso de não vir me procurar, eles sabem que não tem a menor chance”. Mas ela não demonstrou seu nervosismo ao Castanho de olhos âmbares, ela não ia lhe dar essa satisfação.

Somebody listen please
It used to be so hard being me
Living in the shadow
Of someone else's dream
Trying to find a hand to hold but every touch felt cold to me
Living in a nightmare
A never-ending sleep
But now that I am wide awake
My chains are finally free
Don't feel sorry for me

- Que tipo de magia é essa – ela perguntou se referindo a bola.

- Bem, o que é não te interessa. A única coisa que te interessa é que eu posso ver seus amiguinhos. E até que eles não são tão burros quanto eu pensei. Eles não verem direto pra minha casa, alem de nem saberem onde fica – ele dizia isso extremamente orgulhoso.

Ela preferiu não falar nada. No fundo, bem no fundo, ela concordava com ele. Eles nunca iriam conseguir,com as presenças ocultas.

Já fazia cinco dias que ela estava ali. Sakura não agüentava mais. Ela não suportava mais ficar longe de sua família, amigos. Ela não suportava mais a frieza de Syaoran, sua arrogância, seu cinismo, ela não suportava aquele castanho de cabelos rebeldes, os olhos âmbares... Tudo nele lhe enojava. Ela não sabia se agüentaria ficar ali por muito tempo.

- Sakura, eu vou sair tá legal? – a voz de Syaoran interrompeu seus pensamentos. Ela estava na sala, e ele estava se preparando para sair – E vê se nem tenta fazer besteira em garota? Infelizmente, eu não tenho ninguém pra vigiá-la, rodos os meu “amigos” estão muito ocupados. Mas eu acho que eu nem preciso te avisar que fugir está fora de questão, não é? Você nunca conseguiria passar pelos 14 animais, ainda mais sem seu báculo e cartas.

All the days collided
One less perfect than the next
I was stuck inside someone else's life and always second best
Oh, I love you now 'cause now I realize
That it's safe outside to come alive in my identity

Dizendo isso ele se retirou. Sakura quis dar gritos de alívio. Ficar sem Syaoran, nem que fosse por uma hora era felicidade demais para uma só pessoa. E ela passou quase toda a tarde nos jardins, aproveitando o calorzinho do verão debaixo das árvores. Quando o Sol começou a se pôr, ela entrou pensando em como o castanho estava demorando para chegar. Será que ele estava em uma batalha. Ela esperava sinceramente que não.

Já era noite. Ela já havia jantado em seu quarto. Quando Wei lhe trouxe a comida ela perguntou se Syaoran já havia chegado. O velho respondeu que sim.

Ela queria descer para ver se encontrava Syaoran, e ver se ele talvez não deixasse escapar sobre o que ele estivera fazendo todo esse tempo, perguntar ela não iria. Era orgulhosa demais para isso. Não queria que Syaoran percebesse que ela estava preocupada ou com medo.

So if you're listening
There's so much more to me you haven't seen
Living in the shadow
Of someone else's dream
Trying to find a hand to hold but every touch felt cold to me
Living in a nightmare
A never-ending sleep
But now that I am wide awake
Then I can finally see
Don't feel sorry for me

Ela foi descendo as escadas devagar e quando chegou na sala se deparou com uma cena estranha. Syaoran estava sujo, com as roupas um pouco rasgadas, deitado no sofá da sala. Talvez essa não fosse uma cena tão estranha se aquele não fosse o Syaoran. Ele tinha toda aquela mania de limpeza, das coisas impecáveis. Pra ele deitar todo sujo, e de sapato no seu amado sofá de veludo, ele deveria estar muito cansado mesmo.

Ela foi se aproximando dele e percebeu que ele estava dormindo. Ela então chegou mais perto e percebeu que sua camisa estava um pouco aberta. Por essa abertura ela pôde ver o abdome branco e malhado dele. “ Por Deus! Quando foi que ele ficou sarado desse jeito. Ufa!” Ela pensou, mas logo depois repreendeu seus próprios pensamentos. “Que isso Sakura? Nem pense umas besteiras dessas. Você não vai começar a achar bonito o Syaoran não é? Ele é o Syaoran! Nunca se esqueça disso. Mas que ele é gostoso ele é! SAKURA!!”.

