A Última Herdeira escrita por Dragons and Butterflies


Capítulo 2
Capítulo 2




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A única coisa estranha que havia em baixo da cama era Gary sem o seu cobertor. Megan revirou os olhos e o puxou pelo rabo.

- Seu gato idiota, sai agora do meu quarto.

Abriu a porta e o jogou para fora. Euainda mato esse gato! Pensou.

Abriu a gaveta da penteadeira com força e tirou um anel de prata, com a letra S em verde no meio e com um grande racho no vidro, Megan o tinha arrancado do dedo da mãe antes de ir embora da casa da amiga da Betth, gostava daquele anel, não sabia o porquê, ele a fazia sentir um pouco normal, como se fosse um pedaço dela, como um braço ou uma perna. O fitou por um tempo depois o colocou com cuidado dentro da gaveta e se jogou na cama. Ouviu um barulho muito alto vindo do andar de baixo e se assustou, esperou que uma estante caísse em cima do seu pai e o matasse, ela tinha tanta raiva de seu pai. O odiava com todas as forças, sempre que o olhava via um homem que deixara a sua mãe por nenhum motivo aparente, que a fizera chorar por longos três anos e que odiava Megan tanto como odiava bosta de cavalo. Ela nunca entendera o porquê, talvez porque ela fosse desastrada, ou porque coisas estranhas aconteciam quando ela estava por perto como àquela vez em que sua madrasta disse na hora do jantar que se Megan não estava gostando de lá ela deveria ir morar em cima do tumulo sujo de sua mãe e acabou queimando a mesa da cozinha ou quando ela pensou em como seria legal se ela cortasse o dedo enquanto estava cortando os tomates e ela realmente se cortou. Riu ao se lembrar daquilo, mas nunca entendera porque acontecia e porque o seu pai sempre a culpava e a colocava de castigo, fazendo as contas, ela estava de castigo mais ou menos 12 anos. Olhou no relógio pendurado sobre a cama e viu que já era quase meio dia. Então se arrastou até a cozinha.

- Ah, bom dia Meg! – disse Edd, seu pai.

- hm, oi.

- Já tava na hora de acordar não é? Esperava ficar na cama até as 2 horas da tarde? – largou Kendra.

Megan cruzou os braços e cerrou os olhos. Estava de mau humor e não iria tolerar brincadeirinhas.

- Não, na verdade, pretendia ficar na cama até que você morresse, mas então pensei melhor, quero ver a sua morte de perto para poder rir.

Sorriu de canto e sentou.

- Você riu na morte da sua mãe? Eu teria rido.

- Não, mas na sua eu farei ate uma festa.

- Chega! Vocês duas! Megan, não fale assim com Kendra!

- Mas pai...

- Eu disse chega! E Kendra, pare de mencionar o nome de Catelyn!

Ele olhou para as duas, vermelho de raiva e se sentou. Kendra sentou logo depois e comeram em silêncio. Megan pensou em mencionar como aquele arroz estava horrível, mas permaneceu em silêncio, não era uma hora boa para começar uma discussão. Comeu devagar, pois pensava no que acontecera no quarto alguns momentos antes. Tinha certeza que ouvia o seu nome, e como o gato fora parar lá? Ela passou por ele quando corria escada a cima fugindo de se seu pai. Seus pensamentos foram interrompidos quando Megan sem perceber deixou cair o seu copo com suco de manga no chão. Levantou-se corada e foi buscar um pano, sentia a cada passo os olhares ardendo em suas costas, como se fossem raios. Pegou um pano na lavanderia e foi bem devagar em direção à cozinha, parou 2 metros da porta quando ouviu seu nome, Kendra e Edd falavam mais alto do que queriam se encostou contra a parede e ficou ouvindo.

- Mas Edd! Essa menina precisa começar a me respeitar!

- Kendra, você não esta ajudando em nada mencionando a morte de Catelyn a cada discussão.

Megan deu mais um passo, queria ouvir mais nitidamente o que falavam.

- Que culpa eu tenho se essa Catelyn era uma estranha por completo? E se a filha é mais estranha ainda? Elas são aberrações Edd!

O seu rosto queimava de raiva, se ela falasse mais uma palavra de sua mãe...

- Não fale assim de Megan.

- Então espera que eu minta? Ela é uma estranha! E foi por isso que a mãe dela morreu! Por gostar de ser uma estranha, por defender sua raça!

