– Eu não te conheço.

     – Pode confiar em mim. Acredite.

-        Ah, claro. – ironizei.

-        Por que a ironia?

-        Isso que você falou é exatamente o que um psicopata falaria.

-        O que eu falei? – ele cruzou os braços sobre o peito forte e quase me fez perder e linha do raciocínio.

-        “Pode confiar em mim. Acredite.” – falei em uma imitação ruim de sua voz, e ele começou a rir descaradamente.

-        Eu falo assim? – ele ainda gargalhava.

-        Não mude de assunto! – falei brava.

-        Desculpe. Mas você é engraçada brava. – ele gargalhava. Mas que merda!

-        Para, seu idiota!

-        Idiota? Sério? Esse é mesmo o seu pior xingamento?

-        Cala a boca...

-        Você é sempre mal humorada assim?

-        Na maior parte do tempo. – admiti brava.

-        Percebo. Mas por quê? – ele começou a parar de gargalhar, agora apenas sorria.

-        Só não acho que eu tenho a obrigação de ficar sorrindo toda hora e para todo mundo feito uma palhaça. Quem quer ver palhaço vai para o circo.

-        Você é bem afiada. Gosto disso. – disse sorrindo de canto.

-        E dai?

-        Nossa! Calma garota. – disse levantando as mãos em um gesto de rendição.

-        Ok. Eu vou para casa agora...

-        Sua família sabe? Digo, sobre você.

-        Obvio que não. Eu vou indo... – lhe dei um beijo no rosto em despedida.

-        Olha quem sabe ser doce.

-        Não sou doce. Sou amarga.

-        Sabemos que não é. – falou. – Amanhã irá me dar uma resposta sobre a viagem.

-        Eu já lhe dei.

-        Não aceito não como resposta. – e desapareceu.

Caramba! Que cara era aquele? Pensamentos e mais pensamentos começaram a se passar em minha cabeça... Expulsei todos eles assim que me dei conta... MERDA! Droga, Jade! Eu havia acabado de matar meu namorado e já estava pensando nesse tal de Ian. Mas eu não podia evitar, ele era tão... Quente, sei lá.

Pulei o muro de trás da minha casa e pulei até a janela do meu quarto e tentei dormir e esquecer tudo o que eu tinha que pensar tudo o que tinha acontecido...

-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-

Começou a tocar So What bem embaixo da minha cabeça. 07h10minh da manhã. Fala sério! Eu amo uma música. Até colocar ela como toque do despertador. Então vira ódio mortal.

Desliguei aquela porcaria e relutantemente me levantei. Logan dormia na cama ao lado da minha, então silenciosamente peguei minha bolsa e uniforme da escola e fui até o banheiro.

Depois de pronta, fui até a parada pegar o ônibus. Alguém puxou meu fone de ouvido direito.

-        Hey! – falei.

-        Sentiu minha falta essa noite? – perguntou em meu ouvido, e me provocando um leve tremor na espinha.

-        O que está fazendo aqui? – Perguntei rouca. Virei-me para ele e encarei seu sorriso divertido e seus olhos azuis.

-        Onde você está indo? – que tipo de pergunta idiota era aquela?

-        Para a escola. - falei

-        E por quê?

-        Você está chapado?

-        Noop. Hoje não.

-        Você cheirou?

-        Não, eu não cheiro. Sabe o que falam sobre drogas... Não use.

-        E maconha não é droga?

-        Claro que não. Maconha é uma planta, como qualquer outra. – falou com um sorriso irônico. – Alias é minha planta favorita.

-        Gosto de você. – estralei o dedo e sorri.

-        Idem. – ficamos um tempo em silencio.

-        Por que você não vai comigo até a escola? Podemos ir a pé e ir conversando até lá. – perguntei. O cara era legal, eu tinha que admitir...

                                                                                   Continua...