Antes que ela pensasse mais uma besteira ela resolveu ir deitar. Foi andando em direção as escadas sem olhar para trás. Se ela tivesse dado pelo menos uma olhadinha, ela teria visto Syaoran abrir os olhos e dar um sorrisinho sarcástico.

Syaoran acordou assim que o Sol nasceu. Ele havia dormido no sofá mesmo. Estava muito cansado para subir. Ele sorriu ao se lembrar do que havia acontecido na noite anterior, ele ainda se lembrava de sentir os olhos de Sakura cravados nele. E foi assim, ainda sorrindo que ele se levantou e subiu para o seu quarto. Ele precisava tomar um banho, trocar de roupa para ir tomar café.

Sakura desceu as escadas e deu de cara com Syaoran já tomando o café. “Será que ele caiu da cama? É tão cedo ainda!” Parece que Syaoran leu seus pensamentos, pois assim que ela se sentou a mesa ele perguntou:

- Caiu da cama hoje Kinomoto?

Ao ouvir essa pergunta ela não pôde deixar de conter uma risada, afinal ela havia pensado a mesma coisa. Vendo que ele ficara um pouco constrangido, ela parou de rir.

- Bom dia pra você também Syaoran! – ela falou ainda sorrindo.

- Hum... – ele murmurou irritado – E além de cair da cama, pelo jeito acordou de bom humor não é?

- E você pelo jeito acordou de muito mau humor não é? – ela perguntou lhe dando um sorrisinho – Também, se eu tivesse sujo, cansado e acabado como você estava ontem eu também teria acordado de mau humor.
Dessa vez foi ele quem deu um sorriso:

- É... Eu estava realmente cansado ontem. Mas eu não devia estar tão acabado assim. A prova disso é que mesmo ontem você me achou bonito não é? O que fazer se eu sou irresistível? – ele completou com uma risadinha.
Ela ficou horrorizada. Será que ele lia pensamentos mesmo? Ou pior, será que ele havia visto ela ontem? “Caramba! Que vergonha!”.

- Há há há –ela riu sarcasticamente – Alguém já lhe disse que você é completamente metido, narcisista e prepotente? – ela pergunta com um pouco de raiva.

Ele nem responde. Ele apenas olha pra ela e se levanta, mas antes disso ele dá uma piscadinha com um olho, o que a deixa com ainda mais raiva. Como ele podia ser tão irritante.

Mother, sister, father, sister, mother
Everything's cool now
Mother, sister, father, sister, mother
Everything's cool now
Oh, my life is good
I've got more than anyone should
Oh, my life is good
And the past in the past

Já fazia um bom tempo que ela estava no jardim, quando alguns barulhos de passos a tiraram de seus pensamentos. Ela então se virou, e viu Syaoran. Assim não era possível, será que ele nunca ia deixá-la em paz?

- É, parece que os seus não vão sossegar enquanto não te encontrar...

Ai ai ai! Porque ele tinha aquela mania irritante de dizer”seus amiguinhos”? E o pior era a entonação que ele usava para lhe falar isso. Mas ela não pode deixar de admitir que estava completamente preocupada com eles. Mas para não demonstrar ela preferiu se calar.

- Eles estão cada vez mais espertos,mas não chegaram nem perto de você– ele falou com um fingido tom de comoção – Talvez fosse melhor eles morrerem já pelo caminho. Pois se eles chegarem até aqui, vai ser bem pior. Eu nunca os matarei simplesmente. Eu vou torturá-los. Mas torturá-los tanto, que eles vão desejar a morte, antes que eu acabe – Ele completou sorrindo.

Sakura olhou para ele com os olhos marejados e não pôde ficar quieta dessa vez.