Megan começou a se interessar, como Kendra sabia do porque sua mãe morreu? Deu mais um passo apertando o pano com todas as suas forças.

- Não, ela morreu para defender as duas raças. A dela e a nossa Kendra, não haja como se não soubesse, você também leu a carta.

- Que carta? – Rugiu Megan entrando batendo os pés na cozinha.

- hm, o que?

- Eu pedi, de que carta estavam falando, e você – apontou o dedo para Kendra – se chamar minha mãe de estranha de novo, eu não respondo pelos meus atos.

Kendra riu.

- E o que você pode fazer menina tola? Se sua mãe estranha não confiou em você à carta, porque nós lhe contaríamos o porquê da feliz morte dela?

Agora Kendra estava de pé, Megan sentiu tanta raiva, que parecia que haviam tocado fogo em seu rosto.

- Não. Fale. Assim. Da. Minha. Mãe.

A raiva a consumia como fogo em palha, então se ouviu um estrondo e o prato de Edd explodiu, ele levantou em um salto com cortes nas mãos, mas Megan nem ligou. Ela não tirou os olhos de Kendra.

- Eu quero essa carta, e quero agora.

- Você acha que tenho medo de você sua aberração? Acha? – falou Kendra sem muita convicção.

Megan queria cortar a sua garganta, queria rasgar cada pedaço de sua pele e dar para os urubus comerem, arrancar cada unha e dente e depois jogar álcool em cima. Queria matá-la devagar, torturá-la. Crucio, disse algo dentro de Megan, algo não, alguém, era um sussurro frio, Crucio, ouviu novamente. O que seria aquilo? Se não contassem nada a ela falaria essa palavra, e por alguma razão, teve certeza que funcionaria e que machucaria quem ela quisesse.

- É, eu acho que deveria ter. Você não me conhece e não sabe do que sou capaz – falou entre os dentes cerrados. Não havendo efeito gritou – EU DISSE QUE QUERO ESSA CARTA! CRUCIO!

Nada aconteceu. Não sabia o porquê, mas sabia que funcionaria, como não funcionou? Ela tinha tanta certeza...

- CRUCIO! CRUCIO! CRUCIO!

- Megan! O... O que significa isso? – Edd foi até ela segurou seus ombros – aonde aprendeu isso?

Megan não sabia o que responder, aonde aprendera? Nem ela sabia.

- AONDE APRENDEU ISSO MEGAN O'PAIL RIDDLE! – agora a sacudia com força a fazendo-a ficar tonta.

- Porque tenho esse sobrenome? – pediu Megan inesperadamente.

Edd apenas a fitou. Essa duvida sempre a corroera por dentro, não era o sobrenome do seu pai, menos o da sua mãe, nem de nenhum das suas avós ou bisavós. Não conhecia ninguém com esse sobrenome, mas toda vez que segurava o anel de sua mãe, sentia, um rosto branco, com fendas no lugar do nariz e olhos de cobra, a olhando, não sabia o porquê, mas isso tinha a ver com Riddle. Ficava satisfeita ao vê-lo, como se tivesse mais parentesco com ela do que seu pai ou sua mãe.  

- O... O que? Porque, porque a sua mãe quis assim. Ela era louca você sabe!

Megan nem sabe como aconteceu, aconteceu muito rápido, uma hora Edd chamou sua mãe de louca, logo depois Megan deu-lhe um tapa forte na cara que deixou seus quatro dedos marcados, ele levantou a mão para devolver o tapa e Meg sabia que ela só acordaria no outro dia se ele acertasse, mas Gary, o gato de sua mãe, se transformara em um homem idoso, careca, vestindo uma longa capa verde-esmeralda com um chapéu em cone na cabeça. Então Kendra gritou, chamou-o de aberração e mandou-o sair dali, o homem ofendido puxou um pedaço de madeira da capa, a fez calar-se e ela caiu, seu pai ficou paralisado de uma hora para outra igual à Kendra, soltou Megan e caiu de costas no chão, como um pedaço de pau. Megan gritou e recuou até a parede com os olhos arregalados, não conseguia se mexer, estava completamente paralisada. Como aquilo acontecera?

 - Oh, olá senhorita Megan O'pail Riddle. Nunca nos apresentamos formalmente, e... bom, não era assim que eu queria que me conhece-se, mas estava em perigo, e... Bom... - parecia que tinha se perdido em seus pensamentos, a olhou como se tivesse esquecido que ela estava lá - então, você me conhece como Gary não? Mas meu nome real é Frank Scrumst. Sou conselheiro e braço direito de Minerva Mcgonagall, diretora da Escola de magia e bruxaria de Hogwarts. – sorriu com certo orgulho então deu um passo em sua direção e estendeu o braço para lhe dar um aperto de mão – Vim lhe buscar.

