Estávamos sentadas nas rochas, molhando os pés no riacho, estávamos muito descansadas. Era tudo o que eu e Anne precisávamos.

–Vamos pular? Perguntei.

– Mas estamos de roupa! Disse Anne um pouco envergonhada.

– Não há nada demais, só estamos nós duas aqui. Anne deu um sorrisinho e ela ficou só com as roupas de baixo, eu logo tirei as minhas e pulamos no riacho. Deitei-me com a cabeça para trás, molhando os cabelos. Eu estava boiando, Anne sentia um pouco de raiva por não conseguir boiar o corpo como eu, sem boias.

– É só relaxar o corpo, amor.

– Eu não consigo como você consegue? Qual é a mágica? Eu sorri, segurei-a por baixo e deixei-a “boiar”.

– Ótima a sensação não é?

– Ótimo mesmo, precisávamos vir aqui mais vezes.

Ficamos mais por algumas horas, depois saí, eu sequei Anne com a minha toalha porque ela havia esquecido a sua e depois a mim. Vestimo-nos, fomos até o carro para voltar para casa, antes de dirigir eu fiquei olhando por alguns minutos os lindos olhos de Anelise e depois nos beijamos. Minha visão da Anne fica embaçada, parece que algo está a tirando de mim, ela está indo embora, só consigo escutar uma voz familiar chamando pelo meu nome...

– Helena! Helenaaa! – Gritou o médico de Annelise.

– Oh me desculpe, acho que peguei no sono, como está Annelise?

– Ela está instável, precisa descansar e descansar. Está com falta de alimentos, pelos alguns exames que eu fiz ela não se alimentou direito não é? E está com falta de água também.

– Ela sempre vomitava Doutor, até comia, mas logo em seguida se sentia mal e vomitava, que até ás vezes nem chegava perto da comida.

– Ela não está em um bom estado de comer sozinha, no momento está tomando soro, e levará algumas semanas até ela se recuperar. Você não pode a deixar ficar sem comer assim, os familiares dela já sabem de seu estado?

– Bem, ela me pediu para não comunicá-los.

– Sinto muito, mas você terá que avisá-los, não pode esconder uma coisa assim deles. Aconselho você Senhorita Helena, e voltar para casa e descansar um pouco e avisá-los de que Annelise está aqui.

– Não vou sair daqui, e também que minha casa é longe do hospital.

– Mas aqui é ruim de ficar, pagamos um hotel que fica a 5 km longe daqui, depois você arruma um jeito de nos pagar, mas, por favor, vá descansar.

– Obrigada, mas não. Não posso sair assim e deixa-la. Quando ela acordar eu não estaria aqui, oque você diria a ela?

– Na verdade, ela se sentiria melhor, ela provavelmente não quer que você fique aqui preocupada, quer que você volte para casa, ou para o hotel que e proporcionei e descanse.

– Esta bem, mas você promete que se acontecer alguma coisa você vai me avisar?

– Claro que aviso Senhorita Helena, por favor, venha comigo te levo até a porta, que aquela Senhora ali te levará até o hotel aqui perto.

Eu estava aflita, jura que conseguirei dormir sem Anne, ainda mais nessa situação. Aceitei dormir em um hotel, mas só porque é perto, pois eu queria mais que tudo estar lá do lado dela dentro da sala, segurando suas lindas mãozinhas e dando-a forças. Aquela doce Senhora me levou até aqui o hotel, foi muita gentileza da parte dela. Mas nada me tira dos pensamentos de como está a minha Anne, e com essa história da policia atrás de mim, se me prenderem eu perderei tudo, Anne não irá querer ficar com uma presidiária.

Eram seis horas da manhã, eu ainda não consegui pregar os olhos, eu me deito, me levanto, ando para lá e para cá e não consigo dormir. Já tomei calmante, remédio para dormir e nada, preciso ver Anne, imediatamente.