- O QUE É QUE VOCÊ TEM DE ERRADO EM? É IMPRESSIONANTE! PORQUÊ VOCÊ NÃO DEIXA ELES EM PAZ, CARAMBA?! O QUE FOI QUE EU E ELES FIZEMOS PRA VOCÊ? – ela agora gritava e não se preocupava mais em esconder as lágrimas. – O QUE VOCÊ TEM CONTRA ELES? NÃO... EU SEI... NEM PRECISA RESPONDER. VOCÊ TEM INVEJA, PORQUE TODOS SOMOS AMIGOS, TODOS NÓS TEMOS UM ALTO NIVEL DE MAIGA, COISA QUE VOCÊ NUNCA CONSEGIU E NEM CONSEGUIRIÁ. PORQUE VOCÊ É MIMADO, VOCÊ É MEDROSO, E VOCÊ SÓ OLHA PARA O PRÓPRIO UMBIGO. VOCÊ É SÓ UM IDIOTA QUE ACHA QUE É O CENTRO DO UNIVERSO, E QUE PENSA QUE PODE FAZER O QUE QUISER COM AS OUTRAS PESSOAS, QUE PODE PASSAR POR CIMA DE TODO MUNDO COMO SE NINGUÉM MAIS TIVESSE IMPORTÂNCIA ALÉM DE VOCÊ. MAS VOCÊ NÃO É O CENTRO DO UNIVERSO, TÁ LEGAL? VOCÊ NÃO É NINGUÉM SYAORAN! NINGUÉM.. .

Ela estava completamente transtornada. Tudo o que ela tinha guardado com ela a partir do momento que havia sido pega, ela soltou ali naquela hora. Toda raiva acumulada, todo medo, toda preocupação. Quando ela acabou de falar, ela estava sem fôlego, como se tivesse corrido quilômetros.
Quanto a Syaoran, ele estava boquiaberto. Ele não conseguia dizer nada. Tudo o que ela havia dito era tão horrível, tão ridículo. Tão ridículo que acabava sendo verdade. Ele não queria admitir, mas ela havia o afetado. Coisa muito difícil de acontecer. Talvez ela tenha conseguido isso porque tudo o que ela disse, bem no fundo, ele sabia que era verdade. Ele sabia que tinha inveja. Ela tinha amigos, e mesmo sem uma família completa ela tinha muitas pessoas que gostavam dela, diferente de Syaoran, ele nunca teve a amor, a única pessoa que o amava era sua mãe. Mas o que mais doeu em Syaoran, não foi isso. Foi a parte em que Sakura dissera que eles todos tinham um alto nível de agia e ele não. Aquilo era a pior verdade. A verdade da qual ele não queria se lembrar. Foi por tudo isso que ele não encontrou nada o que pudesse dizer. Talvez, simplesmente para dizer alguma coisa ele ainda murmurou:

- Quem você pensa que é pra falar assim comigo, sua bruxa doida?

I was living in the shadow
Of someone else's dream
Trying to find a hand to hold but every touch felt cold to me
I'm living in a new day
I'm living it for me
And now that I am wide awake
Then I can finally be
Don't feel sorry
Don't feel sorry, don't feel sorry for me
Don't feel sorry
Don't feel sorry, don't feel sorry for me

Mas ela não chegou a escutar, ele falou muito baixo e ela já estava um pouco distante.

Sakura não queria nem mais olhar pra cara daquele idiota. Ela ficou o dia inteiro no quarto, e ao contrário das outras vezes em que ela ficava no quarto, dessa vez, o mordomo não fora lhe levar as refeições. Mas ela não se importou, ela não estava com fome.

No outro dia, porém, quando acordou, ela se deu conta de que não poderia ficar ali para sempre. Ela estava com fome e queria tomar um pouco de ar puro. Ela estava se sentindo completamente sufocada.

Ao descer as escadas, ela não vê Syaoran, e fica aliviada por isso. Ela toma seu café e não vê ele em nenhum momento. Aquilo era muita sorte, mas era melhor não abusar. Por isso ela decidiu já ir para o quarto antes que esbarrasse com ele por aí.