Como Megan não falou nada nem lhe retribuiu o aperto, pois estava paralisada de medo, entrelaçou os dedos das mãos e continuou a falar.

- Bom, vejo que você esta nervosa e insegura, então voltarei outro dia. – ao perceber que o olhar de Megan recaiu sobre seu pai e Kendra acrescentou rápido – Ah, e não se preocupe, eles estão bem, e – Tirou um pedaço de pergaminho velho, meio amarelado da capa. – acho que isso pertence a você.

Esticou o braço, Megan não se moveu. Então o antigo Gary deixou o pergaminho em cima da mesa mostrando um sorriso caloroso.

- hm, isso... Isso era da minha mãe? É a carta sobre qual falavam? – pediu com a voz vacilante.

- Sim, sim, sim. Pertenceu a ela. Ela deixou isso pra você, mas eles – olhou com repugnância para Kendra e Edd – Não queriam que você soubesse da verdade. Mas agora, é seu – sorriu gentilmente – leia, reflita, e quando achar que esta preparada me chame. Então falaremos novamente srt. Riddle.

 - Sr. Scrumst, eu queria lhe pedir...

Frank balançou a cabeça e acrescentou.

- Quando estiver pronta, lhe responderei tudo o que quiser. Bom, vou indo. Mcgonagall esta tendo problemas com alguns alunos e preciso ajudá-la, Alvo esta sendo um problema nesses últimos dias. Aquela escola ficou uma bagunça sem mim por tanto tempo. E quanto a eles – apontou para Edd e Kendra – Permanecerão assim, para a sua segurança.

Sorriu, fez uma reverencia e sumiu rodopiando.

Megan não sabia o que fazer, estava imóvel. Como aquilo acontecera? Queria respostas. Porque ele saíra assim e a deixara ali sozinha com aqueles dois? Como ele fez aquilo? Estava discutindo consiga mesma em pensamento quando lembrou do pergaminho, foi vacilante ate a mesa e o pegou. Sentou-se e abriu-o devagar. Sorriu ao ver que era a letra miúda de sua mãe, suspirou e começou a ler, o pergaminho era longo, e palavra por palavra começou, tomando cuidado e prestando muita atenção.