Depois de subir as escadas, ela vai em direção ao seu quarto, mas no início do corredor, ela vê que a porta do quarto de Syaoran está aberta. Não resistindo a curiosidade, ela dá uma pequena espiada para ver o que ele está fazendo. Ao olhar, ela se depara com uma cena que ela nunca mais esqueceria. Aquela era uma cena no mínimo estranha, excêntrica, esquisita.

Nunca, em toda a sua vida, nem em sua imaginação mais criativa, ela imaginaria ver uma cena como aquela. Syaoran estava chorando. Ele não estava se descabelando é verdade, e muito menos soluçando. Mas ela podia ver que tinha duas lágrimas solitárias em seu rosto, enquanto ele olhava e acariciava um porta-retrato. De repente ele se virou. Ela ficou completamente envergonhada. Mas não tanto quanto Syoaran, para ele era simplesmente humilhante que alguém lhe visse naquele estado.

Ele então caminhou até a porta e perguntou com uma voz letal:

- Espionando novamente Sakura? Desse jeito eu vou Ter que matá-la antes da hora.

- É..é.. – ela não olhava em seus olhos, estava muito constrangida para isso – desculpa, eu não pretendia, eu estava indo para o meu quarto e...

- Poupe-me de suas explicações. – ele respondeu irritado.

- Hum... – ela não resistia a curiosidade. Tinha que perguntar. Ele ainda tinha o porta-retrato na mão, e ela precisava saber de quem era a foto. O que a curiosidade não faz, não é? – Syaoran, de quem é essa foto? – ele perguntou de maneira cautelosa, temendo que ele a estuporasse na mesma hora. Mas contrariando todas as expectativas, ele não o fez. Ele somente abaixou os olhos até a foto e murmurou com uma voz que transmitia saudade:

- Não lhe interessa.

- Mas... – ela murmurou ainda com muita cautela – Será que eu poderia vê-la?

Ele disse que não e escondeu o porta-retrato da garota. Ele não estava preparado para aquilo. Sakura simplesmente o tinha abraçado. Por que ela havia feito isso? Ela era louca? Ele era inimigo, será que ela não tinha reparado isso. Mas por um momento, ele percebeu que aquilo era tão bom. Há quanto tempo ele não recebia um abraço? Ele nem se lembrava mais.

Então, meio relutante, ele retribuiu o abraço, colocando seus braços em volta de sua cintura.

Ela, percebendo que ele havia retribuído, passou uma de suas mãos nos cabelos rebeldes do rapaz como que querendo passar força. Mas o que ela estava fazendo? Nem ela sabia. Ela tinha plena consciência de que aquele cara era Syaoran, mas e daí, ele estava precisando de ajuda, e ela iria ajudá-lo. Aquilo era ridículo, ela sabia. Mas ela não ligava pra isso no momento

Mas de repente, Syaoran se soltou do abraço, olhando para Sakura assustado. Ele havia percebido a idiotice que estava fazendo. Quando ele olhou nos olhos dela, ele viu que havia pena, compaixão. Mas ele não queria isso. Não. Ele não queria que ninguém sentisse pena dele. Muito menos Sakura. Ele então foi se afastando devagar, ainda meio assustado. E um pouco antes de fechar a porta ele ainda falou:

- Eu não preciso disso Kinomoto. Não de você.

Ela só olhava a porta fechar na sua cara. Ela não sabia o que havia lhe ocorrido para ela fazer isso. Mas agora já estava feito.

E por um momento ela sorriu internamente ao se lembrar que ele havia retribuído ao abraço. Ele dizia que não precisava daquilo, mas ela sabia que era ao contrário. Ele sofria, ela podia ver. E ao ver ele chorando, ela o achou um pouco melhor, ela descobriu então que ele tinha sentimentos. E ele ficou um pouco melhor aos seus olhos.

Living in, living in, living in the shadow
Living in, living in, living in a new day


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Musica:Shadow - Ashlee Simpson



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Poucos Passos do Abismo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.