Megan O'Pail Riddle

Olá minha filha, se estas lendo isto, significa que já parti. Ninguém conhece a sua historia tão bem quanto eu, então, eu acho que tenho o dever de lhe contar por meio dessa carta. Por favor, perdoe-me por lhe esconder a verdade todos esses anos, não era falta de confiança, eramedo. Você pode ficar confusa no inicio, mas no final, cada coisa se encaixará. Bom, eu tinha 23 anos, e estava acontecendo a maior guerra bruxa de todos os tempos, Lord Voldemort estava tentando retomar o poder, ele já tinha o ministério da magia em suas mãos, todos os bruxos do mundo temiam pronunciar o seu nome e não havia mais chances, estava acabado, pelo menos assim, que todos pensavam. Voldemort vivera tantos anos, pois havia separado a sua Alma em Horcruxes. Em sete delas mais exatamente. Quando percebeu que Harry Potter, o menino que sobrevivera a sua maldição da morte descobrira sobre as Horcruxes, e sabia que havia a remota chance de não sobreviver, ele procurou dentre milhares de bruxas uma que fosse capaz e que merecesse a honra de ter um filho seu. Então, ele me encontrou. Parente em terceiro grau de Alvo Dumbledore, seu inimigo de muitos anos e principalmente, sangue puro. Primeiro, me fez sofrer uma dor agonizante com a maldição Crucio, depois, como eu não cedia, a maldição Imperius, recaiu sobre mim. Eu não lembro de como aconteceu, do que ele fez ou como ele fez, eu acordei sozinha, no meio da Floresta Proibida em Hogwarts. Então, ele apareceu, Harry Potter, vi como falava sozinho, parecia que estava falando com espíritos, então seguiu para a parte mais densa da floresta. O segui de longe, chegando lá, me escondi atrás de uma árvore oca e vi Lord Voldemort matá-lo, sem piedade nenhuma, gargalhando. Voltaram para o castelo com Harry Potter nos braços de seu amigo, o meio gigante, Hagrid, então chegando ao castelo, Harry simplesmente pulou dos braços de seu amigo e batalhou contra Lord Voldemort, o menino que sobreviveu a duas maldições da morte, matara Lord Voldemort, a paz estava restaurada. A história completa, muitas pessoas podem lhe contar, mas não é a historia da Batalha de Hogwarts ou do menino que sobreviveu que quero contar, é a sua. Dois meses depois de toda a confusão, depois dos muitos enterros e muita choradeira, fui falar com Minerva Mcgonagall, atual diretora de Hogwarts. Contei-lhe tudo que vira e o que acontecera comigo, ela escutou, não interrompeu e por fim, disse apenas "não conte isso a mais ninguém." E se retirou. Voltou dois dias depois a minha casa e conversamos demoradamente. Ela disse que seria melhor ter a criança e depois matá-la, pois Lord Voldemort devia ter posto uma maldição no meu ventre para que ninguém pudesse matá-la antes de seu nascimento, concordei, seria o melhor a fazer. Mas então, depois de seis meses e meio, nasceu, uma criança linda, que não puxara nada a mim, quem visse, não diria que era a minha filha. Mcgonagall estava segurando minha mão mas não sorria para mim, não demonstrara sentimentos nenhum. Depois de dois dias, teria de matar aquela criança, que não tinha culpa nenhuma, então eu neguei. Minerva esperava que o fizesse então se encarregou de doar-me uma casa com todo o tipo de magia protetora para cuidar do meu bebe, e disse-me para arranjar um pai para a criança, para não haver desconfianças. Gary, o nosso gato, na verdade é um animago, o seu nome verdadeiro é Frank Scrums. Edd era um cara muito legal, companheiro que me amava, amava até demais, era um trouxa com descendência bruxa, o único da família que não nascera bruxo, como diz as más bocas, um aborto. Casamos-nos, mas depois de 11 anos, eu achei que estava na hora de contar a verdade a ele, ele merecia saber. Foi um erro, é claro, devia esperar que algo assim acontecesse, ele ficou furioso e tentou matar a minha criança, quase conseguira, mas como eu conseguia mexer com magia, e ele não, o detive. Assim nos separamos. No aniversário de onze anos, chegou à carta para estudar em Hogwarts, como sempre acontecia. Chamei Minerva, achei melhor minha criança não estudar em uma escola bruxa, se os outros alunos, ou os pais dos outros alunos soubessem que a filha de Lord Voldemort estudava na mesma escola que eles, eu nem sei o que poderia acontecer. Ela concordou, então venho escondendo isso desde sempre, desde o seu nascimento, esta criança é você Meg. A minha menina, que eu sempre amei com todas as minhas forças. Megan, você, como eu e toda a minha família, você é uma bruxa. E sendo realista, deve ser a bruxa mais poderosa de toda a Londres, ou melhor, de todo o mundo. Desculpe-me por ter lhe escondido isso todos esses anos. Era para a sua proteção. Eu não sei como acabei morrendo, mas confie em Frank, ele é sua melhor esperança, lhe contara tudo o que precisar saber. Confie apenas nele.

Com todo o amor,,

                                             Catelyn Voorhees. 

Megan terminou de ler. Abaixou os olhos para seu colo, estava perplexa e chorava. Pensou que entendera errada a carta e a lera de novo, desde o inicio, oito vezes. Então era uma bruxa? Como isso poderia ser real? Lord Voldemort era seu pai? Como dizia a sua mãe, ele devia ser o bruxo mais malvado e horrível de todas as eras. Talvez aquele não fosse seu nome verdadeiro e seu sobrenome fosse Riddle, e esse era o motivo de Megan não ter o sobrenome nem de sua mãe nem de Edd. Confie apenas nele,como ela poderia levar a serio um homem que se transformava em um gato que ficava ronronando em suas pernas? Balançou a cabeça, se levantou e seguiu para o seu quarto. Com passos pesados e lentos. Chegando lá bateu a porta do quarto e se despiu, deitou-se apenas de calçinha e sutiã segurando aquele pergaminho velho e com seus pensamentos disparando como raios em uma tempestade. Mesmo sendo apenas 2 horas da tarde, percebeu que estava muito cansada, pegou no sono tão rapidamente com seus olhos inchados de tanto chorar e sua cabeça latejando como nunca antes. Ao fechar os olhos demorou no máximo vinte minutos e apagou, com as partes da carta levitando em sua mente.


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